terça-feira, 31 de outubro de 2017

31 de outubro - Santa Maria de la Purísima.

Cada um de nós, enquanto batizado, participa a seu modo no sacerdócio de Cristo: os fiéis leigos no sacerdócio comum, os sacerdotes no sacerdócio ministerial. Assim, todos podemos receber a caridade que brota do seu Coração aberto, tanto para nós mesmos como para os outros, tornando-nos «canais» do seu amor, da sua compaixão, especialmente para aqueles que vivem no sofrimento, na angústia, no desânimo e na solidão.

Aqueles que hoje proclamamos Santos, serviram constantemente, com humildade e caridade extraordinárias, os irmãos, imitando assim o Mestre divino.

Santa Maria da Imaculada Conceição, bebendo nas fontes da oração e da contemplação, serviu pessoalmente e com grande humildade os últimos, com uma atenção especial aos filhos dos pobres e aos doentes.

Papa Francisco – Homilia de Canonização – 18 de outubro de 2015

O caso de Maria de la Purísima é singular, pois foi canonizada apenas 17 anos após sua morte, um processo mais rápido do que o normal.
Ela foi incluída no livro dos santos graças ao milagre realizado em favor um homem que estava em estado de coma e que despertou sem sequelas devido a sua intercessão.
Anteriormente, tinha sido declarada beata depois que, Bento XVI assinou o decreto que reconhecia um milagre de cura de uma menina da cidade de Huelva, no sul da Espanha.

María de la Purísima - no mundo María Isabel Salvat - nasceu em Madri, mas viveu praticamente toda a vida em Sevilha, onde morreu em 1998. Ela é, portanto, uma santa sevilhana.

Curiosamente, ela nasceu em Madri no mesmo prédio onde morreu o poeta Gustavo Adolfo Bécquer, que deixou escrito em seus Poemas o versículo que diz:
- Para um sorriso, um céu.

Para a menina, que nasceu naquela casa em Madri, onde o poeta morreu, corrigiu o verso para torná-lo uma vida própria e especialmente para os pobres deste mundo a quem serviu com virtude heroica:
- Um sorriso do céu.
O sorriso e o céu.

"Ela fez tudo", dizem as Irmãs, "com os olhos fixos no céu e com o pensamento da vida eterna.”

Em María de la Purísima, a presença de Deus era tão natural quanto a respiração.
E seu sorriso.
- Um sorriso do céu.

Sorriso que transbordou de alegria humana e espiritual. Todas as Irmãs que viveram com ela dizem assim. Um sorriso que produziu em seu ambiente a paz de Deus.

Escrevendo para uma das Irmãs, sua aluna e então uma religiosa, ele exortou-a a dizer:
- Não fomente o espírito de tristeza; pelo contrário, alegremente deem-se a todos e tentem fazer todos felizes sem pensar em si mesmos ... Sempre felizes, porque não temos motivos para mais nada, porque é tanto que recebemos do Senhor que isso seria suficiente para nos tornar felizes.

Mas não é apenas o sorriso dela.
É a santa das pequenas coisas. Sem recorrer a atos heroicos, pode ser extraordinária no comum.
Os nove consultores teólogos, que examinaram suas virtudes em Roma e formularam uma opinião positiva, viram em Maria de la Purisima que ela era heroicamente humilde, forte, obediente, útil, serena e moralmente transparente como um cristal.

O que uma noviça confessou:
- Vivi com uma santa que pode ser imitada.

Em 9 de junho de 1945, ela recebeu o hábito e iniciou seu noviciado que durou dois anos. Maria Isabel foi nomeada Maria de la Purísima da Cruz.
Gostaria de especular um pouco sobre o seu nome religioso.
Por quê puríssimo e não imaculado?
Eles dizem o mesmo, eles significam o mesmo, mas a palavra "Purísima" tem uma conotação muito sevilhana. Quando, no início do século XVII, Sevilha vivia com paixão o imaculado mistério, a ponto de ganhar com honra o belo título da cidade da Imaculada, também começou a espalhar o belo hábito de se cumprimentar com a "Ave Maria Purísima", para responder  “Sem pecado concebido”. E as denominações fraternas também surgem com o título de «Puro e limpo» ou de «Purisima».

E Maria Isabel – por que ela escolheu? Foi sua professora no noviciado que o sugeriu – Foi-lhe dado o nome de uma denominação muito sevilhana. Ela queria, desde que fez uma novena à Imaculada para suavizar o coração de seu pai, ser chamada como a Santíssima Virgem em seu imaculado mistério.

E assim será a partir deste momento. Com a adição "de la Cruz", que todas as Irmãs adicionam ao nome religioso.
Maria Isabel será, desde então, Irmã Maria de la Purísima da Cruz. E agora, depois da canonização, Santa Maria de la Purísima.



segunda-feira, 30 de outubro de 2017

30 de outubro - Santo Ângelo D'Acri

O caminho vocacional do jovem Luca Antônio foi marcado por muitas incertezas: por duas vezes, pediu para entrar para os frades capuchinhos e, em ambos os casos, saiu confuso, deixando o convento. Ainda com tantas incertezas, regressou pela terceira vez e pediu para vestir o hábito de São Francisco e recomeçar o noviciado.

Ele vivia um profundo conflito em seu ânimo: por um lado, nutria um profundo afeto pela mãe, que tinha ficado viúva, e não desejava desiludir as expectativas do tio sacerdote, que o convidava a estudar para poder dar à mãe sustento adequado; por outro, sentia-se fortemente atraído pelo exemplo e pela palavra do pregador capuchinho Antônio de Olivadi. O futuro Frei Ângelo experimentava dentro de si o sentimento de quem sinceramente quer bem à mãe e ao tio, mas, ao mesmo tempo, sente outro chamado. A vocação para se consagrar ao Senhor pede para doar a si mesmo sem reter nada. 

