sábado, 30 de setembro de 2017

Outubro - Mês Missionário


A missão da Igreja não é a propagação de uma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta de uma ética sublime. No mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, pela missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, ela representa o kairós, o tempo propício da salvação na história. Por meio da proclamação do Evangelho, Jesus torna-se sem cessar nosso contemporâneo, consentindo à pessoa que o acolhe com fé e amor experimentar a força transformadora do seu Espírito de Ressuscitado que fecunda o ser humano e a criação, como faz a chuva com a terra.

“A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual” (EG 276).

 Lembremo-nos sempre de que, “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá vida a um novo horizonte e, dessa forma, o rumo decisivo” (Bento XVI, Encíclica Deus caritas est, 1). O Evangelho é uma Pessoa que continuamente se oferece e se acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida por uma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição.

Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida nova, libertada do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito Santo. Pela Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, “remédio de imortalidade” (Inácio de Antioquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2).

O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, por meio da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade e, na missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho.


Papa Francisco – Mensagem para o Dia Mundial das Missões

30 de setembro - São Jerônimo e a Sagrada Escritura

A Igreja no Brasil dedica o mês de setembro a Bíblia. É um dos meses temáticos e que nos motiva a viver acolhendo sempre em nossas vidas a Palavra de Deus. No último domingo deste mês comemoraremos também o Dia Nacional da Bíblia. Toda essa motivação vem do fato da Igreja celebrar em 30 de setembro a memória do grande santo e doutor da Igreja, São Jerônimo, que a pedido do Papa Dâmaso (366-384) preparou uma tradução da Bíblia em latim, a partir do hebraico e do grego; a chamada Vulgata. Foi um trabalho gigantesco que demandou cerca de 35 anos isolado nas grutas de Belém, onde ele fazia esse oficio, vivendo uma austera vida de oração e penitência.

Conhecer a Palavra de Deus é fundamental para todo cristão. A Carta aos hebreus diz que “a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até à divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4,12). Jesus conhecia profundamente as Escrituras (o Antigo Testamento).  Isso é o suficiente para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação do deserto ele venceu o demônio lançando em seu rosto, por três vezes, a santa Palavra.  Quando o tentador pediu que Ele transformasse as pedras em pães, para provar Sua filiação divina, Jesus lhe disse: “O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8,3c).

A palavra de Deus é transformadora, santificante. São Paulo explica isso a seu jovem discípulo Timóteo, com toda convicção: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16). Ela é, portanto, um instrumento indispensável para a nossa santificação. Não conseguiremos ter “os mesmos sentimentos de Cristo” (Fl 2,5) sem ouvir, ler, meditar, estudar e conhecer a sua santa palavra. São Jerônimo, dizia que “quem não conhece o Evangelho não conhece Jesus Cristo”. Jesus nos ensina que “a Escritura não pode ser desprezada” (Jo 10,34). São Paulo recomendava a Timóteo”: “aplica-te à leitura da Palavra” (1Tm 4,13). Ela não é palavra humana, mas “palavra de Deus… que age eficazmente em vós” (1Ts 2,13).

Para termos os textos bíblicos hoje traduzidos em nossas línguas vernáculas temos que reportar ao grande homem que foi o grande tradutor dos originais para a língua da época, e que para ser fiel ao contexto, também viveu na Terra Santa dezenas de anos: São Jerônimo (347-420), chamado de “Doutor Bíblico”. Ele nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma; é um dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim e hebraico. Em sua juventude dedicando muito tempo a autores clássicos, quase nunca encontrava ocasião para as leituras cristãs. Totalmente posto nessa situação nada conveniente, ele, contudo, não tinha rompido com os princípios que conhecera na infância, não havia, de todo, cortado os laços com suas raízes cristãs. Tempos mais tarde, Jerônimo admitiu que essa sua atitude o tinha colocado fora do verdadeiro caminho. Apesar disso ele recordava também que Deus não o havia abandonado nunca e que o guiava constantemente. Foi por essa ocasião que ele tornou-se catecúmeno. Continuava seus estudos e preparava-se para ser batizado. Seus domingos em Roma consistiam em constantes visitas às catacumbas. Ali ele meditava sobre a fé dos mártires, admirava a atitude deles e venerava suas relíquias.

Jerônimo recebeu o santo batismo na idade adulta. Ele foi batizado pelo Papa Libério. Já como cristão batizado, ele fez uma viagem de estudos pelas Gálias. Para acompanhá-lo levou consigo seu irmão de leite Bonoso. Jerônimo quis visitar Jerusalém. Queria caminhar pela Terra Santa, venerar os lugares que foram santificados pela presença de Nosso Senhor. Aproveitou a ocasião de sua estada em Jerusalém para aprofundar seus conhecimentos da língua hebraica, ele desejava ter um meio a mais para conhecer melhor as Sagradas Escrituras. Assim, poderia ter mais segurança nas respostas às questões que o Papa São Dâmaso lhe fazia constantemente a respeito de passagens difíceis dos Livros Sagrados.

Depois viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379, foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Papa São Dâmaso. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura de São Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor a Igreja e à Sé de Pedro.

Seus últimos 35 anos ele os passou em uma grande cova, próxima à Gruta do Presépio. Ali continuou, até a morte, seus estudos e trabalhos bíblicos e com muita energia ainda escrevia contra os hereges que se atreviam a negar as verdades da Santa Igreja Católica, entre eles Helvídio e Joviano. No dia 30 do mês de setembro do ano 420, falece São Jerônimo. Contudo, o trabalho de São Jerônimo abrangeu praticamente sua vida toda. Ele escrevia com elegância clássica o latim e traduziu a Bíblia inteira. Daí foi que surgiu a texto da Bíblia conhecido como “Vulgata”, que significa “de uso comum” ou ainda a língua “vulgar” da época. Essa tradução foi usada largamente em quase quinze séculos. Seu texto tornou-se oficial com o Concílio de Trento e só cedeu o lugar nos últimos tempos, depois de estudos linguísticos exegéticos mais recentes.

A luz da Palavra de Deus nos ajuda a refletir “sobre os diversos problemas humanos e amadurecer opções responsáveis inspiradas no amor universal de Cristo”.(Cf. Ecclesia in America, 41). Colocando a Palavra de Deus em concreto na nossa ação pastoral nós vamos assumir a realidade (encarnação) e anunciar o Reino de Justiça e Vida (redenção) respondendo aos desafios que nos apresenta a sociedade (evangelização).

