sexta-feira, 30 de junho de 2017

30 de junho - Beato Januário Maria Sarnelli

"Santificar a Cristo como Senhor em vossos corações" (1 Pd 3, 15). Estas palavras da Carta de São Pedro também lançam luz sobre a intensa e frutuosa atividade apostólica que Januário Maria Sarnelli, redentorista, deixado tanto nas pregações às pessoas quanto nos seus numerosos escritos. A comunhão íntima e pessoal que teve com Cristo era a fonte constante de seu zelo pastoral incansável.

Sua vida humana e religiosa, como a de Santo Afonso Maria de Ligório de quem ele era um amigo e colaborador, foi expressa de uma forma particular, em uma acentuada sensibilidade em relação aos pobres, aproximou-os à luz da sua realidade como filhos de Deus.

Sua evangelização era caracterizada por grande dinamismo: ele foi capaz de conciliar o compromisso missionário com o de escritor e o ministério sacerdotal, não menos desafiador, conselheiro e guia espiritual. Enquanto prosseguia nos padrões culturais da época, o novo Beato nunca negligenciou a procurar formas renovadas de evangelização para enfrentar os desafios emergentes. E por que, apesar de ter vivido em um período histórico em muitos aspectos longe do nosso, Januário Maria Sarnelli pode ser encaminhado para a comunidade cristã de hoje, no limiar do novo milênio, como apóstolo  que se abriu para receber toda inovação útil para um anúncio mais incisivo da mensagem perene de salvação.


Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 12 de maio de 1996

Januário Maria Sarnelli, filho do Barão de Ciorani, nasceu em Nápoles no dia 12 de setembro de 1702.
Quando tinha 14 anos, acompanhou a beatificação de Francisco Régis e decidiu tornar-se um jesuíta. Foi logo desencorajado por seu pai, devido a sua pouca idade. Começou então os estudos de jurisprudência e se doutorou em leis eclesiásticas e civis em 1722. Logo se destacou na Associação dos Advogados e se inscreveu na Ordem dos Cavaleiros das Profissões Médico-Legais, dirigida pelos Pios Operários em São Nicolau de Toledo. Entre as normas desta associação, havia a obrigação de visitar os doentes no Hospital dos Incuráveis. E foi neste ambiente que ele se sentiu chamado ao sacerdócio.

Em setembro de 1728, tornou-se seminarista e foi encardinado pelo Cardeal Pignatelli, como clérigo na paróquia de Santana di Palazzo. No dia 4 de junho de 1729, com o objetivo de estudar em condições mais favoráveis, tornou-se interno no Colégio da Sagrada Família, conhecido como o Colégio Chinês, fundado por Mateus Ripa. No dia 8 de abril do ano seguinte, deixou o colégio e no dia 5 começou o noviciado na Congregação das Missões Apostólicas.

No dia 28 de maio de 1731, concluiu seu noviciado e a 8 de julho do ano seguinte, foi ordenado sacerdote. Durante esses anos, além de visitar o hospital, ele se empenhou em ensinar catecismo às crianças que já eram obrigadas a trabalhar. Visitava também os velhinhos no Asilo de São Januário e os condenados perpétuos e que se encontravam internados por doenças. Nesses anos, ele desenvolveu uma amizade com Santo Afonso de Ligório e entrou em contato com seu apostolado. Juntos eles se dedicaram a ensinar catecismo aos leigos adultos, organizando reuniões à noite.

Após sua ordenação, foi designado pelo Cardeal Pignatelli, Diretor de Instrução Religiosa na paróquia de São Francisco e São Mateus, no Bairro Espanhol. Tornando-se consciente e preocupado com a realidade gritante da corrupção de meninas, decidiu canalizar suas energias contra a prostituição. Neste mesmo período (1733), ele corajosamente defendeu seu amigo, Afonso de Ligório, contra críticas infundadas e injustas, após a fundação da Congregação Missionária do Santíssimo Redentor, em Scala, no dia 9 de novembro de 1732. 
Em junho de 1733, tendo ido a Scala para ajudar os Redentoristas na missão de Ravello, decidiu tornar-se também Redentorista, continuando ao mesmo tempo a ser membro das Missões Apostólicas. Após sua entrada para a Congregação, em abril de 1736, ele se dedicou sem restrições às missões paroquiais e a escrever. Escreveu principalmente em defesa das "meninas em perigo". Também escreveu sobre a vida espiritual. Trabalhava a tal ponto que chegou à beira da morte. Com o consentimento de Santo Afonso, voltou a Nápoles para tratamento da saúde e lá retomou seu apostolado de recuperação das prostitutas.

Fazendo um apostolado redentorista juntamente com as Missões Apostólicas, ele incentivou a meditação em comum junto aos leigos, ao publicar "O Mundo Santificado". Fez também campanhas contra a blasfêmia, em outro livro que escreveu. Em 1741 participou com Santo Afonso na grande missão pregada nos arredores de Nápoles, em preparação à visita canônica do Cardeal Spinelli. Apesar da precariedade de sua saúde, continuou a pregar até o fim de abril de 1744, quando sua saúde decaiu e ele muito doente voltou a Nápoles, onde morreu no dia 30 de junho com a idade de apenas 42 anos. Seu corpo jaz na igreja de Ciorani, a primeira igreja redentorista.

Januário Maria Sarnelli nos deixou 30 escritos, entre meditações, teologia mística, direção espiritual, leis, pedagogia, temas morais e pastorais. Devido a seus trabalhos sociais em defesa da mulher, é considerado um dos mais importantes autores que tratou deste assunto na Europa, na primeira metade do século dezoito.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

29 de junho - Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo


“Desde as épocas mais antigas, a Igreja de Roma celebra a solenidade dos grandes Apóstolos Pedro e Paulo como única festa no mesmo dia, 29 de Junho. Através do seu martírio, eles tornaram-se irmãos; ao mesmo tempo, são os fundadores da nova Roma cristã. É assim que os canta o hino das segundas Vésperas, que remonta a Paulino de Aquileia (+806): 
"Ó Roma Felix Roma feliz, adornada de púrpura pelo sangue precioso de Príncipes tão excelsos. Tu ultrapassas toda a beleza do mundo, não por teu mérito, mas pelo mérito dos santos que mataste com a espada sangrante".

