sábado, 31 de outubro de 2015

Beata Irene Stefani

Mercede Stefani nasceu em Anfo (Brescia) no dia 22 agosto 1891, filha de Giovanni e Annunziata Massari. Quinta de doze filhos, dos quais sobreviveram só cinco filhas, foi batizada com o nome Aurelia Giacomina Mercede. Em família, todos a chamavam Mercede.
Frequentando a escola local, se distinguiu pela viva inteligência, em Paróquia seguia a catequese com entusiasmo, e já aos treze anos revelou aos pais o desejo de fazer-se irmã. Naturalmente a resposta foi de esperar, porque ainda era muito nova, e porque a mãe começava a ter sinais de uma doença; durante um tempo, até parou o estudo para ajudar a família: em 1907 mãe Annunziata faleceu por uma grave broncopneumonia, deixando 6 filhos, dos quais Ugo, de 4 anos e Antonietta de 5.
Mercede começou a ocupar-se da casa e da educação das crianças, enquanto a irmã mais velha Emma ajudava o em uma  atividade comercial. 
Em 1908 faleceu também Ugo, provocando muita dor no pai, que no ano seguinte se casou com Teresa Savoldi, mas deste casamento não nasceram filhos. Na paróquia, Mercede era catequista e visitava muitos pobres. Sob a direção espiritual do Pároco, ela foi concretizando o desejo de fazer-se missionária e pediu para entrar nas Missionárias da Consolata.

Em junho 1911 deixa Anfo, onde não voltará jamais, e, acompanhada pelo pai, vai para Turim, onde foi recebida pelo Fundador do Instituto, o Bem Aventurado José Allamano, que em 1901 já tinha fundado o Instituto dos Padres e Irmãos da Consolata.

Vigésima-sétima jovem da família religiosa, Mercede vive com grande radicalidade, suma obediência e profunda humildade, os seus anos de formação em Turim.
Em janeiro 1912 Mercede faz a vestição religiosa e recebe o nome Irmã Irene. Dois anos depois, em 1914, emite a primeira Profissão Religiosa. Naquele ano escreve o seu programa de vida: " Jesus só! Tudo com Jesus, nada de mim. Toda com Jesus, nada de mim. Tudo por Jesus, nada por mim". 


Em 1914 começa a Primeira Guerra Mundial; os dois Institutos da Consolata conseguem encontrar ainda 9 vagas no navio "Porto Alessandretta", antes que o conflito não permita mais as viagens. Irmã Irene faz parte do grupo dos nove missionários: parte no dia 28 de dezembro 1914 e não voltará mais na Itália.

O navio chegou em Mombasa no dia 30 de janeiro 1915. O grupo foi para a terra dos Kikuyu, onde se encontravam as missões italianas. Nos primeiros tempos, para aprender a língua, ajudou Irmã Costanza no humilde trabalho do campo, na missão de Nyeri.

A guerra chegou na África, onde Alemanha e Inglaterra combateram na guerra colonial. Enquanto os colonos ingleses formavam a milícia, os homens africanos eram alistados pelos trabalhos mais extenuantes: os "carriers" eram carregadores que transportavam material, faziam caminhos e pontes em lugares pouco acessíveis.  Este duro trabalho acabava logo as forças dos homens que, extenuados, eram internados em hospitais onde, muitas vezes, eram abandonados e maltratados.

Monsenhor Perlo, Superior dos Missionários da Consolata na África, conhecendo o drama dos carriers ofereceu ajuda nos hospitais militares, apresentando-se como voluntário da Cruz Vermelha. Também Irmá Irene foi para lá depois dum breve curso de enfermagem: no dia 25 de agosto parte e chega o hospital de Voi, onde já estavam Irmã Cristina Moresco e Padre Benedetto.

A nível humano o hospital é um desastre: os doentes eram deixados sozinhos, no desespero. Os empregados do campo se preocupam apenas com a própria comodidade, e obrigam os doentes a fazerem a limpeza, quem não cumpria as regras sofria punições.
Irmã Irene e Irmã Cristina  dão dignidade aos doentes, curam e limpam feridas e chagas, doam sorrisos e palavras de esperança para quem não as tem mais, e, depois de breves instruções, batizam os moribundos. As missionárias e missionários administraram mais do que 26 mil batismos; Irmã Irene sozinha batizou três mil pessoas. Missionários como Irmã Irene, apaixonados por Deus e pelos homens, não tinham outro desejo que salvar tantas almas.

Significativa a história de Athiambo: num período de grande pestilência no hospital de Kilwa Kiwinje, um dia Irmã Irene não encontrou mais Athiambo, ao qual tinha prometido batizar, embora no dia anterior ele não estivesse moribundo. Os corpos sem vida eram deixados à beira-mar, onde a maré levava embora o montão de carne humana. Irmã Irene correu à praia, sem acreditar que ele pudesse ter morrido sem Batismo. Procurou Athiambo no montão dos mortos, até quando o encontrou, ainda vivo. Levou-o de volta ao hospital, onde viveu ainda uns dias, e onde recebeu o Batismo. 

Depois do fim da guerra, Ir. Irene volta para o Kenya, onde por um ano é assistente das jovens africanas que se preparam à vida religiosa no Convento das Irmãs de Maria Imaculada em Nyeri.
Foi finalmente destinada à missão de Ghekondi, onde passará o resto da sua vida. A intensa atividade missionária dela consiste no ensinamento na escola local, na catequese, sobretudo sendo mulher de grande caridade, próxima aos doentes e moribundos, às mulheres grávidas, aos jovens e a quem, simplesmente, a procurava. Secretária dos pobres, passa as noites escrevendo cartas em nome dos pais analfabetos, que têm filhos na cidade, em busca de trabalho. Administra nestes anos mais de mil batismos, geralmente aos moribundos que vela até a morte. 

As Irmãs testemunham a sua grande hospitalidade naquela pobre e pequena casa, que ficava num ponto de passagem entre Nyeri,  e as missões mais distantes.

A partir de um tempo, Irmã Irene começa a beber o cálice amargo da ingratidão e da incompreensão: a escola torna uma cruz a ser carregada no meio das críticas dos jovens que não a querem como professora, e também a vida comunitária dá muitos sofrimentos, sobretudo a partir do momento que é escolhida como superiora da casa. 

Em 1930 nasce nela o desejo de oferecer a sua "pobre, inútil vida" ao Senhor pelas missões e pelo Instituto.  Num primeiro momento a superiora Irmã Ferdinanda Gatti não lhe dá licença, mas em outubro aceita. Feliz por poder oferecer a sua vida, Irene continua trabalhando muito, de maneira especial perto dos doentes de peste, num período de pestilência.

No dia 20 de Outubro, mesmo não se sentindo bem de saúde, correu para atender um doente de peste. Era o mesmo que a ofendera, denegrindo o seu ensino na escola, para poder tomar o seu lugar. Demorou-se com ele, abraçou-o, ficando provavelmente contaminada com a mesma doença. A partir dali, o seu estado de saúde foi piorando até levá-la às portas da morte. Terminou a sua existência terrena, aos 31 de Outubro de 1930. Tinha 39 anos. Faleceu e todo o mundo já pensava nela como uma santa. Os africanos a chamavam com carinho e respeito "Nyaatha", a mãe muito misericordiosa, cheia de piedade e amor.