O Beato Ângelo nasceu em Acre, na Calábria, em Itália, no dia 19 de Outubro de 1669, sendo batizado com o nome de Luca Antônio. Foram seus pais Francisco Falcone e Diana Enrico. Quando tinha 18 anos pensou ser capuchinho. Entrou no noviciado em Acre, na Província de Cosenza.

Invadido por dúvidas e incertezas com medo de não conseguir observar o ideal da Ordem, deixou duas vezes o noviciado. Entrou uma terceira vez e conseguiu vencer as suas dúvidas e fez a profissão religiosa em 1691. Concluídos os estudos, foi ordenado sacerdote.

Como sacerdote entregou-se à pregação, simples e fervorosa, despida de retórica, mas acompanhada de milagres, exercendo um grande e benéfico impacto, sobretudo, no meio das pessoas do campo, no sul da Itália. Como recordação das suas missões, era seu costume levantar um calvário constituído por três cruzes. A sua vida de contínua oração e a sua austeridade eram a melhor confirmação de tudo aquilo que recomendava aos fiéis. Toda a região da Calábria se sentiu invadida por uma onda de fé e de fervor.

O início deste seu apostolado foi de desilusão. Por isso mesmo, depois de um primeiro fracasso, frei Ângelo pediu ao Senhor que lhe desse o dom da palavra. O Senhor ouviu-o. Quando estava no púlpito, as ideias surgiam-lhe com tal abundância que parecia estar a ser inspirado por Deus. As primeiras dioceses a serem evangelizadas por ele foram: Cosenza, Rossano, Bisignano, São Marcos, Nicastro e Oppodo Lucano. Quando pregava nesta última, apareceu sobre a sua cabeça uma estrela luminosa que foi vista com admiração por todos os presentes. As conversões foram tantas que o demônio, invejoso de tais êxitos, muitas vezes tentou conseguir que ele interrompesse a pregação.

Em 1771, o cardeal Pignatelli convidou Frei Ângelo a pregar a Quaresma na Catedral de Nápoles. Começou na Quarta-feira de Cinzas e a Catedral estava repleta. Este irmão pregou com simplicidade; os ouvintes, primeiramente, sorriam; depois, perante a santidade da sua vida e a profundidade das suas palavras, os milagres que se sucederam durante toda a Quaresma e as numerosas conversões, a assembleia compreendeu que a pregação estava a ser orientada por um santo. Os temas das suas pregações eram os novíssimos e as demais verdades da fé.

Na sua vida, foram frequentes os êxtases. Foi visto diversas vezes elevado da terra. Quando pregava, uma ou outra vez aparecia rodeado de luz celestial. Outras vezes, foi vista uma pomba branca que pousava sobre a sua cabeça.

Foi eleito pelos seus irmãos Ministro Provincial. Pela forma como conduzia o seu ministério foi designado o anjo da paz. Dizia: É uma grande graça e uma grande glória ser capuchinho e verdadeiro filho de São Francisco. Mas é necessário conhecer e levar sempre conosco cinco pedras preciosas: a austeridade, a simplicidade, a fiel observância das Constituições e da Regra de São Francisco, a inocência de vida e uma caridade sem limites.
No ano de 1739, foi enviado para o Convento de Acre, sua terra natal. Já era de avançada idade e estava cansado pelas atividades apostólicas. Os seus conterrâneos tinham medo que ele morresse longe da sua terra. Ele, porém, queria morrer no seu campo de trabalho. Seis meses antes da sua morte, foi acometido de cegueira.

Com 70 anos de idade, no dia 30 de Outubro de 1739, com os nomes de Jesus e de Maria nos lábios, expirou serenamente. Morreu na sua terra – Acre – onde um grande santuário conserva o seu corpo venerável. Foi beatificado pelo Papa Leão XII, no dia 18 de Dezembro de 1825.

O Milagre para sua Canonização foi a cura milagrosa de um jovem. O evento ocorreu na Calábria. O jovem com idade de cerca de dezoito anos, enquanto viajava em sua própria moto sem usar o capacete, perdeu o controle do veículo e bateu violentamente contra um poste de madeira da rede telefônica, caindo no chão com um impacto terrível do crânio no asfalto. Ele foi levado à sala de emergência do hospital de Cosenza em estado muito grave. Era 23 de março de 2010. Nos dias seguintes, a situação estava piorando, ao ponto de os médicos se pronunciarem por um prognóstico muito grave, não apenas do estado de saúde do paciente, mas também do risco de sua própria vida.

Nesse contexto, a mãe do menino, devota do Beato Ângelo, voltou-se para o frei capuchinho. Além de invocar pessoalmente o Beato, ela envolveu muitas pessoas em uma oração comunitária para pedir a cura do enfermo, cuja cama também tinha uma relíquia. De repente, em 30 de março, a evolução voltou-se para o melhor, os sinais vitais começaram a cair dentro da normalidade e o menino foi transferido para a enfermaria e depois para um centro de reabilitação. Dentro de algumas semanas, sua recuperação tornou-se plena, sem sequelas, e o paciente conseguiu voltar para casa e para a escola. Os controles clínicos subsequentes encontraram condições físicas normais e sua saúde completamente restabelecida.
A coincidência cronológica e a conexão entre a invocação ao Beato e a cura do jovem, que mais tarde desfrutou de boa saúde e foi capaz de voltar a ter uma vida normal, é evidente.

Assim, o Beato Ângelo foi Canonizado em 15 de outubro de 2017 pelo Papa Francisco.

