sexta-feira, 30 de novembro de 2018

30 de novembro - São Galgano Guidotti


Galgano Guidotti, era filho de Guido e Dionisa e nasceu por volta de 1150 em Chiusdino (Siena), um pequeno burgo. Ficou órfão de pai muito cedo e foi educado por sua mãe com os valores cristãos, e uma grande devoção a São Miguel Arcanjo.
Era uma época da Idade Média repleta de violência, e Galgano também, como outros cavaleiros, afastou-se dos princípios de sua educação, tornando-se prepotente e cheio de si pela juventude despretensiosa e frívola que vivia.

Com o passar do tempo, Galgano começou a perceber a inutilidade do seu estilo de vida, e ficou atormentado por não ter nenhum objetivo para a sua vida. Ele teve duas visões místicas: na primeira, o Arcanjo Miguel disse que o protegeria pessoalmente; e na segunda, apareceram-lhe os doze apóstolos e o próprio Jesus. Foi neste estado de ânimo que decidiu mudar, retirando-se na colina de Montesiepi. Galgano abandonou o seu mundo, infeliz pelo que cometeu e por aquilo que via diariamente, para dedicar-se a uma vida de eremita e penitência, em busca daquela paz que àquele tempo não era consentida.

Na estrada para o Maremma, o cavalo de Galgano parou de repente; embora o jovem tenha insistido para que ele continuasse, ele não conseguiu se mexer. Galgano então retornou aos seus passos, em direção a uma igreja próxima na qual ele ficou. No dia seguinte - a solenidade do Natal - quando ele chegou ao mesmo lugar, porque mais uma vez o cavalo parou, o jovem deixou as rédeas e orou ao Senhor para levá-lo ao lugar onde encontraria sua paz espiritual. O cavalo então partiu para a colina próxima de Montesiepi, onde parou. 

Como um sinal de renúncia perpétua a qualquer forma de violência, pegou sua espada e a fincou em uma rocha, com a intenção de usá-la como cruz. A espada penetrou na rocha como se fosse de cera e lá permanece até os dias de hoje. Um grande gesto simbólico. Era o ano de 1180. A experiência eremita de Galgano em Montesiepi durou menos de um ano, já que em 30 de novembro de 1181 o santo morreu. 

Apenas quatro anos depois de sua morte, o Papa Lúcio III iniciou formalmente o processo de canonização que terminou com Guidotti sendo declarado um santo – a primeira pessoa a ser declarada santa por um processo formal da Igreja Católica Romana.

Nos anos sucessivos, à sua morte foi construída uma igrejinha ao redor da espada, que ali continua, protegida por uma redoma de acrílico. As ruínas da antiga Abadia também podem ser vistas, e o cenários dos campos toscanos ao redor tornam a visita mais do que especial.


30 de novembro - Eles, imediatamente deixaram as redes e o seguiram. Mt 4,20

Jesus anuncia o reino dos céus. Este reino não comporta a instauração de um novo poder político, mas o cumprimento da aliança entre Deus e o seu povo que inaugurará uma época de paz e de justiça. Para realizar este pacto de aliança com Deus, cada um está chamado a converter-se, transformando a sua maneira de pensar e de viver. Isto é importante: converter-se não significa só mudar o modo de viver, mas também a forma de pensar. É uma transformação do pensamento. Não se trata de mudar de roupa, mas de costumes.

Jesus escolhe ser um profeta itinerante. Não fica à espera das pessoas, mas vai ao seu encontro. Jesus está sempre na rua! As suas primeiras saídas missionárias dão-se ao longo das margens do lago de Galileia, em contato com a multidão, sobretudo com os pescadores. Ali Jesus não só proclama a vinda do reino de Deus, mas procura companheiros para a sua missão de salvação.

Neste mesmo lugar encontra dois pares de irmãos: Simão e André, Tiago e João; chama-os dizendo: “Segui-me, e far-vos-ei pescadores de homens”. O chamado alcança-os no auge das suas atividades diárias: o Senhor revela-se a nós não de forma extraordinária ou sensacional, mas no quotidiano das nossas vidas. Ali devemos encontrar o Senhor; e ali Ele revela-se, faz sentir ao nosso coração o seu amor; e ali — com este diálogo com Ele no dia a dia da vida — muda o nosso coração. A resposta dos quatro pescadores é imediata e pronta: “No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram”.

Nós, cristãos de hoje, temos a alegria de proclamar e testemunhar a nossa fé porque houve aquele primeiro anúncio, porque houve aqueles homens humildes e corajosos que responderam generosamente ao chamado de Jesus. Nas margens do lago, numa terra inimaginável, nasceu a primeira comunidade dos discípulos de Cristo. A consciência destes primórdios suscite em nós o desejo de levar a palavra, o amor e a ternura de Jesus a todos os contextos, inclusive ao mais inacessível e relutante. Levar a Palavra a todas as periferias! Todos os espaços de vivência humana são terreno no qual lançar a semente do Evangelho, a fim de que traga frutos de salvação.

Papa Francisco – 22 de janeiro de 2017

Hoje celebramos:

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

29 de novembro - Beatos Dionísio da Natividade e Redento da Cruz


No ano de 1598, nasce no seio de uma família nobre em Paredes da Cunha, Tomás Rodrigues da Cunha. Muito jovem ainda foi nomeado capitão. Conquistava a simpatia de todos que o conheciam por sua valentia, destreza e espírito afável e comunicativo. Conheceu os carmelitas descalços e depressa se sentiu atraído pelo estilo de vida destes homens que, seguindo os passos de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, viviam uma santidade alegre e comunicativa.

Depois de certa resistência, conseguiu ingressar na Ordem e recebeu o hábito e o nome de Frei Redento da Cruz.