“Foi o amor que a matou” logo comentaram os africanos. Era o selo de uma existência toda marcada pela caridade heroica, que emanava da constante e profunda busca da santidade. Expressou este anseio nas suas últimas palavras: “sou toda de Jesus, de Maria, de São José, agora e sempre por toda a eternidade.

O milagre atribuído à intercessão da Serva de Deus Irene Stefani: Trata-se da multiplicação da água da fonte batismal da Paróquia de Nipepe (Niassa-Moçambique), da qual se serviram os catequistas e seus familiares que se refugiaram na igreja quando do ataque da Renamo. Ficaram sitiados, nos dias 10-13 de Janeiro de 1989. As dezenas de pessoas fechadas na igreja não tinham reserva de água e era o período mais quente do ano. Invocaram a Irmã Irene Stefani. E a água foi suficiente para matar a sede de todos os refugiados que estavam na igreja. Os presentes repetiam o testemunho: “por intercessão da Irmã Irene, fomos salvos”. “Ela nos ouviu e atendeu”. “Foi mãe Irene quem fez o milagre”.

Foi beatificada em Nyeri – Quênia – em 23 de maio de 2015.

Santa Teresinha do Menino Jesus - Não tenho mais desejos

Ah! quantos motivos tenho para agradecer a Jesus, que soube satisfazer todos os meus desejos!...
Agora, não tenho mais desejos, a não ser o de amar Jesus loucamente... meus desejos infantis se foram; ainda gosto de enfeitar de flores o altar do Menino Jesus, mas depois que me deu a Flor que eu desejava, minha querida Celina, não desejo outra, é ela que Lhe ofereço como meu mais encantador ramalhete...

Tampouco desejo o sofrimento nem a morte embora ame os dois, mas é só o amor que me atrai... Durante muito tempo os desejei; tive o sofrimento e pensei ter tocado as margens do Céu; pensei que a florzinha seria colhida na sua primavera... agora, só o abandono me guia, não tenho outra bússola!... Não posso pedir mais nada com ardor, exceto o cumprimento perfeito da vontade de Deus para minha alma, sem que as criaturas possam opor obstáculo.

 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Beata Restituta Kafka

Helena nasceu, no dia 1º de maio de 1894; era a sexta dos sete filhos de Anton e Maria Kafka. A família mudou-se em 1896 para Viena, a capital do império. Sua família era de um humilde sapateiro; Helena é pobre e além disso gaga. Era também um pouco teimosa, pelo menos a julgar pelo caráter forte e por sua maneira de fazer, rápida e decidida, que a acompanhou por toda a vida.

Aos 15 anos, Helena desejaria continuar a estudar, mas mandaram-na trabalhar como empregada; aos 18 anos manifestou sua vocação de se tornar freira, mas os seus familiares se opõem fortemente. Então, ela resignou-se a esperar os 20 anos, e quando atingiu aquela idade fugiu de casa para ir para o convento. As Irmãs Franciscanas da Caridade Cristã de Viena lhe deram o nome de Irmã Restituta e designaram-na para a enfermaria, ocupação que sempre fora o seu maior desejo, porque ela gostava de servir Jesus nos doentes. 
No hospital regional de Mödling, perto de Viena, a religiosa tornou-se uma instituição para os médicos, para as outras enfermeiras, mas especialmente para os doentes, aos quais sabia como comunicar com extraordinária eficácia o seu amor pela vida, a sua própria e a dos outros, na alegria e no sofrimento. Ela era uma mulher, diriamos hoje, esplendidamente realizada.

Aqui e ali continuou a demonstrar o seu caráter cordial, mas firme, de modo que Irmã Restituta logo foi chamada de "Irmã Resoluta". Na cabeceira dos doentes, no entanto, ninguém a podia superar, porque é de uma delicadeza e de uma ternura únicas. A Primeira Guerra Mundial eclodiu e a Irmã Restituta ficou ao lado dos feridos, solícita a cada chamada, pronta para qualquer emergência.
Em 1938 os nazistas invadiram Viena e foram duas as primeiras disposições de Hitler: se livrar dos crucifixos de locais públicos e afastar as religiosas da ala da enfermaria do hospital. Irmã Restituta, no entanto, era tão indispensável devido sua experiência indiscutível, que pode mais ou menos secretamente continuar o seu trabalho de caridade na cabeceira dos doentes. O crucifixo nos quartos e enfermarias do hospital tornou-se quase uma questão pessoal: Irmã Restituta, resoluta como sempre, se ocupava da tarefa de ir pessoalmente substituí-los onde fossem tirados; ela sabia o risco que corria com o seu gesto provocativo, mas quanto mais crucifixos eram excluídos tanto mais ela os repunha.

Entre ela e os nazistas se declarou uma incompatibilidade, porque ela não podia compartilhar a ideologia de morte e de racismo que Hitler vinha professando. E assim a fúria nazista se desencadeou até mesmo sobre ela: ela foi presa na Quarta-feira de Cinzas de 1942 e colocada na prisão, e em sua cela continuou a ajudar as mulheres grávidas e as companheiras debilitadas, além de consolar e apoiar as condenadas à morte.
A sentença de morte veio quase um ano depois e Irmã Restituta foi decapitada em 30 de março de 1943. Antes de morrer, ela pediu ao capelão que traçasse na sua fronte o Sinal da Cruz, quase o selo de autenticidade de uma vida que esteve sempre inspirada pelo crucifixo. Às irmãs mandou um recado: "Tenho vivido por Cristo, por Cristo quero morrer".

Em 21 de junho de 1998, Irmã Restituta Kafka, a mártir do crucifixo, foi proclamada beata e sua memória litúrgica foi fixada no dia 30 de outubro, data em que foi decretada a sua sentença de morte.

Santa Teresinha do Menino Jesus - Quando deres um banquete convida os pobres, os aleijados...

Observei (e é bem natural) que as irmãs mais santas são as amadas, procura-se a conversação delas, prestam-se serviços a elas sem que tenham de pedi-los, enfim, essas almas capazes de suportar faltas de consideração, de delicadezas, veem-se cercadas pelo afeto de todas. Pode-se aplicar a elas as seguintes palavras do nosso Pai, são João da Cruz: Todos os bens me foram dados quando não os procurei mais por amor-próprio.

Ao contrário, as almas imperfeitas não são procuradas. Permanece-se, sem dúvida, dentro dos limites da cortesia religiosa, mas receando, talvez, dizer-lhes algumas palavras pouco amáveis, evita-se a companhia delas. Ao mencionar almas imperfeitas não estou me referindo apenas às imperfeições espirituais, pois as mais santas só serão perfeitas no Céu, refiro-me à falta de juízo, de educação, à suscetibilidade de alguns temperamentos, todas coisas que não tornam a vida agradável. Sei que essas enfermidades morais são crônicas, sem esperança de cura, mas sei que minha Madre não deixaria de cuidar de mim, de procurar aliviar-me, se ficasse doente a vida toda.