ORAÇÃO
Senhor, nosso Deus e nosso Pai, que destes ao Santo Ângelo D’Acri a graça de chamar os pecadores à penitência e à conversão do coração, mediante o anúncio gozoso da Vossa palavra, fazei que o Evangelho de Cristo, de que ele foi insigne pregador, continue a ser hoje por nós proclamado em palavras e obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na Unidade do Espírito Santo. Amém.


domingo, 29 de outubro de 2017

29 de outubro - São Gaetano Errico

O ministério da Reconciliação constitui um ministério sempre atual. A ele, o sacerdote Caetano Errico, Fundador da Congregação dos Missionários dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, dedicou-se com diligência, assiduidade e paciência, sem jamais se negar nem se poupar.

Assim, ele inscreve-se entre as extraordinárias figuras de presbíteros que, incansáveis, fizeram do confessionário o lugar para dispensar a misericórdia de Deus, ajudando os homens a encontrarem-se a si mesmos, a lutarem contra o pecado e a progredirem ao longo do caminho da vida espiritual.

A estrada e o confessionário foram os lugares privilegiados da ação pastoral deste novo Santo. A estrada permitia-lhe encontrar-se com as pessoas às quais dirigia o seu convite habitual: "Deus quer-te bem, quando nos veremos?", e no confessionário tornava-lhes possível o encontro com a misericórdia do Pai celestial.

Quantas feridas da alma ele curou desta forma!
Quantas pessoas levou a reconciliar-se com Deus, mediante o Sacramento do perdão!

Deste modo, São Caetano Errico tornou-se um especialista na "ciência" do perdão, e preocupou-se em ensiná-la aos seus missionários, recomendando-lhes: "Deus, que não deseja a morte do pecador, é sempre mais misericordioso que os seus ministros; por isso, sede tão misericordiosos quanto puderdes, porque encontrareis a misericórdia junto de Deus".
Papa Bento XVI – Homilia de Canonização – 12 de outubro de 2008

Tornou-se santo, passando toda a sua vida nas ruas difíceis do bairro napolitano de Secondigliano onde nasceu em 1791 e ali faleceu em 1860 e no confessionário onde, de braços abertos, acolhia sobretudo quem tinha cometido faltas graves. Assim viveu Caetano Errico, fundador dos missionários dos Sagrados Corações de Jesus e Maria.

Ainda em vida, já era chamado "o santo" e "o superior", por se ter tornado a referência natural para todas as famílias.

A sua canonização - João Paulo II beatificou-o a 14 de Abril de 2002 -  é um sinal de esperança para Secondigliano que tem na igreja da "Addolorata", por ele construída, uma recordação concreta e visível da sua obra.

No início do seu sacerdócio, foi professor de escola municipal e deu vida a uma pastoral inovativa, assistindo os doentes do Hospital dos Incuráveis de Nápoles e comprando-lhes os remédios; ajudando os mais necessitados; sustentando as famílias que não tinham dinheiro para pagar a renda, evitando que caíssem nas mãos de usurários; visitando os encarcerados e procurando garantir-lhes uma reinserção social. Num difícil contexto social inventou uma pastoral a favor dos analfabetos e também das adolescentes sem dote que arriscavam cair em mãos mal intencionadas.

A caridade e o amor pelos pobres e débeis foram os trilhos do seu sacerdócio, consciente de que na Igreja se ocupa um lugar para servir. Conhecia bem a arte da consolação, a paternidade de se sentar ao lado dos pecadores e desesperados para os ajudar a encontrar o horizonte do amor de Deus. Uma missão que tem as suas raízes na pobreza, que conheceu desde pequeno em família.


As suas palavras dirigidas a quantos não viviam na legalidade, convidando-os a reconhecer-se pecadores para se reconciliar com Deus e os homens, permanecem ainda válidas: "Ide para os braços do Pai, declarando-vos culpados e o Deus de bondade e misericórdia riquíssimo, não vos expulsará da sua face e da sua presença".

sábado, 28 de outubro de 2017

28 de outubro - Devoção a São Judas Tadeu

Muitos Santos foram fervorosos cultivadores do culto a São Judas Tadeu. Entre eles podemos citar:

Santa Gertrudes escrevendo sua biografia, conta que Jesus lhe apareceu aconselhando invocar São Judas Tadeu, até nos “casos mais desesperados”. A partir de então, cresceu a fé do povo na especial intercessão do Santo, principalmente nos “casos impossíveis”.

Certa vez, Santa Brígida estava orando, quando teve uma visão de Jesus. Este lhe disse:
Invocai com grande confiança ao meu apóstolo Judas Tadeu. Prometo socorrer a todos quantos por seu intermédio a mim recorrerem.

São Bernardo de Claraval tinha uma enorme devoção ao santo Apóstolo. Depois de ter conservado e honrado durante toda a sua vida uma relíquia do Santo, ordenou que, quando morresse, lhe pusessem sobre o coração e assim o enterrassem.
Dizia que não queria se separar daquele que tinha sido um poderoso protetor da sua pureza e o seu auxílio em todas as dificuldades.

Como recorrer a São Judas Tadeu?

É a oração persistente, humilde, com confiança, que chega ao coração de Deus.
E é assim que se deve pedir a intercessão de São Judas: com preces, missas, e, também, muito especialmente, com esmolas.


Nada nos atrai tanto o auxílio de Deus e a proteção dos Santos como este procedimento. Que graças magníficas e extraordinárias não concedeu Santo Antônio àqueles que lhe prometeu pão para os pobres! O Salvador disse: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”. E mais: “Usarão convosco da mesma medida que tiverdes usado para com os outros”. São Leão Magno assegura-nos que a oração tem maior eficácia diante de Deus, quando as obras de misericórdia a acompanham.

27 de janeiro - Beato Padre João Schiavo

O prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, beatificou no dia 28 de outubro de 2017 em Caxias do sul o Padre João Schiavo.

