São Venâncio
Fortunato, bispo de Poitiers, em princípios do século VII, considera Santa
Justina como uma das virgens mais ilustres, cuja santidade e triunfo foram
consagrados pela Igreja, e afirma que seu nome torna Pádua tão famosa como o de
Santa Eufêmia a Calcedônia e o de Santa Eulália a Mérida. O mesmo autor, no
poema que dedicou à vida de São Martinho, exorta os peregrinos que vão a Pádua
a beijar o sepulcro da Bem-aventurada Justina.
O culto a Santa
Justina é atestado em Rimini em uma inscrição do século VI-VII, e em Como, o
Bispo Agripino lhe dedicou um oratório em 617, como recorda a inscrição
dedicatória.
Segundo as fontes
literárias conservadas em numerosos códices a partir do século XII, espalhadas
em muitas bibliotecas italianas, Justina pertencia a uma distinta família de
Pádua durante a perseguição de Diocleciano.
Diz a tradição que
ela era muito bonita e um nobre romano queria casar-se com ela, mas foi recusado
por ser pagão e o pro-cônsul mandou que a martirizassem para que renunciasse a
sua fé.
Presa por causa de
sua fé, Justina foi conduzida ao tribunal de Maximiano; não conseguindo as
ameaças fazê-la apostatar de sua fé, o juiz condenou-a a pena capital. Depois
de ser martirizada sem sucesso amarram Santa Justina a um poste no pátio do
anfiteatro de Pádua e, derramaram nela uma espécie de resina e atearam fogo,
mas ela continuou a cantar louvores a Jesus.
Soltaram então dois
tigres famintos, entretanto os mesmos deitaram a seus pés. O pro-cônsul
enfurecido, ordenou que fosse decapitada. Era o dia 7 de outubro de 304
Seu corpo foi
sepultado próximo do teatro romano.
A basílica
construída por Opilião sobre o túmulo de Justina se conservou até 1117, quando
um terremoto a destruiu completamente. Os monges beneditinos, que já oficiavam na
igreja desde o final do século VIII, reconstruíram-na, embora menos esplêndida
do que a primeira. Mas a Congregação Beneditina de Santa Justina, fundada na
Igreja de Santa Ludovica Barbo em 1418, tendo se propagado rapidamente, os
monges construíram um templo mais digno em honra da mártir. Iniciado em 1521,
foi completado em 1587. O corpo de Santa Justina foi colocado sob o altar mor
da igreja em um relicário duplo de jumbo e madeira, coberto por um véu de ouro.
A difusão da
Congregação Beneditina de Santa Justina, que elegeu a mártir como sua patrona
especial, junto com São Bento, contribuiu para propagar o seu culto na Itália e
na Europa. Após a vitória de Lepanto, Veneza a elegeu como patrona especial de
todos os seus domínios.
Atualmente, após um
período de esquecimento causado especialmente pela supressão do mosteiro em
1810, e pelo subsequente fechamento da igreja pelas leis napoleônicas, o culto
de Santa Justina lentamente recobra novo vigor favorecido pela reabertura do
mosteiro ocorrida em 1919.
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