segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Beato Pedro Tarrés i Claret

 
Nasceu no dia 30 de Maio de 1905 em Manresa (Espanha), numa família crente e exemplar. Recebeu o sacramento do Batismo a 4 de Junho do mesmo ano, a Confirmação em 1910 e a primeira comunhão em 1913. Estudou com os Padres Jesuítas. Era um adolescente de caráter aberto e alegre, amoroso com os pais e com as duas irmãs, amante da natureza e contemplativo, místico com alma de poeta. Graças à obtenção de bolsas de estudo, pôde fazer os estudos secundários e universitários, formando-se em medicina, no ano de 1928, na Universidade de Barcelona; funda, de acordo com o seu companheiro, Dr. Gerardo Manresa, o sanatório de Nossa Senhora "de la Merced", em Barcelona.

Faz parte, com fervoroso zelo apostólico, da Federação dos Jovens Cristãos, que pertencia à Ação Católica, como a tinha perspectivado o Papa Pio XI:  oração, estudo, ação sob a orientação da hierarquia local. Para ele o segredo da vida espiritual era a devoção Eucarística e o amor filial à Mãe de Deus. 
Em 1925 falece o seu pai e, pouco tempo mais tarde, sua mãe sofre um desastre que a torna inválida para sempre. Emitiu o voto de castidade em 1927 com a aprovação do seu diretor espiritual. 

Durante o exercício da profissão médica foi exemplar na caridade e na vida de piedade, tratando os doentes com familiaridade respeitadora e com uma alegria contagiosa. 
 
Com a revolta nacional, em 1936, conseguiu obter a tutela da polícia para preservar a integridade do Mosteiro de Monserrat da ferocidade dos anarquistas. Refugiou-se em Barcelona e teve a oportunidade de levar às escondidas a comunhão aos perseguidos pelas milícias vermelhas. Em 1938 teve que se alistar no exército republicano como médico. Em Janeiro de 1939 regressa da frente da guerra. Barcelona rende-se ao exército nacional.
Pedro integra-se na vida normal, continua a sua atividade de médico e prepara-se para entrar no Seminário de Barcelona (Setembro de 1939). Recebe a Ordenação sacerdotal no dia 30 de Maio de 1942. No ano seguinte foi enviado pelo seu Bispo para a Universidade Pontifícia de Salamanca, onde obteve a licenciatura em Teologia. Sucessivamente, recebe vários cargos pastorais, entre os quais, Vice-Assistente diocesano dos jovens da Ação Católica, Capelão da comunidade e do colégio das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, Conselheiro e Assessor dos Oblatos leigos beneditinos, Diretor da Obra da Visitação de Nossa Senhora, obra que se ocupava de assistir material e espiritualmente os enfermos pobres, e Diretor espiritual do Hospital "de las Magdalenas", onde eram acolhidas mulheres em fase terminal, devido à prostituição ou à miséria moral extrema. 
 
No dia 17 de Maio de 1950 foi submetido a uma biopsia, cujo resultado evidenciou um sarcoma. Viveu a doença com uma atitude de total abandono nas mãos de Deus, oferecendo a sua vida pela santificação dos sacerdotes. Faleceu na clínica por ele fundada no dia 31 de Agosto de 1950, com apenas 45 anos de idade. 

O Papa São João Paulo II o beatificou em  05/09/2004 e disse:
Pedro Tarres i Claret primeiro médico e depois sacerdote, dedicou-se ao apostolado laical entre os jovens da Ação Católica de Barcelona, da qual, depois, foi conselheiro. No desempenho da profissão médica entregou-se com especial solicitude aos enfermos mais pobres, convencido de que "o enfermo é símbolo de Cristo sofredor". 
Tendo recebido a Ordenação sacerdotal, consagrou-se com generosa intrepidez às tarefas do ministério, permanecendo fiel ao compromisso assumido nas vésperas da Ordenação: "Um só propósito, Senhor: sacerdote santo, custe o que custar". Aceitou com fé e paciência heróica uma grave enfermidade, que o levou à morte com apenas 45 anos. Apesar do sofrimento, repetia com frequência: "Como o Senhor é bom comigo! Eu sou verdadeiramente feliz".

Hoje a Igreja celebra também São Raimundo Nonato

sábado, 29 de agosto de 2015

Martírio de São João Batista

“João parece ser nada. Essa é a vocação de João, anular-se. E quando contemplamos a

vida deste homem, tão grande, tão poderoso - todos acreditavam que ele era o Messias -, quando contemplamos essa vida, como se anula até a escuridão de uma prisão, contemplamos um grande mistério. Nós não sabemos como foram os últimos dias de João. Não sabemos. Sabemos apenas que ele foi morto, a sua cabeça colocada em uma bandeja, como grande presente para uma dançarina e uma adúltera. Eu acho que mais do que isso ele não podia se rebaixar, anular-se. Esse foi o fim de João”. 

“A Igreja existe para proclamar, para ser voz de uma Palavra, do seu esposo, que é a Palavra. A Igreja existe para proclamar esta Palavra até o martírio. Martírio precisamente nas mãos dos orgulhosos, dos mais soberbos da Terra. João poderia tornar-se importante, poderia dizer algo sobre si mesmo. “Mas eu creio jamais faria isso: indicava, sentia-se voz, não Palavra. O segredo de João. Porque João é santo e sem pecado? Porque, ele jamais apresentou uma verdade como sua. Ele não queria ser um ideólogo. Era o homem que se negou a si mesmo, para que a Palavra se sobressaísse. E nós, como Igreja, podemos pedir hoje a graça de não nos tornarmos uma Igreja ideologizada... "

“Este é o modelo que oferece hoje João para nós e para a Igreja. Uma Igreja que esteja sempre ao serviço da Palavra. Uma Igreja, que nunca tome nada para si mesma. Hoje na oração pedimos a graça da alegria, pedimos ao Senhor para animar esta Igreja no seu serviço à Palavra, de ser a voz desta Palavra, pregar essa Palavra. Vamos pedir a graça: a dignidade de João, sem idéias próprias, sem um Evangelho tomado como propriedade, apenas uma Igreja voz que indica a Palavra, e isso até o martírio. Assim seja."  Papa Francisco

São João Batista - clique aqui






sexta-feira, 28 de agosto de 2015

"Tarde te amei!..."