A intercessão de padre Schiavo em um caso de cura, confirmado em dezembro de 2016 pelo Vaticano, ocorreu em 1997, em Caxias do Sul. Em outubro daquele ano, Juvelino Carra foi encaminhado para uma cirurgia de emergência, com aguda dor intestinal. Ao chegar no hospital, o médico Ademir Cadore constatou que se tratava de uma trombose que envolveu todo o intestino delgado, quadro aparentemente irreversível. Decidiu-se por desistir da cirurgia, fechar o abdômen e encaminhar o paciente à UTI, para que tivesse acompanhamento até a morte iminente. Ao receber a notícia de que nada poderia ser feito, a esposa de Juvelino, Lourdes, agarrou com força um santinho de João Schiavo e orou para que o padre intercedesse pela saúde do marido.

Aos poucos, Juvelino Carra passou a dar sinais de melhora na UTI, sob olhares incrédulos. Em sete dias, teve alta do hospital, sem apresentar qualquer sequela do problema no intestino.Mais de uma década depois, a família Carra e a equipe médica forma entrevistadas por um grupo de sete autoridades em Medicina do Vaticano, que constatou a veracidade das informações, atestou a saúde de Juvelino e assim deu continuidade ao rito de beatificação. 

Padre João Schiavo nasceu na Itália, em Sant’Urbano de Montecchio Maggiore(VI), no dia 8 de julho de 1903, filho de Luigi Schiavo e Rosa Faturelli. Da família recebeu uma educação profundamente cristã; e, ainda pequeno, experimentou as agruras da pobreza. Embora de saúde muito frágil percorria 6km a pé, todos os dias, para ir à escola em Montecchio Maggiore.

Desde criança desejava ser Padre. Entrou na Congregação dos Josefinos de Murialdo e, em 1919, fez sua primeira Profissão Religiosa. No dia 10 de julho de l927, apenas completados 24 anos, foi ordenado Sacerdote.

Pe. João era muito fervoroso. Nos primeiros anos de sacerdócio escrevia os sermões e os meditava diante do Santíssimo Sacramento. Tinha o grande desejo de ser missionário e mártir; e, depois de quatro anos de Sacerdote, seguindo a ordem da obediência, partiu para o Brasil, chegando em Jaguarão (RS), no dia 05 de setembro de 1931. Logo conheceu todas as obras dos Josefinos. Em Ana Rech, foi professor, iniciador e diretor da Escola Normal Rural Murialdo. Em Galópolis, foi Diretor da Escola e Pároco. Em 1941, fundou o Seminário Josefino de Fazenda Souza (Caxias do Sul – RS), sendo o primeiro Diretor dessa obra que marcaria sucessivas gerações de jovens.

Desde que chegou ao Brasil, Padre João desenvolveu uma intensa atividade vocacional e foi o primeiro mestre de noviços da missão Josefina brasileira. Fundou diversas obras em favor das crianças e jovens pobres; Abrigo de Menores São José (Caxias do Sul) hoje, Centro Técnico Social Obra Social Educacional, em Porto Alegre, Partenon e no Morro da Cruz. Abrigo de Menores em Pelotas e Rio Grande (RS), Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá (SC).

Foi o primeiro Superior Provincial dos Josefinos no Brasil, de 1947 a 1956 e a ele se deve o desenvolvimento das Obras Josefinas, o reconhecimento oficial das escolas e a formação religiosa dos primeiros confrades brasileiros. Após um período de discernimento, em consonância com o Fundador Padre Luigi Casaril, no dia 09 de maio de 1954, iniciou o grupo brasileiro das Irmãs Murialdinas de S.José. Em 1957 fundou a Escola Santa Maria Goretti das Irmãs Murialdinas, onde atuou como diretor e professor. Em fevereiro de 1956 deixou o cargo de Superior Provincial, mas continuou prestando serviço à sua Congregação e dedicando-se mais às Irmãs Murialdinas.

 Ao findar de 1966, Padre João Schiavo, cuja saúde há tempo estava debilitada, adoeceu gravemente. Apesar de todas as tentativas da equipe médica e de tanta oração pedindo a Deus sua cura, a doença prosseguiu de modo fulminante e, em dois meses, terminou com a caminhada terrena do Padre João.

No último dia de sua vida, repetia: “Meu Jesus, Misericórdia”! Suas últimas palavras foram o compêndio de uma vida: “Pai, sou teu filho; sempre quis fazer tua vontade”.

Padre João Schiavo faleceu às 9h30 do dia 27 de janeiro de 1967, assistido pelos dois Bispos de Caxias do Sul: D. Benedito Zorzi e D. Cândido Bampi, pelas Irmãs Murialdinas, Confrades e amigos. Desde então sua sepultura é meta de orações e peregrinações.

À sua intercessão são atribuídas muitas graças.


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

27 de outubro - Beata Emelina

Esta beata francesa da Idade Média é considerada por alguns estudiosos como uma “solitária”, enquanto outros acreditam que ela era uma irmã conversa da Ordem Cisterciense. Provavelmente ela foi ambas as coisas.

Emelina nasceu em 1115 na diocese de Troyes e viveu como eremita em uma granja construída no terreno pertencente a Abadia de Nossa Senhora de Boulancourt, situada na atual comuna de Longeville-sur-Laines (Alto Marne), na França.

A abadia fora fundada em 1095 na diocese de Troyes, hoje Langres, para os Cônegos Regulares de São Pedro do Monte. Tendo caído em um grande relaxamento, para reformá-la o bispo cisterciense de Troyes, Henrique de Corinzia, a deu a São Bernardo, fundador da Ordem, que mandou para ali um grupo de monges de Claraval.