No ano de 1620, foi fundado o nosso convento do Carmo de Goa, para onde foi enviado Frei Redento, depois de também ter sido frade conventual no convento de Diu. Frei Redento cativava com a sua simpatia e era estimado por todos por ser alegre, simpático e com um grande sentido de humor. Em Goa, deram-lhe o ofício de porteiro e sacristão.

No ano de 1600, na França (na região de Flandres, onde hoje é a Bélgica), nasceu Pierre Berthelot. Também este jovem se inclinou para o mar fazendo-se marinheiro apenas com 12 anos de idade.
Serviu a armada holandesa quando tinha vinte anos. Mas, em breve, trocou o reino da Holanda pelo de Portugal, onde foi nomeado cosmógrafo e piloto-mor.
Deixou-se contagiar pelo testemunho do carmelita, Frei Filipe da Santíssima Trindade e decidiu, como ele, fazer-se carmelita. Todos os dias visitava a igreja do Carmo e um dia decidiu tomar hábito. Era a véspera do Natal e recebeu o nome de Frei Dionísio da Natividade.

Os carmelitas, Dionisio e Redento, encontraram-se no ano de 1635, no Convento do Carmo, em Goa. Sem antes se conhecerem, ali se juntaram para virem a ser os primeiros mártires da família fundada por Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz. 

Em 1636, os holandeses atacaram Goa. O Vice-rei das índias escreve ao Prior do Carmo pedindo-lhe licença para o noviço Frei Dionísio comandar as operações. O que aconteceu. O Piloto-mor e Cosmógrafo das Índias, agora vestido de hábito castanho e capa branca e calçando sandálias, conduziu a esquadra portuguesa à vitória. Em 1638 foi ordenado sacerdote. 

O Irmão Redento da Cruz continuava o seu ofício de porteiro do convento do Carmo de Goa, enquanto Frei Dionísio se preparava para o sacerdócio. Todos conheciam o porteiro do Carmo e todos o tinham por santo. Não perdia ocasião de a todos edificar oferecendo fios, que arrancava do seu hábito, às pessoas suas amigas, dizendo-lhes que eram relíquias de santo. As pessoas riam-se com Frei Redento, mas ele apenas dizia: “agora riem-se, mas esperem um pouco e haveis de ter pena de não ter mais relíquias minhas”. Deus segredava-lhe ao coração que um dia seria santo.

Em 1638 novamente foi solicitado ao Prior dos carmelitas que autorizasse Frei Dionísio a comandar uma nova expedição. Concertadas as coisas, Frei Dionísio escolheu e pediu por companheiro a Frei Redento da Cruz que ao despedir-se da comunidade disse sereno e de bom humor: “se eu for martirizado pintem-me com os pés bem de fora do hábito, para que vendo as sandálias todos saibam que sou carmelita descalço”. 

De fato, traídos pelo rei de Achem, a armada portuguesa foi surpreendida e detida. Tentarm força-los a renegar a fé, mas não conseguiram tal traição a Cristo de nenhum dos 60 prisioneiros. Decidiram, então, o seu martírio.
Frei Redento foi o primeiro a ser martirizado, encorajando os companheiros de martírio; Frei Dionísio, o último para a todos confortar. Era o dia 29 de novembro de 1638.

Quando em Goa se soube do acontecimento, repicaram os sinos na igreja do Carmo como em dia de grande festa e cantaram um Te Deum em ação de graças.



29 de novembro - Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. Lc 21,27


O chamado "discurso escatológico", isto é, referente às realidades posteriores à vida terrestre, é muito longo e quer ser uma resposta à pergunta sobre o tempo que se segue à vida terrena de Jesus: o que sucederá?

Jesus profetiza que o templo de Jerusalém, que se erguia majestosa diante de si e dos discípulos, soçobrará em ruínas, que haverá acontecimentos que causarão grandes sofrimentos aos humanos e que no fim - o Filho do homem virá na sua glória para cumprir o juízo último e definitivo.

Aqui lemos precisamente a parte final, o anúncio da vinda gloriosa do Messias, quando se verificará a destruição do templo e passará o tempo da história, na qual guerras, calamidades e perseguições se farão dolorosamente presentes na vida dos homens e mulheres.
Após a terrível prova que investirá sobre toda a humanidade, o povo de Israel e a Igreja do Senhor, haverá um levantamento de todo a ordem do universo criado.

Não nos deixemos aterrorizar pelas palavras de Jesus, mas sim ter temor, porque elas revelam a "verdade" deste mundo que Deus criou, quis e sustentou, mas que terá um termo, um fim: como há um fim pessoal, a morte, assim haverá o fim deste mundo.
Jesus quer falar destes acontecimentos para revelar uma realidade de contornos indescritíveis. A criação sofrerá um processo de "des-criação", poderemos dizer um retorno ao princípio, mas em vista de uma nova criação, de um mundo novo, com céus e terra novos.

Estas imagens não querem significar destruição, decomposição, desaparecimento da matéria, mas o fim das atuais estruturas da criação, presas do sofrimento, do mal e da morte, que darão lugar a uma re-criação, uma transfiguração que nem sequer conseguimos imaginar.

Eis, então, as imagens apocalípticas, inspiradas por fenômenos que o ser humano contempla, mas que são transitórias, e portanto não destruidores da vida: o sol que se eclipsa definitivamente, a lua que perde a sua luz, as estrelas que caem do céu... Imagens evocadoras da fragilidade da ordem do nosso universo, que não é eterno, que - como nos asseguram também as ciências - teve um início e terá um fim.
E todavia este universo, que aos olhos dos crentes no Senhor Jesus “geme e sofre as dores do parto”, é um universo querido por Deus e que Deus salvará, transformando-o em morada do seu Reino.

É precisamente nesta "crise" cósmica que se manifestará o Filho do homem, fará a sua parusia (termo que no Novo Testamento ganhou o significado da segunda vinda de Cristo, no fim dos tempos) de modo glorioso, vindo dos céus, tendo como trono as nuvens, na luz definitiva que vencerá para sempre as trevas. Mesmo este acontecimento, quem poderá descrevê-lo?