O contato direto, orante e contextual com a Palavra de Vida que a Sagrada Escritura oferece, deve conduzir-nos a um compromisso sério de fraternidade e solidariedade. Um importante desafio da animação bíblica é implementar caminhos e meios que ajudem a impulsionar e iluminar a ser uma Igreja em saída, comprometida com os mais pobres e humildes, samaritana quando enxuga a dor dos que sofrem e vivem à margem da sociedade, mais profundamente comprometida com uma renovação, Igreja sempre em reforma, para atualizar a Palavra de Deus, que é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos.


Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

29 de setembro - Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael


São Miguel, São Gabriel e São Rafael representam a alta hierarquia dos anjos-chefes, o seleto grupo dos sete espíritos puros que atendem ao trono de Deus e são seus “mensageiros dos decretos divinos”, aqui na Terra. 

São Miguel é considerado o príncipe guardião e guerreiro, defensor do trono celeste e do Povo de Deus. Fiel escudeiro do Pai Eterno, chefe supremo do exército celeste e dos anjos fiéis a Deus, Miguel é o arcanjo da justiça e do arrependimento, padroeiro da Igreja Católica. Costuma ser de grande ajuda no combate contra as forças maléficas. É citado três vezes na Sagrada Escritura. O seu culto é um dos mais antigos da Igreja. 

São Gabriel é o arcanjo anunciador, por excelência, das revelações de Deus e é, talvez, aquele que esteve perto de Jesus na agonia entre as oliveiras. Padroeiro da diplomacia, comumente está associado a uma trombeta, indicando que é aquele que transmite a Voz de Deus, o portador das notícias. Além da missão mais importante e jamais dada a uma criatura, que o Senhor confiou a ele: o anúncio da encarnação do Filho de Deus. Motivo que o fez ser venerado, até mesmo no islamismo. 

São Rafael teve a função de acompanhar o jovem Tobias, personagem central do livro Tobit, no Antigo Testamento, em sua viagem, como seu segurança e guia. Foi o único que habitou entre nós. Guardião da saúde e da cura física e espiritual, é considerado, também, o chefe da ordem das virtudes. É o padroeiro dos cegos, médicos, sacerdotes e, também, dos viajantes, soldados e escoteiros. 

A Igreja esses três arcanjos poderosos intercessores dos eleitos ao trono do Altíssimo. Durante as atribulações do cotidiano, eles costumam aconselhar-nos e auxiliar, além, é claro, de levar as nossas orações ao Senhor, trazendo as mensagens da Providência Divina.

“Os anjos nos defendem. Defendem o homem e defendem o Homem-Deus, o Homem superior, Jesus Cristo que é a perfeição da humanidade, o mais perfeito. Por isso a Igreja honra os anjos, porque são aqueles que estarão na glória de Deus – estão na glória de Deus – porque defendem o grande mistério escondido de Deus, ou seja, que o Verbo se fez carne.” (Papa Francisco, 29 de setembro de 2013).

Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa -Séc.VI:
“É preciso saber que a palavra anjo indica o ofício, não a natureza. Pois estes santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos, mas nem sempre podem ser chamados anjos, porque somente são anjos quando por eles é feito algum anúncio. Aqueles que anunciam fatos menores são ditos anjos; os que levam as maiores notícias, arcanjos.

Foi por isto que à Virgem Maria não foi enviado um anjo qualquer, mas o arcanjo Gabriel; para esta missão, era justo que viesse o máximo anjo para anunciar a máxima notícia.

Por este motivo também a eles são dados nomes especiais para designar, pelo vocábulo, seu poder na ação. Naquela santa cidade, onde há plenitude da ciência pela visão do Deus onipotente, não precisam de nomes próprios para se distinguirem uns dos outros. Mas quando vêm até nós para cumprir uma missão, trazem também entre nós um nome derivado desta missão. Miguel significa: “Quem como Deus?”; Gabriel, “Força de Deus”; e Rafael, “Deus cura”.
Todas as vezes que se trata de grandes feitos, diz-se que Miguel é enviado, porque pelo próprio nome e ação dá-se a entender que ninguém pode por si mesmo fazer o que Deus quer destacar. Por isto, o antigo inimigo, que por soberba cobiçou ser igual a Deus, dizendo: Subirei ao céu, acima dos astros do céu erguerei meu trono, serei semelhante ao Altíssimo (cf. Is 14,13-14), no fim do mundo, quando será abandonado às próprias forças para ser destruído no extremo suplício, pelejará com o arcanjo Miguel, como diz João: Houve uma luta com Miguel arcanjo (Ap 12,7).

 A Maria é enviado Gabriel, que significa “Força de Deus”. Vinha anunciar aquele que se dignou aparecer humilde para combater as potestades do ar. Portanto devia ser anunciado pela força de Deus o Senhor dos exércitos que vinha poderoso no combate.

Rafael, como dissemos, significa “Deus cura”, porque ao tocar nos olhos de Tobias como que num ato de cura, lavou as trevas de sua cegueira. Quem foi enviado a curar, com justiça se chamou “Deus cura”."

Oração: Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos Anjos e dos homens, fazei que sejamos protegidos na terra por aqueles que vos servem no céu. 


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

28 de setembro - Beato Luis Monza

Nasceu no dia 22 de Junho de 1898 em Cislago (Itália) em uma família extremamente pobre, cuja única riqueza era a fé e o trabalho.
Em Setembro de 1913 partiu para o Instituto missionário salesiano de Penango Monferrato, nos arredores de Asti. A 16 de Janeiro de 1917 o seu pai faleceu. Logo depois, Luís foi chamado às armas. Após o final da guerra retomou os estudos sendo ordenado Sacerdote em  Setembro de 1925. 
Exerceu o seu cargo dedicando-se à evangelização, ao exercício da caridade e à formação da comunidade. 
Fundou três importantes grupos: a schola cantorum, a filodramática e a sociedade desportiva "Viribus unitis". 
Em 1926 após uma série de provocações da parte de um grupo fascista, tiveram início numerosas violências contra o grupo Viribus unitis que, não obstante a mediação do Pe. Luís, culminaram com a prisão de oito jovens do oratório. 
Também ele foi preso e passou quatro meses no cárcere. Foi absolvido plenamente, embora com a proibição de ir a Vedano. Após a libertação, a diocese decidiu transferi-lo momentaneamente para a Paróquia de Santa Maria do Rosário, em Milão, para depois o destinar ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, em Saronno, onde chegou em Novembro de 1928. 
Foi neste ambiente familiar que o Pe. Luís se deparou com um mundo marcado pela solidão, tristeza e egoísmo. Assim, ele pediu a Deus que o ajudasse a fazer com que os jovens experimentassem o Seu grande amor. Esperou então, que o Senhor lhe indicasse o caminho a seguir.