Quando os monges chegaram a Boulancourt, Emelina já estava vivendo ali como irmã conversa, na granja Perte-Sèche situada a alguns quilômetros da abadia. O monge Beato Goslin se refere a ela em uma breve biografia, revelando o seu modo de viver: jejuava três dias por semana, sem beber, nem comer, usava um cilício e uma corrente de ferro com pontas, andava descalça fosse inverno ou verão.

A eremita rezava sem descanso e se dedicava a costura; a sua vida de grande penitência resultou na difusão da fama de santidade. Ela era dotada do dom da profecia; as pessoas vinham de toda parte para consultá-la.

Emelina faleceu em 1178 e foi sepultada na igreja da Abadia de Boulancourt; sobre o seu túmulo foi colocada uma pequena lâmpada sempre acesa. Ela foi inscrita como Beata no “Martirologio Cisterciense” no dia 27 de outubro.

Emelina deve ter sido uma das últimas irmãs conversas agregadas a um mosteiro de monges, porque em 12 de fevereiro de 1234 o papa Gregório IX, em uma carta ao abade de Boulancourt, pedia aos monges para não mais receberem em suas terras as irmãs conversas, o que confirma que cerca de 50 anos depois da morte da Beata ainda havia algumas irmãs conversas na granja da abadia.


A Beata Emelina representa para a Ordem Cisterciense o modelo de eremita da Idade Média e de todas as épocas.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Papa Francisco nos fala do Paraíso

Paraíso é uma das últimas palavras pronunciadas por Jesus na cruz, dirigidas ao bom ladrão. Diante de sua morte iminente, faz um pedido humilde a Jesus: «Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino». 

Essas palavras eram o reconhecimento humilde de alguém que sabia não ter feito nada de bom, mas se confia à misericórdia de Jesus. Ele se compadece e promete que, naquele mesmo dia, o ladrão arrependido estaria com Ele no Paraíso: 

É lá, no Calvário, que Jesus tem o último encontro com um pecador, para escancarar também a ele as portas de seu Reino. É a única vez que a palavra “paraíso” aparece nos Evangelhos. Jesus o promete a um “pobre diabo” que no lenho da cruz teve a coragem de dirigir a ele o mais humilde dos pedidos: «Lembra-te de mim quando entrares no teu reino». 

Deus sempre tem compaixão dos seus filhos e, mesmo que não tenhamos nada de bom para apresentar diante d’Ele, devemos sempre nos confiar à sua misericórdia. 

O bom ladrão, nos recorda nossa verdadeira condição diante de Deus: que somos seus filhos e que ele vem a nosso encontro, tendo compaixão de nós, que Ele está desarmado cada vez que manifestamos a ele a nostalgia de seu amor:

Nos quartos de tantos hospitais e nas celas das prisões, este milagre se repete inúmeras vezes: não existe pessoa, por pior que tenha sido em sua vida, a quem reste somente desespero e seja proibida a graça. Diante de Deus, nos apresentamos todos de mãos vazias.

E cada vez que um homem, fazendo o último exame de consciência da sua vida, descobre que as faltas superam em muito as obras de bem, não deve desencorajar-se, mas confiar-se à misericórdia de Deus. Isto nos dá esperança, abre o nosso coração.

Deus é Pai, e até o fim espera o nosso retorno. E ao filho pródigo que retornou, que começa a confessar as suas culpas, o Pai fecha a boca com um abraço.

O Paraíso não é um lugar de fábula, e tampouco um jardim encantado. O paraíso é o abraço com Deus, Amor infinito.

Por isso, certos de que, mesmo que nos sintamos sozinhos, Jesus está ao nosso lado, não devemos temer a morte, mas sim desejar o encontro final com Deus, onde o veremos “cara-a-cara”, vivendo o amor perfeito:


Se acreditamos nisto, a morte deixa de nos amedrontar, e podemos também esperar partir deste mundo em maneira serena, com tanta confiança. Quem conheceu Jesus, não tema mais nada.

Papa Francisco - 25 de outubro de 2017

25 de outubro - São João Stone (Agostiniano)

Agostiniano inglês, João Stone foi martirizado em Canterbury em 1539. O motivo da execução foi sua corajosa e total repulsa em reconhecer o rei Henrique VIII como chefe supremo da Igreja da Inglaterra.  
Ele foi enforcado e, a seguir, segundo costume desumano da época, esquartejaram seu corpo e os restos de João Stone foram cozidos em uma caldeira.

Quase nada se sabe dos primeiros anos de vida de João Stone ou mesmo de suas atividades como frei agostiniano.

O Parlamento na Inglaterra, no dia 3 de novembro de 1534, aprovou uma lei conhecida como Ato de Supremacia.

Na prática, ela proclamou que o rei Henrique VIII passaria a ser o chefe supremo da Igreja na Inglaterra. Resultou daí o cisma entre a Igreja Anglicana e a Católica.

Aos fiéis católicos, padres e religiosos - o que inclui os freis Agostinianos - não restou outra alternativa do que escolher uma das três possibilidades: 
  • ·         jurar fidelidade ao rei e abandonar a vida sacerdotal e religiosa;
  •  ·         refugiar-se no estrangeiro;
  •  ·         afrontar o cárcere com grande probabilidade de morte.

 Quatro anos se passaram desde a proclamação do rei da Inglaterra como chefe supremo da Igreja quando um oficial chegou a Canterbury para fechar todos os mosteiros e para obter o consentimento por escrito de cada frei no tocante à obediência ao Ato de Supremacia.

O oficial primeiro foi a outros mosteiros de diversas outras Ordens. Então chegou a vez do mosteiro dos freis Agostinianos da comunidade onde João Stone era membro.

Todos os outros membros freis agostinianos assinaram o documento, menos João, que recusou.