"Tarde te amei, Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro de mim, e eu lá fora, a te procurar! Eu, disforme, me atirava à beleza das formas que criaste. 

Estavas comigo, e eu não estava em ti. Retinham-me longe de ti aquilo que nem existiria se não existisse em ti. Tu me chamaste, gritaste por mim, e venceste minha surdez. 

Brilhaste, e teu esplendor afugentou minha cegueira. Exalaste teu perfume, respirei-o, e suspiro por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tocaste-me, e o desejo de tua paz me inflama."

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Mônica

Esposa e mãe exemplar

"Educada assim na modéstia e na temperança, mais sujeita a seus pais pela tua mão que por seus pais a ti, logo que chegou à idade núbil, foi dada em matrimônio a um homem, a quem serviu como a senhor. Procurou conquistá-lo para ti, falando0lhe de ti com suas virtudes, com as quais tu a tornavas bela e reverentemente amável e admirável ante seus olhos. Suportou suas infidelidades conjugais com tanta paciência, que jamais teve com ele a menor briga por isso, pois esperava que tua misericórdia viria sobre ele, e que lhe trouxesse, com a fé, a castidade.

Seu marido, se de um lado era sumamente afetuoso, por outro era extremamente colérico, mas ela tinha o cuidado de não contrariá-lo nem com ações, nem com palavras, se o visse irado.

Logo que o via calmo e sossegado, oportunamente, mostrava-lhe o que havia feito, se por acaso se tivesse irritado desmedidamente.

Muitas senhoras, embora tendo maridos mais calmos, traziam no rosto as marcas das pancadas que as desfiguravam. Conversando entre amigas, lamentavam a conduta dos maridos.

Minha mãe reprovava-lhes a língua e, como por gracejo, lembrava-lhes que, desde a leitura do contrato matrimonial, deviam considerá-lo como documento que as tornava servas, e portanto proibia-lhes de serem altivas com seus senhores. Essas senhoras, que conheciam o mau gênio de seu marido, admiravam-se de que jamais ninguém tivesse ouvido ou percebido qualquer indício que Patrício maltratasse a mulher, nem sequer que algum dia tivessem brigado por questões domésticas. E como lhe pedissem confidencialmente a razão disso, minha mãe expunha-lhes seu agir habitual, como acima mencionei. Algumas, após experimentar, punham-no em prática e davam-lhe graças; as que não a imitavam continuavam a sofrer humilhações e violências.

Sua sogra, a princípio irritara-se contra ela por causa dos mexericos de criadas malévolas. Mas conseguiu conquistá-la com respeito, contínua tolerância e mansidão, que ela mesma, espontaneamente, denunciou ao filho as línguas intrigantes das criadas, que perturbavam a paz doméstica entre ela e a nora, e pediu que as castigasse. Ele, em obediência à mãe, para manter a disciplina familiar e a harmonia entre os seus, mandou açoitar as acusadas, segundo a vontade da acusante; e esta prometeu-lhes ainda que esse era o prêmio que devia esperar quem, querendo agradá-la, lhe dissesse mal da nora. E ninguém mais se atreveu a fazê-lo, e viveram as duas em doce e memorável harmonia.

A esta tua boa serva, em cujo seio me criaste, ó meu deus, minha misericórdia, dotaste de outra grande virtude: a de intervir como pacificadora, sempre que podia, nas discórdias e querelas. Daquilo que ouvia de queixas amargas, vomitadas com animosidade ressentida, quando na presença de uma amiga os ódios mal digeridos se desafogam em amargas confidencias a respeito de uma amiga ausente, ela nada referia uma à outra, senão o que poderia servir para a reconciliação.

Este dom me pareceria de pouca monta se uma triste experiência não me houvesse
mostrado grande número de pessoas – por não sei que horrível contagio de pecados, espalhados por toda parte – que não só revelam as palavras pesadas de inimigos irados, mas que ainda acrescentam coisas que não foram ditas. Quem fosse realmente humano, deveria ter em pouca  conta ou não excitar nem fomentar as inimizades dos homens, e melhor ainda procurar extingui-las com boas palavras.

Assim era minha mãe, ensinada por ti, mestre interior, na escola de seu coração.

Por fim, conquistou para ti o seu marido, já no fim da vida, não tendo que lamentar no cristão o que havia tolerado no infiel.

Ela era verdadeiramente a serva de teus servos, e todos os que a conheciam te louvavam, honravam, te amavam em sua pessoa, porque percebiam tua presença em seu coração, confirmada pelos frutos de uma vida santa.

Havia sido mulher de um só homem, cumprira sua dívida de gratidão com os pais,
governara sua casa piedosamente e dava testemunho com suas boas obras. Educara os filhos, dando-os à luz tantas vezes quantas os via apartarem-se de ti.

E de nós, que nos chamamos teus servos por liberalidade tua, nós que vivemos em comum na graça de teu batismo, antes de adormecer em tua paz, ela cuidou de nós como se todos fôssemos seus filhos, e de tal modo nos serviu como se fosse filha de cada um de nós."
 
Confissões - Livro IX, IX
 
Conheça a Vida de Santa Mônica Clique aqui
 
Mônica mulher de oração: Reza incessantemente pelos Filhos

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Amizade

 
"Bem-aventurado o que te ama, Senhor, e ama ao amigo em ti, e ao inimigo por amor a ti;
só não perde o amigo quem tem a todos por amigos naquele que nunca se perde. E quem é este, senão nosso Deus, o Deus que fez o céu e a terra, e os enche, porque, enchendo-os, os criou?
Ninguém, Senhor, te perde senão o que te abandona. Mas, quem te deixa, para onde vai, ou para onde foge, senão de ti benévolo para ti irado? Onde não achará tua lei para seu castigo? Porque tua lei é a verdade, e a verdade és tu mesmo."
 
