Gaetana (chamada “Nuccia”) Tolomeo nasceu em
Catanzaro em 10 de abril de 1936. Aos dois anos, ela foi diagnosticada com uma
malformação dos membros com paralisia progressiva. A enfermidade a impedia
de desenvolver o corpo normalmente, então ela teve que viver entre a cadeira e
a cama em casa por toda a vida. Devido ao seu estado, ela aceitou que sua
vocação particular era para seguir o Cristo sofredor.
Em 1952 participou numa peregrinação a Lourdes, onde se
ofereceu como vítima pelos pecadores, oferta que mais tarde renovou especialmente
para os sacerdotes. Sua casa se tornou um lugar de encontro, oração e
formação cristã.
Ela morreu em 24 de janeiro de 1997 em Catanzaro
(Itália).
O decreto sobre o caráter heroico das suas virtudes foi
promulgado em 8 de abril de 2019.
Para a beatificação de Gaetana Tolomeo, a Postulação da
Causa apresentou à Congregação o suposto acontecimento milagroso, atribuído à
sua intercessão, da continuação da gravidez de uma senhora de Catanzaro
(Itália), em 2014, ao qual uma ultrassonografia havia destacado um embrião
aninhado no canal cervical do útero e que, apesar dos múltiplos convites para
abortar, embora ciente dos riscos, decidiu continuar a gravidez. Uma
ultrassonografia subsequente mostrou que o feto estava intra-uterino e em
evolução normal, portanto houve uma continuação fisiológica da gravidez até o
nascimento, por cesariana, de um bebê perfeitamente saudável.
A iniciativa de invocar a Beata foi tomada pelo capelão
do hospital a quem se juntou a senhora, outras mães hospitalizadas e o seu
marido.
Foi beatificada, juntamente com Maria Antonuia Samà em 03
de outubro de 2021, em cerimônia presidida pelo Cardeal Marcello Semeraro.
Trechos da sua homilia:
Considerando a figura das duas bem-aventuradas - Maria
Antonia Samà e Nuccia Tolomeo - não nos é difícil reconhecer, no seio de
sua imitatio Christi , um elemento comum, que tem um nome
difícil e terrível: sofrimento. A Beata Maria Antonia entrou
nele de maneira diferente - em formas até perturbadoras, e a outra com um
desenvolvimento natural doloroso - mas ambas de forma progressiva, em
crescimento contínuo para se tornarem, ambas, semelhantes a Cristo, vir
dolorum et sciens infirmitatem.
Gaetana Tolomeo, conhecida por todos como Nuccia. A sua também foi uma vida cheia de sofrimento, mas também foi uma vida cheia de amor. Marcada desde os primeiros anos de vida por uma paralisia progressiva e deformadora, por amor de Cristo transformou sua deficiência em apostolado pela redenção do homem. Repetindo: “Agradeço a você Jesus por ter me crucificado por amor”, ela própria se tornou um exemplo de gratidão pela vida que recebeu. «
“Sou Nuccia - dizia - uma criatura débil na qual o Poder de Deus se digna trabalhar todos os dias”.
Na verdade, sua vida terrena foi rica não em eventos e obras grandiosas, mas em graça e total adesão à vontade de Deus na simplicidade diária. Dois meses antes da sua morte, enviou aos jovens de Sassari esta mensagem:
“Tenho 60 anos, estou totalmente imóvel numa
cama; meu corpo está torcido, em tudo tenho que depender dos outros, mas
meu espírito permaneceu jovem. O segredo da minha juventude e da minha
alegria de viver é Jesus. Aleluia”.