Eis a conclusão a que cheguei: devo procurar, no recreio, na licença, a companhia das irmãs que me são menos agradáveis, desempenhar junto a essas almas feridas o ofício de boa samaritana. Uma palavra, um sorriso amável são muitas vezes suficientes para alegrar uma alma triste. Mas não é absolutamente para alcançar essa meta que quero praticar a caridade, pois sei que logo desanimaria: uma palavra que eu teria proferido com a melhor das intenções seria, talvez, interpretada erroneamente. Por isso, a fim de não perder meu tempo, quero ser amável com todas (e particularmente com as irmãs menos amáveis) para alegrar Jesus e responder ao conselho que me dá no Evangelho, mais ou menos nos seguintes termos: "Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os ricos vizinhos; de outro modo eles também convidar-te-iam e terias uma retribuição. Mas, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos; e serás feliz, porque eles não terão como retribuir-te; mas ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos".

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - Narra sua história

“A flor que vai contar sua história se alegra em poder apregoar as delicadezas totalmente gratuitas de Jesus. Reconhece que nada havia nela capaz de atrair seus olhares divinos, e que somente sua misericórdia fez tudo que de bom há nela...

Foi Ele quem a fez nascer numa terra santa e toda impregnada por um perfume virginal (seus pais). Ele fez com que a precedessem oito lírios reluzentes de brancura (seus irmãos). Em seu amor, quis preservar sua florzinha do sopro envenenado do mundo; e mal se entreabria sua corola, este divino Salvador a transplantou para a montanha do Carmelo (aos 15 anos), onde os dois lírios (suas irmãs Maria e Paulina) que a haviam cercado de carinho e embalado na primavera de sua vida já exalavam seu suave perfume...

Já se passaram sete anos desde que a florzinha se enraizou no jardim do Esposo das Virgens, e agora três lírios (sua irmã Celina também entrou no Carmelo) balançam ali suas corolas perfumadas; um pouco mais longe, outro lírio está se abrindo ante o olhar de Jesus (sua irmã Leônia era Clarissa).

E os dois caules benditos (seus pais) dos quais brotaram estas flores já estão reunidos na pátria celestial para sempre... Aí se reencontraram com os outros quatro lírios que não chegaram a abrir suas corolas na terra... (seus quatro irmãos que morreram na infância)

Oh! Que Jesus se digne não deixar por muito tempo nesta terra estranha as flores que ainda permanecem no exílio! que em breve o ramo de lírios se complete no céu!”
 
História de uma Alma

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - "Tudo que é meu é teu"


"ó Pai, que onde eu estiver, os que me destes estejam também comigo, e que o mundo conheça que vós os amastes como amastes a mim".

Eis, Senhor, o que queria repetir para vós antes de voar para os vossos braços. Talvez seja temeridade. Mas há algum tempo permitis que seja audaciosa convosco. Como o pai do filho pródigo, falando para seu filho primogênito, dissestes-me: "Tudo o que é meu é teu". Portanto, vossas palavras são minhas e posso servir-me delas para atrair sobre as almas, que me são unidas, os favores do Pai celeste. Mas, Senhor, quando digo que onde eu estiver desejo que os que me destes também estejam, não pretendo que não possam alcançar uma glória muito mais elevada que aquela que vos agradar me conceder. Apenas quero que sejamos todos reunidos no vosso belo Céu.

Sabeis, Deus meu, nunca desejei nada senão amar-vos, não almejo outra glória. Vosso amor preservou-me desde a minha infância, cresceu comigo e, agora, é um abismo cuja profundeza não posso avaliar. O amor atrai o amor, por isso, meu Jesus, o meu se lança para vós, queria encher o abismo que o atrai, mas ai! não é nem uma gota de orvalho perdida no oceano!... Para amar-vos como me amais, preciso tomar de empréstimo o vosso próprio amor, só então encontro o repouso. Ó meu Jesus, talvez seja uma ilusão, mas parece-me que não podeis encher uma alma com mais amor do que o que me destes. É por isso que ouso pedir-vos para amar os que me destes como amastes a mim mesma.

Um dia, no Céu, se eu descobrir que os amais mais do que a mim, regozijar-me-ei, reconhecendo desde agora que essas almas merecem muito mais que a minha o vosso amor. Mas na terra não posso conceber amor maior que aquele que vos dignastes prodigalizar-me gratuitamente, sem mérito algum da minha parte.

 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Santa Balsâmia

A qualificação que Santa Balsâmia trouxe com ela ao calendário é a de ama de leite.
A prática da amamentação pela ama de leite é hoje menos comum, justamente por ser objeto de críticas de caráter médico, de higiene e até mesmo psicológico. Mas houve um tempo em que era uma instituição de grande importância do ponto de vista social, enquanto numa plano de vida familiar era a resposta inevitável para os hábitos das esposas dos dias passados.
A delicadeza das funções de uma ama de leite, que era algo mais do que uma máquina de amamentar, explica a propagação do culto das santas amas de leite e especialmente a popularidade de Santa Balsâmia, muito viva nos séculos da Idade Média.
A figura desta santa é muito pitoresca, mas também bastante nebulosa. Na França, na Diocese de Reims, ela é homenageada como a ama de leite de São Remígio, bispo daquela cidade. Reflete sobre ela a glória de um filho de leite de excepcional importância, porque São Remígio foi quem levou à conversão a Rainha Clotilde, depois ao seu marido Clovis, com todos os seus cavaleiros francos. Com a conversão de Clóvis, por parte de São Remígio, começou a história cristã da França, “a filha primogênita da Igreja", e nesta história, naquela prole, mesmo o leite de Santa Balsâmia parecia ter algum peso.
Já dissemos que São Remígio é considerado pelos franceses quase como um segundo João Batista, profeta e precursor do Verbo cristão na França. Diz-se que também ele foi abençoado no ventre da mãe, Santa Celina, que corresponderia então a Santa Isabel, mãe de João Batista.
Na França, ela foi chamada de Santa Nutriz, depois prevaleceu o nome de Balsâmia, como se o leite dispensado ao seu excepcional afilhado fosse um bálsamo perfumado da santidade.
Um último detalhe as legendas adicionam ao seu relato. Embora reverenciada na França, ela seria de origem italiana, de fato Romana, e de Roma, inspirada por Deus, teria ido para Reims para levar a cabo a sua delicada tarefa de ama de leite. O significado disto é particularmente claro: o leite - ou bálsamo - transmitido pela ama de leite a São Remígio, e deste transmitido a toda França, “a filha primogênita da Igreja", sem dúvida veio diretamente de Roma: incorrupto, não adulterado, não sofisticado, era o puro leite da doutrina católica, apostólica e romana.


Etimologicamente Balsâmia significa “bálsamo, perfume”. Vem do latim.