Na realidade, não sabemos de que forma contemplaremos o Senhor que virá; podemos apenas dizer que então todos o reconheceremos, mesmo aqueles que durante a sua vida nunca o reconheceram no pobre, no doente, no estrangeiro, no preso, no despido.
Mesmo aqueles que feriram Jesus ou feriram o pobre, a vítima, então reconhecê-lo-ão, baterão no peito e compreenderão que as feridas infligidas ao outro, ao irmão ou à irmão, eram feridas que atingiam o Senhor, o qual agora se mostra juiz misericordioso mas temível.

Será essa também a hora da reunião de todos os eleitos, os justos, aqueles que viveram exercitando a confiança no outro, esperando junto aos outros, amando quem tinham perto de si e tornavam próximo. Os filhos de Deus dispersos serão finalmente uma comunhão, que não mais conhecerá nem a morte, nem o mal, nem o pecado.
Quando sucederá isto? Num dia que ninguém conhece, e todavia é um dia certo, é uma promessa de Deus que se realizará.

Os discípulos de Jesus não devem, por isso, perguntar quando? mas devem sobretudo perguntar-se se eles próprios estarão prontos a acolher esse acontecimento da parusia como salvação, se serão capazes de se alegrar diante da vinda do Filho do homem, se terão sabido esperar com perseverança aquela hora: uma hora que é um segredo, porque nem sequer o homem Jesus a conhecia, nem os anjos, mas só o Pai.

Será o fim? Sim, mas esse fim tem um nome: é o Senhor Jesus Cristo, Filho do homem e Filho de Deus, homem e Deus que veio ao mundo, de Deus que era para se fazer homem, e virá na glória para que o homem se torne Deus. Sim, toda a humanidade será em Deus, e cada um de nós será o Filho de Deus.

Enzo Bianchi
Prior do Mosteiro de Bose, Itália

Hoje celebramos:


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

28 de novembro - Santa Fausta Romana


Na História da Paixão de Santa Anastásia encontramos uma carta dirigida a um certo Crisógono, na qual está escrito: "Se bem que meu pai fosse um idólatra, minha mãe Fausta viveu sempre fiel e casta. Ela me fez cristã desde o berço”.

A partir deste único texto podemos fazer uma tentativa de retratá-la:

É uma mãe que instrui a própria filha no Cristianismo “desde o berço”. Ela era esposa de um idólatra, mas adorava o Deus verdadeiro. Uma esposa fiel, uma mulher casta, segundo diz sua filha. Parece muito pouco para aqueles que esperam da santidade manifestações espetaculares e fatos inusitados.

Mas, nos primeiros tempos do Cristianismo era um fato inusitado encontrar almas dispostas ao sacrifício e à perseguição por amor daquele Deus desprezado pelos pagãos, difamado como um vulgar malfeitor que morreu numa cruz.

Para os apologistas, a primeira difusão do Cristianismo já foi um milagre. Bastaria este milagre para demonstrar a divindade de Cristo. Pela mesma razão, bastava a conversão para demonstrar a santidade dos primeiros cristãos. Era preciso muita coragem e amor de Deus para declarar-se cristão, enfrentando as perseguições, a prisão, a condenação, o suplício e o martírio.

As várias Passio procuravam tornar mais evidentes e mais exemplares estes sacrifícios por vezes obscuros, estes heroísmos escondidos. Entre estes, na complexa Passio de Santa Anastásia, encontramos uma referência, um indício que fala de sua mãe Fausta, que educara a filha no Cristianismo desde o berço.

Certamente Fausta sabia bem o que isto significava. Desejava preparar a própria filha para um futuro de sacrifícios, quem sabe para a morte prematura. O amor materno teve que ser superado pela fé, e a esperança humana deveria ser substituída pela caridade divina.

Eis a razão por que as poucas palavras dedicadas à Santa Fausta revelam um panorama histórico e religioso profundo e adquiriram um grande valor apologético na perspectiva dos primeiros séculos.

Mas, estas mães corajosas que nos lares ainda pagãos introduziam os princípios do Cristianismo, educando seus filhos nele, iluminando os berços de suas crianças com a chama de sua fé, alimentando em seus corações a fortaleza e o amor ao sacrifício, são também hoje um exemplo para as mulheres verdadeiramente católicas, que não pactuam com os erros do mundo moderno, nem dobram os joelhos diante das modas e não cedem às pressões para se adaptarem aos costumes neo-pagãos.

Que Santa Fausta acenda nos corações maternos a fé e a fortaleza nos dias em que vivemos!


28 de novembro - Todos vos odiarão por causa do meu nome. Lc 21,17


O Evangelho nos interpela propriamente como cristãos e como Igreja: Jesus preanuncia provações dolorosas e perseguições que os seus discípulos terão que sofrer, por Sua causa. Todavia, assegura: “Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça”.
Recorda-nos que estamos totalmente nas mãos de Deus! As adversidades que encontramos para a nossa fé e para a nossa adesão ao Evangelho são ocasiões de testemunho; não devem afastar-nos do Senhor, mas nos levar a nos abandonarmos ainda mais a Ele, à força do seu Espírito e da sua graça.

Neste momento, penso e pensemos todos. Façamos juntos: pensemos em tantos irmãos e irmãs cristãs, que sofrem perseguições por causa de sua fé. Há tantos. Talvez muito mais do que nos primeiros séculos. Jesus está com eles.

Também nós estamos unidos a eles com a nossa oração e o nosso afeto. Também temos admiração pela sua coragem e pelo seu testemunho. São os nossos irmãos e irmãs, que em tantas partes do mundo sofrem por causa de serem fiéis a Jesus Cristo. Nós os saudamos de coração e com afeto.

