domingo, 7 de outubro de 2018

07 de outubro - O homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Mc 10,7


Depois de ter criado o céu e a terra, o Senhor plasmou, pois, o homem do barro da terra, soprou nas suas narinas o fôlego da vida, e o homem tornou-se um ser vivo. É o ápice da criação. Mas falta algo: em seguida, Deus coloca o homem num lindo jardim, para que o cultive e preserve.

Temos a imagem do homem só — falta-lhe algo — sem a mulher. E sugere o pensamento de Deus, quase o sentimento de Deus que observa Adão sozinho no jardim: é livre, é senhor... mas está sozinho. E Deus vê que isto não é bom: é como uma falta de comunhão, falta-lhe uma comunhão, há uma falta de plenitude, e acrescenta: quero oferecer-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.

Então, Deus apresenta ao homem todos os animais; o homem dá um nome a cada um deles, mas em nenhum animal encontra alguém semelhante a si mesmo. O homem continua sozinho. Quando, finalmente, Deus apresenta a mulher, o homem reconhece exultante que aquela criatura faz parte dele: osso dos meus ossos, carne da minha carne. Finalmente há um reflexo, uma reciprocidade. A mulher não é uma réplica do homem; ela deriva diretamente do gesto criador de Deus. A imagem da costela não exprime de modo algum uma inferioridade ou subordinação mas, pelo contrário, que o homem e a mulher são da mesma substância, são complementares.

A confiança que Deus tem no homem e na mulher, aos quais confia a terra, é generosa, direta e completa. Confia neles. No entanto, eis que o maligno introduz na sua mente a incredulidade e a desconfiança. Enfim, chega a desobediência. Eles caem naquele delírio de onipotência que polui tudo e destrói a harmonia. Também nós o sentimos dentro de nós muitas vezes, todos!

O pecado gera desconfiança e divisão entre o homem e a mulher. A sua relação será ameaçada por mil formas de prevaricação e de subjugação, de sedução enganadora e de prepotência humilhante, até às mais dramáticas e violentas. A história tem em si os vestígios disto.

Se não encontrarmos um sobressalto de simpatia por esta aliança, capaz de proteger as novas gerações contra a desconfiança e a indiferença, os filhos virão ao mundo cada vez mais desenraizados da mesma, desde o ventre materno. Devemos restituir a honra ao matrimônio e à família! A Bíblia diz algo muito bonito: o homem encontra a mulher; eles encontram-se e o homem deve deixar algo para a encontrar plenamente. Por isso, o homem deixará o seu pai e a sua mãe para ir ao encontro da mulher. É bonito! Isto significa começar a percorrer um novo caminho. O homem é todo para a mulher, e a mulher é inteiramente para o homem. 
Papa Francisco - 22 de abril de 2015

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