Santa Teresinha do Menino Jesus - A Misericórdia do Pai

“Que doce alegria essa de pensar que Deus é justo, que leva em conta as nossas fraquezas, que conhece perfeitamente a fragilidade da nossa natureza. Portanto, de que teria eu medo? Ah! o Deus tão justo que se dignou perdoar com tanta bondade todas as faltas do filho pródigo não deve ser justo também para comigo que "sou sempre com Ele?”
(...)

“Mesmo que eu tivesse na consciência todos os pecados que se possa cometer, iria, com o coração dilacerado pelo arrependimento, lançar-me nos braços de Jesus, pois sei o quanto ama o filho pródigo que volta para Ele. Não é porque Deus, na sua obsequiosa misericórdia, preservou minha alma do pecado mortal que me elevo para Ele pela confiança e pelo amor.”

História de uma Alma

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - Intercessora das Missões

Estava na lavanderia, muito atarefada com meu trabalho, quando Madre Inês de Jesus, puxando-me à parte, leu uma carta que acabava de receber.
Tratava-se de um jovem seminarista inspirado, dizia ele, por santa Teresa, e que vinha pedir uma irmã que se dedicasse especialmente à salvação da alma dele e o ajudasse com suas orações e sacrifícios quando missionário, a fim de salvar muitas almas.
Prometia lembrar-se sempre dela, que passaria a ser sua irmã, quando pudesse oferecer o Santo Sacrifício.
Madre Inês de Jesus disse que queria fosse eu a irmã desse futuro missionário. 
Madre, seria impossível descrever a minha felicidade. Meu desejo atendido de modo inesperado fez nascer em meu coração uma alegria que chamarei de infantil, pois preciso remontar aos tempos da minha infância para encontrar a lembrança dessas alegrias tão vivas que a alma se sente pequena demais para conter.
Nunca mais, durante muitos anos, tinha provado esse tipo de felicidade.
Sentia que, nesse aspecto, minha alma permanecera nova; era como se tivessem tocado, pela primeira vez, cordas musicais até então deixadas no esquecimento.”

História de uma Alma

Beata Celina Chludzinska Borzecka

Celina Chludzinska Borzecka nasceu em 1833, em Antowil, então território polaco, atualmente Bielo-Rússia. A vida espiritual de Celina desenvolveu-se cedo e durante as orações sempre dirigia a Deus a pergunta:
"O que queres que eu faça com a minha vida?".
Após um retiro em Vilnius em 1853, exprimiu o desejo de tornar-se religiosa, mas encontrou a oposição dos pais. Obedecendo à vontade deles e ao conselho do seu confessor, aos 20 anos casou com José Borzecki. De qualquer maneira, dentro dela permaneceu a convicção de que "a sua vida não deveria terminar de modo comum".
Profundamente amada pelo marido, também ela foi uma esposa amorosa e exemplar que partilhava a responsabilidade do lar e demonstrava a sua atenção aos pobres. Tiveram quatro filhos, dos quais dois morreram na infância.
Em 1869, quando o marido teve um derrame cerebral que o deixou paralisado, Celina transferiu-se com a família para Viena a fim de obter melhores cuidados médicos para ele. Durante o seu sofrimento, que durou cinco anos, ela foi sua fonte de apoio espiritual e moral, além de dedicada e sensível enfermeira. Ao mesmo tempo, continuou a prodigalizar-se pela educação das duas filhas.
Em 1875, após a morte do marido, Celina transferiu-se para Roma com as filhas a fim de alargar os horizontes espirituais e culturais; e também procurar indicações a respeito da vontade de Deus para si e para as suas filhas. Na igreja de São Cláudio encontrou-se com o co-fundador dos Ressurrecionistas, Pe. Pedro Semenenko, que há muitos anos desejava fundar o ramo feminino da Congregação.
Em 1882 Celina, juntamente com a filha menor, Edvige, iniciou a vida em comunidade em Roma, sob a guia espiritual do Pe. Semenenko. Em 1886, após a repentina morte do Sacerdote, Celina teve que enfrentar muitas intrigas de pessoas contrárias à nova fundação. De maneira cada vez mais forte, Celina sentia a chamada a fundar uma comunidade de mulheres dedicadas ao Mistério da Ressurreição.
Em 1887, assistida por amigos fiéis, Celina abriu a sua primeira escola vespertina para moças, da qual o Mons. Giácomo Della Chiesa, futuro Papa Bento XV, cujos pais residiam no apartamento ao lado da escola, foi capelão e catequista.
Depois de anos de provações e sofrimentos, Celina e sua filha Edvige, co-fundadora, fizeram a profissão dos votos religiosos a 6 de Janeiro de 1891, dando início oficialmente à nova Congregação.
Expressou o dinamismo da sua vida, antes de morrer, quando escreveu num pedaço de papel, pois já não podia falar: "Em Deus reside a felicidade em eterno". Madre Celina faleceu a 26 de Outubro de 1913 em Cracóvia.
A Beata Celina pertence a um raro grupo de mulheres que experimentaram diversos estados de vida: esposa, mãe, viúva, religiosa e fundadora. Com simplicidade e humildade, escreveu, dando assim uma característica à sua vida espiritual: "Deus não me chamou para fazer coisas extraordinárias... talvez porque não queria que me tornasse orgulhosa. A minha vocação é cumprir a vontade de Deus fielmente e com amor".


domingo, 25 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - A Prática da Caridade

A prática da caridade não foi sempre tão suave para mim, como vos dizia há pouco, Madre querida.
Para prová-lo, vou relatar alguns pequenos combates que, certamente, vos farão sorrir.
Por muito tempo, na oração da noite, sentava-me em frente de uma irmã que tinha uma mania estranha e, penso... muitas luzes, pois raramente usava livro. Eis como o percebia:
Logo que essa irmã chegava, punha-se a fazer um estranho barulhinho semelhante ao que se faria esfregando duas conchas um contra a outra. Só eu percebia, pois tenho ouvido muito bom (às vezes, um pouco demais).
Impossível dizer-vos, Madre, como esse ruído me incomodava. Tinha muita vontade de olhar a autora que, por certo, não se dava conta do seu cacoete; era a única maneira de avisá-la, mas no fundo do coração sentia que mais valia sofrer isso por amor a Deus e não magoar a irmã.