O padre e frei Agostiniano João Stone tomou a decisão mais coerente com sua fé, no dia 14 de dezembro de 1538, quando o oficial do rei apresentou a exigência. João Stone recusou-se a aceitar o rei Henrique VIII como cabeça da Igreja.

Ele afirmou que o rei

"não podia ser a cabeça da Igreja na Inglaterra já que quem devia ser o chefe da Igreja era um Pai espiritual nomeado por Deus," isto é, o Papa.

João foi preso e jogado na cela na Torre de Londres. Ele permaneceu firme em sua recusa em aceitar o Rei como cabeça da Igreja. Enquanto na prisão, ele passou muitas horas em oração.

Um dia, Deus falou com ele, encorajando-o a ter um bom coração e permanecer firme em sua crença, mesmo que isso significasse a morte. Desde então, João sentiu uma fortaleza maior em suas convicções e fé.

João foi julgado e condenado por traição em 1539. Logo depois do Natal daquele ano - em 27 de dezembro -, uma procissão lenta e lúgubre passou pelas ruas de Canterbury. O prisioneiro João estava sendo levado pela cidade até uma colina para lá ser enforcado.

Depois de morrer por enforcamento, segundo o costume desumano da época, ele foi abaixado da forca, despedaçado e seus restos cozidos em uma caldeira.

No livro de contabilidade de Canterbury aparece a lista das despesas que ficou por conta do caixa comum: a madeira utilizada na construção do patíbulo e a aquisição da corda para o enforcamento.
  
São João Stone foi beatificado pelo Papa Leão XIII em 1886 e canonizado pelo Papa Paulo VI em 1970.

Na beatificação de São João Stone, outros 39 Ingleses mártires - sacerdotes, religiosos e leigos - homens e mulheres - que se sacrificaram pela verdade e unidade da Igreja naquela época foram beatificados.
  
Oração

Ó Deus, que concedestes ao nosso irmão São João Stone a fortaleza para testemunhar com o martírio sua vida consagrada, dai-nos, por sua intercessão, ser com nossa vida de fé testemunhas vossas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

25 de outubro - Beata Maria Teresa Ferragud Roig e suas quatro filhas

Os testemunhos que chegaram até nós falam de pessoas honestas e exemplares, cujo martírio selou uma vida repleta de trabalho, oração e compromisso religioso nas suas famílias, paróquias e congregações religiosas. Muitos deles gozavam já em vida de fama de santidade entre os seus coetâneos. Pode dizer-se que os seus comportamentos exemplares foram como que uma preparação para essa confissão suprema da fé que é o martírio.

Como não nos comovermos profundamente ao escutar os relatos do seu martírio? Maria Teresa Ferragud foi presa com oitenta e três anos de idade, juntamente com as suas quatro filhas religiosas contemplativas. A 25 de Outubro de 1936, festa de Cristo Rei, pediu para acompanhar as suas filhas ao martírio e para ser executada em última lugar para assim poder encorajá-las a morrer pela fé. A sua morte impressionou de tal forma os seus verdugos que exclamaram: "Esta é uma verdadeira santa". 
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 11 de março de 2001

Surpresos ao ouvir falar da coragem heroica da mãe, que no Livro de Macabeus, foi um apoio no doloroso martírio dos seus sete filhos, finalmente coroando-o pelo derramamento de seu próprio sangue, falemos hoje de outra mãe que o Papa João Paulo II, por ocasião do 6º Encontro Mundial das Famílias na Cidade do México, apresentou como um modelo, talvez doloroso, de uma família que viveu o seu testemunho cristão.

Maria Teresa Ferragud Roig nasceu em Algemesi (província de Valência) em 14 de janeiro de 1853 e se formou nas fileiras da Ação Católica, primeiro como Aspirante, em seguida, entre as "senhoras católicas". De uma espiritualidade sólida, alimentada pela Missa e Comunhão diária, ancorada na adoração eucarística e iluminada pela devoção mariana. Sua fé prosperava em obras, era pródiga na caridade para com os necessitados no âmbito da Conferência de São Vicente, da qual também foi presidente alguns anos.

Quando se decidiu casar, quis um marido que pensasse como ela, especialmente em matéria de fé e caridade. Ela o encontrou em Vicente Silvério Masiá, com quem se casou aos 19 anos. As testemunhas dizem que homem mais devoto e caridoso teria sido difícil encontrar, e se hoje nós não o veneramos entre os bem-aventurados da Igreja é só porque o fim dele foi do homem comum, que morreu em sua própria cama e não martirizado, mas que vamos encontrar um dia entre os santos anônimos que habitam o Céu.

Maria Teresa deu à luz nove filhos, educados no seu estilo e de acordo com o seu exemplo. Não é de admirar que tenham florescido em sua família não uma, mas seis vocações religiosas: dois Capuchinhos (um dos quais morreu em 1927, e o outro foi missionário na América) e quatro irmãs de vida contemplativa.

Interessa-nos ​estas últimas, três das quais ingressaram no mosteiro capuchinho de Agullent: Irmã Maria de Jesus (Vicência) nascida em 1882, Irmã Maria Verônica (Joaquina) nascida em 1884,  Irmã Maria Felicidade (Francisca) de 1890, e Irmã Josefa da Purificação (Raimunda) de 1887, agostiniana descalça.

Em 1936, no momento crucial da guerra civil espanhola, encontravam-se todas na casa da família, porque seus conventos tiveram que fechar suas portas. À mãe, que já chegara aos 83 anos, não parecia real tê-las por perto, mesmo que suas "meninas" permanecessem enclausuradas em casa, dedicadas à oração, ao silêncio e à meditação.

Na tarde de 19 de outubro, as quatro irmãs foram presas pela milícia e a mãe não quis se separar delas, ela que possivelmente poderia se salvar devido a idade.
Permaneceram seis dias na cadeia aguardando a sentença de morte, que chegou no dia 25 de outubro, na época era Festa de Cristo Rei, quando elas foram retiradas da prisão e levadas para o local da execução.