Por fim, Jesus tem uma promessa que é garantia de vitória: “É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação”.
Quanta esperança nestas palavras! São um chamado à esperança e à paciência, ao saber esperar pelos frutos seguros da salvação, confiando no sentido profundo da vida e da história: as provações e as dificuldades fazem parte de um desígnio maior; o Senhor, Senhor da história, conduz tudo ao seu cumprimento.
Apesar das desordens e calamidades que perturbam o mundo, o projeto de bondade e de misericórdia de Deus se cumprirá! Esta é a nossa esperança: caminhar assim, nesta estrada, no desígnio de Deus que se cumprirá. É a nossa esperança.

Papa Francisco – 17 de novembro de 2013

Hoje celebramos:

terça-feira, 27 de novembro de 2018

27 de novembro - Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou eu!' Lc 21,8


O Evangelho de hoje consiste na primeira parte de um discurso de Jesus: aquele sobre o fim dos tempos. Jesus o pronuncia em Jerusalém, perto do templo, e a inspiração lhe é dada propriamente pelo povo que falava do templo e da sua beleza.  Porque era belo aquele templo. Então, Jesus diz: “Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”. Naturalmente, perguntam-lhe: quando acontecerá isto? Quais serão os sinais? Mas Jesus tira a atenção destes aspectos secundários – quando será, como será – e a leva às verdadeiras questões. E são duas. 

Primeiro: não se deixar enganar por falsos messias e não deixar-se paralisar pelo medo. Segundo: viver o tempo de espera como tempo de testemunho e de perseverança. E nós estamos neste tempo de espera, de espera pela vinda do Senhor.

Ele nos repete: “Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome”. É um convite ao discernimento, esta virtude cristã de entender onde está o espírito do Senhor e onde está o mau espírito. Também hoje, de fato, há falsos “salvadores”, que tentam substituir Jesus: líderes deste mundo, também feiticeiros, personagens que querem atrair para si as mentes e os corações, especialmente dos jovens. Jesus nos adverte: “Não vão atrás deles!”. “Não vão atrás deles!”.

E o Senhor nos ajuda também a não ter medo: diante das guerras, das revoluções, mas também diante das catástrofes naturais, das epidemias, Jesus nos livra do fatalismo e das falsas visões apocalípticas.

Esta mensagem de Jesus nos faz refletir sobre o nosso presente e nos dá a força de enfrentá-lo com coragem e esperança, em companhia de Nossa Senhora, que sempre caminha conosco.

Papa Francisco – 17 de novembro de 2013

Hoje celebramos:

27 de novembro - São Tiago, o Interciso


São Tiago, o Interciso foi um persa que viveu no século V. Ele era um grande favorito do rei Yezdigerd I. Quando este rei começou a perseguir os cristãos, Tiago não teve a coragem de confessar sua fé, pois estava com medo de perder a amizade do rei. Então ele abriu mão de sua fé ou pelo menos fingiu.

A esposa e a mãe de Tiago ficaram com o coração partido. Quando o rei morreu, elas escreveram uma carta contundente para ele, pedindo que mudasse seus caminhos. Esta carta teve seu efeito sobre Tiago. Ele tinha sido um covarde, mas no coração, ainda era bom. A partir deste momento, ele começava a ficar longe da corte, e culpou-se abertamente por ter desistido de sua fé.

O novo rei mandou chamá-lo, mas, desta vez, Tiago não escondeu nada.
"Eu sou um cristão", disse ele.

O rei o acusou de ser ingrato para com todas as honras que seu pai, o rei Yezdigerd, lhe dera.

"E onde está seu pai agora?" São Tiago calmamente respondeu.

O rei irritado ameaçou dar ao santo uma morte terrível.

Tiago respondeu: "Que eu morra a morte dos justos."

O rei e seu conselho condenaram Tiago à tortura e morte. Mas seus medos tinha ido.

Ele disse: "Essa morte que parece tão terrível é muito pouco para conquistar a vida eterna."
Então ele disse aos carrascos: "Comecem o seu trabalho."

Ele foi executado por ter seu corpo cortado em 28 pedaços, começando com os dedos (daí seu apelido "Interciso" - o que significa "cortar em pedaços"), e depois decapitado. Todo o tempo, ele manteve-se firme, declarando a sua fé e afirmando que o seu corpo se levantaria no dia da glória. São Tiago, o Interciso morreu em 421.

A Igreja de São Tiago, o Interciso situada no bairro armênio de Jerusalém é dedicada a ele.


segunda-feira, 26 de novembro de 2018

26 de novembro - Santo Humilde de Bisignano


"A paz seja convosco!", disse Jesus aparecendo aos Apóstolos no Cenáculo. A paz é o primeiro dom que o Ressuscitado faz aos Apóstolos. Da paz de Cristo, princípio inspirador também da paz social, fez-se portador constante Humilde de Bisignano, filho digno da nobre terra da Calábria. Partilhou com Inácio de Santhià o mesmo empenho de santidade no seguimento espiritual de São Francisco de Assis, oferecendo por sua vez um particular testemunho de caridade aos irmãos.

Na nossa sociedade, na qual com muitas frequência parece que os vestígios de Deus são perdidos, frei Humilde representa um convite feliz e encorajador à mansidão, à benignidade, à simplicidade e o desapego sadio dos bens passageiros deste mundo.

Papa João Paulo II – Homilia de canonização – 19 de maio de 2002

Humilde nasceu na cidade de Bisignano, província de Cosenza, Itália, em 26 de agosto de 1582, seus pais; Giovanni Pirozzo e de Ginevra Giardino, lhe puseram o nome de Luca Antonio. Desde a mais tenra idade, o menino manifestou sua admirável piedade. Todos os dias ia à missa, comungava, rezava e meditava a Paixão do Senhor, tornando-se modelo de virtude para todos os que o conheciam.
Nos processos canônicos se recorda que sua resposta a alguém que lhe deu uma solene bofetada na praça pública, foi simplesmente oferecer a outra face.