Deus o inspirou a ver no amor dos primeiros cristãos a maneira de chegar ao homem contemporâneo e anunciar o Evangelho. Formou o primeiro oratório, com um grupo de trinta jovens. Lentamente nasceu a ideia da Obra "A Nossa Família". 

"Os cristãos devem ser testemunhas do amor de Deus dentro da sociedade, na vida cotidiana e profissional. Cada um deve ser um artista, reproduzindo a beleza de Jesus não nas telas, mas nas almas. O pincel do apostolado não deve sair de nossas mãos."
No dia 30 de Outubro de 1936, o Pe. Luís participou na primeira reunião oficial que deu início ao instituto. Entretanto, foi nomeado pároco da igreja de São João, na periferia da cidade. 
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, muitos jovens tiveram que deixar as famílias. O Pe. Luís assumiu a tarefa de assistir espiritual e materialmente os que permaneceram na cidade. Foi um sacerdote segundo o coração de Deus. Estando sempre disponível para os pobres, os doentes, os perseguidos.
Faleceu no dia 29 de Setembro de 1954, depois de ter recebido a Eucaristia. Expirou enquanto invocava: "Jesus meu, misericórdia...".

Hoje a Igreja celebra também São Venceslau clique aqui

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

27 de setembro - São Vicente de Paulo

Você ouve a voz de Deus nos acontecimentos da sua vida?

Durante uma viagem ao interior o Padre Vicente de Paulo é chamado para atender um doente e fica impressionado com a ignorância religiosa desse camponês que exclama ao morrer:
“Obrigado! Sem ter-me confessado, eu iria para o inferno!”
Assim foi questionado:
Haverá algum remédio? Que fazer para ensinar todas essas pessoas, isoladas em zona rural, a melhor conhecer e amar Jesus?
E assim surgiu a ideia!
Visitar as terras, pregar nas igrejas, chamar os camponeses à confissão. Os camponeses vêm em tão grande numero, que o Padre Vicente precisa pedir ajuda a outros sacerdotes.

Assim nasceram os Padre da Missão, também chamados Lazaristas.

Em uma outra ocasião, num domingo, quando se paramentava para celebrar a missa, uma senhora vem dizer-lhe:
“Padre, em um vilarejo distante, uma família inteira está doente de cama. Não há ninguém para cuidar dela.”
Durante a homilia, Padre Vicente, comovido, fala deste fato aos paroquianos presentes. Comovidos com as palavras do pároco, todos se encaminham, com os braços carregados de coisas gostosas, para socorrer a família em situação de miséria.
Mais tarde Padre Vicente reúne algumas mulheres e fala:
“Minhas senhoras, obrigado por todos os donativos da manhã de hoje. Foi generoso o gesto de todas, mas, amanhã, o que restará disso? É preciso organizarmo-nos desde já.”

Assim nasceram as Damas da Caridade, hoje Filhas da Caridade.

Mais uma vez, um sinal de Deus na vida de Padre Vicente: encontra uma criancinha recém-nascida abandonada na rua e descobre que a cada ano cerca de 400 crianças são abandonadas. Recolhidas em abrigos, muitas vezes são vendidas a bandidos, sofrem muito e morrem muito cedo.
Com Luisa de Marillac e algumas outras damas começam a cuidar de doze crianças, cinco anos depois eles tem 1.200 crianças para educar.

Nasce uma obra dedicada às criancinhas que também existe até hoje.

Com todos os que o seguem, o Padre Vicente mil maneiras de lutar contra a miséria. Doentes, camponeses, idosos, feridos de guerra, deficientes físicos, prisioneiros, criancinhas abandonados, loucos, mendigos, desempregados... todos têm um lugar no seu coração. A todos quer dar novamente, a esperança e o gosto de viver. A todos quer proclamar como é grande o amor de Deus!

"Amemos a Deus, meus irmãos, amemos a Deus, mas que isto seja a custa dos nossos braços, que isto seja com o suor dos nossos rostos".





terça-feira, 26 de setembro de 2017

26 de setembro - São Cosme e São Damião

Cosme e Damião são responsáveis pela intercessão de inúmeros milagres. A Igreja fala oficialmente em 47 milagres.
Um dos milagres está ligado ao imperador Justiniano: Gravemente enfermo e muito próximo da morte, os médicos o haviam abandonado, em uma espécie de eutanásia passiva, já conscientes que nada mais havia a ser feito.
o imperador moribundo foi transferido, então, como última esperança, para uma velha igreja de Constantinopla dedicada a Cosme e Damião.
Ali chegando, caiu repentinamente em sono muito profundo e viu em sonho os dois médicos que o examinavam com grande atenção: a seguir, eles lhe ordenaram que acordasse, pois a doença havia desaparecido por completo, e comunicaram-lhe que estava curado por graça do Senhor.
Justiniano manifestou a própria gratidão aos dois médicos ampliando e ornamentando aquela igreja; além disso, mandou construir uma nova igreja na região da Panfília.
Muitos outros milagres foram relatados, Gregório de Tours (século IV) dizia que bastava que qualquer doente rezar sobre a sepultura dos dois médicos para que fosse curado.

Conheça a vida de São Cosme e São Damião clique aqui

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

25 de setembro - São Sérgio

O nome que os pais de Sérgio de Radonej lhe deram no ato de batismo foi Bartolomeu.
A data e o ano do seu nascimento são desconhecidos. De acordo com certas estimativas aproximadas, ele teria nascido em 1314. Antes dele, nos mosteiros russos não havia ascetas de origem russa. Todos os monges famosos eram forasteiros, vindos do Bizâncio, - nenhum deles era russo. São Sérgio foi o símbolo russo na busca espiritual.

Na idade de dez anos, o jovem Bartolomeu começou a estudar juntamente com os seus irmãos, - o mais velho Stefano e o mais jovem Pedro, - numa escola junto da igreja a fim de aprender a ler e a escrever. Aí destacou-se pela extrema inquietude e incapacidade de assimilar a língua grega.
O professor censurava-o, os pais ficavam amargurados e tratavam de levá-lo à razão. Ele próprio rezava em lágrimas mas não conseguia avançar nos estudos. Foi aí que se deu o evento de que se fala em todas as obras dedicadas à sua vida.