Ficava quieta, procurava unir-me a Deus, esquecer esse ruído... tudo inútil. Sentia o suor inundar-me e ficava obrigada a uma oração de sofrimento. Embora sofrendo, procurava fazê-lo não com irritação, mas com paz e alegria, pelo menos no íntimo da minha alma. Procurei gostar do barulhinho tão desagradável. Em vez de procurar não ouvi-lo, coisa que me era impossível, pus-me a prestar atenção nele como se fosse um concerto maravilhoso e minha oração toda, que não era de quietude, consistia em oferecer esse concerto a Jesus.

sábado, 24 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - Vocação

“A bela figura de papai tinha expressão celeste, sentia que a paz inundava seu coração. Sem dizer uma única palavra, fui sentar-me a seu lado, já com os olhos lacrimejantes, ele olhou-me com ternura e, pegando minha cabeça, encostou-a no seu peito dizendo: 
"Que tens, minha rainhazinha?... me conte..." 
Levantando-se, como para dissimular sua própria emoção, andou lentamente, segurando sempre minha cabeça no seu peito. Em meio às minhas lágrimas, confidenciei meu desejo de ingressar no Carmelo. Então, as lágrimas dele vieram misturar-se às minhas, mas não disse uma palavra para desviar-me da minha vocação, contentando-se apenas em observar que eu era ainda muito nova para tomar uma decisão tão séria. 
Defendi tão bem minha causa que, com sua natureza simples e reta, convenceu-se de que meu desejo era o de Deus e, na sua fé profunda, exclamou que Deus lhe fazia uma grande honra pedindo-lhe assim suas filhas. 
Continuamos por longo tempo o nosso passeio. Aliviado pela bondade com a qual meu incomparável pai tinha acolhido as confidências, meu coração expandia-se no dele. Papai parecia gozar dessa alegria tranqüila nascida do sacrifício aceito. Falou-me como um santo e gostaria de lembrar-me das palavras dele a fim de escrevê-las aqui, mas conservei-as tão sublimadas que se tornaram intraduzíveis. 
O que recordo perfeitamente é da ação simbólica que meu rei querido cumpriu sem o perceber. Aproximando-se de um muro baixo, mostrou-me florzinhas brancas semelhantes a lírios em miniatura e, colhendo uma dessas flores, entregou-a a mim, explicando o cuidado com que Deus a fizera e a conservara até aquele momento; ouvindo-o falar, pensava ouvir a minha história, tal era a semelhança entre o que Jesus fizera a sua florzinha e a Teresinha... Recebi essa florzinha como uma relíquia e vi que, ao colhê-la, papai arrancara as raízes todas sem quebrar uma. Parecia destinada a viver ainda, numa outra terra, mais fértil que o tenro limo onde vivera suas primeiras manhãs... Era essa mesma ação que papai acabava de fazer para mim alguns instantes antes, permitindo-me subir a montanha do Carmelo e deixar o manso vale testemunho dos meus primeiros passos na vida.”

História de um alma 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - Dormindo...

"O retiro que antecedeu minha profissão; não me trouxe consolações, mas a mais absoluta aridez, quase o abandono. Jesus dormia como sempre no meu barquinho; ah! vejo que raramente as almas o deixam dormir sossegado nelas.
Jesus fica tão cansado de sempre dar os primeiros passos e pagar as contas, que se apressa em aproveitar o descanso que eu lhe propicio. Provavelmente não acordará antes do meu grande retiro de eternidade, mas, em vez de causar-me tristeza, isso me alegra extremamente...

Verdadeiramente, estou longe de ser santa, só isso o prova bem; em vez de me regozijar com a minha aridez, deveria atribuí-la a minha falta de fervor e de fidelidade, deveria ficar aflita por dormir (há sete anos) durante minhas orações e minhas ações de graças, mas não, não me aflijo... penso que as criancinhas agradam tanto seus pais quando dormem como quando estão acordadas, penso que para fazer cirurgias os médicos adormecem seus pacientes. Enfim, penso que: "O Senhor vê nossa fragilidade, que Ele não perde de vista que só somos pó"."

História de uma Alma

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - Oferenda ao Amor Misericordioso

Oferenda de mim mesma como vítima do Holocausto ao Amor Misericordioso de Deus.

Ó meu Deus! Trindade Bem-aventurada, desejo Amar-Vos e fazer Amar-Vos, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja salvando as almas que estão na terra e libertando as que sofrem no purgatório. Desejo cumprir perfeitamente a vossa vontade e chegar ao grau de glória que me haveis preparado no vosso reino, numa palavra, desejo se Santa, mas eu sinto a minha impotência e peço-vos, ó meu Deus! Que sejais vós mesmo a minha Santidade.

Visto que me haveis amado a ponto de me terdes dado o Vosso Filho único para ser meu Salvador e o meu Esposo,  os tesouros infinitos dos seus méritos são meus, eu vo-los ofereço com alegria, suplicando –Vos que só olheis para mim através da Face de Jesus e dentro do seu Coração abrasado de Amor.

Ofereço-Vos ainda todos os méritos  dos Santos ( que estão no Céu e na terra ) os seus atos de Amor, e os dos Santos Anjos; enfim ofereço-Vos ó Trindade Bem-aventurada! O Amor e os méritos da Santíssima Virgem, minha Mãe querida; a ela é que eu entrego a minha oferenda rogando-lhe que vo-la apresente. Seu Divino Filho, meu Esposo Bem – Amado, nos dias da sua vida mortal, disse-nos: “ Tudo o que pedirdes a meu  Pai em Meu Nome, Ele vo-lo dará”.

Estou, pois, certa que satisfarei os meus desejos; sei-o, ó meu Deus! Quanto mais querei dar, tanto mais fazeis desejar. Sinto no meu coração desejos imensos, e é com confiança que eu vos peço que venhais tomar posse da minha alma. Ah! Não posso receber a Sagrada Comunhão tantas vezes como desejo, mas, Senhor, não sois Vós Todo-Poderoso? Permanecei em mim, como no sacrário, não vos afasteis nunca da vossa hostiazinha…

Eu desejava consolar-vos da ingratidão dos maus, e suplico-Vos que me tireis a liberdade de vos desagradar, se por fraqueza eu cair às vezes, purifique logo vosso Divino Olhar a minha  alma consumindo todas as minhas imperfeições, como o fogo que transforma todas as coisas em si mesmo…

Agradeço-Vos , ó meu Deus! Todas as graças que me haveis outorgado, em particular a de me terdes feito passar pelo cadinho do sofrimento. Será com alegria que vos contemplarei no último dia ao levardes o cetro da Cruz; visto que Vos haveis dignado fazer-me participante dessa Cruz tão preciosa, espero no Céu assemelhar-me a Vós e ver brilhar no meu corpo glorioso os sagrados estigmas da vossa Paixão…

Depois do  exílio na terra, espero ir gozar de vós na Pátria, mas eu não quero armazenar méritos para o Céu, quero trabalhar só por vosso Amor, com  único propósito de vos agradar, de consolar o vosso Coração e de salvar as almas que vos amarão eternamente.
 Ao anoitecer desta vida aparecerei diante de vós com as mão vazias porque não vos peço, Senhor, que conteis as minhas obras. Todas as nossas justiças tem manchas aos vossos olhos. Quero, pois,  revestir-me d vossa própria Justiça  e receber do vosso Amor a posse  eterna de vós mesmo. Não quero outro Trono nem outra Coroa senão a Vós, ó meu Bem-Amado!…

Aos vossos olhos o tempo não é nada. Um só dia é como mil anos, podeis portanto num instante preparar-me para aparecer  diante do Vós…

A fim de viver num ato de perfeito Amor, ofereço-me como vítima de Holocausto ao vosso Amor Misericordioso, suplicando-vos que me consumais continuamente, deixando transbordar para a minha alma as ondas de ternura infinita que estão encerradas em Vós para que assim em me torne Mártir do vosso Amor,  ó meu Deus!…

Que este martírio, depois de me ter preparado para aparecer diante de Vós, me faça enfim morrer e que a minha alma se arremesse sem demora no eterno abraço do Vosso Misericordioso Amor, ó meu Deus!…

Eu quero, ó meu Bem – Amado, a cada pulsação do meu coração renovar-vos esta oferenda um número infinito de vezes até que, tendo-se desfeito as sombras, eu possa repetir-vos o meu Amor num Face a Face Eterno!….

