Guido teve uma
vida dedicada à escuta e serviço de Deus e com isso fez dela uma suave canção
de amor para Deus.
Ele nasceu na
segunda metade do século X, na cidade de Casamare, próximo a Ravena na Itália.
Seus dados históricos são desconhecidos, mas nos aponta que cresceu e recebeu
educação acadêmica e cristã ali mesmo em Casamare. Guido também foi regente do
coro da Catedral de Arezzo, na Toscana, próximo a província onde nascera.
Função esta que o tornou celebremente conhecido como Guido D’Arezzo. Após
concluir seus estudos, dirigiu-se para a cidade de Roma onde ingressou em um
mosteiro beneditino e recebeu o hábito, dedicando-se à vida desolada.
Durante este
período, desempenhou papel importante no testemunho de fidelidade e rigor no
cumprimento da regra beneditina, sendo colocado como grande exemplo para os
demais de sua ordem. O monge Martinho, seu diretor espiritual, o enviou então
para o mosteiro de Pomposa. Muitos acorriam ao lugar para buscar aconselhamento
e direção espiritual. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como
musicista era necessário para a comunidade cristã.
No convento a história se repetiu. Era um modelo
tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação.
Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo
como diretor espiritual e se tornaram religiosos.
Guido não era somente dedicado aos assuntos
místicos e desempenhava com louvor o ministério de musicista e tamanha é sua
contribuição para a história da música, pois foi responsável pela organização
do sistema de notas musicais que é conhecido até os dias de hoje. Guido, disposto a diminuir os erros musicais e facilitar o aprendizado
tomou um hino em honra a São João Batista e dali alicerçou o sistema musical de
notas (dó, ré, mi…).
Após muitos
feitos, Guido pretendia retirar-se novamente para a solidão monástica, mas foi
convidado pelo imperador Henrique III para acompanha-lo como conselheiro espiritual
em sua viagem para Roma onde iria assumir o papado. Guido assim o fez e com
louvor cumpriu sua missão junto ao futuro pontífice. Em seu retorno de Roma,
Guido foi acometido de grave doença e faleceu na cidade de Parma no dia 31 de
março de 1046.
A notícia de seu
falecimento logo correu toda a Itália e diversos milagres foram noticiados
graças a sua intercessão.
O Papa Henrique
III levou as relíquias de Guido para a Catedral de Spira a qual era dedicada a
São João Evangelista, mas por orientação do próprio Henrique passou a ser
chamada de Catedral de São Guido.
A história de São
Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável
pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua
vocação original, mas nunca pode exercê-la na sua plenitude, teve que interromper
esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado,
talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que poderia morrer na paz da
solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama
de santidade.