Um dia, Jesus,
aproximando-se da cidade de Jericó, realizou o milagre de restituir a visão a
um cego que mendigava ao longo do caminho.
Enquanto o cego
grita invocando Jesus, o povo o repreende para fazê-lo calar, como se não
tivesse o direito de falar. Não tem compaixão dele, ao contrário, fica cansado
com os seus gritos.
Diferente da
multidão, este cego vê com os olhos da fé. Graças a essa fé, a sua súplica tem
uma poderosa eficácia. De fato, ao ouvi-lo,
“Jesus parou e ordenou que o levassem a ele”. Assim fazendo, Jesus tira o
cego da margem do caminho e o coloca no centro da atenção dos seus discípulos e
da multidão.
Jesus se dirige ao
cego e lhe pergunta: “O que queres que
eu faça por ti?” Essas palavras de Jesus são impressionantes: o Filho de
Deus agora está diante do cego como humilde servo. Ele, Jesus, diz: “Como tu queres que eu te sirva?”. Deus
se faz servo do homem pecador. E o cego responde a Jesus não mais chamando-o
“Filho de Davi”, mas “Senhor”, o título que a Igreja, desde o início,
aplica a Jesus Ressuscitado. O cego pede para poder ver de novo e o seu desejo
é concedido: “Tenha de novo a sua visão!
A tua fé te salvou”. Ele mostrou a sua fé invocando Jesus e querendo
absolutamente encontrá-lo, e isso o levou o dom da salvação. Graças à fé agora
pode ver e, sobretudo, se sente amado por Jesus. Por isso a passagem termina
referindo que o cego “começou a segui-Lo
glorificando a Deus”: se faz discípulo. De mendigo a discípulo, também essa
é o nosso caminho: todos nós somos mendigos, todos.
Sempre precisamos
de salvação. E todos nós, todos os dias, devemos dar esse passo: de mendigos a
discípulos. E assim, o cego caminha atrás do Senhor e se torna parte da sua
comunidade. Acontece um segundo milagre: isso que aconteceu ao cego faz com que
também o povo finalmente veja. A mesma luz ilumina todos unindo-os na oração de
louvor. Assim Jesus infunde a sua misericórdia sobre todos aqueles que
encontra: chama-os, faz com que venham a si, reúne-os, cura-os e os ilumina,
criando um novo povo que celebra as maravilhas do seu amor misericordioso.
Deixemos também nós chamar por Jesus e deixemo-nos curar por Jesus, perdoar por
Jesus e vamos atrás de Jesus louvando a Deus.
Papa
Francisco – 15 de junho de 2016
Hoje celebramos:
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