Confissões - IX, 8 


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Santo Agostinho - O Novo Mandamento

"O Senhor Jesus afirma que dá aos seus discípulos um mandamento novo, o do amor mútuo... Será que este mandamento não existia já na lei antiga, uma vez que está escrito: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo"? (Lv 19,18) Porque é que o Senhor chama novo a um mandamento que é claramente tão antigo? Será um mandamento novo porque, despojando- nos do homem velho, Ele nos reveste do homem novo (Ef 2,24)? 
É certo que o homem que escuta este mandamento ou, melhor, que lhe obedece não foi renovado por um amor qualquer mas por aquele que o Senhor cuidadosamente distingue do amor natural, ao precisar: "como eu vos amei"... Cristo deu-nos pois o mandamento novo de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou; é esse amor que nos renova, que faz de nós homens novos, herdeiros da nova aliança, cantores do "cântico novo" (Sl 95,1)."

Tratado sobre São João n.65

São José de Calasanz

São José de Calasanz fundou a primeira escola gratuita para jovens pobres: 



Ao passar pela área do Transtevere, bairro popular de Roma, em suas obras de caridade, José sentia o coração oprimido ao ver meninos vagabundeando pelas ruas, sem instrução e expostos a todos os riscos e vícios. Tentou obter para eles lugar nas escolas subvencionadas pelo Poder Público, mas encontrou as maiores dificuldades. Concebeu então o plano de fundar uma escola inteiramente gratuita para meninos, encontrando eco no pároco de Santa Dorotéia. Este não só lhe ofereceu duas salas paroquiais, mas associou-se a ele na labuta.
Aos poucos o número de alunos foi crescendo e mais dois sacerdotes uniram-se aos já existentes. Tornou-se então necessário mudar para lugar mais amplo, sendo-lhes oferecido o Palácio Vestri, junto à igreja Santo Andrea della Valle. Com a vinda de mais auxiliares, tomou aí corpo a congregação dos Pobres da Mãe de Deus e das Escolas Pias, que o Papa Paulo V “quis que se chamasse Paulina, honrando-a com seu nome para dar a entender que era obra sua”.
Os novos religiosos ensinavam aos alunos as primeiras letras, aritmética e gramática, instruindo-os ao mesmo tempo nos princípios religiosos e bons costumes.
A princípio, a obra de São José de Calazans encontrou aplauso universal e a proteção de Cardeais, Príncipes, nobres. Houve no início grande número de candidatos dessa classe social, que foram modelos de perfeição. Mesmo assim o Santo não podia atender a todos os pedidos de fundação por falta de religiosos em número suficiente.

Conheça a vida de São José de Calasanz  Clique aqui



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Vi-te quando estavas debaixo da figueira


“Natanael estava sentado debaixo de uma figueira, como que à sombra da morte. E foi aí que o Senhor o viu, Ele acerca de Quem está escrito: “Para aqueles que habitavam uma terra de sombras, a luz brilhou” (Is 9, 1).

Que disse Ele a Natanael? Perguntas-Me como te conheci?

Falas-Me agora porque foste chamado por Filipe. Mas, antes de o apóstolo o chamar, já Jesus tinha visto que ele fazia parte da Sua Igreja. Tu, Igreja cristã, verdadeira filha de Israel, […] também tu conheces agora Jesus Cristo por meio dos apóstolos, como Natanael conheceu Jesus Cristo por meio de Filipe. Mas a Sua misericórdia descobriu-te antes de tu O teres conhecido, quando estavas caída, esmagada sob o peso dos teus pecados.

Com efeito, fomos nós quem primeiro buscou a Jesus Cristo? Não foi Ele, pelo contrário, Quem primeiro nos procurou?

Fomos nós, pobres doentes, que nos apresentamos ao médico? Não foi antes o médico Quem veio ao encontro dos doentes?

Não foi a ovelha que se perdeu antes de o pastor, deixando as outras noventa e nove, ter ido à sua procura, a ter encontrado e a ter posto aos ombros cheio de alegria (Lc 15, 4)?

Não estava a moeda perdida antes de a mulher ter acendido a lamparina e a ter procurado por toda a casa, até a encontrar (Lc 15, 8)
 
[…] O nosso pastor encontrou a sua ovelha, mas primeiro foi à sua procura; tal como esta mulher, que só encontrou a moeda depois de a ter procurado. Com efeito, nós fomos procurados, e só podemos falar depois de termos sido encontrados; longe de nós, pois, qualquer sentimento de orgulho. Estávamos perdidos para sempre, se Deus não tivesse ido à nossa procura para nos encontrar.”

Sermões sobre São João, nº 7

domingo, 23 de agosto de 2015

Santo Agostinho - O amor de si mesmo e o amor de Deus


"Quem sabe se amar a si mesmo, ama a Deus. Quem porém, não ama a Deus, mesmo que se ame - o que lhe é natural -, pode-se dizer com razão, que se odeia. Pois, como se fosse seu próprio inimigo, faz o que lhe é adverso e persegue a si mesmo.
Quando a alma ama a Deus, consequentemente Dele se lembra, conhece-o, e com razão lhe é ordenado a respeito de seu próximo que o ame como a si mesmo. Nesse caso, já não se ama com amor indevido, mas ordenadamente. Isso porque ama a Deus, do qual não é somente imagem por participação, mas nele se renova."

A Trindade - Livro XIV n.18

São Filipe Benizi e São Peregrino


São Filipe Benizi, foi à Forli com a missão de pacificar a  população. Em um de seus discursos pedindo paz, o grupo de inimigos do  Papa expulsou São Filipe da cidade com muita violência, e São Peregrino,  que fazia parte do grupo, o agrediu com socos e bofetadas.

Caindo em si depois, ficou arrependido por ter agredido um servo de Deus. Por  isso, Peregrino foi atrás do Pe. Filipe para pedir perdão. São Filipe o perdoou e acolheu com amor, sem ressentimentos. O perdão e o amor do São Filipe tocaram profundamente o coração de São Peregrino, até então acostumado ao rancor, à revolta, à vingança.