...Certa vez o menino, que tinha então 13 anos, foi incumbido pelo seu pai de buscar os cavalos que estavam no campo. Enquanto procurava os animais, chegou a uma clareira e viu debaixo de um carvalho um velho monge-eremita que fazia a sua oração em lágrimas. Ao vê-lo, Bartolomeu fez inicialmente uma vênia humilde, a seguir chegou mais perto, esperando que ele concluísse a oração. O velho disse-lhe:
“O que você busca e o que quer, meu filho?”.
 "A minha alma deseja acima de tudo conseguir compreender as Sagradas Escrituras.  Tenho de estudar leitura e escrita, e fico tremendamente aborrecido pelo fato de não conseguir aprender essas coisas. Por favor santo padre, reza a Deus por mim, para que Ele me dê conhecimento para aprender a ler!"   Depois de rezar, o velho disse:
“Quanto à arte de ler e escrever, meu filho, não se aflija, doravante o Senhor vai-lhe dar o conhecimento da escrita”.
Depois disso, o velho monge quis se ir embora mas Bartolomeu implorou que visitasse a casa dos seus pais. Durante a refeição, os pais de Bartolomeu ouviram a profecia do velho:
“O menino será grande diante de Deus e dos homens pela sua vida virtuosa”. Depois de dizer isso, o monge preparou-se a sair mas no último momento disse:
 “O seu filho será o reduto da Santa Trindade e levará consigo muitos para a compreensão dos Mandamentos Divinos”.

Na idade de 23 anos, Bartolomeu chamou o monge, chamado irmão Mitrofan, e recebeu dele a ordem sob o nome de Sérgio pois naquele dia festejava-se a memória dos mártires Sérgio e Vakh.
Uns dois ou três anos depois os monges começaram a convergir para o local em que ele estava. Assim surgiu o mosteiro que recebeu em 1345 o nome de Mosteiro da Trindade-São Sérgio.
Como eram os mosteiros era na Rússia antiga? Antes de São Sérgio de Radonej a maioria dos mosteiros era construída por Grãos-Príncipes e vivia de acordo com a sua vontade e às suas custas.
São Sérgio de Radonej foi o primeiro entre os padres russos da Igreja a indagar a si próprio: por que razão os discípulos ou, de um modo geral, os filhos espirituais de Cristo, isto é, os monges, devem eximir-se de quaisquer cuidados com a sua alimentação e com outras necessidades nesta viagem espiritual que é a vida?

Ele foi o primeiro entre os monges-anacoretas a proclamar a vida autônoma, a declarar que os monges deviam cuidar, eles próprios, da sua alimentação sem aguardar pelos favores do príncipe. Isso encerrava um sentido profundo, pois o mosteiro escapava à tutela, - política ou material, - dos grãos-príncipes e realizava a sua atividade apenas em conformidade com o espírito e a vontade de Cristo, independentemente dos caprichos do príncipe.

São Sérgio de Radonej fundou o Mosteiro da Trindade-São Sérgio mas não assumiu a sua chefia: nomeou para este cargo o padre Mitrofan. Não quis assumir a gestão administrativa do mosteiro criando desta maneira um enigma para os historiadores da igreja. São Sérgio de Radonej proibiu os seus monges de receber esmolas e exigiu que todos eles vivessem do seu trabalho, dando, ele próprio, exemplo disso.

A sua fama crescia gradualmente e um número cada vez maior de pessoas, - desde os simples agricultores até aos príncipes, - passaram a afluir ao mosteiro. Foi uma transformação radical no relacionamento entre os dois poderes - o poder dos príncipes e o poder da Igreja. São Sérgio proclamou a tese de que o poder divino superava o poder terrestre. Este princípio passou a exercer gradualmente o seu efeito. Muitas pessoas doavam os seus bens ao mosteiro e este, que inicialmente passava por toda sorte de extremas privações, tornou-se bastante rico.
Uma crônica eclesiástica reza que a glória de São Sérgio e do seu mosteiro chegou, inclusive, a Constantinopla. O Patriarca Ecumênico Filofeu mandou-lhe uma missão especial que lhe entregou uma cruz, muitos outros objetos e uma carta em que elogiava a sua vida virtuosa e aconselhava a criar no mosteiro a chamada cinovia, isto é, uma comunidade monástica com um regime especialmente rigoroso de vida.

Continua a ser um mistério até hoje de que maneira Sérgio conseguiu fazer aquilo que antes dele nenhuma personalidade eclesiástica tinha logrado, ou seja, demonstrar aos príncipes que o seu poder terrestre era inferior ao poder divino.

São Sérgio faleceu em 1392 mas o mosteiro que ele tinha fundado foi, durante vários séculos, um centro cultural e religioso do estado Russo.


Durante toda a sua vida teve como lema a frase “Contemplando a Santíssima Trindade, vencer a odiosa divisão deste mundo”. 

domingo, 24 de setembro de 2017

24 de setembro - Nossa Senhora das Mercês

A invocação ou nome de Nossa Senhora das Mercês é uma a mais entre as muitas que são dadas à  Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo e, por isso, mãe espiritual de cada cristão e de toda Igreja. 

Esta invocação das Mercês data aproximadamente de 1218, quando os maoemetanos dominavam parte da península Ibérica e faziam incursões às terras, praianas da França e Itália e nos mares assaltavam as embarcações para, de toda forma que podiam, roubar, matar e levar para o cativeiro da África, os homens, mulheres e crianças que encontravam. 

Os cristãos capturados eram submetidos a trabalhos forçados e à dura escravidão (daí as correntes nas mãos dos anjinhos aos pés de Nossa Senhora das Mercês), da qual podiam livrar-se, renunciando a fé Católica e abraçando as doutrinas e costumes muçulmanos. Diante de tamanho sofrimento, muitos terminavam fazendo a vil troca de Cristo e sua Igreja por Maomé e seus costumes. 

Nossa Senhora, compadecida dos seus filhos e filhas, aparece a três jovens: Pedro, Raimundo e Jaime e os convida para que fundem uma Ordem encarregada de socorrer os pobres cristãos e mantê-los na fé e nos costumes. Os três jovens levaram a notícia ao Bispo focal, este ao Papa, e receberam autorização da Igreja para fundarem a "Ordem de Nossa Senhora das Mercês". 

No dia 10 de Agosto de agosto de 1218, o Bispo de Barcelona (Espanha), Dom Berenguer de Palou, na própria catedral, na presença do rei Jaime I de Aragão e muita gente, Pedro Nolasco e Companheiros faziam a Deus solene entrega de suas vidas para dedicarem-se à Redenção e ajuda dos cristãos na escravidão dos maometanos. A Ordem nasceu, cresceu e espalhou-se em seguida pelo mundo inteiro, tendo como carisma o resgate dos cativos. 


Desse fato surgiu a devoção a Nossa Senhora das Mercês, cuja festa litúrgica se celebra aos 24 de setembro. 

Hoje são outras as escravidões: consumismo, comodismo, secularismo, individualismo, depressão, angustia, medos, desemprego, violência, vícios, fome, divisão, desagregação familiar... Que Nossa Senhora das Mercês, ela que nos deu a grande mercê, seu filho Jesus Cristo, interceda por nós e nos ajude a vencer as escravidões do mundo atual. 

