Depois de ter
criado o céu e a terra, o Senhor plasmou, pois, o homem do barro da terra,
soprou nas suas narinas o fôlego da vida, e o homem tornou-se um ser vivo. É o
ápice da criação. Mas falta algo: em seguida, Deus coloca o homem num lindo
jardim, para que o cultive e preserve.
Temos a imagem do
homem só — falta-lhe algo — sem a mulher. E sugere o pensamento de Deus, quase
o sentimento de Deus que observa Adão sozinho no jardim: é livre, é senhor...
mas está sozinho. E Deus vê que isto não é bom: é como uma falta de comunhão,
falta-lhe uma comunhão, há uma falta de plenitude, e acrescenta: quero
oferecer-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.
Então, Deus
apresenta ao homem todos os animais; o homem dá um nome a cada um deles, mas em
nenhum animal encontra alguém semelhante a si mesmo. O homem continua sozinho.
Quando, finalmente, Deus apresenta a mulher, o homem reconhece exultante que
aquela criatura faz parte dele: osso dos meus ossos, carne da minha carne.
Finalmente há um reflexo, uma reciprocidade. A mulher não é uma réplica do
homem; ela deriva diretamente do gesto criador de Deus. A imagem da costela não
exprime de modo algum uma inferioridade ou subordinação mas, pelo contrário,
que o homem e a mulher são da mesma substância, são complementares.
A confiança que
Deus tem no homem e na mulher, aos quais confia a terra, é generosa, direta e
completa. Confia neles. No entanto, eis que o maligno introduz na sua mente a
incredulidade e a desconfiança. Enfim, chega a desobediência. Eles caem naquele
delírio de onipotência que polui tudo e destrói a harmonia. Também nós o
sentimos dentro de nós muitas vezes, todos!
O pecado gera
desconfiança e divisão entre o homem e a mulher. A sua relação será ameaçada
por mil formas de prevaricação e de subjugação, de sedução enganadora e de
prepotência humilhante, até às mais dramáticas e violentas. A história tem em
si os vestígios disto.
Se não encontrarmos
um sobressalto de simpatia por esta aliança, capaz de proteger as novas gerações
contra a desconfiança e a indiferença, os filhos virão ao mundo cada vez mais
desenraizados da mesma, desde o ventre materno. Devemos restituir a honra ao
matrimônio e à família! A Bíblia diz algo muito bonito: o homem encontra a
mulher; eles encontram-se e o homem deve deixar algo para a encontrar
plenamente. Por isso, o homem deixará o
seu pai e a sua mãe para ir ao encontro da mulher. É bonito! Isto significa
começar a percorrer um novo caminho. O homem é todo para a mulher, e a mulher é
inteiramente para o homem.
Papa Francisco - 22 de abril de 2015
Hoje celebramos
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