Aos dezoito anos, percebeu que sua vocação estava na vida religiosa, mas por vários motivos teve que aguardar nove anos para poder realizar os seus santos propósitos, levando, entretanto, uma vida ainda mais disciplinada a fim de conseguir seus objetivos.

Aos vinte e sete anos, entrou no noviciado dos Frades Menores de Mesuraca, tomando o nome de frei Humilde. Desde jovem, tinha o dom de contínuos êxtases contemplativos, motivo pelo qual era chamado de "o frade extático". A partir de 1613, esses dons se tornaram públicos e por isso seus superiores o submeteram a uma longa série de provas e humilhações para certificarem-se se eles provinham, realmente, de Deus.
Essas provas, felizmente suportadas, só vieram a aumentar sua fama de santidade junto aos irmãos e ao povo.

Deus lhe concedeu outros dons particulares como a perscrutação dos corações, a profecia, as intercessões em milagres e, sobretudo, a ciência infusa. Apesar de ser analfabeto, dava respostas sobre as Sagradas Escrituras e sobre qualquer outro tema da doutrina católica que faziam admirar os altos teólogos. A esse objetivo, Humilde foi experimentado em uma reunião de sacerdotes seculares e regulares, com propostas de dúvidas e objeções, às quais respondeu de maneira muito satisfatória.  

Frei Humilde obteve a confiança dos sumos pontífices Gregório XV e Urbano VIII, que o chamaram ao Vaticano e se beneficiaram com suas orações e conselhos. Permaneceu em Roma por muitos anos, sendo hospedado no Convento de São Francisco, em Ripa, e, durante alguns meses, no de Santo Isidoro.

As orações do Frei Humilde eram simples, porém suas preces eram sempre dedicadas ao bem da humanidade e à paz universal. Apesar de ser muito estimado por todos, ele se humilhava, continuamente, perante Deus, por considerar-se um grande pecador. Quando lhe perguntaram sobre o que pedia ao Senhor durante tantas horas de oração, respondeu: "O único que faço é pedir a Deus: Senhor, perdoai os meus pecados e fazei que vos ame como estou obrigado a amar-vos, e fazei que todos vos ameis como estão obrigados a amar-vos!".

Num dia declarou ao papa Gregório XV: "Enquanto todas as criaturas louvam e bendizem ao Senhor, eu sou o único que o ofende".

Faleceu no dia 26 de novembro de 1637, na sua cidade natal, onde passou os seus últimos anos de vida.

Beatificado em 1882 pelo Papa Leão XIII, foi somente em 2002 que o papa João Paulo II declarou Santo Humilde de Bisignano.


26 de novembro - Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver. Lc 21,4


A viúva do Evangelho é observada por Jesus no templo de Jerusalém, precisamente junto do tesouro, onde o povo colocava as ofertas. Jesus vê que esta mulher lança no tesouro duas moedinhas: então chama os discípulos e explica que o seu óbolo é maior do que o dos ricos, porque, enquanto eles dão o supérfluo, a viúva ofereceu tudo o que tinha, tudo o que lhe servia para viver.

Deste episódio bíblico, pode-se obter um precioso ensinamento sobre a fé. Ela é vista como atitude interior de quem funda a própria vida em Deus, na sua Palavra, e confia totalmente n’Ele. Por isso, na Bíblia, as viúvas e os órfãos são pessoas das quais Deus se ocupa de modo especial: perderam o apoio terreno, mas Deus permanece o Esposo delas, o seu Pai. Contudo a escritura diz que a condição objetiva de necessidade, neste caso o fato de ser viúva, não é suficiente: Deus pede sempre a nossa livre adesão de fé, que se expressa no amor por Ele e pelo próximo.
Ninguém é tão pobre que não possa dar algo. E de fato, a nossa viúva de hoje demonstra a sua fé cumprindo um gesto de caridade: dando esmola. Confirma assim a unidade inseparável entre fé e caridade, assim como entre o amor de Deus e o amor ao próximo.

O Papa são Leão Magno, afirma quanto segue: Na balança da justiça divina não se pesa a quantidade dos dons, mas o peso dos corações. A viúva do Evangelho depositou no tesouro do templo duas moedas de pouco valor e superou os dons de todos os ricos. Nenhum gesto de bondade está privado de sentido diante de Deus, nenhuma misericórdia permanece sem fruto.

A Virgem Maria é exemplo perfeito de quem oferece a si mesmo confiando em Deus; com esta fé ela disse ao Anjo: “Eis-me” e acolheu a vontade do Senhor. Maria ajude também cada um de nós a fortalecer a confiança em Deus e na sua Palavra.

Papa Bento XVI – 11 de novembro de 2012

Hoje celebramos:


domingo, 25 de novembro de 2018

25 de novembro - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo


Neste último domingo do ano litúrgico, celebramos a solenidade de Cristo Rei do universo. E o Evangelho de hoje leva-nos a contemplar Jesus que se apresenta a Pilatos como Rei de um reino que não é deste mundo. Isto não significa que Cristo é Rei de outro mundo, mas que é Rei de outro modo, e no entanto é Rei neste mundo. Trata-se de um contraste entre duas lógicas. A lógica mundana está assentada sobre a ambição, sobre a competição, combate com as armas do medo, da chantagem e da manipulação das consciências. A lógica do Evangelho, ou seja a lógica de Jesus, ao contrário, exprime-se na humildade e na gratuidade, afirma-se silenciosa mas eficazmente, com a força da verdade. Às vezes, os reinos deste mundo baseiam-se em prepotências, rivalidades e opressões; o reino de Cristo é um reino de justiça, de amor e de paz.