Festa da Santíssima Trindade.
9 de junho do ano de 1895.


São João Paulo II

Hoje celebramos São João Paulo II, amado papa que durante 27 anos conduziu o rebanho de Cristo. Ao longo do seu pontificado trabalhou incessantemente. Durante muitos anos foi um homem com uma atividade intensa. Mas, depois, a doença faz-se sentir, com seu peso e suas limitações.

E esse é também um grande testemunho: A sua vida, nos últimos anos, foi uma verdadeira catequese da dor. Hoje, no mundo contemporâneo, escondem-se quem sofre e os sofrimentos. Mas o sofrimento é uma parte essencial da vida humana. João Paulo II mostrou com o seu sofrimento pessoal o cristianismo como religião do Crucificado.
Devorado pelos tormentos e pelas dores, João Paulo II conseguiu transformar o seu corpo num instrumento de comunicação.

Ele sempre acreditara que, com o apóstolo Paulo, a força do cristão se manifesta na fraqueza. A sua paciência diante da doença tornou-se pedagogia de massa.
O seu sofrimento é visível, ele nada esconde, depois de uma traqueostomia, tem dificuldade de falar e se comunica por escrito. No dia da Páscoa aparece à janela, mas não consegue falar, apenas sussurra: “Não tenho voz.”
No dia 2 de abril, sussurra: “Deixai-me ir para o Senhor.” E é assim que morre esse grande Santo da Igreja.
Mas assim como sua vida, sempre no meio da multidão, ele não morre só. A multidão reuniu-se na Praça São Pedro e sua morte acontece no seu apartamento que se alarga à praça cheia e em oração e, através da mídia, ao mundo.

Morre na vigília do domingo dedicado à “Divina Misericórdia”



quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - Intercessão

"Ouvi falar de um grande criminoso que acabava de ser condenado à morte por crimes horríveis. Tudo fazia crer que morreria impenitente. Quis, a qualquer custo, impedi-lo de cair no inferno. 
Para conseguir, usei de todos os meios imagináveis: sentindo que, de mim mesma, nada poderia, ofereci a Deus os méritos infinitos de Nosso Senhor, os tesouros da santa Igreja, enfim, pedi a Celina para mandar celebrar uma missa nas minhas intenções, não ousando pedi-la eu mesma, temendo ser obrigada a dizer que era para Pranzini, o grande criminoso. Não queria, tampouco, dizê-lo a Celina, mas insistiu com tanta ternura que lhe confiei meu segredo; longe de zombar de mim, pediu para ajudar a converter meu pecador. Aceitei com gratidão, pois teria desejado que todas as criaturas se unissem a mim para implorar a graça para o culpado. 
No fundo do meu coração, tinha certeza de que nossos desejos seriam atendidos. Mas, a fim de ter coragem para continuar a rezar pelos pecadores, disse a Deus estar segura de que Ele perdoaria o pobre infeliz Pranzini, que acreditaria mesmo que não se confessasse e não desse sinal nenhum, de arrependimento, enorme era minha confiança na misericórdia infinita de Jesus, mas lhe pedia apenas um sinal de arrependimento, para meu próprio consolo... 
Minha oração foi atendida ao pé da letra! Apesar da proibição de papai de lermos jornais, não pensava desobedecer lendo as passagens que falavam de Pranzini. No dia seguinte à sua execução, cai-me às mãos o jornal La Croix. Abro-o apressada e o que vejo?... Ah! minhas lágrimas traíram minha emoção e fui obrigada a me esconder... Pranzini não se confessou, subiu ao cadafalso e preparava-se para colocar a cabeça no buraco lúgubre quando, numa inspiração repentina, virou-se, apanhou um Crucifixo que lhe apresentava o sacerdote e beijou por três vezes suas chagas sagradas!... Sua alma foi receber a sentença misericordiosa Daquele que declarou que no Céu haverá mais alegria por um só pecador arrependido do que por 99 justos que não precisam de arrependimento!..."

História de uma Alma

Milagre para a Beatificação de Carlos da Áustria

Irmã Maria Zita Gradowska nasceu na Polônia e quando tinha cerca de 25 anos, entrou na comunidade religiosa das Filhas da caridade de São Vicente de Paulo e em 1927, chegou ao Brasil.
Mesmo durante sua juventude, quando ainda vivia na Polônia, Irmã Maria Zita sofria de dores nas pernas – primeiro na direita; depois, também, na esquerda. Em 1944, enquanto descia as escadas, sentiu, repentinamente, uma forte dor na perna direita (ruptura de uma artéria que levou a hemorragias internas). A partir daí seu estado só foi piorando, passou por diversos tratamentos e cirurgias e nada fazia melhorar suas dores.
A partir de 1960, caminhar tinha se tornado insuportável e não podia subir ou descer escadas. Por fim, em novembro de 1960, não conseguia mais levantar-se e sair da cama, e as injeções e unguentos prescritos pelo médico não lhe davam nenhum alívio, nem lhe permitiam que voltasse a andar de novo.
Por essa época, outra Irmã, que era assistente da Madre Superiora, recebeu alguns folhetos, contendo narrativas sobre a vida do Servo de Deus Imperador Carlos da Áustria, com orações para sua beatificação. A Irmã Maria Zita foi, naturalmente, informada a respeito disso, mas não deu muita atenção, pois sentia pouca simpatia pela Dinastia dos Habsburgo. Sua imobilidade forçada e a iminente ausência de uma Irmã levaram-na a se sentir muito desassossegada, conforme disse às outras Irmãs. Então, mais uma vez, foi-lhe aconselhado para pedir a intercessão do Servo de Deus para uma resposta favorável de cura à sua enfermidade. No fundo, não tinha nenhuma intenção de seguir este conselho. Às nove horas daquela mesma noite, sua perna direita foi tratada como de costume e também lhe foi dado um sedativo para que pudesse dormir.
Apesar do sedativo, Irmã Maria Zita não conseguiu adormecer devido às fortíssimas dores que sentia. Então, veio-lhe a ideia de que, talvez, Deus quisesse que o Servo de Deus fosse glorificado e, assim, fez uma breve e tímida oração pedindo sua intercessão e prometeu iniciar, no dia seguinte, uma novena com a intenção de obter a graça da beatificação do Servo de Deus. Depois da oração, ela conseguiu facilmente dormir, pois a dor que a mantinha acordada tinha cessado. Durante a noite, acordou sem sentir nenhuma dor e voltou a dormir imediatamente.
Às cinco horas da manhã seguinte, acordou com o sino da comunidade e descobriu, para sua surpresa, que não estava sentindo mais nenhuma dor, que a bandagem, via de regra atada bem fortemente ao redor da ferida, tinha caído até o calcanhar e que a ferida estava completamente coberta com uma crosta seca. Teve condições de se levantar de imediato, ir à capela, ajoelhar-se num genuflexório e participar das práticas devocionais com as demais Irmãs. Desde então, ela pôde levar avante seu trabalho sem dores e sem impedimentos, e pouco tempo depois, a crosta que se formou em cima do inchaço, na parte inferior de sua perna, caiu por si mesma. A partir desta época, Irmã Maria Zita Gradowska não teve mais nenhum problema com sua circulação venosa ou inchaços nas pernas por toda a sua vida, pois foram curados como descrevemos acima.
Aos 20 de dezembro de 2003, o Santo Padre assinou um decreto proclamando a miraculosa cura de Irmã Maria Zita Gradowska.