O sangue dos mártires não invoca vingança, mas reconcilia. Não se apresenta como acusação, mas como "luz áurea", segundo as palavras do hino das primeiras Vésperas: apresenta-se como força do amor que supera o ódio e a violência, fundando assim uma nova cidade, uma nova comunidade. Em virtude do seu martírio, agora eles Pedro e Paulo fazem parte de Roma: mediante o martírio, também Pedro se tornou cidadão romano para sempre. Através do martírio, pela sua fé e pelo seu amor, os dois Apóstolos indicam onde está a verdadeira esperança, e são fundadores de um renovado tipo de cidade, que deve formar-se sempre de novo no meio da antiga cidade humana, que continua a ser ameaçada pelas forças opostas do pecado e do egoísmo dos homens.

Em virtude do seu martírio, Pedro e Paulo estão em relacionamento recíproco para sempre. Uma das imagens preferidas pela iconografia cristã é o abraço entre os dois Apóstolos a caminho do martírio. Podemos dizer: no mais íntimo, o seu próprio martírio é a realização de um abraço fraterno. Eles morrem pelo único Cristo e, no testemunho pelo qual dão a vida, são um só. Nos escritos do Novo Testamento podemos, por assim dizer, seguir o desenvolvimento do seu abraço, a realização da unidade no testemunho e na missão.

Tudo começa quando Paulo, três anos depois da sua conversão, vai a Jerusalém "para conhecer Cefás" (Gl 1, 18). E volta a Jerusalém, 14 anos depois, para expor "às pessoas mais notáveis" o Evangelho que ele anuncia, para não arriscar a "correr ou ter corrido em vão" (Gl 2, 1s.). No final deste encontro, Tiago, Cefás e João estenderam a mão, confirmando deste modo a comunhão que os congrega no único Evangelho de Jesus Cristo (cf. Gl 2, 9). Encontro um bonito sinal deste abraço interior em crescimento, que se desenvolve apesar da diversidade dos temperamentos e das funções, no facto de que os colaboradores mencionados no final da Primeira Carta de São Pedro Silvano e Marcos são colaboradores igualmente estreitos de São Paulo. Na união dos colaboradores torna-se visível de modo muito concreto a comunhão da única Igreja, o abraço dos grandes Apóstolos.


Pedro e Paulo encontraram-se em Jerusalém pelo menos duas vezes; no final, o percurso de ambos termina em Roma.
Por que? É porventura isto mais do que um simples caso?
Há nisto, acaso, uma mensagem duradoura?
Paulo chegou a Roma como prisioneiro, mas ao mesmo tempo como cidadão romano que, depois de ter sido preso em Jerusalém, precisamente como cidadão recorreu ao imperador, a cujo tribunal foi levado. Mas num sentido ainda mais profundo, Paulo veio voluntariamente a Roma. Mediante a mais importante das suas Cartas, já se tinha aproximado interiormente desta cidade: à Igreja de Roma tinha dirigido o escrito que, mais que todos os outros, é a síntese de todo o seu anúncio e da sua fé. Na saudação inicial da Carta diz que o mundo inteiro fala da fé dos cristãos de Roma, e que esta fé, portanto, é conhecida em toda a parte como exemplar (cf. Rm 1, 8). E depois escreve: "Quero que saibais que muitas vezes pensei em visitar-vos, mas até agora fui impedido" (Rm 1, 13). No final da Carta retoma este tema, falando agora do seu programa de ir até à Espanha. "Quando eu for à Espanha, espero ver-vos por ocasião da minha passagem. Espero também receber a vossa ajuda para ir até lá, depois de ter desfrutado um pouco a vossa companhia" (15, 24). "Sei que, indo até vós, irei com a plenitude da bênção de Cristo" (15, 29).

Aqui, tornam-se evidentes duas coisas: Roma é para Paulo uma etapa a caminho da Espanha, ou seja segundo o seu conceito do mundo rumo à extremidade da terra. Considera como sua missão a realização da tarefa recebida de Cristo, de anunciar o Evangelho até aos extremos confins do mundo. Roma encontra-se neste percurso. Embora, em geral, Paulo vá somente aos lugares onde o Evangelho ainda não tinha sido anunciado, Roma constitui uma exceção. Ali ele encontra uma Igreja de cuja fé o mundo fala. O fato de ter ido a Roma faz parte da universalidade da sua missão como enviado para junto de todos os povos. O caminho para Roma, que já antes da sua viagem externa ele tinha percorrido interiormente com a sua Carta, faz parte integrante da sua tarefa de levar o Evangelho a todos os povos de fundar a Igreja católica universal. O fato de ter ido a Roma é para ele expressão da catolicidade da sua missão. Roma deve tornar visível a fé ao mundo inteiro, deve ser o lugar do encontro na única fé.

Mas por que motivo Pedro foi a Roma? Sobre isto, o Novo Testamento não se pronuncia de modo direto. Todavia, oferece-nos algumas indicações. O Evangelho de São Marcos, que podemos considerar um reflexo da pregação de São Pedro, está intimamente orientado para o momento em que o centurião romano, diante da morte de Jesus Cristo na cruz, diz: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!" (15, 39). Junto da Cruz revela-se o mistério de Jesus Cristo. Aos pés da Cruz nasce a Igreja dos povos: o centurião do pelotão romano de execução reconhece em Cristo o Filho de Deus. Os Atos dos Apóstolos descrevem como etapa decisiva para a entrada do Evangelho no mundo dos pagãos, o episódio de Cornélio, o centurião da corte itálica. Por uma ordem de Deus, ele manda alguém ter com Pedro que, seguindo também este uma ordem divina, vai à casa do centurião e prega. Enquanto ainda está a falar, o Espírito Santo desce sobre a comunidade doméstica congregada e Pedro diz: "Poderá alguém recusar a água do batismo aos que receberam o Espírito, como nós?" (At 10, 47). Assim no Concilio dos Apóstolos, Pedro torna-se para a Igreja o intercessor dos pagãos, que não tem necessidade da Lei, porque Deus "purificou o seu coração mediante a fé" (At 15, 9). Sem dúvida, na Carta aos Gálatas Paulo diz que Deus infundiu em Pedro a força para o ministério apostólico entre os circuncisos, e em Paulo para o ministério no meio dos pagãos. Mas esta designação só podia entrar em vigor, enquanto Pedro permanecesse com os Doze em Jerusalém, na esperança de que Israel inteiro aderisse a Cristo. Perante um desenvolvimento ulterior, os Doze reconheceram a hora em que também eles tinham que partir para o mundo inteiro, para lhe anunciar o Evangelho. Pedro que, segundo a ordem de Deus, foi o primeiro a abrir a porta aos pagãos, agora deixa a presidência da Igreja cristão-judaica a Tiago, o Menor, para se dedicar à sua verdadeira missão: ao ministério para a unidade da única Igreja de Deus, formada por judeus e pagãos.

