Os médicos
católicos devem ter uma permanente formação espiritual, moral e bioética, a fim
de implementar os princípios do Evangelho na prática médica, desde a relação
médico-paciente até a atividade missionária a fim de melhorar as condições de
saúde das populações nas periferias do mundo.
O seu trabalho é
uma forma peculiar de solidariedade humana e testemunho cristão. O seu trabalho
é enriquecido com o espírito de fé. É importante que as suas associações conscientizem
os estudantes de medicina e os médicos jovens a esses princípios, envolvendo-os
nas atividades associativas.
A identidade
católica não impede a sua colaboração com aqueles que, numa perspectiva
religiosa diferente ou sem um credo específico, reconhecem a dignidade e a
excelência da pessoa humana como critério de sua atividade.
Ser médicos
católicos é sentir-se agentes de saúde que, da fé e da comunhão com a Igreja,
recebem o impulso para amadurecer cada vez mais sua formação cristã e
profissional, tornar incansável sua dedicação, e inexaurível a necessidade de
penetrar e conhecer as leis da natureza para melhor servir a vida.
Testemunhas
coerentes e corajosas: as Associações Médicas Católicas colaboram com a Igreja na
promoção e defesa da vida humana desde a concepção até seu fim natural, no
respeito dos vulneráveis, na humanização da medicina e sua socialização plena.
Convido-os, não
obstante as fadigas e dificuldades, a continuar combatendo o crescimento na
medicina do paradigma tecnocrático cultural, da adoração do poder humano ilimitado
e do relativismo prático, em que tudo se torna irrelevante se não serve aos
próprios interesses.
Convido-os, também,
a intervir em questões como a interrupção da gravidez, fim da vida e medicina
genética, no pleno respeito do enfermo como pessoa com a sua dignidade.
No coração do Papa
está também outro aspecto particular: a liberdade de consciência dos médicos e
agentes de saúde.
Não é aceitável que
o seu papel seja reduzido ao de um simples executor do desejo do enfermo ou das
exigências do sistema de saúde em que trabalha.
O médico católico é
primeiramente uma testemunha de fé vivida, capaz de colaborar com as realidades
eclesiais e com quem trabalha ao lado das pessoas que sofrem.
Sejam ministros que
saibam transmitir aos que se aproximam a riqueza da humanidade e a compaixão do
Evangelho.
Papa
Francisco – 28 de maio de 2018
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