Quando se revelou Jesus como Rei? No evento da Cruz! Quem contempla a Cruz de Cristo não pode deixar de ver a surpreendente gratuidade do amor. Um de vós pode dizer: Mas Padre, isto foi um fracasso! É precisamente na falência do pecado — o pecado é um fracasso — na falência das ambições humanas que há o triunfo da Cruz, a gratuidade do amor. No fracasso da Cruz vê-se o amor, o amor que é gratuito, que Jesus nos oferece. Para o cristão, falar de poder e de força significa fazer referência ao poder da Cruz e à força do amor de Jesus: um amor que permanece firme e íntegro, inclusive diante da rejeição, e que se manifesta como o cumprimento de uma vida dedicada na oferta total de si a favor da humanidade.

No Calvário zombam de Jesus crucificado, e lançam o desafio: Salva-te a ti mesmo, desce da Cruz! No entanto, paradoxalmente, a verdade de Jesus é aquela que, em tom de escárnio, lhe lançam os seus adversários: Não consegue salvar-se a si mesmo! Se Jesus tivesse descido da Cruz, teria cedido à tentação do príncipe deste mundo; ao contrário, Ele não pode salvar-se a si mesmo precisamente para poder salvar os outros, porque entregou a sua vida por nós, por cada um de nós.
Dizer: Jesus deu a sua vida pelo mundo é verdade, mas é mais bonito afirmar: Jesus deu a sua vida por mim!

E quem compreendeu isto? Quem o entendeu bem foi um dos malfeitores crucificados juntamente com Ele, chamado o bom ladrão, que o suplica: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!
Mas ele era um malfeitor, um corrupto e fora condenado à morte precisamente por todas as brutalidades que tinha cometido durante a sua vida. No entanto, na atitude de Jesus, na mansidão de Jesus, ele viu o amor. Esta é a força do reino de Cristo: é o amor. Por isso, a realeza de Jesus não nos oprime, mas liberta-nos das nossas debilidades e misérias, encorajando-nos a percorrer os caminhos do bem, da reconciliação e do perdão.

Contemplemos a Cruz de Jesus, olhemos para o bom ladrão e repitamos todos juntos aquilo que o bom ladrão disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!

Diante das numerosas lacerações no mundo e das demasiadas feridas na carne dos homens, peçamos à Virgem Maria que nos ampare no nosso compromisso de imitar Jesus, nosso Rei, tornando presente o seu reino com gestos de ternura, de compreensão e de misericórdia.

Papa Francisco – 22 de novembro de 2015


sábado, 24 de novembro de 2018

24 de novembro - Beata Niceta de Santa Prudência Plaja Xifra e companheiras


No Picadero de Paterna, no território de Valência, na Espanha, a beata Niceta de Santa Prudência Plaja Xifra e suas companheiras, virgens do Instituto das Carmelitas Caridade e dos Mártires, foram consideradas dignas de entrar com Cristo, seu Esposo, no deleite eterno, carregando suas lâmpadas acesas: era o dia 24 de novembro de 1936. Foram beatificadas pelo Papa João Paulo II em 11 de março de 2001.

A Irmã Niceta nasceu em Torrent (Girona) em 31 de outubro de 1863 e entrou no noviciado de Vic (Barcelona) quando estava prestes a completar 17 anos. Ela fez sua primeira profissão em 1883, ano em que foi designada para Palaftugell e depois para Llagostera até que foi para a Casa de Misericórdia em Valência, onde passou sua vida até o ano de 1936, quando teve que sair de casa para se refugiar com o resto das irmãs na rua Cambios de Valência. Teve muitos cargos de especial responsabilidade entre eles o de superiora da comunidade no momento em que tiveram que sair de casa. Enviou as Irmãs de Levante e Catalunha, para se esconderem com suas famílias, no entanto, ela renunciou a ficar com sua família para ficar com as irmãs do País Basco e Castilla, que não podiam deixar Valência. Aquele que estava dirigindo o carro que as levou para Paterna, diz que ela pediu para ser a última a morrer e quando chegou a hora ela se ajoelhou e disse: "Senhor, você as deu para mim e eu as dei a você ... quando você as quis." Tinha um caráter maternal, sincero, valente, reto, justo e fiel.

Irmã Daria Campillo Paniagua nasceu em Vitoria (Alava) no dia 8 de 1873. Ela conheceu as Carmelitas através do Colégio del Carmen, na Plaza de S. Francisco el Grande, em Madri. Entrou no noviciado de Vic (Barcelona) aos 22 anos. Depois da primeira profissão, foi designada para a escola de Vic, de lá para Castellón e finalmente para a Casa Misericórdia de Valência, onde cuidou da enfermaria das meninas e das classes trabalhadoras. Ela viveu os tempos difíceis com grande força de espírito e um espírito animado.

Irmã Antônia Gosens Sáez de Ibarra nasceu em Vitoria (Alava) em 17 de janeiro de 1870. Ingressou no noviciado de Vitória aos 17 anos de idade. Destinada a Valência, depois a Castellón e finalmente à Casa de Misericórdia de Valência, onde prestou vários serviços onde era necessário. De temperamento natural, delicada e gentil.  A família dela pediu à provincial para atribuí-la a Vitória, algo com o qual a superiora concordou, mas insinuou que ela saindo não haveria mais retorno, Antônia escolheu ficar e seguir o destino das irmãs. Ela tinha 66 anos e teve algumas doenças quando foi à Cambios Street, onde viveram por quatro meses cheias de dificuldades que ela sabia aceitar e viver com sua alegria e confiança habituais em Deus. Fervorosa em espírito, muito alegre e amigável, pacificadora e carinhosa para toda a comunidade.