A partir dessa época, Peregrino começou a rezar à Virgem Maria suplicando sua conversão e que a Mãe de Jesus mostrasse a ele qual caminho deveria trilhar. Pouco tempo depois, com trinta anos de idade, foi para a cidade de Siena onde ingressou na Ordem dos Servos de Maria, a mesma do Pe. Filipe Benizi.

São Filipe Benizi

São Filipe Benizi, o mais ilustre e o mais ardente propagador da Congregação dos Servitas na Itália nasceu no seio de uma nobre família de Florência em 15 de agosto de 1233. Aos 13 anos foi viver em Paris para estudar medicina. De Paris passou a Pádua onde aos 19 anos obteve o grau de doutor em medicina e filosofia, retornando a sua cidade natal e exercendo por um ano sua profissão. Durante esse tempo, estudou as Sagradas Escrituras e orava frequentemente diante de um crucifixo do templo de Fiésole para obter a luz do céu sobre sua vocação. Suas orações deram fruto, e estando um dia orando no templo do Fiésole, escutou uma voz que vinha do crucifixo e que o convidava a ficar sob o amparo da Santíssima Virgem na Ordem dos Servitas.

Filipe dirigiu-se ao convento de Santa Maria de Cafaggio e, lá chegando, pediu para falar com o prior. Era então prior do convento,  padre Bonfilio, que o recebeu. Os dois ficaram longo tempo conversando sobre as coisas divinas. A ele, Filipe, contou uma visão que tivera. Depois pediu para ser admitido na companhia dos frades até a morte e recebeu das mãos de São Bonfilio o hábito de irmão leigo.

Os superiores lhe ordenaram trabalhar no horta, pedir esmola e algumas tarefas duras e difíceis do campo. O santo entregou por completo a tais trabalhos, orando incansavelmente durante todos eles.

Em 1258 foi enviado ao convento de Siena, e durante o caminho interveio em uma polêmica discussão sobre os dogmas da fé, na qual Felipe soube intervir brilhantemente esclarecendo e dando o verdadeiro sentido sobre o caso. Depois, cada qual seguiu o seu caminho.

Então o companheiro do Bem-aventurado Filipe lhe disse: "Irmão, por que, quando foste recebido na Ordem, nada disseste da ciência que possuis, com a escassez que temos de homens sábios, enquanto tu agora discutiste tão habilmente com esses frades? Em verdade te digo que hoje a chama da sabedoria acendeu-se entre nós". Então o Bem-aventurado Filipe pediu-lhe de joelhos que, pelo amor de Deus, fizesse o favor de não revelar nada a ninguém. Mas, quando retornaram a Florença, o companheiro do santo homem pôs-se logo a contar aos outros como o Bem-aventurado Filipe se havia portado com aqueles forasteiros. Diante disso, todos encheram-se de alegria. Fizeram-no a clérigo e, de grau em grau, o promoveram às Sagradas Ordens, e em 1262, foi  nomeado mestre de noviços do convento de Siena, e Vigário assistente do prior geral.

Em 1267, por voto unânime, o santo foi eleito prior geral da ordem religiosa. Como primeiro trabalho, visitou todos os conventos da ordem que estavam no norte da Itália convidando às pessoas a se converterem e se submeterem ao amparo da Virgem Mãe. Logo, e ao finalizar um intenso e longo retiro espiritual, São Felipe decidiu visitar os conventos da Alemanha e França.
 
No Concílio do Lyon, São Felipe impressionou a todos por sua sabedoria e dom das línguas, dom que foi utilizado pelo santo para a conversão dos pecadores e reconciliação dos cismáticos de muitos lugares do mundo aonde ia pregar o Evangelho; entretanto, toda sua fama não era suficiente para obter a aprovação pontifícia para a Ordem dos Servos da Maria.

Em 1284, São Afasto pôs sob a direção de São Felipe a sua sobrinha Santa Juliana, a qual fundou a terceira ordem das Servas da Maria. O santo se encarregou também de enviar os primeiros missionários servitas ao oriente, alguns deles, derramaram seu sangue por manter-se firmes em sua fé em Cristo.

Quando compreendeu que se aproximava a hora de sua morte, no ano 1285, São Felipe decidiu retirar-se descansar no convento mais singelo e humilde da ordem religiosa, onde passou seus últimos dias, orando e prostrado diante da imagem da Virgem Maria. Faleceu durante o Ângelus vespertino, e em 1761 foi canonizado.

Alguns Milagres:

Certa vez, estando o Bem-aventurado Filipe a visitar a Ordem, ao passar perto da localidade chamada Gagliano, encontrou um leproso, deitado à margem da estrada, pedindo esmola. Filipe deu-lhe a manta. O leproso, ao vesti-la, ficou curado e pôs-se a correr ao seu encalço gritando: "Santo homem, digna-te esperar-me para que eu possa agradecer-te". Mas Filipe lhe disse: "Dá glória a Deus, vai em paz e não digas nada a ninguém".

Célebre foi o que ocorreu no convento de Arezzo, onde os frades, devido à guerra, viviam tão pobre mente que às vezes não tinham sequer o que comer. Ao saber disso, Filipe, como bom pastor, foi visitá-los. E como na hora da refeição nada tivessem para comer, Filipe suplicou à misericordiosa Mãe de Deus que não deixasse seus Servos passarem fome. Logo, a campainha da porta do convento tocou. Ao abrir, o irmão porteiro encontrou um cesto cheio de pães.
Outro milagre ocorreu numa floresta, quando Filipe e um confrade estavam a caminho da Alemanha para visitar os conventos da Ordem lá fundados. A certa altura, extenuado pela fome e pela sede, seu companheiro de viagem entrou em desespero. Filipe invocou a misericordiosa Mãe de Deus e logo avistaram uma cabana. Entraram e aí encontraram pão e água em abundância.