A festa de Nossa Senhora das Mercês é celebrada no dia 24 de Setembro.

sábado, 23 de setembro de 2017

23 de setembro - São Padre Pio de Pietrelcina

Tal como o apóstolo Paulo, o Padre Pio de Pietrelcina colocou, no vértice da sua vida e do seu apostolado, a Cruz do seu Senhor como sua força, sabedoria e glória. Abrasado de amor por Jesus Cristo, com Ele se configurou imolando-se pela salvação do mundo. Foi tão generoso e perfeito no seguimento e imitação de Cristo Crucificado, que poderia ter dito: «Estou crucificado com Cristo; já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gál 2, 19). E os tesouros de graça que Deus lhe concedera com singular abundância, dispensou-os ele incessantemente com o seu ministério, servindo os homens e mulheres que a ele acorriam em número sempre maior e gerando uma multidão de filhos e filhas espirituais.
Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de Maio de 1887 em Pietrelcina, na arquidiocese de Benevento, filho de Grazio Forgione e de Maria Giuseppa de Nunzio. Foi batizado no dia seguinte, recebendo o nome de Francisco. Recebeu o sacramento do Crisma e a Primeira Comunhão, quando tinha 12 anos.
Aos 16 anos, no dia 6 de Janeiro de 1903, entrou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Morcone, tendo aí vestido o hábito franciscano no dia 22 do mesmo mês, e ficou a chamar-se Frei Pio. Terminado o ano de noviciado, fez a profissão dos votos simples e, no dia 27 de Janeiro de 1907, a dos votos solenes.
Depois da Ordenação Sacerdotal, recebida no dia 10 de Agosto de 1910 em Benevento, precisou de ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde. Em Setembro desse ano de 1916, foi mandado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até à morte.
Abrasado pelo amor de Deus e do próximo, o Padre Pio viveu em plenitude a vocação de contribuir para a redenção do homem, segundo a missão especial que caracterizou toda a sua vida e que ele cumpriu através da direção espiritual dos fiéis, da reconciliação sacramental dos penitentes e da celebração da Eucaristia. O momento mais alto da sua atividade apostólica era aquele em que celebrava a Santa Missa. Os fiéis, que nela participavam, pressentiam o ponto mais alto e a plenitude da sua espiritualidade.
No campo da caridade social, esforçou-se por aliviar os sofrimentos e misérias de tantas famílias, principalmente com a fundação da «Casa Sollievo della Sofferenza» (Casa Alívio do Sofrimento), que foi inaugurada no dia 5 de Maio de 1956.
Para o Padre Pio, a fé era a vida: tudo desejava e tudo fazia à luz da fé. Empenhou-se assiduamente na oração. Passava o dia e grande parte da noite em colóquio com Deus. Dizia: «Nos livros, procuramos Deus; na oração, encontramo-Lo. A oração é a chave que abre o coração de Deus». A fé levou-o a aceitar sempre a vontade misteriosa de Deus.
Viveu imerso nas realidades sobrenaturais. Não só era o homem da esperança e da confiança total em Deus, mas, com as palavras e o exemplo, infundia estas virtudes em todos aqueles que se aproximavam dele.O amor de Deus inundava-o, saciando todos os seus anseios; a caridade era o princípio inspirador do seu dia: amar a Deus e fazê-Lo amar. A sua particular preocupação: crescer e fazer crescer na caridade.
A máxima expressão da sua caridade para com o próximo, ve-mo-la no acolhimento prestado por ele, durante mais de 50 anos, às inúmeras pessoas que acorriam ao seu ministério e ao seu confessionário, ao seu conselho e ao seu conforto. Parecia um assédio: procuravam-no na igreja, na sacristia, no convento. E ele prestava-se a todos, fazendo renascer a fé, espalhando a graça, iluminando. Mas, sobretudo nos pobres, atribulados e doentes, ele via a imagem de Cristo e a eles se entregava de modo especial.
Exerceu de modo exemplar a virtude da prudência; agia e aconselhava à luz de Deus.
O seu interesse era a glória de Deus e o bem das almas. A todos tratou com justiça, com lealdade e grande respeito.
Nele refulgiu a virtude da fortaleza. Bem cedo compreendeu que o seu caminho haveria de ser o da Cruz, e logo o aceitou com coragem e por amor. Durante muitos anos, experimentou os sofrimentos da alma. Ao longo de vários anos suportou, com serenidade admirável, as dores das suas chagas. 
Quando o seu serviço sacerdotal esteve submetido a investigações, sofreu muito, mas aceitou tudo com profunda humildade e resignação. Frente a acusações injustificáveis e calúnias, permaneceu calado, sempre confiando no julgamento de Deus, dos seus superiores diretos e de sua própria consciência.
Recorreu habitualmente à mortificação para conseguir a virtude da temperança, conforme o estilo franciscano. Era temperante na mentalidade e no modo de viver.
Consciente dos compromissos assumidos com a vida consagrada, observou com generosidade os votos professados. Foi obediente em tudo às ordens dos seus Superiores, mesmo quando eram gravosas. A sua obediência era sobrenatural na intenção, universal na extensão e integral no cumprimento. Exercitou o espírito de pobreza, com total desapego de si próprio, dos bens terrenos, das comodidades e das honrarias. Sempre teve uma grande predileção pela virtude da castidade. O seu comportamento era, em todo o lado e para com todos, modesto.
Considerava-se sinceramente inútil, indigno dos dons de Deus, cheio de misérias e ao mesmo tempo de favores divinos. No meio de tanta admiração do mundo, ele repetia: «Quero ser apenas um pobre frade que reza».
Desde a juventude, a sua saúde não foi muito brilhante e, sobretudo nos últimos anos da sua vida, declinou rapidamente. A irmã morte levou-o, preparado e sereno, no dia 23 de Setembro de 1968; tinha ele 81 anos de idade. O seu funeral caracterizou-se por uma afluência absolutamente extraordinária de gente.

No dia 20 de Fevereiro de 1971, apenas três anos depois da morte do Padre Pio, Paulo VI, dirigindo-se aos Superiores da Ordem dos Capuchinhos, disse dele: «Olhai a fama que alcançou, quantos devotos do mundo inteiro se reúnem ao seu redor! Mas porquê? Por ser talvez um filósofo? Por ser um sábio? Por ter muitos meios à sua disposição? Não! Porque celebrava a Missa humildemente, confessava de manhã até à noite e era – como dizê-lo?! – a imagem impressa dos estigmas de Nosso Senhor. Era um homem de oração e de sofrimento».

