Como o profeta
Isaías, também Beata Maria Catalina, poderia dizer com razão: "O Espírito
do Senhor repousa sobre mim, porque ele me ungiu. Enviou-me para levar uma
boa-nova aos pobres, medicar os corações despedaçados, proclamar aos cativos a
libertação e aos prisioneiros a abertura do cárcere, para proclamar o ano da
graça do Senhor.”
Fiel ao carisma do
Instituto das Sevas de Maria, nossa Bem-aventurada se tornou, como Jesus, um
bom samaritano para todos os carentes afetados pela doença, pobreza e solidão.
Vendo neles o O rosto sofredor do Redentor, era para eles a mãe da misericórdia
e consolação, com uma atitude de serviço humilde e sacrificial. De tal forma, era
presença afetuosa e cordial de acolhida e assistência, com um caráter perene e sorriso
brilhante em seus lábios, rapidamente se tornando "popular" entre os doentes,
com aquela autêntica popularidade, que nunca tem pôr do sol, porque é enraizada
no amor feito serviço e entrega.
Desde criança foi
conquistada pela Eucaristia. Um dia, enquanto montava um cavalo na montanha, caiu
e torceu o pé. De volta a casa, implorou à governanta que não dissesse nada a
ninguém, porque não queria perder a missa no dia seguinte. Às quatro horas do
dia seguinte, depois participar da santa missa e receber a comunhão, volta para
casa com o pé que doía muito, o que a forçou a ficar na cama alguns dias.
A beata Catalina
vivia no amor a missão da congregação, que exige sacrifício constante, devoção
à Eucaristia e amor incondicional a Nossa Senhora.
Cardeal
Angelo Amato – Homilia de Beatificação - 29 de Outubro de 2011
Maria Catalina,
cujo nome religioso era Maria das Núpcias, nasceu em Pamplona (Navarra,
Espanha) em 25 de novembro de 1848. Seus pais, Tiburcio Irigoyen e Leonarda
Echagaray, membros da alta sociedade navarra, eram cristãos muito devotos;
tiveram sete filhos, e os dois últimos eram gêmeos, dentre eles Maria. Batizada
no dia seguinte ao nascimento, ela cresceu num ambiente saudável onde logo teve
despertada sua vocação religiosa. Em 1878 ela pediu para que fosse admitida no
Instituto das Servas de Maria, fundado por Maria Soledad Torrés Acosta
(1826-1887, canonizada em 1970). Foi, contudo, aconselhada a esperar um pouco
mais, pois, devido à morte de seus pais teve que cuidar de vários doentes em
sua família.
Após solucionar
esses problemas familiares, Maria pode, enfim, entrar para o Instituto, em
Pamplona, em 31 de dezembro de 1881, aos 33 anos. Fez sua primeira profissão na
nova Casa de Madri em 14 de maio de 1883 e, posteriormente, a profissão solene
e definitiva em 15 de julho de 1889.
Para esta missão, o
Senhor a dotou de alguns dons indispensáveis da natureza: boa saúde física e
mental e temperamento harmonioso, sereno e alegre Um sobrinho seu, Pedro
Hualde, deixou-nos um testemunho admirável sobre isso: “O caráter distintivo da minha tia era a bondade; ela estava sempre
feliz e disposta a receber a todos com a mesma alegria”.
Seu coração era
sensível e terno. Sua gentileza e doçura proporcionaram harmonia à comunidade e
abriam o coração dos enfermos para o otimismo e a esperança.
Sua humildade
purificou a comunidade da fofoca e do pessimismo. Tinha a extraordinária
capacidade de receber os outros, de viver de forma serena com as irmãs e com os
doentes. Heroico foi seu espírito de sacrifício. Sabia como trabalhar, sofrer e
colaborar. O mesmo que sabia obedecer. Sabemos que a obediência é o distintivo
da vida consagrada. A obediência dos consagrados, por outro lado, é o valor
acrescentado à sua vida cristã e uma forma original de viver em liberdade e o
amor oblativo.
A ela também não
faltava o bom humor: Um dia, um primo lhe disse que ela não era superiora
porque não era inteligente. Nosso Beata respondeu com um sorriso: "Vejo que me conhece bem!"
Passou todo o
restante de sua vida em Madri, onde ia entusiasmada visitar os doentes em suas
casas para cuidar deles, para consolá-los e escutá-los pacientemente. Era tão
benevolente para com cada um deles que era considerada como uma mãe. Após vinte
e três anos desse longo apostolado, Maria Catalina recebeu a responsabilidade
de receber doações para o Instituto.
Em seus últimos
anos de vida, ela não podia mais trabalhar, pois as enfermidades se abateram
sobre ela, identificando-a a Jesus crucificado. Morreu em 10 de outubro de
1918.
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