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - Canto de gratidão à Nossa Senhora

Desde o começo, ó Mãe, de minha vida,
Vós me tomastes entre vossos braços
E, a partir desse dia, Mãe querida,
Sempre me protegeis aqui embaixo.
Para me conservar sempre inocente,
me reservastes um ninho sagrado,
Guardando minha infância ternamente
À sombra de claustro abençoado.
Anos mais tarde, já na juventude,
Escutei de Jesus o suave apelo
E Vós, com maternal solicitude,
Me mostrastes o rumo do Carmelo.
“Pelo teu Salvador vem imolar-te”
— Me dizíeis, então, com muito amor —,
“Serás feliz comigo em qualquer parte,
Vem imolar-te por teu Salvador!”
Junto de vós, ó Mãe tão adorada,
Descansou, afinal, meu coração;
Eu desta terra não desejo nada,
Só em Jesus acharei consolação!
Se, por vezes, caio na tristeza,
E vãos temores ousam me assaltar,
Sempre, Mãe, sustentando-me a fraqueza,
Dignai-vos vir a fim de me abençoar.
Concedei-me ser sempre fiel
A meu Jesus, divino Esposo!
Que, um dia, sua doce voz me chame
A voar para o seio dos eleitos
.
Então, sem mais exílio ou sofrimento,
Hei de entoar no Céu
A canção de meu reconhecimento,
Amável Rainha do Carmelo!
16 de julho de 1894

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus - Jogar Flores



Jogar flores, Jesus, eis aí minhas armas 
Quando quero lutar para salvar pecadores;
Nesta batalha venço… e sempre Te desarmo
Com minhas flores!…

As pétalas da flor, acariciando Tua Face,
Vão dizendo que é Teu este meu coração.
Compreendes o que diz minha rosa esfolhada
Sorrindo ao meu amor!

Jogar Flores, repetindo Teus louvores,
Só tenho este prazer neste vale de dores…
Daqui a pouco, no céu, estarei com os Teus anjos
Jogando Flores!…

A Nossa Senhora das Vitórias, Rainha das virgens, dos apóstolos e dos mártires
Vós que realizais minha esperança,
Escutai, doce Mãe o humilde canto,
Canção minha de amor e gratidão
Que vem do coração de vossa filha…

Vós que , um dia, me unistes para sempre
À trabalhosa ação de um Missionário,
Pela oração que cria laços,
De um amor vinculado ao sofrimento.

Compete a ele atravessar a terra
Para pregar o nome de Jesus.
Ficarei à sombra do mistério,
Praticando virtudes pequeninas.

Reclamo para mim o sofrimento.
Meu amor, meus desejos são de cruz…
Para ajudar a salvar uma só alma,
Mil vezes gostaria de morrer!…

Por ele que conquista almas para Deus,
Desejo imolar-me no Carmelo.
E por meio dele espalharei as chamas
Que Jesus Cristo trouxe lá do Céu.

Por meio dele, ó encantador mistério,
Até lá no Su-tchuen oriental,
Posso conseguir tornar amado
O nome virginal da Mãe querida!…

Dentro de minha solidão profunda,
Quero, Mãe, ganhar os corações.
E por meio de vosso Apóstolo distante,
Poderei converter os pecadores.

Por meio dele a água santa do batismo
Transformará a criança de um só dia
Num templo consagrado ao próprio Deus,
Que nele irá habitar com Seu amor.

Quero povoar, com pequeninos anjos,
O céu morada eterna e reluzente…
Por ele falanges infantis
Irão em revoada para o céu!…
A palma do martírio que almejo,
Por meio dele poderei colher.
Ó que bela esperança, Mãe Querida:
Irei me tornar irmã de um Mártir!!!

Quando deixar o exílio desta vida,
No entardecer da luta gloriosa,
Iremos saborear, juntos na Pátria,
Frutos que, como apóstolos, colhemos.

Pertence a ele a glória da vitória
Diante dos exércitos dos santos;
A mim… basta o reflexo de sua glória
Por toda a eternidade, lá nos céus!…

16 de julho de 1896

Santa Laura de Córdoba

Laura viveu no século IX na cidade de Córdoba e era de uma nobre família. Foi casada com um importante funcionário do emirado independente cordobês e ao enviuvar, entrou no Mosteiro de Santa Maria de Cuteclara, vizinho de Córdoba, chegando inclusive a ser abadessa em 856, sucedendo Santa Áurea.
     
Quando começou uma grande perseguição muçulmana contra os cristãos, Laura proclamou publicamente sua fé católica e o emir Muhammad I mandou prendê-la e açoitar. Ao verem que ela não renegava o Cristianismo, foi levada perante o tribunal islâmico, processada e condenada a morrer em um banho de óleo fervente. Depois de três horas de atrozes sofrimentos, entregou sua alma a Deus, no dia 19 de outubro de 864.

Embora haja poucas informações sobre esta Santa, o seu culto se expandiu enormemente e o seu nome é muito difundido em toda a Europa. Muitos estudiosos acreditam que o seu nome derive do Latim, ‘laurus’: ‘loureiro’ (árvore) símbolo de sabedoria e de glória. Também pode ter como origem a ‘coroa de louros’ ou ‘laurel’, que significa ‘vitória, triunfo’, pois das folhas daquela árvore eram feitas coroas que cingiam a cabeça dos vencedores de jogos e de torneios poéticos. Nos tempos dos romanos era mais comum encontrar o nome Laurência do que Laura.

O Martirologio Espanhol narra que durante a ocupação muçulmana Laura recusou abjurar a Fé cristã. Ela faz parte do grupo dos 48 Mártires de Córdoba. Sua festividade se celebra no dia de hoje.



sábado, 17 de outubro de 2015

Santo Inácio de Antioquia

Embora tenha nascido em Antioquia, na Turquia, o nome Inácio deriva do latim: igne = fogo, e natus = nascido. Ignatius é bem o homem nascido do fogo, ardente, apaixonado pelo Cristo, pela Igreja, pela unidade e pelo desejo de imitação de seu mestre. 
Inácio tornou-se célebre por sua peregrinação forçada, em cadeias, de Antioquia a Roma, por volta dos anos 107-110. Nas paradas que fazia para descanso, escrevia cartas às comunidades que o tinham recebido ou que lhe enviara uma embaixada com saudações.

