Por que falar dos santos? São amigos a quem recorro quando necessito, irmãos mais velhos a quem peço conselhos. Converso com eles como pessoas a quem tenho afeição e que conheço pessoalmente. Na vida dos santos eu reconheço a mim e a minha história.Eles passaram pelas mesmas dificuldades humanas. Assim, eu posso rezar, pedindo sua intercessão diante de minhas dificuldades particulares. Conhecer um santo é conhecer um amigo. Você ouve falar sobre ele e pensa: gostaria de conhecer esta pessoa
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sexta-feira, 31 de julho de 2020
31 de julho - Santo Inácio de Loyola
quinta-feira, 30 de julho de 2020
30 de julho - São Pedro Crisólogo
quarta-feira, 29 de julho de 2020
29 de julho - 'Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas.' Lc 10,41
Marta e Maria são duas irmãs;
têm também um irmão, Lázaro, que, contudo, neste caso não comparece. Jesus
passa pela sua aldeia e – diz o texto – Marta hospeda. Este
pormenor dá a entender que, das duas, Marta é a mais idosa, a que governa a
casa. De fato, depois de Jesus ter entrado, Maria senta-se aos seus pés e
ouve-o, enquanto Marta andava atarefada com muitos serviços, certamente devidos
ao Hóspede extraordinário.
Parece que vemos a cena: uma
irmã que anda toda atarefada, e a outra como que raptada pela presença do
Mestre e das suas palavras. Um pouco depois Marta, evidentemente ressentida,
não resiste mais e protesta, sentindo-se até no direito de criticar Jesus:
"Senhor, não se Te dá
que a minha irmã me deixe só a servir? Diz-lhe, pois, que me venha
ajudar".
Marta pretenderia até ensinar
o Mestre! Mas Jesus, com grande calma, responde:
"Marta, Marta – e
este nome repetido exprime afeto – andas inquieta e perturbada com
muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não
lhe será tirada".
A palavra de Cristo é
claríssima: nenhum desprezo pela vida ativa, nem muito menos pela generosa
hospitalidade; mas um chamado claro ao fato de que a única coisa deveras necessária
é outra; ouvir a Palavra do Senhor; e o Senhor naquele momento está ali,
presente na Pessoa de Jesus! Todo o resto passará e nos será tirado, mas a
Palavra de Deus é eterna e dá sentido ao nosso agir cotidiano.
Papa Bento XVI - 18 de julho de 2010
Hoje celebramos:
Santa Marta
Santo Olaf
Santos Zélia Guérin e Luis Martim
Beato Urbano II - Papa
terça-feira, 28 de julho de 2020
28 de julho - Santa Afonsa da Imaculada Conceição
"Ele destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces" (Is 25, 8). Estas palavras do profeta Isaías contêm a promessa que sustentou Afonsa da Imaculada Conceição durante uma vida de extremo sofrimento físico e espiritual.
domingo, 26 de julho de 2020
26 de julho - O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Mt 13,44
Estas semelhanças põem em
evidência duas características relativas à posse do Reino de Deus: a busca e
o sacrifício. É verdade que o Reino de Deus é oferecido a todos — é um
dom, é uma prenda, é graça — mas não é servido num tabuleiro de prata, exige um
dinamismo: trata-se de procurar, caminhar, trabalhar. A atitude da busca é
a condição essencial para encontrar; é preciso que o coração arda com o desejo
de alcançar o bem precioso, ou seja, o Reino de Deus que se faz presente na
pessoa de Jesus. É Ele o tesouro escondido, é Ele a pérola de grande valor. Ele
é a descoberta fundamental, que pode fazer uma mudança decisiva na nossa vida,
enchendo-a de significado.
Face à descoberta inesperada,
quer o camponês quer o mercador dão-se conta de ter uma ocasião única que não
querem perder, e por isso vendem tudo o que possuem. A avaliação do valor
inestimável do tesouro leva a uma decisão que implica também sacrifícios,
desprendimentos e renúncias. Quando o tesouro e a pérola foram descobertos, ou
seja, quando encontramos o Senhor, é necessário que esta descoberta não seja
estéril, mas deve-se sacrificar por ela qualquer outra coisa. Não se trata de
desprezar o resto, mas de o subordinar a Jesus, pondo-O em primeiro lugar. A
graça do primeiro lugar. O discípulo de Cristo não é alguém que se privou de
algo essencial; é uma pessoa que encontrou muito mais: encontrou a alegria plena
que só o Senhor pode doar. É a alegria evangélica dos doentes curados; dos
pecadores perdoados; do ladrão para o qual se abre a porta do paraíso.