O desejo de São Paulo de ir a Roma sublinha como vimos entre as características da Igreja sobretudo a palavra"catholica". O caminho de são Pedro para Roma, como representante dos povos do mundo, insere-se sobretudo sob a palavra "una": a sua tarefa consiste em criar a unidade da catholica,da Igreja formada por judeus e pagãos, da Igreja de todos os povos.

E esta é a missão permanente de Pedro: fazer com que a Igreja nunca se identifique com uma só nação, com uma única cultura nem com um só Estado.


Que seja sempre a Igreja de todos. Que reúna a humanidade para além de todas as fronteiras e, no meio das divisões deste mundo, torne presente a paz de Deus e a força reconciliadora do seu amor. Graças à técnica igual em toda a parte, graças à rede mundial de informações e graças, também, à ligação de interesses comuns, hoje no mundo existem novas formas de unidade, que porém fazem explodir também novos contrastes e dão um renovado ímpeto aos antigos. No meio desta unidade exterior, fundamentada nos bens materiais, temos ainda mais necessidade da unidade interior, que provém da paz de Deus unidade de todos aqueles que, mediante Jesus Cristo, se tornaram irmãos e irmãs. Esta é a missão permanente de Pedro e também a tarefa especifica confiada à Igreja de Roma. “

Papa Bento XVI  - Domingo, 29 de Junho de 2008

Santo Agostinho nos fala desta Solenidade: Estes mártires viram o que pregaram

quarta-feira, 28 de junho de 2017

28 de junho - Santa Vincenza Gerosa

"Quem conhece o Crucifixo, conhece tudo; que não conhece o Crucifixo não conhece nada.”

Caterina Gerosa nasceu em Lovere, perto de Bergamo, em 29 de outubro de 1784. Por causa de sua saúde debilitada, passou a infância na oficina de seu pai. Reservada e tímida, já neste momento, a sua modéstia a fez viver uma espiritualidade simples e comum, feita da escuta da missa diária. 
Os anos seguintes invasão da Itália por Napoleão marcaram profundamente sua vida, tanto pelas dificuldades econômicas, tanto com a morte de seu pai, sua irmã Francesca e, finalmente, em 1814, a sua mãe. No entanto Caterina, com um coração corajoso, aceitou esses eventos como a vontade de Deus e sofreu no silêncio do seu coração. Com a constância da oração ela se envolveu na Paróquia, organizado oratório de mulheres com reuniões, retiros e escolas de práticas de trabalho doméstico. 

Depois de enfrentar muitos problemas familiares e dificuldades econômicas, ela se dedicou a servir na paróquia de São Jorge, sob a orientação do pároco, Padre Rusticiano Barboglio. A sua direção espiritual foi confiada a uma jovem professora, Bartolomea Capitanio: com ela Caterina dividiu o cuidado dos doentes em um hospital fundado graças aos seus próprios fundos econômicos, em seguida, entrou na vida religiosa, em 21 de novembro de 1822.

Com a morte de Bartolomea, em julho de 1833, Caterina inicialmente pensou em abandonar o trabalho, mas depois reconheceu que Deus queria de outra forma. Com a profissão religiosa, tomou o nome de Irmã Vincenza, em honra de São Vicente de Paula. Nos anos que se seguiram supervisionou o desenvolvimento da instituição, que ficou conhecida pelo nome de Irmãs da Caridade, e ao qual foi introduzido mais tarde a designação "Maria Bambina". Ela morreu em Lovere  no dia 20 de junho de 1847.
Bartolomea e irmã Vincenza foram canonizadas juntas no dia 18 de maio de 1950 pelo Papa Pio XII. As Irmãs de Maria Bambina, na diocese de Milão, Bérgamo e Brescia as recordam conjuntamente em 18 de maio, enquanto no Martirológio Romano suas memórias são, respectivamente, em 26 de Julho e 28 de Junho.

Na biografia da Beata Vincenza, por ocasião da canonização conjunta, elas foram comparadas com uma águia e um boi, unidos. Claramente, o segundo animal foi comparado com a irmã Vincenza, cujo estilo disponível é observado em todos os testemunhos. Além da humildade inegável, ela deve ser elogiada também pela capacidade de reconhecer as feridas do Senhor em todas as dores que ladeavam, de modo a tornar-se proverbial, entre as irmãs e não apenas uma expressão, "Quem conhece o Crucifixo, conhece tudo; que não conhece o Crucifixo não conhece nada.”
Uma mensagem que ela ditou para suas irmãs com objetivo de ser uma frase que poderia servir não só para suas filhas espirituais, mas para quem está dedicado a um trabalho de caridade e educacional:

“Os jovens amam uma aparência alegre, abominam uma aparência séria. Garanto-vos que os homens não são anjos, e que a miséria é uma coisa para ser tratada com misericórdia.”


28 de junho - Frases de Santo Irineu de Lyon

O Verbo de Deus veio habitar entre os homens; fez-se “Filho do Homem” para habituar o homem a receber Deus e para habituar Deus a habitar no homem, como era do agrado do Pai.

Não teria Deus podido fazer o homem perfeito logo desde o princípio? Tudo é possível a Deus, que desde sempre é idêntico a si mesmo e que não foi criado. Mas os seres criados, porque a existência deles começou depois da de Deus, são necessariamente inferiores àquele que os criou... Porque são criados, não são perfeitos; quando chegam ao mundo, são como crianças e, tal como as crianças, não estão acostumados nem treinados para uma conduta perfeita... Naturalmente que Deus podia dar ao homem a perfeição desde o princípio; mas o homem era incapaz de a receber, porque era apenas uma criança.

“O Espírito Santo, que Deus havia prometido aos profetas para mudar os corações dos homens, chegou. Agora conhecemos profundamente a Jesus e a nossa conduta já não é a mesma. Agora, não só falamos de Jesus como realizamos as obras que Ele faz. Fomos transformados, conhecemos a vontade de Deus e possuímos a força para dar testemunho do Evangelho. Temos uma missão a cumprir no mundo e contamos com a Força suficiente para levá-la a cabo. O Espírito Santo é o amor que nos dá a intimidade com o Pai, com Jesus Cristo e conosco mesmos.

“A Virgem Maria foi obediente quando disse: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Pelo contrário, Eva foi desobediente, tendo desobedecido quando era ainda virgem. E assim como Eva, desobedecendo, se tornou causa de morte para si mesma e para todo o gênero humano, assim também Maria, tendo por esposo aquele que lhe tinha sido antecipadamente destinado mas mantendo-se virgem, se tornou, pela sua obediência, causa de salvação para si mesma e para todo o gênero humano. Porque o que foi ligado só pode ser desligado quando se desfaz o nó, de tal maneira que um primeiro nó é desatado por um segundo, tendo o segundo a função de desatar o primeiro.