Hoje celebramos também Santa Rosa de Lima - Primeira Santa canonizada na América do Sul: Clique Aqui

 

sábado, 22 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Maria é Santa, é bem-aventurada


“Peço-vos, meus Irmãos, que repareis no que diz o Senhor ao estender a mão para os seus discípulos: Aí estão minha mãe e meus irmãos; pois, todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

“Porventura não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que acreditou pela fé e concebeu pela fé, que foi escolhida para que, por meio dela, nascesse a salvação entre os homens e que foi criada por Cristo antes de Cristo ter sido criado nela? Maria cumpriu, e cumpriu perfeitamente, a vontade do Pai, e, por isso, Maria é maior por ter sido discípula de Cristo do que por te sido mãe de Cristo; mais ditosa é Maria por ter sido discípula de Cristo dos que por ter sido mãe de Cristo. Portanto, Maria era bem-aventurada, porque, antes de dar à luz o Mestre, trouxe-O em seu seio...”

“Maria era feliz, porque ouviu a palavra de Deus e a pôs em prática; guardou mais a verdade na sua mente do que o Corpo de Cristo no seu seio. Cristo é verdade, Cristo é carne.  Cristo é verdade no espírito de Maria, Cristo é carne no seio de Maria; é mais o que está no espírito do que o que se traz no seio.”

“Maria é santa, Maria é bem-aventurada.”

Sermão 25,7

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Santo Agostinho - O Amor Fraterno e o Amor de Deus



"Portanto, quem não ama o irmão que vê, como poderá amar a Deus que não vê, pois Deus é amor. Dele carece quem não ama o irmão. Não deve ser motivo de preocupação a questão da intensidade do amor que devemos ao irmão e a Deus. Pois deve o amor de Deus ser incomparavelmente maior que o amor que temos a nós mesmos e ao irmão, e a este tanto quanto a nós. E amar-nos-emos tanto mais, quanto mais amarmos a Deus. É pois com um e mesmo amor que amamos a Deus e ao próximo, mas amamos a Deus por Deus, e ao próximo por causa de Deus."

 A Trindade Livro VIII, 8-12

São Pio X



Apaixonado pela música litúrgica, fez um grande trabalho para sua renovação.
Dentre outras iniciativas destacamos o Motu Próprio - Tra le Sollicitude (sobre a música sacra) em 1903.
Este documento nos orienta:

A música sacra, como parte integrante da Liturgia solene, participa do seu fim geral, que é a glória de Deus e a santificação dos fiéis.
A música concorre para aumentar o decoro e esplendor das sagradas cerimônias; e, assim como o seu ofício principal é revestir de adequadas melodias o texto litúrgico proposto à consideração dos fiéis, assim o seu fim próprio é acrescentar mais eficácia ao mesmo texto, a fim de que por tal meio se excitem mais facilmente os fiéis à piedade e se preparem melhor para receber os frutos da graça, próprios da celebração dos sagrados mistérios.

Por isso a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra característica, a universalidade.
Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si mesma, mas também no modo como é desempenhada pelos executantes.

Deve ser arte verdadeira, não sendo possível que, doutra forma, exerça no ânimo dos ouvintes aquela eficácia que a Igreja se propõe obter ao admitir na sua liturgia a arte dos sons. Mas seja, ao mesmo tempo, universal no sentido de que, embora seja permitido a cada nação admitir nas composições religiosas aquelas formas particulares, que em certo modo constituem o caráter específico da sua música própria, estas devem ser de tal maneira subordinadas aos caracteres gerais da música sacra que ninguém doutra nação, ao ouvi-las, sinta uma impressão desagradável.”
 
Conheça mais sobre o Santo Papa Pio X Clique aqui
 

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Deus antes da criação


Eis minha resposta à questão: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?” – não responderei jocosamente como alguém para contornar a dificuldade do problema: 
 “Preparava o inferno para os que perscrutam esses mistérios profundos”. – Uma coisa é compreender e outra é brincar. 
Não, essa não será minha resposta. Prefiro dizer: “Não sei” – pois de fato não sei, que ridicularizar quem faz pergunta tão profunda, ou louvar quem responde com sofismas.
Mas eu digo que tu, meu Deus, és o Criador de toda criatura; e, se por céu e terra se entende toda criatura, não temo afirmar: “Antes que Deus criasse o céu e a terra, nada fazia. De fato, se tivesse feito alguma coisa, o que poderia ser senão uma criatura? Oxalá eu soubesse tudo o que desejo saber, como sei que nenhuma criatura foi criada antes da criação."
Confissões - Livro XI, 12 

São Bernardo de Claraval - Os Quatro Graus do Amor

Dizia São Bernardo que há quatro graus do amor humano:

"Nós somos carnais, nascidos na concupiscência da carne, donde se segue necessariamente que nosso amor, bem como nossa cupidez, começa pela carne. Porém, se este amor é bem dirigido, desenvolvendo-se progressivamente segundo seus graus, sob a ação da graça, ele atingirá sua perfeição no espírito, “pois não é o espiritual que precede, mas o que é animal: o espiritual vem em seguida”. (Cf. ICor 15,40)
a) Primeiramente o homem começa amando a si mesmo por si mesmo; pois sendo ele carne, está fora de condição de degustar o que quer que seja fora de si mesmo.
 
b) Em seguida, ao descobrir que não pode subsistir por si  só, ele começa a procurar a Deus na fé e a amá-lo. É o segundo grau: ama-se a Deus não por Ele mesmo, mas por causa de si.

c) À medida que a própria necessidade leva a conviver com Deus, a familiaridade com ele, em meditação, leitura, oração e obediência, termina por compreender a doçura do Senhor e começa a apreciá-lo. Atinge o terceiro grau, onde Deus é amado puramente por si próprio, embora não amado exclusivamente. Neste grau, permanece-se muito tempo: não sei se nesta vida, alguém pode alcançar a perfeição do quarto grau.

d) No quarto grau, o homem não se ama mais de forma alguma, senão em Deus. Que o afirmem os que o experimentam; quanto a mim, confesso que acredito ser impossível. Sem dúvida alguma, isto se verificará quando o servo bom e fiel for introduzido na alegria do seu Mestre, inebriado com a plenitude da Casa de Deus.
Então, esquecendo-se, ele próprio, de uma maneira admirável, voltar-se-á todo inteiro para Deus e, aderindo a ele para o futuro, não formará senão um só Espírito com Ele."