Já gozava de larga fama de santidade durante a sua vida, devido às suas virtudes, ao seu espírito de oração, de sacrifício e de dedicação total ao bem das almas.
Nos anos que se seguiram à sua morte, a fama de santidade e de milagres foi crescendo cada vez mais, tornando-se um fenômeno eclesial, espalhado por todo o mundo e em todas as categorias de pessoas.
Assim Deus manifestava à Igreja a vontade de glorificar na terra o seu Servo fiel. Não tinha ainda passado muito tempo quando a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos empreendeu os passos previstos na lei canônica para dar início à Causa de beatificação e canonização.

Para a beatificação do Padre Pio, a Postulação apresentou ao Dicastério competente a cura da senhora Consiglia de Martino, de Salerno.
No dia 2 de Maio de 1999, durante uma solene Celebração Eucarística na Praça de São Pedro, Sua Santidade João Paulo II, com sua autoridade apostólica, declarou Beato o Venerável Servo de Deus Pio de Pietrelcina, estabelecendo no dia 23 de Setembro a data da sua festa litúrgica.

Para a canonização do Beato Pio de Pietrelcina, a Postulação apresentou ao competente Dicastério o restabelecimento do pequeno Matteo Pio Collela de São Giovanni Rotondo. Foi canonizado durante uma solene Celebração Eucarística na Praça de São Pedro, por Sua Santidade João Paulo II no dia 16 de junho de 2002.




sexta-feira, 22 de setembro de 2017

22 de setembro - Beata Josefa da Purificação (Agostiniana)

A perseguição religiosa que a Igreja sofreu na Espanha, em 1936, produziu um grande número de mártires.

Entre eles, refulge a bem-aventurada Josefa da Purificação que juntamente com sua mãe e irmãs foi martirizada.

A bem-aventurada Josefa da Purificação nasceu em Algemesí (Valencia, Espanha), em 1887, professou no mosteiro das agostinianas descalças de Benigánim (Valência),  e, juntamente com sua mãe Teresa Ferragut  e suas irmãs capuchinhas Maria Jesus, Maria Verônica e Maria Felicidade, obteve a palma do martírio em Alcira (Valência), aos 25 de outubro de 1936.

Fiel à sua consagração religiosa entregou a vida em testemunho da fé, unindo assim as coroas do martírio e da virgindade.

No dia 25 de Outubro a Igreja faz memória das Beatas Mártires Maria Teresa Ferragud Roig e suas Quatro Filhas (Espanha, 1936), sendo uma delas a própria Josefa da Purificação, todas martirizadas.

Elas todas, juntamente com centenas de outros fiéis, foram vítimas do ódio à fé católica impetrado pelos "revolucionários" da famigerada Guerra Civil Espanhola, em 1936.

A Beata Maria Teresa, mãe de família, católica fervorosa, soube implantar em sua casa uma profunda vivência da fé. Lá se ia à missa diariamente, além da reza cotidiana do santo rosário, bem como a visita frequente ao Santíssimo Sacramento.

Os frutos dessa religião? Quatro filhas que se consagraram ao Senhor na vida religiosa: Maria de Jesus, Maria Verônica e Maria Felicidade (que se tornaram monjas clarissas capuchinhas) bem como Josefa da Purificação, que se tornou monja agostiniana.

Em 1936, quando ocorreu a violenta perseguição à Igreja, todas foram chamadas a testemunhar sua fé pelo martírio.

À semelhança da mãe e irmãos Macabeus, a Beata Maria Teresa assistiu as suas filhas sendo fuziladas uma a uma, com o brado de "Viva Cristo Rei" nos lábios, enquanto a mesma as encorajava a aceitar com amor a morte e a perdoar os seus inimigos. 

Quando chegou a sua vez de ser fuzilada, um de seus assassinos disse: "mulher velha (já tinha 84 anos), não tens medo de morrer"? Ao que ela respondeu: "desejo ardentemente ir para onde minhas filhas já estão: junto ao Senhor".

Quando tombou ao chão, um de seus verdugos disse: "Esta mulher era realmente uma santa".

Que as Beatas rezem pelas famílias, especialmente as do nosso país, tão assoladas pelo pecado e por tantos vícios.

Oração

Ó Deus, que hoje nos alegrais com a comemoração anual da Bem-aventurada Josefa da Purificação, vossa virgem e mártir, concedei propício o auxílio de seus méritos aos que somos iluminados por seus exemplos de castidade e fortaleza. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