“Porque a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus. Se a revelação de Deus pela criação já dá a vida a todos os seres que vivem na terra, quanto mais a manifestação do Pai pelo Verbo dá a vida aos que veem a Deus!
  
Santo Irineu de Lyon - Padre da Igreja, grego de nascimento, filho de pais cristãos, nasceu na ilha de Esmirna, no ano 130. Muito culto e letrado em várias línguas, Irineu foi ordenado por são Policarpo, que o enviou para a Gália, atual França, onde havia uma grande população de fiéis cristãos procedentes do Oriente. Lá, trabalhou ao lado de Fotino, o primeiro bispo de Lyon, que, em 175, o enviou a Roma para, junto do papa Eleutério, resolver a delicada questão doutrinal dos hereges montanistas. Esses fanáticos, vindos do Oriente, pregavam o desprezo pelas coisas do mundo, anunciando o breve retorno de Cristo para o juízo final.

Irineu morreu como mártir no dia 28 de junho de 202, em Lyon, e sua festa litúrgica ocorre nesta data. As relíquias de santo Irineu estão sepultadas, junto com os mártires da Igreja de Lyon, na catedral desta cidade.



terça-feira, 27 de junho de 2017

27 de junho - Frases de São Cirilo de Alexandria

"Convém que tenhamos os mesmos sentimentos uns para com os outros; se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, os demais se alegrem com ele."

"O corpo de Cristo dá a vida a todos os que dele participam; repele a morte dos que a ele estão sujeitos e os libertará da corrupção, porque possui em si mesmo a força que a elimina plenamente."

"Assim como a raiz faz chegar aos ramos a sua seiva natural, também o Unigênito de Deus concede aos homens, sobretudo aos que lhes estão unidos pela fé, o seu Espírito. Ele os conduz à santidade perfeita, comunica-lhes a afinidade e parentesco com sua natureza e a do Pai, alimenta-os na piedade e dá-lhes a sabedoria de toda virtude e bondade."

"Salve, ó Maria, Mãe de Deus, virgem e mãe, estrela e vaso de eleição! Salve, Maria, virgem, mãe e serva: virgem, na verdade, por virtude daquele que nasceu de ti; mãe por virtude daquele que cobriste com panos e nutriste em teu seio; serva, por aquele que amou de servo a forma! Como Rei, quis entrar em tua cidade, em teu seio, e saiu quando lhe aprouve, cerrando para sempre sua porta, porque concebeste sem concurso de varão, e foi divino teu parto"

"Assim que Cristo entra em nós com a sua própria carne, nós revivemos inteiramente; é inconcebível ou, mais ainda, impossível, que a vida não faça viver aqueles nos quais se introduziu. Tal como se cobre um tição ardente com um monte de palha para manter intacto o germe do fogo, assim nosso Senhor Jesus Cristo esconde a vida em nós pela sua própria carne e coloca aí como que uma semente de imortalidade, que afasta toda a corrupção que trazemos em nós."

São Cirilo de AlexandriaVenerado como santo tanto no Oriente como no Ocidente, em 1882 São Cirilo foi proclamado doutor da Igreja pelo Papa Leão XIII. 
Temos poucas informações sobre a vida de Cirilo antes de sua eleição à importante sede de Alexandria. Sobrinho de Teófilo, que desde o ano 385 como bispo regeu com mão firme e prestigio a diocese de Alexandria, Cirilo nasceu provavelmente nessa mesma cidade egípcia entre o ano 370 e 380. Depois abraçou a vida eclesiástica e recebeu uma boa educação, tanto cultural como teológica. Após a morte do seu tio Teófilo, sendo ainda jovem, Cirilo foi eleito no ano 412 como bispo da influente Igreja de Alexandria, governando-a com grande energia durante 32 anos, buscando afirmar sempre o primado em todo o Oriente, fortalecido também pelos laços tradicionais com Roma.

27 de junho - Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

O Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é de origem oriental, dizem que ele deve ter sido pintado no século XIII e que o pintor devia ser de origem grega, porque as letras das inscrições são gregas.
Em fins do século XV, um negociante roubou o quadro do altar onde estava, na Ilha de Creta, onde era venerado pelo povo cristão desde tempos imemoráveis. Ele tinha como objetivo vender o quadro por um bom preço.

Mal tinha o navio iniciado a viagem, desabou um terrível tempestade que ameaçava afundá-lo. Os tripulantes, no auge do desespero, sem saber que estavam transportando o quadro de Nossa Senhora, fizeram promessas a Deus e a Nossa Senhora e foram atendidos.
Assim, o negociante escapou milagrosamente, levando o quadro até Roma. Adoeceu mortalmente e procurou um amigo que cuidasse dele. Estando para morrer, revelou o segredo do quadro e pediu ao amigo que o devolvesse a uma igreja. O amigo, por causa da sua esposa, não quis desfazer-se de tão belo tesouro, tendo morrido sem cumprir a promessa.

Por último, a Santíssima Virgem apareceu a uma menina de seis anos, filha desta família romana, e disse-lhe:
“Dize a tua mãe e a teu avô que Santa Maria do Perpétuo Socorro vos admoesta que a leveis de vossa casa para uma igreja, senão morrereis dentro em pouco.”
A mãe obedeceu e o quadro foi entregue aos Agostinianos e colocado na Igreja de São Mateus, entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João Latrão  no dia 27 de março de 1499. Aí ele foi venerado durante 300 anos. Então a devoção começou a se divulgar em toda Roma.

Em 1798 a guerra atingiu Roma. O convento e a igreja, que estavam sob o cuidado dos Agostinianos irlandeses, foram quase totalmente destruídos. Parte dos agostinianos passou para um convento vizinho e levou consigo o quadro, onde ficou oculto por anos.

Em 1819, os Agostinianos se transferiram para a Igreja de Santa Maria in Postérula. Com eles foi a “Virgem de São Mateus”. Mas como “Nossa Senhora da Graça” era já venerada naquela igreja, o quadro foi posto numa capela interna do convento, onde ele permaneceu quase desconhecido, a não ser para o Irmão Agostinho Orsetti, um dos jovens frades provenientes de São Mateus.