De diligendo Deo, XV, Les Plus beaux écrits de Saint Bernard.

Conheça a vida de São Bernardo Clique aqui
Apaixonado por Maria:  Lembrai-vos e Ave Maria, Ave Bernardo

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Louvai o Senhor


"O que na língua hebraica se diz alleluia, traduz-se em latim por Laudate Dominum - Louvai o Senhor.
Louvemos, pois o Senhor nosso Deus, não com a voz, mas também de coração, pois quem O louva de coração louva-O com a voz do homem interior.
A voz que fala aos homens é som, a voz que fala a Deus é o afeto..."

Sermão 257

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Bater à porta




"O Senhor quer dar. Se bateste à porta e ainda não recebeste, continua a bater, que Ele quer dar. E se tarda em dá-lo é para que mais desejes o que tardas em alcançar, para que não perca valor se for concedido rapidamente."

Sermão 105 n.3

Santo Alberto Hurtado Cruchaga

Alberto Hurtado Cruchaga nasceu em 22 de janeiro de 1901 no seio de uma família cristã.



Seus pais, Alberto Hurtado e Ana Cruchaga viviam em um campo próximo à localidade de Casablanca no Chile. Na fazenda As Pereiras do Tapihue, Alberto passou seus primeiros anos de vida. Mas quando tinha quatro anos, seu pai faleceu.

Sua mãe ficou sozinha, a cargo de Alberto e de seu irmão Miguel. A venda da fazenda se
fez necessária junto com a mudança a Santiago.

Acolhidos por seus familiares, Alberto, Miguel e dona Ana, iniciaram uma nova etapa de suas vidas na capital.

Em 1909 ingressou no Colégio Santo Inácio, onde destacou por ser bom companheiro, entusiasta e alegre. Foi neste lugar onde começou a manifestar-se sua vocação, essa vontade de ajudar aos outros estando a serviço de Cristo.

Entretanto, embora sabia que por sobre todas as coisas queria ser sacerdote, a difícil situação econômica de sua mãe o fazia impossível cumprir seu sonho de entrar na Companhia de Jesus. Por isso, uma vez finalizado o colégio, começou a estudar Direito na Pontifícia Universidade Católica do Chile. Para ajudar a sua família trabalhava nas tardes e nas poucas horas que ficavam livres o dedicava à Paróquia Virgem de Andacollo.

Sua vocação sacerdotal seguia presente, embora os anos passavam, ele não perdia a esperança. Finalmente suas orações foram escutadas e em 1923 pôde cumprir seu sonho e ingressar no noviciado. Depois de vários anos de estudos, foi ordenado sacerdote na Bélgica, em 1933.

Voltou para o Chile em 1936. Imediatamente ficou a trabalhar como professor do Colégio Santo Inácio, onde muitos jovens procuravam sua companhia e orientação. Sua influência entre os jovens ultrapassou os limites do colégio. Foi chamado então como assessor da Ação Católica Juvenil. Com seus jovens colaboradores percorreu a pátria inflamando os corações juvenis com o desejo de lutar pela glória de Cristo.

Jesus o chamava. Em cada lugar o Padre Alberto Hurtado via a face de Cristo nos pobres. Havia tantos que necessitavam teto, abrigo e comida. Para eles fundou o Lar de Cristo em 1944.

Sem tempo para desfalecer sempre tinha um novo projeto entre suas mãos. Uma nova casa de acolhida para crianças, oficinas de ensino, mais camas para as hospedarias, eram algumas das milhares de idéias que rondavam em sua cabeça, face à incompreensão de muitos, sempre encontrava a força para seguir servindo a Cristo.

Sua obra se multiplicou com seu trabalho na Ação Católica, na Ação Sindical do Chile e na Revista Mensagem. Face à quantidade de tarefas impostas, nunca deixou de dar Direcionamento Espiritual. Com seu melhor sorriso recebia e escutava a seus "patrõezinhos".

Tinha 51 anos quando lhe diagnosticaram um câncer. Com as fortes dores de sua enfermidade, continuou trabalhando por Cristo desde sua cama no Hospital Clínico da Universidade Católica. Até o final se manteve alegre e contente, sempre dando uma palavra de esperança e apoio a quem o visitava.

Em 18 de agosto de 1952 o Padre Alberto Hurtado Cruchaga deixou este mundo, partindo para o encontro definitivo com Cristo. Seu esforço, sua luta, sua alegria e seu intenso amor por Jesus deram frutos. Em 16 de outubro de 1994, Sua Santidade João Paulo II beatificou o Padre Hurtado. Em 23 de outubro de 2005 foi canonizado.

Vejamos parte da homilia do Papa Bento XVI em sua canonização em 2005.

"Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração... Amarás o teu próximo como a ti mesmo"(Mt 22, 37.39). 
Foi este o programa de vida do santo Alberto Hurtado, que se quis identificar com o Senhor e amar os pobres com o seu amor. A formação que recebeu na Companhia de Jesus, consolidada pela oração e pela adoração da Eucaristia, levou-o a deixar-se conquistar por Cristo, sendo um verdadeiro contemplativo na acção. No amor e na entrega total à vontade de Deus encontrou a força para o apostolado. Fundou O Lar de Cristo para os mais necessitados e para os sem-tecto, oferecendo-lhes um ambiente familiar cheio de calor humano. No seu ministério sacerdotal ele sobressaía pela sua sensibilidade e disponibilidade para com o próximo, sendo uma imagem viva do mestre "manso e humilde de coração". No final dos seus dias, entre as grandes dores da enfermidade, ainda teve forças para repetir: "Estou contente, Senhor, estou contente", expressando assim a alegria com que sempre viveu.