Como último desejo, Maria Teresa pediu para ser executada por último: ela queria cumprir o seu dever de mãe até o fim, animando as filhas, para ter certeza de sua fidelidade até a morte. "Coragem, filhas! É um piscar de olhos e a eternidade vai durar para sempre", ouvem-na gritar, enquanto as incita: "O vosso Esposo vos espera". Ela as vê cair uma a uma, com o nome de Cristo Rei nos lábios e o perdão no coração. Portanto, estava serena quando chegou a sua vez.


Para seus assassinos que gritam: "Velha, você não tem medo de morrer?" pode responder tranquilamente: "Até agora tenho seguido a Cristo e vou fazê-lo até o fim. Para onde foram as minhas filhas eu também vou", forçando-os a admitir, após a sua execução: "Esta mulher era realmente uma santa".

terça-feira, 24 de outubro de 2017

24 de outubro - Beata Maria Tuci

Durante mais de cinco décadas, enquanto o regime comunista caçava, prendia, torturava e assassinava sacerdotes, religiosas e leigos, os católicos albaneses mantinham fé.

Eles rezaram o Rosário atrás das cortinas fechadas e comemoravam secretamente a Páscoa e o Natal, enterrando ou queimando os ovos de Páscoa que dariam, enquanto Enver Hoxha, o ditador paranoico que governava desde 1944 até sua morte em 1985, realizava uma brutal perseguição religiosa que intensificou-se em 1967 quando declarou a Albânia como o primeiro país oficial ateísta do mundo.

Agora, os católicos albaneses procuram construir uma cultura de vida neste pequeno país, aproximadamente o tamanho da Bélgica com uma população de pouco menos de três milhões.

A Albânia é uma terra de mártires, e sabemos que temos esperança porque eles construíram o país antes de nós. Estamos aqui hoje porque deram a vida por Cristo.
38 mártires albaneses foram beatificados em 5 de novembro de 2016, em Shkodër, uma cidade no noroeste da Albânia - dois meses depois, da Santíssima Madre Teresa de Calcutá, nascida na Albânia, ser canonizada.

Os mártires  o Arcebispo Nikollë Vinçenc Prennushi e seus 37 companheiros, que incluem outro bispo, Frano Gjini, assim como 31 sacerdotes, um seminarista, três leigos (um casado) e uma mulher, Maria Tuci, uma religiosa postulante.

O testemunho tão luminoso e extraordinário que os mártires ofereceram naquele período de escuridão e de perseguições é a esperança de que Deus é Deus e está sempre próximo de quem sofre. Temos tantos testemunhos do fato de que estes mártires, no período em que estiveram presos, prestaram ajuda, deram apoio moral, econômico... alguns levavam a sua porção de comida, por pouca que fosse, aos outros, aos necessitados que sofriam pela fome, também para dar uma esperança a eles, consolá-los. Isto demonstra como Deus, também nas prisões, agiu por meio dos sacerdotes. E quando iam para ser fuzilados, nenhum teve sentimento de ódio ou de desespero; todos com o rosto sereno, decididos – certamente no sofrimento - de oferecerem-se a Deus e de serem fieis a Deus, à Igreja, ao Papa.

A perseguição religiosa começou quando os comunistas, sob Hoxha, assumiram em 1944, depois que os nazistas ocupantes foram expulsos.
Quando Hoxha declarou oficialmente um estado ateu em 1967, todos os locais de culto, incluindo 157 igrejas católicas, foram fechados - destruídos ou transformados em celeiros de armazenamento, bastidores ou cinemas.

Quase 2.100 albaneses foram torturados e assassinados por causa de sua fé durante esses anos, de acordo com o Serviço de Notícias Católicas , incluindo quase todos os sacerdotes católicos.

Dos 135 clérigos na Albânia, 131 deles passaram pelo processo de martírio, podemos declarar, sem medo, que eles eram o clero mais perseguido da história.
Destes, 31 clérigos foram mortos pelo esquadrão de tiro; oito morreram como resultado de tortura; Três foram mortos sem julgamento ou decisão judicial; 23 morreram na prisão, em um campo de internação, ou como resultado de serem torturados enquanto lá; 66 deixaram a prisão quase sem vida.

Na verdade, de todas as contas, a tortura era incrivelmente horrível.

A única mulher entre aqueles que foram beatificados, Maria Tuci, de 22 anos, postulante das Irmãs Estigmatinas de Shkodër no momento da sua prisão, foi torturada, humilhada por causa de sua vocação religiosa e violada.

Depois que um guarda ameaçou que ele "a reduziria a um estado que até os membros da sua família não pudessem reconhecê-la", Tuci foi amarrada em um saco com um gato de rua selvagem, que foi espancada pelos guardas de modo que também a morderam viciosamente e também a agarraram.

Ela nunca gritou da dor, mas orou por seus perseguidores.

Depois de dias de tortura, e com suas feridas profundas não tratadas agora fatalmente infectadas, Tuci foi enviada para o hospital - como o carrasco havia prometido -, desconfigurada, desfigurada por bolhas inchadas e inflamadas.

Ela morreu em agonia física em 24 de outubro de 1950, segurando um rosário e dizendo: "Agradeço a Deus porque ele me deu a força para morrer livre", e segundo relatos de quem estava com ela neste momento: "Ela perdoou seus atormentadores e os guardas da prisão".


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

23 de outubro - São Guilherme e Beato João Bom (Agostinianos)

São Guilherme nasceu,  provavelmente, na França, peregrinou  pela Espanha, Itália e Terra Santa. Seus discípulos fundaram  comunidades eremíticas  na Itália, Bélgica,  Alemanha e Hungria.