Os anos corriam e parecia que o quadro estava para cair no esquecimento. Um jovem coroinha chamado Michele Marchi visitava muitas vezes a igreja de Santa Maria in Postérula e tornou-se amigo do Irmão Agostinho. Muito mais tarde, o então sacerdote Padre Michele escreveria:
 “Este bom Irmão costumava me falar com um certo ar de mistério e ansiedade, especialmente durante os anos 1850 e 1851, estas exatas palavras: ‘Veja bem, meu filho, você sabe que a imagem da Virgem de São Mateus está lá em cima na capela: nunca se esqueça dela, entende? É um quadro milagroso. Naquele tempo o Irmão estava quase totalmente cego.”

A redescoberta do ícone
Em Janeiro de 1855, os Missionários Redentoristas adquiriram “Villa Caserta” em Roma, fazendo dela a Casa Generalícia da sua Congregação missionária, que se tinha espalhado pela Europa ocidental e América do Norte. Nesta mesma propriedade junto à Via Merulana, estavam as ruínas da Igreja e do Convento de São Mateus. Sem perceber, eles tinham adquirido o terreno que, muitos anos antes, tinha sido escolhido pela Virgem para seu santuário entre Santa Maria Maior e São João de Latrão.

Começaram então a construção de uma igreja em honra do Santíssimo Redentor e dedicada a Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor. Em dezembro de 1855, um grupo de jovens começava seu noviciado na nova casa. Um deles era Michele Marchi.
Os Redentoristas estavam extremamente interessados na história da sua nova propriedade. A 7 de fevereiro de 1863, ficaram intrigados com os questionamentos de um pregador jesuíta, Padre Francesco Blosi, que num sermão falou de um ícone de Maria que “tinha estado na Igreja de São Mateus na Via Merulana e era conhecido como a Virgem de São Mateus, ou mais corretamente a Virgem do Perpétuo Socorro”.

Então, começaram a se perguntar onde poderia estar o quadro. Padre Marchi repetiu tudo o que ouvira do Irmão Agostinho Orsetti e disse a seus confrades que muitas vezes tinha visto o ícone e sabia muito bem onde se achava”.

Com esta nova informação, cresceu entre os Redentoristas o interesse por saber mais sobre o ícone e por recuperá-lo. O Superior Geral, Padre Nicholas Mauron, apresentou uma carta ao Papa Pio IX, na qual ele pedia à Santa Sé que lhe concedesse o Ícone para ser colocado na recém-construída Igreja do Santíssimo Redentor e de Santo Afonso. O Papa concedeu a licença.
Conforme a tradição, Pio IX disse ao Superior Geral dos Redentoristas:
“Fazei-a conhecida no mundo inteiro!”.
Em janeiro de 1866, os Padres Michele Marchi e Ernesto Bresciani foram a Santa Maria in Postérula receber o quadro dos Agostinianos.
Começou então o processo de restauração do ícone. Finalmente, no dia 26 de abril de 1866, a imagem era de novo exposta à veneração pública na igreja de Santo Afonso. Com este evento, começou o quarto estágio da história: a difusão do ícone no mundo inteiro.

Significado do Ícone: 
O Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é formado por quatro figuras: Nossa Senhora, o Menino Jesus e dois arcanjos. 
A aparição dos arcanjos com uma lança e a cruz mostram ao Menino Jesus os instrumentos de sua Paixão. Assustado corre aos braços da Mãe. Por causa do movimento brusco desamarra a sandália. Maria o acolhe com ternura e lhe transmite segurança. O olhar de Nossa Senhora não se dirige ao Menino, mas a nós. Porém, sua mão direita nos aponta Jesus, o Perpétuo Socorro. As mãos de Jesus estão nas mãos de Maria. Gesto de confiança do Filho que se apóia na Mãe. Na riqueza de seus símbolos, o ícone bizantino tem ainda muito a revelar:

ARCANJO SÃO MIGUEL: apresenta a lança, a vara com a esponja e o cálice da amargura.
ARCANJO GABRIEL: segura a cruz e os cravos, instrumentos da morte de Jesus.
ESTRELA no véu de Maria é a estrela-guia, que nos conduz como conduziu os reis magos, ao encontro com Jesus. Que nos   guia no mar da vida até o porto da salvação.
OS OLHOS DE MARIA, grandes, voltados sempre para nós, a fim de acolher-nos e ver todas as nossas necessidades.
A BOCA DE MARIA guarda silêncio. Ela que falava pouco, mas comunica muito a partir do seu olhar sereno. Guarda tudo em seu coração.
TÚNICA VERMELHA distinguia as virgens do tempo de Nossa Senhora. Sinal de pureza, mas também da força da fé.
MANTO AZUL, referência das mães daquela época. Maria é a virgem-mãe de Deus.
AS MÃOS DE JESUS apoiadas nas mãos de Maria, significando confiança total.
A MÃO ESQUERDA DE MARIA sustenta Jesus. A mão que apóia, acolhe e protege aqueles que, nos sustos da vida, correm para os braços da Mãe.
A SANDÁLIA DESATADA. Nos desesperos da vida, assustados pelas dificuldades e medos, corremos o risco de perder-nos. Mas resta ainda um fio que nos une à salvação.
O CENTRO DO ÍCONE. Maria, ao mesmo tempo que nos acolhe com seu olhar, com a mão aberta nos indica Jesus Cristo como nosso redentor, nosso Perpétuo Socorro.
O FUNDO todo do quadro é dourado e dele saem reflexos ressaltando as roupas e simbolizando a alegria do céu, para onde caminhamos levados pelo Perpétuo Socorro de Maria.




segunda-feira, 26 de junho de 2017

26 de junho - Beato André Jacinto Longhin

“Chamei-te pelo nome" (Is 45, 4). As palavras com que o profeta Isaías indica a missão confiada por Deus aos seus próprios eleitos exprimem bem a vocação de André Jacinto Longhin, humilde capuchinho que, durante 32 anos, foi Bispo da Diocese de Treviso, no alvorecer no século passado, do século XX. Ele foi um Pastor simples e pobre, humilde e generoso, sempre disponível para com o próximo, segundo a mais autêntica tradição capuchinha.
Chamavam-lhe o Bispo das coisas essenciais. Numa época assinalada por acontecimentos dramáticos e dolorosos, mostrou-se como um pai para os sacerdotes e como um pastor zeloso pelas pessoas, pondo-se sempre ao lado dos seus fiéis, especialmente nos momentos de dificuldade e de perigo. Assim, antecipou aquilo que o Concílio Vaticano II havia de realçar, indicando na evangelização “um dos principais deveres dos Bispos”.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação - 20 de outubro de 2002

André Jacinto Longhin, bispo de Treviso, nasceu em Fiumicello de Campodársego (Pádua) de humilde família de camponeses, no dia 22 de novembro de 1863, foi batizado no dia seguinte com os nomes de Jacinto e Boaventura.