O tema central das suas cartas é a União:
-         União com Deus;
-         União com Cristo;
-         União com o Bispo;
-         União entre os cristãos.

É esta união a fonte viva onde Inácio alimenta o desejo ardente de imitar o Cristo em sua paciência até a morte, o martírio.

Carta a Policarpo de Esmirna.

Inácio, também chamado Teóforo, a Policarpo, bispo da Igreja dos esmirnenses, ou antes àquele que tem a Deus-Pai e ao Senhor Jesus Cristo como o bispo os melhores votos de felicidades.

1. Dando acolhida a teus sentimentos em Deus, me rejubilo exaltado, porque eles estão fundados numa rocha inabalável e porque eu fui julgado digno de contemplar teu rosto puro, gozo este que gostaria de perpetuar em Deus. Pela graça de que estás revestido, eu te exorto a acelerar ainda teu passo e a exortar também os outros para que se salvem. Justifica tua posição, empenhando-te todo: física e espiritualmente. Cuida da unidade; nada melhor do que ela. Promove a todos como o Senhor te promove; suporta a todos com amor, como aliás o fazes. Dispõe-te para orações ininterruptas; pede ainda maior inteligência do que já tens; sê vigilante, dono de um espírito sempre alertado. Fala a cada qual no estilo de Deus. Vai levando as enfermidades de todos como atleta consumado. Quanto maior o labor, maior o lucro.

2. Se te agradares dos bons discípulos não terás méritos, submete antes com doçura os contaminados. Nem toda ferida se cura com o mesmo emplastro. Crises violentas acalmam-se com compressas úmidas. Faze-te prudente como serpente em todos os assuntos, sempre simples como a pomba. Por isso é que és carnal e espiritual, para atraíres a teu rosto o que te aparece ante os olhos. As coisas invisíveis, pede que te sejam reveladas, para que não te chegue a faltar nada e tenhas toda graça em abundância. O tempo atual exige tua presença, para chegares até Deus, assim como os pilotos anelam pelos ventos e os açoitados da tempestade pelo porto. Sê sóbrio como atleta de Deus. O premio é a incorruptibilidade e a vida eterna, do que aliás já te convenceste. Em todos os sentidos, somos teu resgate eu e minhas cadeias que te são caras.

3. Aqueles que parecem dignos de fé e, no entanto, ensinam o erro não te abalem. Mantém-te firme como bigorna sob os golpes. É próprio de um grande atleta receber pancadas e vencer. Não tenhas nenhuma dúvida, temos que suportar tudo pela causa de Deus, para que também Ele nos suporte. Torna-te ainda mais zeloso do que és; aprende a conhecer os tempos. Aguarda o que está acima do oportunismo, o atemporal, o invisível que por nossa causa se fez visível, o impalpável, o impassível que por nós se fez passível, o que de todos os modos por nós sofreu!.

4. Viúvas não fiquem desatendidas; depois do Senhor, providencia tu por elas. Nada se faça sem o teu consentimento; nada faças tu sem Deus; o que aliás não fazes. Sê firme. As reuniões sejam freqüentes; pro­cura a todos, um por um. Não trates com sobranceria a escravos e escravas; também eles não se encham de orgulho, mas sirvam com mais dedicação para a glória de Deus, a fim de alcançarem da parte de Deus uma liberdade melhor. Que não se inflamem sabendo que poderiam libertar-se à custa da comunidade, a fim de não acabarem por escravizar-se à cobiça.

5. Foge às más artes, prega antes contra elas. Fala às minhas irmãs, que amem o Senhor e se contentem com os maridos na carne e no espírito. Da mesma forma, recomenda aos meus irmãos em nome de Jesus Cristo que amem suas esposas como o Senhor ama a Igreja. Se alguém é capaz de perseverar na castidade em honra da carne do Senhor, persevere sem orgulho. Caso se orgulhar, está perdido; se ainda for tido como mais do que o Bispo, está corrompido. Convém aos homens e às senhoras que casam contraírem a união como consentimento do bispo, a fim de que o casamento se realize segundo o Senhor e não conforme a paixão. Tudo se faça para honra de Deus.

6. Atendei ao bispo para que Deus vos atenda. Ofereço-me como resgate daqueles que se sujeitam ao bispo, aos presbíteros e diáconos. Com eles me seja concedido ter parte em Deus. Labutai uns ao lado dos outros, lutai juntos, correi, sofrei, dormi, acordai unidos, como administradores de Deus, como Seus assessores e servos. Procurai agradar Aquele sob cujo estandarte combateis, de quem igualmente recebeis o soldo. Que não se encontre desertor entre vós. Vosso batismo há de permanecer como escudo, a fé como capacete, o amor como lança, a paciência como armadura. Vossos fundos de reserva são vossas obras, para receberdes um dia os vencimentos devidos. Sede pois magnânimos uns com os outros na doçura, como Deus o é convosco. Oxalá possa alegrar-me convosco sempre.

7. Uma vez que a Igreja em Antioquia da Síria goza de paz, como me foi participado, graças a vossas orações, também eu me encorajei mais, pela confiança em Deus; contanto que me encontre com Ele pelo sofrimento e assim no dia da ressurreição possa ser contado como vosso discípulo. Convém, ó Policarpo feliz em Deus, convocar uma reunião agradável a Deus e es­colher alguém, tido como especialmente querido e incansável, para poder chamar-se estafeta de Deus; encarregar pois a um tal de viajar para a Síria e aí celebrar vossa caridade infatigável para a glória de Deus. Um cristão não tem poder sobre si mesmo, mas está à disposição de Deus. Esta obra é de Deus e vossa, caso a leveis ao fim. Confio na graça, que estejais prontos para uma obra boa que convém a Deus. Conhecendo vosso zelo pela verdade, acabei por exortar-vos com essas poucas linhas.

8. Uma vez que não pude escrever a todas as Igrejas, por ter que partir apressadamente de Trôade para Nápoles, como manda a vontade de Deus, escreverás às Igrejas mais do Oriente, pois que possuis o espírito de Deus, a fim de que elas também façam o mesmo: umas - as que podem - enviando mensageiros, as outras por sua vez cartas através de enviados teus. Assim sereis enaltecidos por uma obra imperecível, como bem o mereces. Saudações a todos nominalmente, também à viúva de Epitropos com toda a família e filhos. Saudações a Átalo meu amigo; saudações àquele que for julgado digno de viajar à Síria. A graça há de estar sempre com ele e com Policarpo que o envia. Faço votos que passeis bem para sempre em nosso Deus Jesus Cristo, no qual haveis de permanecer na união com Deus e o bispo. Saudações a Alceu, que me é tão caro. Passar bem no Senhor.

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