Muito embora pouco se saiba pouco da vida de Guilherme quando era criança e jovem, sabe-se que ele nasceu era de uma família nobre e levou uma vida de pecado quando era jovem.

Depois de sua conversão a Cristo, Guilherme peregrinou pela Espanha, Roma e Terra Santa.

Após retornar, buscou um lugar solitário na Toscana - Itália -, para viver como eremita. Ele tentou, mas sem sucesso, reformar alguns grupos de eremitas na Toscana.

O que é um eremita? Um eremita é uma pessoa que vive no ermo - lugar desabitado - para praticar penitência.

Depois de seu insucesso, ele se mudou para um eremitério em Malavalle - em Grossetto, na Itália -, onde permaneceu levando uma vida de oração, silêncio, jejum e penitência até sua morte no dia 10 de fevereiro de 1157.

Ele não fundou nenhuma Ordem Religiosa nem escreveu uma Regra de Vida. Contudo, dois de seus seguidores formaram a Ordem de São Guilherme (também conhecida como Guilhermitas), logo depois de sua morte.

Um deles, chamado Alberto, compôs uma Regra que ele chamou de A Regra de São Guilherme. Nela, Alberto descreve a vida de ascetismo de seu mestre, Guilherme o eremita.

A Regra é o documento de fundação de um instituto religioso. Pela Regra um membro da comunidade pode "medir" sua conduta e saber se está vivendo corretamente o projeto de vida idealizado pelo fundador.

A Regra de Santo Agostinho é uma das mais antigas e mais populares de todas as regras.

Com o tempo outros seguidores de seu modo de vida ingressaram na Ordem que se espalhou pela França, Bélgica, Alemanha e Hungria.

Na época da Grande União Agostiniana em 1256, quando diversos grupos religiosos foram incorporados à Ordem Agostiniana, os Guilhermitas estavam entre os que se tornaram Agostinianos.

A Grande União proporcionou a diversos mosteiros unirem-se e formarem uma comunidade ainda maior e mais forte tendo como estilo de vida o ideal de Santo Agostinho.

Porém, essa união não funcionou em sua integralidade e dentro de alguns meses muitos ex-guilhermitas se retiraram da união com os Agostinianos enquanto que outros permaneceram.

Apesar disso, os Agostinianos veneram são Guilherme desde o décimo-terceiro século.

Guilherme o eremita também é conhecido como Guilherme de Malavalle e Guilherme o Grande.

O Papa Inocêncio III o canonizou em 1202 e este fato atraiu muitos peregrinos à sua tumba. Muitos destes peregrinos permaneceram em Malavalle com o propósito de seguir seu modo de vida.

O Beato João Bom nasceu em Mântua - Itália - por volta de 1168. Ele tornou-se um eremita conhecido por sua confiança em Deus, seu amor á Igreja e seu espírito de penitência.

Seu pai morreu quando ele era ainda um menino. Ao completar 16 anos, João deixou sua mãe viúva e viajou por várias regiões da Itália.

Em 1209 ele ficou seriamente doente e prometeu mudar seu modo de vida e fazer penitência se Deus poupasse sua vida. E ele se recuperou.

João começou, então, a viver como um eremita e, de 1210 até sua morte em 1249, ele escolheu um eremitério remoto em Butriolo, perto de Cesena - parte norte da Itália -, por sua morada.

Conforme sua reputação de santo e modo de vida simples se tornaram conhecidos, outros quiseram viver o mesmo estilo de vida dele e, com o tempo, formaram uma comunidade, Os Eremitas do Irmão João Bom.

A Ordem não tinha uma Regra própria aprovada; então Roma deu-lhes a Regra de Santo Agostinho para guiá-los.

A Ordem juntou-se à Ordem Agostiniana durante a Grande União de 1256, quando diversos grupos religiosos que seguiam a Regra de Santo Agostinho foram incorporados à Ordem Agostiniana.

João continuou a viver em seu eremitério espartano praticando penitências austeras e tendo colóquios íntimos com Deus. Contudo, sua vida contemplativa não o separou totalmente de seus irmãos.

João frequentemente pregava a todos que o procuravam e assim ganhou muitos para uma vida de fé e com mais devoção.

Ele também estabeleceu uma associação de leigos conhecida como "Irmãos e Irmãs da Penitência", possivelmente a primeira Ordem Terceira (hoje conhecida como Fraternidade Secular) dentre tantas futuramente estabelecidas pelas Ordens Mendicantes.

os mendicantes seguiam o Evangelho por meio de uma vida de pobreza e dependiam de esmolas para viverem e encontrar apoio em seu trabalho pastoral.

João Bom era admirado pelos seus discípulos como uma pessoa humilde, atencioso, caridoso e profundamente respeitoso com todos. Ele cultivou uma grande devoção à Maria e, junto com sua comunidade, construiu e dedicou à Mãe de Jesus uma igreja.

João permaneceu leigo e aparentemente era analfabeto. Ele era dotado, no entanto, de uma boa memória e juízo prático, o que era evidente na administração da comunidade e no seu papel de árbitro entre os vilarejos rivais.

Por volta de 1238, quando ele tinha 70 anos, ele passou adiante o governo da comunidade e se entregou a uma vida mais intensa de contemplação.

João Bom morreu no dia 16 de outubro de 1249 em Mântua. Seus restos estão preservados na igreja de Santa Agnes em Mântua. Ele foi beatificado pelo Papa Sixtus IV em 1483.

Oração

Deus, nosso Pai, que concedestes a São Guilherme e ao Beato João Bom um verdadeiro espírito de penitência e contemplação: Seguindo seus exemplos, sejamos guiados pelo espírito de vosso amor.


Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amem.