Aos 16 anos decide fazer-se frade Capuchinho e lutou com o pai que não queria privar-se, no trabalho dos campos, do único filho. Vence Jacinto, vestindo o hábito Capuchinho em Bassano de Grappa (Vicenza), a 27 de agosto de 1879, com o nome de Frei André.
Completou os estudos no convento de Pádua e aí emitiu a profissão solene a 04 de outubro de 1883. Fez os estudos teológicos em Veneza, onde foi ordenado sacerdote a 19 de junho de 1886. Em 1888 foi diretor espiritual e professor no seminário dos Capuchinhos de Údine; em 1889 foi diretor e professor dos clérigos capuchinhos em Pádua e, em 1891, dos clérigos teólogos em Veneza. Foi eleito superior provincial dos Capuchinhos venezianos em 18 de abril de 1902.

Em 16 de abril de 1904, São Pio X o nomeou bispo da sua Diocese natal de Treviso, comprazendo-se por ter "escolhido uma das flores mais belas da Ordem dos Capuchinhos", para a própria Diocese. Qualificou-o a 12 de agosto de 1907: "É um dos meus filhos primogênitos com que presenteei à Diocese predileta, e me exulto todos as vezes em que se me contam seus louvores, que é verdadeiramente santo, douto, um bispo dos tempos antigos, que deixará na Diocese uma marca indelével do seu zelo apostólico".
Consagrado bispo em Roma a 17 de abril de 1904, entrou em Treviso a 06 de agosto, decidido ser o bom pastor, não poupando "nem fadigas nem sacrifícios, disposto a dar" pela sua Igreja todo o seu "sangue e mesmo a vida". Por 32 anos foi "o bom pastor da Igreja de Treviso", continuando a viver austeridade e pobreza Capuchinha.

O anúncio da palavra foi um dos seus mais ambicionados ministérios. Sob o exemplo de São Pio X, teve como empenho apostólico o ensino do catecismo às crianças, nos círculos das associações de jovens e aos homens católicos, com disputas de cultura, jornadas de estudos, escolas de catecismo, dois congressos catequéticos diocesanos, em 1922 e 1932.

Foi tido como o "bispo do catecismo". Amava e acompanhava como pai os seus sacerdotes, tendo deles especialíssimo cuidado desde o seminário, pregando retiros mensais e exercícios espirituais, acompanhando-lhes pelas 213 paróquias em 3 visitas pastorais, iniciadas em 1905, 1912 e 1926, dando-lhes, em 1911, o sínodo tido como uma verdadeira obra de arte em ordem e precisão, vivamente apreciado por São Pio X. Seguiu espiritualmente Santa Maria Bertilla Boscardin, os servos de Deus José Torniolo, Guido Negri, Madre Oliva Bonaldo.

Teve particularíssima amizade com o Capuchinho São Leopoldo Mandic, com São Pio X. Foi condutor de leigos, particularmente dos movimentos jovens, convencido e insistindo também no testamento que "é de santos que hoje necessitam as famílias, as paróquias, a Pátria, o mundo".
Em abril de 1914, declarou sagrado "o direito do operário de organizar-se... em sindicatos para a própria elevação econômica e moral". Em 1920 sustenta as Ligas Brancas, movimento sindical de inspiração cristã, mostrando-se o bispo dos pobres, dos operários, dos camponeses. Em Treviso, em 1920, fundou o colégio episcopal "Pio X", para assegurar aos jovens a formação cristã.

Afrontou com coragem, jamais abandonando o próprio posto e as próprias responsabilidades, a prova da grande guerra de 1915 - 1918, aproximando e encorajando camponeses, fugitivos, soldados, feridos, sacerdotes. Em 27 de abril de 1917, emitiu o voto de levantar um templo a Nossa Senhora Auxiliadora. Chamado "o bispo de Piave e de Montelo", agraciado com a cruz do mérito de guerra, terminada a guerra percorre a diocese, para encorajar à reconstrução das 47 igrejas destruídas, à reconciliação dos ânimos, ao despertar da vida cristã, com intrépidas intervenções para salvar os seus fiéis das ideologias anticristãs e subversivas.

Os bispos do Vêneto o tinham como o seu "Patriarca de campanha", conselheiro, teólogo distinto, apóstolo incansável. Pio XI, em outubro de 1923, reconhece os "grandes serviços" prestados por Longhin: "Trabalhou tanto pela Igreja!" Foi administrador apostólico da Diocese de Pádua em 1923, visitador e administrador apostólico da arquidiocese de Údine, 1927 - 1928. A 04 de outubro de 1928, foi nomeado arcebispo titular de Patrasso.
Em 1929, no 25º ano de episcopado de Longhin, o servo de Deus, Pedro Card. La Fontaine, escreve: "Admiro nele com dileção e edificação uma cópia do bom pastor evangélico, muito semelhante ao original". Golpeado por moléstias, em 03 de outubro de 1935 percorreu o seu calvário por nove meses de sofrimentos, celebrando a missa até 14 de fevereiro de 1936 e depois recebendo, cada dia, a comunhão.

Morreu na sexta feira 26 de junho de 1936.
Em 23 de abril de 2002, no Vaticano, na presença de João Paulo II, é lido e assinado o decreto relativo ao milagre atribuído ao Venerável André Jacinto Longhin. Foi beatificado em Roma, no domingo 20 de outubro de 2002.




domingo, 25 de junho de 2017

25 de junho - São Domingos de Henares

"A vida dos justos estão nas mãos de Deus" (Sab 3, 1). O livro da Sabedoria proclama esta verdade maravilhosa que enche de tanta luz o evento que celebramos hoje.
Sim. "As vidas dos justos está nas mãos de Deus e não sofrerão tormentos." Pode parecer que estas palavras não correspondem à realidade histórica: os mártires sofreram tormentos, e em que medida!
Mas o autor inspirado desenvolve seus pensamentos: "Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos: seu desenlace é julgado como uma desgraça. E sua morte como uma destruição, quando na verdade estão na paz!"  (Sab 3, 2-4).
Santos mártires! Mártires vietnamitas! Testemunhas da vitória de Cristo sobre a morte! Testemunhas da imortalidade da vocação do homem.
Papa João Paulo II – 18 de junho de 1988 – Homilia de Canonização

Domingos de Henares nasceu em Baena, Córdoba, em 19 de Dezembro de 1766. Ainda criança, juntamente com seus pais e irmãos foi viver na Cidade de Granada, pois estavam passando por grandes dificuldades financeiras. Nesta cidade fez seus estudos e entrou no convento dominicano de Santa Cruz la Real, ao tomar o hábito em 30 de Agosto, 1783 e fez a sua profissão no ano seguinte, em 31 de agosto.