Santo Hurtado - Lar de Cristo, Lar de todos


A obra emblemática do padre Hurtado foi o Lar de Cristo. Ele mesmo relatou que numa noite fria e chuvosa, aproximou-se dele um pobre homem com amigdalite aguda, tremendo, em mangas de camisa, que não tinha para onde ir. Pregando um retiro para senhoras na Casa do Apostolado Popular, falou-lhes sobre a miséria que havia em Santiago e a necessidade da caridade.

A paixão e emoção com que o padre Hurtado falou nessa noite fez nascer o Lar de Cristo. À saída do retiro, ele recebeu as primeiras doações, um terreno, vários cheques e joias da parte das senhoras presentes.

Em maio de 1945, o arcebispo de Santiago, Dom José María Caro, abençoou a primeira sede do Lar de Cristo. Santo Alberto saía à noite em busca de crianças e jovens que estivessem nas ruas, debaixo de pontes, e os levava para o Lar de Cristo.

Caso único na América Latina, o Congresso Nacional do Chile aprovou por unanimidade que o dia 18 de agosto - celebração sua da morte - seja o Dia Nacional da Solidariedade. O padre Hurtado, fundador do Lar de Cristo, é o padroeiro da solidariedade no Chile e um dos grandes nomes dessa virtude entre os latinos.

No Chile, todo ano peregrinam cerca de 70 mil jovens para visitar o seu túmulo. Junto ao Lar de Cristo, ele impulsionou milhares de jovens a participar da Ação Católica. Aproximadamente 100 sacerdotes chilenos devem a ele a sua vocação. 


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Santo Agostinho - O que posso oferecer a Deus?


"O que hás-de oferecer a Deus, para que Ele seja maior, melhor, mais rico, mais digno de honra? Sejas tu quem fores, ele continuará a ser o que já era. Então olha à tua volta, pois talvez devas oferecer ao próximo o que caberia dar a Deus. Quando o fizestes a um só dos meus mais pequeninos, foi a mim que o fizestes.
Se pois te mandam partir o pão e dar ao que tem fome, deverás fechar a igreja ao que bate à sua porta? 
Sermão 296 n. 13

domingo, 16 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Maria


"Ó Maria, quem és tu, destinada a ser Mãe do Filho de Deus? Como o mereceste? Como se há de forma em ti aquele que te fez a ti? De onde, repito, te vem tão grande bem? Tu és virgem, és santa, fizeste um voto. Mas é mais magnífico ainda o que mereceste. É muito mais, o que recebeste de graça. Como foi isso? Forma-se em ti quem te fez a ti. Faz-se em ti aquele por meio de quem tu mesmo foste feita.
Sim, aquele por quem foram feitos o céu e a terra, por quem foram feitas todas as coisas! Em ti o Verbo de Deus fez-se carne! Recebendo nossa humanidade, não perde a sua divindade! O Verbo une-se à carne, é teu seio é o leito conjugal de matrimônio tão sagrado, isto é da união do Verbo com a Carne.
Talvez pareça importuno interrogar assim a Virgem, e temo molestar-lhe os ouvidos com essas minhas palavras.
Vejo, porém, que a Virgem, cheia de rubor, responde instruindo-me:
Escuta a saudação do anjo, e reconhece em mim as tuas fontes de salvação. Crê naquele em quem eu acreditei. Por que tu me perguntas de onde me veio tudo isso? Que o próprio anjo te dê a resposta: Dize-me, ó anjo, de onde veio tal glória a Maria? E o anjo diz: Eu já o declarei ao sauda-la: "Ave, cheia de graça!" 
Sermão 291 n.6

Solenidade da Assunção de Maria

Conheça o Dogma da Assunção

Na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, a passagem do Evangelho da visita de Maria a sua prima Isabel nos faz recordar daquele encontro “pleno do Espírito Santo”, em que Maria expressa a sua alegria com o Magnificat, por ter tomado “plena consciência do significado das grandes coisas que estão se realizando na sua vida: por meio dela chega ao cumprimento toda a espera de seu povo”. Mas o Evangelho revela também “o motivo mais verdadeiro da grandeza de Maria”:   “O Evangelho nos mostra também qual é o motivo mais verdadeiro da grandeza de Maria e da sua bem-aventurança: o motivo é a fé. De fato, Isabel a saúda com estas palavras: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu”. A fé é o coração de toda a história de Maria; ela é fiel, a grande fiel; ela sabe – e o disse – que na história pesa a violência dos prepotentes, o orgulho dos ricos, a arrogância dos soberbos. Todavia, Maria acredita e proclama que Deus não deixa sozinhos os seus filhos, humildes e pobres, mas os socorre com misericórdia, com solicitude, derrubando os poderosos de seus tronos, dispersando os orgulhosos nas tramas de seus corações. Esta é a fé de nossa Mãe, esta é a fé de Maria!”.
O Cântico de Nossa Senhora nos deixa também intuir que se a misericórdia do Senhor é o motor da história, então não "poderia conhecer a corrupção do sepulcro, aquela que gerou o Senhor da vida" E as “grandes coisas” que o Onipotente fez em Maria, dizem respeito também a nós, “nos falam de nossa viagem na vida, nos recordam a meta que nos espera: a casa do Pai”:  
“A nossa vida, vista à luz de Maria assunta ao Céu, não e um vagar sem sentido, mas é uma peregrinação que, mesmo com todas as suas incertezas e sofrimentos, tem uma meta segura: a casa de nosso Pai, que nos espera com amor. É bonito pensar nisto: que nós temos um Pai que nos espera com amor e que também a nossa Mãe Maria está lá, e nos espera com amor”.
Deus fez resplandecer um sinal: “E este sinal tem um rosto, este sinal tem um nome: o rosto luminoso da mãe do Senhor, o nome bendito de Maria, a cheia de graça, bem aventurada porque acreditou na palavra do Senhor: a grande fiel! Como membros da Igreja, somos destinados a partilhar da glória da nossa mãe, porque, graças a Deus, também nós acreditamos no sacrifício de Cristo na cruz e através do Batismo, somos inseridos em tal mistério de salvação”
“Hoje todos juntos rezemos a ela, para que, enquanto se desvela o nosso caminho sobre a terra, ela nos dirija os seus olhos misericordiosos, ilumine o nosso caminho, nos indique a meta, e nos mostre depois deste desterro Jesus, o fruto bendito do seu ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!” 
Papa Francisco 15/08/2015

sábado, 15 de agosto de 2015

São Tarcísio - Padroeiro dos Coroinhas

Conheça a história de São Tarcísio

No dis 05 de agosto o Papa Francisco encontrou-se com 50.000 Coroinhas, nessa ocasião respondeu algumas perguntas e lhes disse:

"O mundo precisa de pessoas que testemunhem aos outros que Deus nos ama". Não basta "colocar-se a serviço do bem comum oferecendo coisas necessárias para a existência", como o alimento, as vestes, os cuidados médicos, a instrução, a informação e a justiça.


"Nós, discípulos do Senhor, temos uma missão a mais: a de sermos 'canais' que transmitem o amor de Jesus. E nessa missão, adolescentes e jovens, têm um papel particular. Vocês são chamados a falar sobre Jesus a seus companheiros, não somente no seio da comunidade paroquial ou da associação de vocês, mas sobretudo aos de fora. Este é um compromisso reservado especialmente a vocês, porque com a coragem, o entusiasmo de vocês, a espontaneidade e a facilidade para o encontro podem chegar mais facilmente à mente e ao coração daqueles que se distanciaram do Senhor."


"Muitos adolescentes e jovens da idade de vocês – acrescentou o Papa – têm uma imensa necessidade de alguém que com a própria vida lhes diga que Jesus nos conhece, nos ama, nos perdoa, partilha conosco nossas dificuldades e nos sustenta com a sua graça".


"Mas para falar aos outros de Jesus é preciso conhecê-lo e amá-lo, fazer experiência d'Ele na oração, na escuta de sua Palavra. Nisso vocês são facilitados pelo serviço litúrgico que prestam, que lhes permite estar próximo de Jesus Palavra e Pão da vida. Dou-lhes um conselho: o Evangelho que vocês ouvem na liturgia, releiam-no pessoalmente, em silêncio, e apliquem-no à vida de vocês; e com o amor de Cristo, recebido na santa Comunhão, vocês podem colocá-lo em prática. O Senhor chama cada um de vocês a trabalhar em seu campo; chama-os a serem alegres protagonistas de sua Igreja, prontos a comunicar a seus amigos aquilo que Ele lhes comunicou."

Santo Agostinho - Sê paciente e obedece



"Sê paciente, o Senhor assim quer. Perguntas, porque razão o quer? Deixa para mais tarde o teu empenho, o teu zelo por saber, e esforça-te por obedecer. Ele quer que aceites o que quer. Aceita o que Ele quer e dar-te-á o que queres." 
Sermão 296 n.8

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Santo Agostinho - Somos imagem de Deus

Jesus disse então: “Dai pois a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus”.

Assim como César procura a sua imagem na tua moeda, assim Deus procura a sua imagem na tua alma. Dá a César, diz [o Senhor], as coisas que são de César. O que é que César procura em ti? A sua imagem. E o que é que Deus procura em ti? A sua imagem. Mas a de César encontra-se na moeda e a de Deus encontra-se em ti. Se quando perdes uma moeda te lamentas porque perdeste a imagem de César, quando adoras o ídolo não te lamentas porque fazes uma injúria à imagem de Deus que se encontra em ti próprio? 
Sermão 113A n.8


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Santo Agostinho - A fé de Abraão serve-nos de exemplo

É justo, irmãos, que se acredite em Deus, antes de ele cumprir o que quer que seja
pois, seja como for, não pode mentir, nem enganar, uma vez que é Deus. Assim acreditaram nele os nossos pais. E assim acreditou nele Abraão.  É esta, em verdade, a fé que deve ser louvada e exaltada. Abraão nada tinha recebido do Senhor e acreditou no que Ele prometia.
E nós, que já recebemos tantos bens, ainda não acreditamos? Abraão podia dizer: “Acreditarei porque me prometeste isto e cumpriste”.
Desde o primeiro mandado de Deus, acreditou, e nada tinha ainda recebido. Foi-lhe dito: Deixa a tua terra e a tua família e vai para a terra que eu te vou dar. E de imediato ele confiou, e Deus não lhe deu aquela terra mas guardou-a para a sua descendência. E também à sua descendência fez uma promessa. Sabeis qual? Na tua descendência serão abençoadas todas as nações. A sua descendência é o próprio Cristo, pois de Abraão [vem] Isaac, de Isaac Jacó, de Jacó os doze, dos doze o povo dos judeus, do povo dos judeus a Virgem Maria, da Virgem Maria nosso Senhor Jesus Cristo. A descendência de Abraão é nosso Senhor Jesus Cristo, e o que tinha sido prometido a Abraão, vemo-lo realizado em nós. Na tua descendência, diz a Escritura, serão abençoadas todas as nações. Acreditou antes de ter visto o que era, acreditou sem ver o que lhe era prometido. Nós, porém, vemos o que lhe foi prometido, e vemos que o que quer que fosse que lhe era prometido, viria a acontecer.

Na verdade, que promessas é que ainda não foram cumpridas? Ele anunciou os sofrimentos que teriam lugar no tempo presente; que os seus santos e os seus fiéis alcançariam bons frutos, no meio dos sofrimentos, graças à sua constância. Ele o anunciou e nós o vemos.


Tudo isso está escrito e aos cristãos foi lembrada não só a coragem no sofrimento, mas mais ainda os bens futuros, uma vez que já chegaram os males que foi anunciado que viriam. Pois se não tivessem acontecido as coisas que estavam anunciadas, levar-nos-iam a fé que temos a respeito dos bens [prometidos]. Por isso mesmo vieram primeiro os males: para que acreditemos nos bens futuros.

Sermão 113A