Jakob Kern provinha
de uma modesta família vienense de trabalhadores. A primeira guerra mundial
arrancou-o bruscamente dos estudos no Seminário Menor de Hollanbrunn. Uma grave
ferida de guerra tornou a sua breve existência terrena no Seminário Maior e no
Mosteiro de Geras – como ele mesmo dizia – um Calvário. Por amor de Cristo ele
não se agarrou à vida, mas sofreu-a de maneira consciente pelos outros. Num
primeiro momento queria tornar-se sacerdote diocesano. Mas um evento fez-lhe
mudar o caminho. Quando um religioso premonstratense abandonou o convento,
seguindo a Igreja nacional tcheca que se formou após a separação de Roma, há
pouco ocorrida, Jakob Kern descobriu neste triste evento a sua vocação. Ele
quis reparar a ação daquele religioso. Jacob Kern entrou no seu lugar no
Mosteiro de Geras e o Senhor aceitou a oferta do “substituto”.
O Beato Jakob
Kern apresenta-se a nós como testemunha da fidelidade ao sacerdócio. No
início era um desejo de infância, que se exprimia em imitar o sacerdote no
altar. Sucessivamente o desejo amadureceu. Através da purificação do
sofrimento, apareceu o significado profundo da sua vocação sacerdotal: unir a
própria vida ao sacrifício de Cristo na Cruz e oferecê-la em substituição para
a salvação dos outros.
Possa o Beato Jakob
Kern, que era um estudante vivaz e empenhado, encorajar muitos jovens a
acolherem com generosidade a chamada ao sacerdócio para seguir Cristo. As suas
palavras de então são dirigidas a nós: Hoje, mais do que nunca, há necessidade de
sacerdotes autênticos e santos. Todas as orações, sacrifícios, esforços e
sofrimentos unidos à reta intenção tornam-se semente divina que, mais cedo ou
mais tarde, produzirá o seu fruto.
Papa João Paulo II –
Homilia de Beatificação – 21 de junho de 1998
Francisco Alexandre
Kern nasceu em Viena (Áustria) a 11 de Abril de 1897. Muito novo ainda, foi
introduzido por sua mãe na vida paroquial. Esta situação particular fez
nascer no jovem a vocação sacerdotal: pouco depois entrou para o Seminário
de Hollanbrunn. Ele tinha uma predileção particular pela adoração ao
Santíssimo Sacramento e fazia parte da Confraria da Expiação do Sagrado Coração
de Jesus.
Ainda seminarista,
teve de combater a partir de 1915 no exército austro-húngaro. Em 11 de Setembro
de 1916 foi gravemente ferido, tendo o fígado e os pulmões completamente
perfurados. Começavam assim para ele as “Semanas Santas”, como ele chamava os
seus sofrimentos. Reformado do exército, voltou para Viena onde prosseguiu os
seus estudos de teologia.
A quando da queda
do império, ele orou particularmente pela nova Checoslováquia que acabava de se
separar da nação Austro-Húngara e que vira nascer uma igreja nacional
cismática... Francisco tomou então a decisão de entrar para o Mosteiro dos
Premonstratenses de Strahov, no qual um dos monges, Isidoro Zahradnik, se pusera
à cabeça da igreja cismática.
Afim de amadurecer
esta decisão, o diretor espiritual de Francisco Alexandre aconselhou-o a passar
um ano na abadia de Geras. Esta abadia situada perto de Viena, tinha sido
fundada em 1145, e pertencia à Ordem dos Premonstratenses. Ele ali entrou em
1920 e tomou o nome de Jacob.
Graças a uma
dispensa papal, foi ordenado sacerdote em 1922. Na véspera da sua primeira
Missa, teve uma grave hemorragia. Fez a sua profissão solene a 20 de Outubro de
1924. No dia seguinte, 21 de Outubro, recebeu o Santo Viático... Logo depois
contemplava o Senhor face a face...
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