Vivendo com fervor o noviciado e o primeiro ano de filosofia, ele sentiu-se chamado para fazer uma dedicação mais radical a Deus e aos homens, indo ao encontro dos irmãos necessitados e pediu para participar de uma expedição missionária, composta por 20 frades dominicanos de vários conventos na Espanha.

Ele alcançou o seu objetivo e foi para o Convento de Puerto Real, enquanto os procedimentos legais foram feitas a fim de viajar. Do Porto de Cadiz ele partiu em 29 de setembro de 1785. Depois de uma escala em San Juan de Puerto Rico, Havana, Santa Cruz, Acapulco, Cidade do México e em algumas outras cidades e ilhas, chegou a Manila em 9 de julho de 1786. Lá, na Universidade de St. Thomas continuou seus estudos e ao final deles, ele foi ordenado sacerdote em 1789. Pouco depois do verão é enviado a Tonkin, região norte do atual Vietnã, aonde chegou em 28 outubro de 1790.

Em 09 de setembro de 1800, foi nomeado coadjutor Apostólico e bispo, sendo consagrado em 09 de janeiro de 1803.

Por 48 anos ele entregou-se inteiramente ao serviço do Evangelho e das nações. Tratava da formação do clero nativo e dos jovens dominicanos nativos, enquanto entregues às tarefas apostólicas, atraindo à causa cristã não poucos homens e mulheres e incentivava o espírito de Jesus naqueles já batizados. Identificado plenamente com os nativos da vasta região missionária vivia lado a lado com eles e com eles sofria os terríveis flagelos de inundações, epidemias e guerras, passando a fome e sofrendo com saques organizados, efeitos que o obrigaram a viver anos inteiros na clandestinidade.

Desencadeada a perseguição há muito esperada e temida, traído por um oficial militar, foi preso em 9 de Junho de 1838. Depois de vários interrogatórios, foi condenado à morte por decapitação, cumprindo a sentença em 25 do mesmo mês de junho deste ano de 1838. 
O Papa Leão XIII o beatificou em 27 de maio de 1900 e canonizado pelo Papa João Paulo II em 19 de junho de 1988.

Oração
Amigo de Deus, São Domingos Henares, você que fez de sua vida um ato de serviço a seu próximo e teve o cuidado de trazer conforto para as suas almas e alívio para seus corpos, venho a você para pedir sua ajuda para alcançar a graça do Senhor. Com confiança, peço também a graça de imitar o seu amor a Deus e ao próximo. Amém


sábado, 24 de junho de 2017

24 de junho - Nascimento de São João Batista


Os evangelistas apresentam a figura de João como precursor do Messias. Seu nascimento e missão foram anunciados pelo Anjo Gabriel ao Pai Zacarias. Na circuncisão recebeu o nome de João, que significa: "Deus tem piedade."
Era seis meses mais velho do que Jesus, mas iniciou sua pregação pública à beira do Rio Jordão, alguns anos de Cristo dar início à própria missão.
O maior elogio dado a São João Batista foi o de Jesus que o definiu:
"Ele é mais que um profeta. Jamais surgiu entre os nascidos de uma mulher alguém maior que João Batista. Contudo, o menor no Reino de Deus é maior que ele" (Mt 11,11)

Ele teve a sorte de batizar o próprio Cristo, embora protestasse ser indigno de desatar-lhe as sandálias. Ele apresentou oficialmente Cristo ao povo como Messias com estas palavras: 
"Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo." (Mt 3,11)

No dia em que a Igreja celebra o nascimento de São João Batista, o Papa Francisco começou a sua homilia dirigindo uma saudação a todos aqueles que têm o nome de João. A figura de João Batista, disse o Papa, nem sempre é fácil de entender. 
“Quando pensamos em sua vida, é um profeta”, um “homem que foi grande e depois acaba como um homem pobre”. 
Quem é então João? Ele mesmo, disse o Papa Francisco, responde:
“Eu sou uma voz, uma voz no deserto”, mas “é uma voz sem Palavra, porque a Palavra não é ele, é Outro”. 
Eis então, qual é o mistério de João: “Nunca se apodera da Palavra”, João “é aquele que indica, que assinala”. 

O “sentido da vida de João - acrescentou - é indicar outro”. O Papa Francisco, disse em seguida que chama a sua atenção o fato de que a “Igreja escolheu para a festa de São João” um período em que os dias são os mais longos do ano, “tem mais luz”. E realmente João “era o homem da luz, carregava a luz, mas não tinha luz própria, refletia a luz”. João é “como uma lua”, e quando Jesus começou a pregar, a luz de João “começou a diminuir cada vez mais”. “Voz, não Palavra - disse o Papa - luz, mas não luz própria”.

“João parece ser nada. Essa é a vocação de João, anular-se. E quando contemplamos a vida deste homem, tão grande, tão poderoso - todos acreditavam que ele era o Messias -, quando contemplamos essa vida, como se anula até a escuridão de uma prisão, contemplamos um grande mistério. Nós não sabemos como foram os últimos dias de João. Não sabemos. Sabemos apenas que ele foi morto, a sua cabeça colocada em uma bandeja, como grande presente para uma dançarina e uma adúltera. Eu acho que mais do que isso ele não podia se rebaixar, anular-se. Esse foi o fim de João”.

Na prisão, prosseguiu o Papa, João experimentou a dúvida, tinha angústia e chamou os seus discípulos para irem até Jesus e pedir-lhe: “És Tu, ou devemos esperar outro?”. “Existe a escuridão, a dor da sua vida. Nem mesmo isso foi poupado a João”, disse Francisco, que acrescentou: “a figura de João me faz pensar muito na Igreja”

“A Igreja existe para proclamar, para ser voz de uma Palavra, do seu esposo, que é a Palavra. A Igreja existe para proclamar esta Palavra até o martírio. Martírio precisamente nas mãos dos orgulhosos, dos mais soberbos da Terra. João poderia tornar-se importante, poderia dizer algo sobre si mesmo. “Mas eu creio jamais faria isso: indicava, sentia-se voz, não Palavra. O segredo de João. Porque João é santo e sem pecado? Porque, ele jamais apresentou uma verdade como sua. Ele não queria ser um ideólogo. Era o homem que se negou a si mesmo, para que a Palavra se sobressaísse. E nós, como Igreja, podemos pedir hoje a graça de não nos tornarmos uma Igreja ideologizada... "

A Igreja, acrescentou, deve ouvir a Palavra de Jesus e se fazer voz, proclamá-la com coragem. “Esta - disse - é a Igreja, sem ideologias, sem vida própria: a Igreja que é o “mysterium lunae”, que recebe a luz do seu Esposo e deve diminuir para que Ele cresça”.