Irmã Paula Isla Alonso nasceu em Villalaín (Burgos) em 28 de junho de 1863. Em um lar onde a fé vivia profundamente. Entrou no noviciado de Vitória aos 24 anos de idade. Ela passou por vários destinos até finalmente a Casa da Misericórdia. Em todos eles dedicou-se a ensinar como professora, exceto na casa da Misericórdia, onde estava encarregada, com um grupo de mulheres, de costurar e consertar as roupas das crianças. Ela era a irmã mais velha do grupo de sua comunidade que recebeu o martírio, tinha 73 anos de idade. Ela estava com o resto das irmãs no andar da Rua Cambios e de lá foi para o Registrador de Rua Tcheco Esteve, e para a prisão feminina de Alacuás, onde partiu para receber o martírio no Picadero de Paterna. Seus traços característicos: trabalho, piedade e silêncio.

Irmã Maria Consuelo Cuñado González nasceu em Bilbao (Vizcaya) em 2 de janeiro de 1884. Durante toda a sua vida ela quis ser missionária e morrer como mártir. Ela conheceu as Carmelitas casualmente em uma viagem. Ingressou no noviciado de Vitória em 28 de julho de 1901. Após a Primeira profissão, foi destinada para a Casa de Misericórdia. Ela dedicou sua vida a ensinar meninas. A princípio, esse destino foi difícil para ela, mas depois de ter superado toda repugnância, entregou-se totalmente ao trabalho que lhe fora confiado e era uma verdadeira mãe para aquelas meninas. Ela teve a oportunidade de sair e se refugiar na zona rural, mas percebendo que as irmãs sentiriam sua partida interrompeu as negociações e ficou com elas seguindo seu destino: expulsão da casa, abrigo na rua Changes, o tcheco de Grabador Esteve, na prisão de Alacuas e no Picadero de Paterna, onde morreu. Inteligente, muito criativa, com um caráter franco, alegre e alegre, uma pedagoga nata.

Irmã Erundina Colino Veja nasceu em Lagarejos (Zamora) em 23 de julho de 1883. Ingressou no noviciado em Vitória, com uma permissão especial da Superiora Geral porque era um pouco mais velha: 32 anos. Seu primeiro e único destino foi a Casa da Misericórdia de Valência, onde se distinguiu por sua dedicação e seu espírito de pobreza. De grande cultura e talento extraordinário que colocou a serviço das pessoas. De saúde delicada mostrava sinais de paciência admirável em tempos de dor e sofrimento. Foi indicada para ir para o exterior, mas intuindo os sentimentos da superiora, pediu para suspender os procedimentos e ficou com as irmãs. "Vende tudo o que tens, dá aos pobres e então: vem e segue-me" Foi isso que a Irmã Erundina fez e no final dos seus dias recorreu constantemente a Maria com esta dedicação "Rogai por nós agora ... e na hora da nossa morte.”

Irmã Feliciana de Uribe y Orbe nasceu em Múgica (Vizcaya) em 8 de março de 1893.Entrou no noviciado de Vitória aos 20 anos. Desde a sua primeira profissão, foi designada para a Casa de Misericórdia de Valência para cuidar da enfermaria das crianças, depois para cuidar dos homens e lá permaneceu desde os 22 anos até o martírio. Ela sabia respeitar e amar a todos. Deixou a Misericórdia em 27 de julho de 1936 acompanhando o resto das irmãs até o último momento. A chave de sua vida era a caridade e a oração. Ao lidar com os homens, sempre achava a palavra justa e oportuna. Ela cuidou dos doentes com dedicação e delicadeza, adivinhando o que cada um poderia precisar.

Irmã Concepción Odriozola Zabalia nasceu em Azpeitia (Guipúzcoa) em 8 de fevereiro de 1882. Ingressou no noviciado de Vitória em 8 de fevereiro de 1904. Passou por dois destinos: a Primeira Beneficência de Alcoy e depois a Casa da Misericórdia de Valencia cuidando da imprensa, enfermagem, sacristia e igreja. Nunca mostrou torpor ou nervosismo. O período final de sua vida foi gasto com as outras irmãs e com elas morreu. Dotada de uma profunda vida interior, pode-se dizer que ela sempre agiu por razões sobrenaturais. 

Irmã Justa Maiza Goicoechea nasceu em Ataun (Guipuzcoa em 13 de julho de 1897. Ingressou no noviciado em Vitória aos 23 anos. Seu único destino era a Casa de Misericórdia de Valência, onde estava encarregada da enfermaria e da imprensa, e quando tinha suas tarefas concluídas ia aos outros escritórios para ajudar as Irmãs, podemos enfatizar seu silêncio, trabalho silencioso, o serviço oculto e uma alegria serena e constante.

Irmã Concepción Rodriguez Fernández nasceu em Sta. Eulália (León) em 13 de dezembro de 1895. Ela era uma estudante na escola carmelita de León. Em fidelidade à sua vocação religiosa ingressou no noviciado de Vitória aos 22 anos de idade. Seu primeiro destino foi a escola de Denia (Alicante) e logo depois ele foi para a Casa de Misericórdia, em Valência, onde ficou o resto de sua vida. Ela era essencialmente uma irmã de fé e obediência, graças a ela sabia como superar e aceitar este destino com alegria. Como o resto das Irmãs que permaneceram na casa, ela teve que sofrer várias vicissitudes até o sacrifício da vida no Picadero de Paterna. Ela sabia como descobrir em tudo a mão de Deus que conduzia sua vida e com fé aceitava as alegrias e sombras de cada dia.

