Existem dois pontos contrastantes na liturgia
de hoje: Por um lado, há esta grande maravilha, este sacerdócio de Jesus em
três etapas — aquela em que perdoa os pecados uma vez para sempre; aquela em
que intercede agora por nós; e aquela que terá lugar quando Ele voltar — mas há
também o contrário, “a blasfêmia imperdoável”. E é duro ouvir Jesus dizer isto:
mas é Ele quem o diz, e se o diz é verdade.
Com efeito, Ele nos diz: Tudo será perdoado
aos filhos dos homens — e sabemos que o Senhor perdoa tudo, se abrirmos um
pouco, totalmente, o coração! — os pecados e todas as blasfêmias que disserem —
até as blasfêmias serão perdoadas! — mas quem tiver blasfemado contra o
Espírito Santo não será perdoado eternamente: é réu de culpa eterna. Assim esta
pessoa, quando o Senhor voltar, ouvirá estas palavras: “Afasta-te de mim!”. E
isto porque, a grande unção sacerdotal de Jesus foi o Espírito Santo quem a fez
no seio de Maria: os sacerdotes, na celebração de ordenação, são ungidos com o
óleo; e fala-se sempre da unção sacerdotal. Até Jesus, como sumo sacerdote,
recebeu esta unção. E a primeira unção foi a carne de Maria por obra do
Espírito Santo. Assim, quem blasfema sobre isto, fá-lo sobre o fundamento do
amor de Deus, que é a redenção, a recriação; blasfema sobre o sacerdócio de
Cristo.
O Senhor perdoa tudo, mas quem diz tais
coisas está fechado ao perdão, não quer ser perdoado, nem se deixa perdoar.
Precisamente esta é a fealdade da blasfêmia contra o Espírito Santo: não se
deixar perdoar, porque renega a unção sacerdotal de Jesus feita pelo Espírito
Santo.
Papa Francisco - 23 de janeiro de 2017
Hoje celebramos:
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