“Este é o modelo que oferece hoje João para nós e para a Igreja. Uma Igreja que esteja sempre ao serviço da Palavra. Uma Igreja, que nunca tome nada para si mesma. Hoje na oração pedimos a graça da alegria, pedimos ao Senhor para animar esta Igreja no seu serviço à Palavra, de ser a voz desta Palavra, pregar essa Palavra. Vamos pedir a graça: a dignidade de João, sem idéias próprias, sem um Evangelho tomado como propriedade, apenas uma Igreja voz que indica a Palavra, e isso até o martírio. Assim seja!

24 de junho - Imaculado Coração de Maria

No domingo, 13 de outubro de 2013, o Papa Francisco consagrou o mundo ao Imaculado Coração da Virgem Maria. Esta é a oração de consagração que rezou o Santo Padre:

Bem-aventurada Maria Virgem de Fátima, com renovada gratidão pela tua presença materna unimos a nossa voz àquela de todas as gerações que te chamam bem-aventurada.

Celebramos em ti as grandes obras de Deus, que jamais se cansa de prostrar-se com misericórdia obre a humanidade, afligida pelo mal e ferida pelo pecado, para curá-la e para salvá-la.

Acolhe com benevolência de Mãe O ato de consagração que hoje fazemos com confiança, diante desta tua imagem tão querida a nós.

Estamos certos de que cada um de nós é precioso aos teus olhos e que nada é a ti estranho de tudo aquilo que habita em nossos corações.

Nos deixamos alcançar pelo teu dulcíssimo olhar e recebemos o afago consolador do teu sorriso.

Protege a nossa vida entre os teus braços: abençoa e reforça todo desejo de bem; reaviva e alimenta a fé; ampara e ilumina a esperança; suscita e anima a caridade; guia todos nós no caminho da santidade.

Ensina-nos o teu mesmo amor de predileção Pelos pequenos e pelos pobres, pelos excluídos e os sofredores, pelos pecadores e os dispersos de coração: reúne todos sob tua proteção e os entrega ao teu Filho amado, o Senhor nosso Jesus. Amém.


No sábado seguinte à sexta feira da festa do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a festa do Imaculado Coração de Maria. Jesus e Maria nunca se separaram. Disse o Papa João Paulo II que Maria foi a que mais cooperou com a Redenção. Ela gerou o Verbo encarnado e aos pés da Cruz o oferecia em sacrifício pela nossa salvação. Os dois corações estão entrelaçados.
Nas aparições de Nossa Senhora, tanto em Fátima como na França a santa Catarina Labourè, ela mostra seu coração cheio de compaixão pela humanidade. 

À Irmã Lucia, em Fátima ela falou, por exemplo da devoção dos Cinco Primeiros Sábados, no dia 10 de dezembro de 1925:
“Olha,  minha filha,  o meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu,  ao menos,  procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão,  rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar”.

Nossa Senhora mostrou o seu coração rodeado de espinhos, que significam os nossos pecados. Pediu que fizéssemos atos de desagravo para tirá-los, com devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. Em recompensa prometeu-nos “todas as graças necessárias para a salvação”.

São cinco os primeiros sábados,  segundo revelou Jesus,  por serem “cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria”.
1 – As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
2 – Contra a sua Virgindade;
3 – Contra a Maternidade Divina recusando ao mesmo tempo recebê-la como Mãe dos homens;
4 – Os que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe;
5 – Os que A ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

23 de Junho - Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes

No dia do Sagrado Coração de Jesus, celebrado em 23 de junho, ocorre o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. A Igreja é convidada a rezar pelos sacerdotes e a pedir o dom da sua santificação na condução do povo de Deus.
Ocasião propícia para um tempo de oração e de comunhão entre os sacerdotes, além de uma oportunidade ímpar para redescobrir e reavivar o dom do sacerdócio.

Antes de tudo abre-se a possibilidade de um tempo de oração e reflexão que apresenta ao menos três aspectos:

O primeiro é justamente a centralidade da oração; rezando juntos, de fato, os sacerdotes recordam que o seu ministério não é radicado nas coisas a serem feitas e que, sem a relação pessoal com o Senhor, se corre o risco de mergulhar no trabalho, negligenciando Jesus.

O segundo aspecto, é a redescoberta do valor da diocesanidade, porque não se é padre sozinho, mas como parte da família do presbitério, e este dia convida os sacerdotes a reencontrarem a beleza da fraternidade presbiteral junto ao próprio bispo, renovando o compromisso a superar as divergências que frequentemente impedem aos sacerdotes viver a comunhão e de atuar juntos em âmbito pastoral.

Por fim, por meio de momentos de reflexão e de verificação, o dia quer ajudar os padres a redescobrir a essência de sua identidade e o sentido de seu serviço ao povo de Deus.

A evangelização, hoje como ontem, depende dos evangelizadores. O evangelizador tem de ser um bom crente e para se converter num bom crente tem de ser um bom orante. Não é possível dialogar com um Deus sempre invisível, e hoje menos evidente, todavia, se não se vive da contemplação. A atitude contemplativa é hoje elemento constitutivo da identidade cristã. A novidade da pregação cristã radica na qualidade de vida que leve o evangelizador, da sua experiência nova do Deus vivo.

O ministro do Evangelho que não tenha o Evangelho no seu coração, objeto da sua contemplação e motivo de oração, não o conseguirá manter na sua boca como ação missionária.

Todas as comunidades cristãs são convidadas a rezarem pelos sacerdotes que as acompanham na sua vida cristã. A oração pelos sacerdotes deve levar os cristãos a terem confiança num Deus que é Pai: «a seara é grande e os trabalhadores são poucos» (Mt 9,37); e a viverem unidos em profunda comunhão de vida: «rogai ao Senhor da messe que mande trabalhadores para a sua messe» (Mt 9,38).

A oração comunitária é o lugar por excelência da presença de Jesus. Jesus está presente sempre que a comunidade se reúne num só coração e numa só alma. Quando todos pensam unicamente no Reino de Deus, o Reino vem, torna-se realidade, porque Jesus está ali «onde dois ou três se reúnem em seu nome».