Irmã Candida Cayuso González nasceu em Ubiarco (Santander) em 5 de janeiro de 1901. Foi aluna da escola carmelita de Madernia. Entrou no noviciado em Vitória quando acabara de completar 20 anos. Em setembro de 1923 ela fez sua profissão e foi designada para a casa da Misericórdia. Dentro da casa passou pelos diferentes escritórios e ocupações. Ela e irmã Erundina Colino foram as primeiras a abandonar o centro e refugiaram-se no Colégio, depois se juntaram às outras irmãs e tiveram o mesmo destino. Um primo poderia ir para sua terra e buscá-la, mas percebendo que as irmãs sentiriam sua partida, decidiu ficar com todas. "Diga a seu pai e meus irmãos que não sofram por mim, que eu morro muito conformada, muito feliz e que de bom grado dou a minha vida por Jesus" (Palavras de adeus ao primo)

Irmã Clara Ezcurra Urrutia nasceu em Uribarri de Mondragón (Guipuzcoa) em 17 de agosto de 1896. Ingressou no noviciado de Vitória aos 24 anos. Quando ela professou, foi designada para a Casa da Misericórdia, onde lhe foi confiado o guarda-roupa e o quarto das meninas. Ela ficou seriamente doente e o médico ordenou repouso absoluto, que ela aceitou com um espírito de sacrifício. Tanto na saúde como na doença, ela mostrava sinais de alegria, doçura e bondade. "Trabalhe até ficar doente." Saúde era para gastá-la no serviço de Deus e dos irmãos, na missão do Instituto.


24 de novembro - Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo. Mt 10,22


No martírio dos cristãos, a violência é vencida pelo amor, a morte pela vida. A Igreja vê no sacrifício dos mártires seu “nascimento ao céu”. Jesus transforma a morte de quantos o amam em aurora de vida nova!

A imagem “mágica” e “adocicada”, do Evangelho não existe! A liturgia nos leva ao sentido autêntico da Encarnação, ligando Belém ao Calvário e recordando-nos que a salvação divina implica a luta ao pecado, passa pela porta estreita da Cruz. Este é o caminho que Jesus indicou claramente aos seus discípulos, como atesta o Evangelho de hoje: “Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo”.

Por isso hoje rezemos de modo particular pelos cristãos que sofrem discriminações por causa do seu testemunho dado de Cristo e do Evangelho. Sejamos próximos a estes irmãos e irmãs que são acusados injustamente e feitos objeto de violências de vários tipos. Estou certo de que, infelizmente, são mais numerosos hoje que nos primeiros tempos da Igreja. Há tantos! Isto acontece especialmente lá onde a liberdade religiosa ainda não é garantida ou não é plenamente realizada. Acontece, porém, também em países e ambientes que, no papel, protegem a liberdade e os direitos humanos, mas onde de fato os crentes e, especialmente os cristãos, encontram limitações e discriminações. Eu gostaria de pedir para vocês rezarem por estes irmãos e irmãs um instante em silêncio […] E os confiemos à Nossa Senhora.

Para o cristão, isso não causa surpresa, porque Jesus já o havia preanunciado como ocasião propícia para dar testemunho. Todavia, na esfera civil, a injustiça deve ser denunciada e eliminada. 

Papa Francisco - 26 de dezembro de 2013

Hoje celebramos:

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

23 de novembro - Santa Cecília Yu So-sa


Cecilia foi canonizada na companhia de seus dois filhos mártires: São Paulo Chong Ha-sang e Santa Isabel Chong Chong-hye.
Ela nasceu em Seul, capital da Coreia do Sul, em 1761, e se casou com o viúvo Agostinho Yak-jong, um dos primeiros cristãos da Coreia. Com ele foi para a capital e ali recebeu o sacramento do batismo das mãos do Pe. Chu Mun-mo, missionário chinês na Coreia. Seu esposo foi martirizado em 1801, e também Carlos Chong Chol-sang, filho do primeiro casamento de seu marido. Ela foi aprisionada e logo deixada livre, porém seus bens foram confiscados.

Cecília, além de viúva se viu empobrecida e voltou para a região da família de seu marido, Majae, com seus filhos. Ali seu cunhado, inimigo do cristianismo, a recebeu friamente, e foi um amigo de seu falecido esposo que teve compaixão dela e lhe ofereceu uma casa para morar. A frieza dos antigos amigos e parentes a rodeou.

Ela enfrentou a morte da viúva de Carlos, o filho de seu marido, martirizado; do filho daquele casal e de sua própria filha mais velha. Em meio aos sofrimentos Cecilia conservou a fé e a paciência, e em vista da hostilidade de que era objeto, manteve uma conduta prudente, não fazendo alarde do cristianismo, porém transmitindo a doutrina cristã a seus filhos no âmbito de seu lar.

Quando seu filho Paulo atingiu a idade de 20 anos, ela sugeriu que ele se casasse; ele lhe disse que queria dedicar-se a continuar a obra evangelizadora de seu pai mártir, e para tanto foi para a capital, deixando a mãe e a irmã em Majae.

Ela temia os perigos pelos quais seu filho passaria para organizar um ressurgimento do cristianismo e aceitava com mansidão que seu filho não pudesse proporcionar a ela alguma ajuda. Em 1827, entretanto, o Bispo de Pequim recriminou Paulo por não prestar ajuda a sua mãe e ele então a levou consigo para a capital, junto com sua irmã Isabel.

A vida ali se tornou muito difícil e por isso Cecilia resolveu voltar para Majae, porém logo lhe foi oferecido o encargo de auxiliar os missionários que chegavam. Assistia a Missa diariamente e ajudava os católicos mais pobres. 

Em 1839 a perseguição aos cristãos recomeçou e foi aconselhada que fosse para Majae, mas ela preferiu ficar. Ela e a filha se dedicaram a se preparar para o martírio.

No dia 1º de junho, estando seu filho ausente, foi aprisionada. Quando lhe perguntaram se era verdade que era católica, respondeu que sim, e quando foi intimada a abandonar sua religião e a delatar os demais católicos, disse que não sabia onde os outros cristãos moravam, e que estava disposta a morrer para conservar sua fé

Foi interrogada cinco vezes e cada interrogatório era acompanhado de golpes de cana de bambu, que a deixaram muito machucada. Levada para a prisão, morreu no cárcere de Bo-jeong no dia 23 de novembro de 1839, quase octogenária.

Foi canonizada em 6 de maio de 1984 em Seul pelo papa João Paulo II, juntamente com 102 mártires coreanos.