21 de setembro - Papa Francisco nos fala de São Mateus

A porta para encontrar Jesus é reconhecer-se pecador.
Três as etapas do acontecido: encontro, festa e escândalo. Jesus havia curado um paralítico e encontra Mateus, sentado no banco dos impostos. Fazia o povo de Israel pagar os impostos para depois dá-los aos romanos e por isto era desprezado, considerado um traidor da pátria.
Jesus olhou para ele e disse: “Segue-me”. Ele levantou-se e o seguiu, como narra o Evangelho do dia.
De um lado, o olhar de São Mateus, um olhar desconfiado, olhava de lado. Com um olho, Deus e com o outro o dinheiro, agarrado ao dinheiro como pintou Caravaggio, e também com um olhar impertinente. De outro, o olhar misericordioso de Jesus que olhou para ele com tanto amor.
A resistência daquele homem que queria o dinheiro “cai”: levantou-se e o seguiu. É a luta entre a misericórdia e o pecado.
O amor de Jesus pode entrar no coração daquele homem porque sabia ser pecador, sabia não ser bem quisto por ninguém, era desprezado.
E justamente a consciência de pecador abriu a porta para a misericórdia de Jesus. Assim, deixou tudo e foi. Este é o encontro entre o pecador e Jesus:
É a primeira condição para ser salvo: sentir-se em perigo; a primeira condição para ser curado: sentir-se doente. E sentir-se pecador, é a primeira condição para receber este olhar de misericórdia. Mas pensemos no olhar de Jesus, tão bonito, tão bom, tão misericordioso. E também nós, quando rezamos, sentimos este olhar sobre nós; é o olhar de amor, o olhar da misericórdia, o olhar que nos salva. Não ter medo.
Como Zaqueu, também Mateus, sentindo-se feliz, convidou depois Jesus para come em sua casa.
A segunda etapa é justamente a festa.
Mateus convidou todos os amigos, “aqueles do mesmo sindicato”, pecadores e publicanos. Certamente à mesa, faziam perguntas ao Senhor e ele respondia.
Isto faz pensar naquilo que disse Jesus no capítulo 15 de Lucas: “Haverá mais festa no Céu por um pecador que se converta do que por cem justos que permanecem justos”.
Trata-se da festa do encontro do Pai, a festa da misericórdia. Jesus, de fato, trata a todos com misericórdia sem limite.
Então, o terceiro momento, o do “escândalo”.
Os fariseus vendo que publicanos e pecadores sentaram-se à mesa com Jesus, perguntavam  aos seus discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”.
“Um escândalo sempre começa com esta frase: “Por que?” Quando vocês ouvem esta frase, cheira por trás vem o escândalo.
Tratava-se, em substância, da impureza de não seguir a lei. Conheciam muito bem a Doutrina, sabiam como seguir pelo caminho do Reino de Deus, conheciam melhor do que ninguém como se devia fazer, mas haviam esquecido o primeiro mandamento do amor.
E assim, fecharam-se na gaiola dos sacrifícios, quem sabe pensando: “Mas, façamos uma sacrifício a Deus”, façamos tudo o que se deve fazer, assim, nos salvamos. Em síntese, acreditavam que a salvação viesse deles próprios, sentiam-se seguros.
“Não! Deus nos salva, nos salva Jesus Cristo”:
Aquele “por que” que tantas vezes ouvimos entre os fiéis católicos quando viam obras de misericórdia. “Por que?” 
E Jesus é claro, é muito claro: “Ir e aprender”. E os mandou aprender, não? “Ide e aprendei o que quer dizer misericórdia - (aquilo que) eu quero – e não sacrifícios, porque eu não vim, de fato, para chamar os justos, mas os pecadores”.
Se tu queres ser chamado por Jesus, reconhece-te pecador”.
Reconhecer-se pecadores, não de forma abstrata, mas com pecados concretos:  todos nós os temos, tantos.
Deixemo-nos olhar por Jesus com aquele olhar misericordioso cheio de amor”.
Existem tantos escândalos, tantos. E sempre, também na Igreja hoje. Dizem: “Não, não se pode, é tudo claro, é tudo, não, não... eles são pecadores, devemos afastá-los”. Também tantos Santos são perseguidos ou se levanta suspeitas sobre eles. Pensemos em Santa Joana d’Arc, mandada para a fogueira, porque pensavam que fosse uma bruxa, pensem no Beato Rosmini.
“Misericórdia eu quero, e não sacrifícios”.

E a porta para encontrar Jesus é reconhecer-se como somos, a verdade. Pecadores. E ele vem, e nos encontramos. É tão bonito encontrar Jesus!

Papa Francisco - 21 de setembro de 2017

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

20 de setembro - São João Paulo II fala do Santo André Kim

“Penso nesta tarde nos santos da amada Coreia e, entre eles, em Santo André Kim Tae-gon, escolhido por vós como padroeiro. Podemos imaginar que ele se tenha detido com frequência a meditar as palavras do Mestre divino. No momento decisivo, encorajado pela invocação do Senhor, não hesitou em "perder" tudo (cf. Fl 3, 8) por Ele. Foi fiel até à morte.

Conta-se que, enquanto aguardava a sua execução, encorajava os irmãos na fé com expressões que faziam eco de maneira impressionante da oração que Jesus dirigiu ao Pai pelos seus Discípulos. "Não vos deixeis impressionar pelas calamidades - suplicava ele -, não percais a coragem e não volteis atrás no serviço de Deus, mas antes, seguindo as pegadas dos santos, promovei a glória da sua Igreja e mostrai-vos verdadeiros soldados e súbditos de Deus. Mesmo se sois muitos, sede um só coração; recordai-vos sempre da caridade; apoiai-vos e ajudai-vos uns aos outros, e esperai pelo momento em que Deus terá piedade de vós".

"Sede um só coração!". Santo André Kim Tae-gon exortava os crentes a haurir da divina caridade a força para permanecer unidos e resistir ao mal. Como a comunidade primitiva, dentro da qual todos eram "um só coração e uma só alma" (At 4, 32), também a Igreja coreana devia encontrar o segredo da própria união e do seu crescimento na adesão aos ensinamentos dos Sucessores dos Apóstolos, na oração e na fração do pão (cf. At 2, 42)”

23/03/2001

terça-feira, 19 de setembro de 2017

19 de setembro - O Milagre de São Januário


O milagre da liquefação do sangue também foi repetido este ano. O anúncio do cardeal Crescenzio Sepe chegou às 10h05 e foi saudado por um longo aplauso dos fiéis que, desde as primeiras horas da manhã, estiveram na Catedral de Nápoles.

Todos os anos, desde de 1389, durante a comemoração da festa de São Januário, acontece o milagre da liquefação do seu sangue coagulado, que se repete diante de milhares de fiéis que se reúnem todos os anos no dia 19 de setembro, em torno da Capela do Tesouro da Catedral de Nápoles, Itália. Esta relíquia está conservada em dois frascos. O milagre é atestado por mais de 5000 processos verbais. No milagre da liquefação do sangue do mártir, este perde peso e aumenta de volume.

19 de setembro - Nossa Senhora de La Salete


A Virgem Maria aparece com trajes de camponesa, sentada sobre uma pedra, traz na cabeça um rico diadema dourado, com flores, trajava um avental e seus pés cobertos de flores.
Ela falava com simplicidade, do jeito simples dos pastores simples, falava da terra, das plantações e colheitas, do gado e da fome, da oração e da missa. A linguagem era de fácil entendimento para os pastorinhos analfabetos e humildes.

Um menino de nome Maximino Giraud, de onze anos, e uma menina, Mélanie  Calvat, de quinze, estavam cuidando do gado. Mélanie estava acostumada e treinada nesse tipo de trabalho desde os nove anos, mas tudo era novo para Maximino. Seu pai lhe havia pedido que fosse fazer esse serviço como um ato de generosidade para um amigo que estava com o pastor adoentado. 

No sábado, 19 de setembro de 1846, o dia estava muito quente e os dois jovenzinhos concordaram em comer seu almoço em um lugar sombreado. Contrariamente a seu costume, eles se estendem sobre a relva... e adormecem. O tempo passa!... Quando despertam, ficam assustados e começam a procurar seus animais.
Rapidamente sobem a ladeira. Voltando-se, têm diante de si toda a pradaria: as vacas lá estão ruminando calmamente. Os dois pastores se tranquilizam. Mélanie começa a descer. No meio do caminho Mélanie grita:
"Maximino, olha lá, aquele clarão!".

Mélanie estende o dedo para o fundo do vale onde haviam dormido. O clarão se mexia e se agitava, como dividindo-se ao meio.
"Oh, meu Deus!", exclamou Mélanie, deixando cair o cajado.

Algo fantasticamente inconcebível a inundava nesse momento e ela se sentiu atraída, com profundo respeito, cheia de amor e o coração batendo mais rapidamente. Viram uma Senhora sentada em uma enorme pedra. Tinha o rosto entre as mãos e chorava amargamente. Mélanie e Maximino estavam com medo e não se mexiam.

A Senhora, pondo-se lentamente de pé e cruzando suavemente seus braços, lhes chamou:
- Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade!
Então, as crianças foram até a Bela Senhora. Ela não parava de chorar.

A Senhora era alta e toda de luz. Vestia-se como as mulheres da região: vestido longo, um grande avental, lenço cruzado e amarrado as costas, touca de camponesa. Rosas coroando sua cabeça, ladeando o lenço e ornando seu calçado. Em sua fronte a luz brilhava como um diadema. Em seus olhos havia lágrimas que rolavam pelas faces. Sobre os ombros carregava uma pesada corrente. Uma corrente mais leve prendia sobre o peito um crucifixo resplandecente, com um martelo de um lado, e de outro uma torquês.
Ela disse:
- Se Meu povo não quer submeter-se, sou forçada a deixar cair o braço de Meu Filho. É tão forte e tão pesado que não o posso mais suster.

Há quanto tempo sofro por vós!

Dei-vos seis dias para trabalhar, reservei-me o sétimo, e não mo querem conceder! É isso que torna tão pesado o braço de Meu Filho.

E também os carroceiros não sabem jurar sem usar o Nome de Meu Filho. São essas as duas coisas que tornam tão pesado o braço de Meu Filho.

Se a colheita se estraga, e só por vossa causa. Eu vo-lo mostrei no ano passado com as batatinhas: e vós nem fizestes caso! Ao contrário, quando encontráveis batatinhas estragadas, juráveis usando o Nome de Meu Filho. Elas continuarão assim, e neste ano, para o Natal, não haverá mais.
- Não compreendeis, meus filhos? Vou dizê-lo de outro modo.

Retomando pois, as últimas frases no dialeto de Corps ('patois'), língua falada correntemente por Maximino e Mélanie, a Senhora prossegue sempre no dialeto:

- ”Se tiverdes trigo, não se deve semeá-lo. Todo o que semeardes será devorado pelos insetos, e o que produzir se transformará em pó ao ser malhado.

Virá grande fome. Antes que a fome chegue, as crianças menores de sete anos serão acometidas de tremor e morrerão entre as mãos das pessoas que as carregarem. Os outros farão penitência pela fome. As nozes caruncharão, as uvas apodrecerão.“

- Se se converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas serão semeadas nos roçados.

Fazeis bem vossa oração, meus filhos?

 - "Não muito, Senhora", respondem as crianças.

- Ah! Meus filhos, é preciso fazê-la bem, à noite e de manhã, dizendo ao menos um Pai Nosso e uma Ave Maria quando não puderdes rezar mais. Quando puderdes rezar mais, dizei mais.

Durante o verão, só algumas mulheres mais idosas vão à Missa. Os outros trabalham no domingo, durante todo o verão. Durante o inverno, quanto não sabem o que fazer, vão à Missa zombar da religião. Durante a Quaresma vão ao açougue como cães.

E a Bela Senhora concluiu, não mais em dialeto 'patois', e sim em francês:

- Pois bem, meus filhos, transmitireis isso a todo o meu povo.

Então ela seguiu até o lugar em que haviam subido para ver onde estavam as vacas. Seus pés deslizavam, tocando apenas a ponta da grama, sem dobrá-la. Na colina, a Bela Senhora se deteve. Mélanie e Maximino correram até ela para ver onde ia. A Senhora se eleva rapidamente, permanecendo por uns minutos a alguns metros de altura. Olhou para o céu, olhou à sua direita, à sua esquerda, olhou para os dois meninos, e se confundiu com o globo de luz que a envolvia. Este então subiu até desaparecer no firmamento. 

No início, poucos acreditavam no que os dois jovens diziam ter visto e ouvido. Os camponeses que os haviam contratado se surpreendiam com o fato de que, sendo eles tão ignorantes, fossem capazes de transmitir e relatar uma mensagem tão complicada tanto em francês como em 'patois', em que descreviam exatamente o que diziam.

Na manhã seguinte, Mélanie e Maximino foram levados ao pároco. Era um sacerdote de idade avançada, muito generoso e respeitado. Ao interrogar os dois, ouviu todo o relato, diante do qual ficou muito surpreso e realmente considerou que diziam a verdade. Na missa do domingo seguinte, falou da visita da Senhora e seu pedido. Quando chegou aos ouvidos do Bispo que o pároco havia falado da aparição no púlpito, este foi repreendido e substituído por outro sacerdote. Isso não é de surpreender, pois a Igreja é muito prudente em não fazer juízos apressados sobre aparições.

Mélanie e Maximino eram constantemente interrogados por curiosos e por devotos. Simplesmente contavam a mesma história. Aos que estavam interessados em subir a montanha, mostravam o local exato onde a Senhora havia aparecido. Várias vezes foram ameaçados de prisão se não negassem o que continuavam a dizer. Sem nenhum temor e hesitação, relatavam a todos as mensagens que a Senhora havia dado.

Surgiu uma fonte no lugar onde a Senhora havia aparecido e a água corria colina abaixo. Muitos milagres começaram a acontecer.

As terríveis calamidades anunciadas começaram a se cumprir. A terrível escassez de batatas de 1846 se espalhou, especialmente na Irlanda, onde muitos morreram. A escassez de trigo e milho foi tão severa, que mais de um milhão de pessoas na Europa morreram de fome. Uma enfermidade atacou as uvas em toda a França. Provavelmente o castigo teria sido pior se não fosse pelos que aceitaram a mensagem de La Salette. Muitos começaram a ir à missa. As lojas eram fechadas aos domingos e as pessoas pararam de fazer trabalhos desnecessários do dia do Senhor. Os xingamentos e as blasfêmias foram diminuindo.

O Santo Padre Pio IX aprovou a devoção a Nossa Senhora de La Salette. Pediu aos jovens que lhe enviassem o relato dos segredos por escritos.

Tempo depois dirá o Santo Padre:
"Estes são os segredos de La Salette; se o mundo não se arrepender, perecerá".

 As Palavras do Papa João Paulo II, sobre La Salette:

"Neste lugar, Maria, a mãe sempre amorosa, mostrou sua dor pelo mal moral causado pela humanidade. Suas lágrimas nos ajudam a entender a gravidade do pecado e a rejeição a Deus, enquanto manifestam ao mesmo tempo a apaixonada fidelidade que Seu Filho mantém com relação a cada pessoa, embora Seu amor redentor esteja marcado com as feridas da traição e do abandono dos homens."
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