Papa Francisco – 30
de julho de 2017
Hoje celebramos:
São Joaquim e Santa Ana
Beato Tito Brandsma
Beato André de Phu Yên
sábado, 25 de julho de 2020
25 de Julho - São Tiago Maior
Papa Bento XVI
domingo, 19 de julho de 2020
19 de julho - Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. Mt 13,25
A página evangélica de hoje propõe três parábolas com as quais Jesus fala às multidões sobre o Reino de Deus. Analiso a primeira: a do grão bom e da erva daninha, que ilustra o problema do mal no mundo e ressalta a paciência de Deus. Quanta paciência tem Deus!
Também cada um de nós pode
dizer isto:
Quanta paciência tem Deus
comigo!
A narração situa-se num campo
com dois protagonistas opostos. Por um lado, o dono do campo que representa
Deus e espalha a semente boa; por outro, o inimigo que representa Satanás e
espalha a erva daninha.
Com esta imagem, Jesus diz-nos
que neste mundo o bem e o mal estão tão interligados, que é impossível
separá-los e arrancar todo o mal. Só Deus pode fazer isto e fá-lo-á no juízo
final. Com as suas ambiguidades e com o seu caráter multifacetado, a situação
presente é o campo da liberdade, o campo da liberdade dos cristãos, no qual se cumpre
o difícil exercício do discernimento entre o bem e o mal.
O Senhor, que é a Sabedoria
encarnada, ajuda-nos hoje a compreender que o bem e o mal não se podem
identificar com territórios definidos ou determinados grupos humanos: Estes são
os bons, este são os maus.
Ele diz-nos que a linha de
fronteira entre o bem e o mal passa pelo coração de cada pessoa, passa
pelo coração de cada um de nós, ou seja: somos todos pecadores. Sinto vontade
de vos perguntar: Quem não é pecador levante a mão.
Ninguém! Porque todos o somos,
somos todos pecadores. Jesus Cristo, com a sua morte na cruz e a sua
ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado e concedeu-nos a graça de
caminhar rumo a uma nova vida; mas com o Batismo concedeu-nos também a
Confissão, porque temos sempre necessidade de ser perdoados dos nossos pecados.
Olhar sempre e unicamente para o mal que está fora de nós, significa não querer
reconhecer o pecado que está também em nós.
Papa Francisco – 23 de
julho de 2017
Hoje celebramos:
Santa Macrina
São Símaco – Papa
Santo Arsênio, o Grande
São Pedro Crisci de Foligno
sábado, 18 de julho de 2020
18 de julho - São Bruno de Segni
São Bruno é também conhecido
por Bruno de Segni, já que foi nessa Cidade da região do Lázio, na Itália, que,
como Bispo, ele teve seus momentos de maior produção para a Igreja à qual
servia e que certamente lhe fora destinada por Nosso Senhor Jesus Cristo.Bruno de Segn
Sim, Bruno foi, em vida, uma
dessas pessoas em cujos destinos se percebe, nitidamente, “o dedo de Deus”. E
isto desde seu nascimento.
A minúscula Comuna de Solero,
onde nasceu e que nos dias atuais tem uma população que não chega a dois mil
habitantes, tornou-se famosa por ter ali, repousando, os restos mortais de São
Perpétuo, Bispo de Tours no Século IX e consagrado por sua Caridade. Para
guardá-los, construiu-se um belo templo, que permanece sendo a construção de
maior destaque do local.
São Bruno foi batizado e
crismado, na Igreja de São Perpétuo e nessa Igreja ele aprendeu a graça do
serviço prestado a Jesus, pois não havia sequer uma única celebração na qual
não se destacasse a presença de seus pais, alternando-se nas mais variadas
funções.
Já apegado a Jesus e à Sua
Igreja, São Bruno foi encaminhado bem cedo a um Mosteiro beneditino, a fim de
aprender as primeiras letras, adquirindo sua formação primária. Não saiu mais!
Para completar sua formação
sacerdotal, o mesmo teve que mudar-se para Bolonha (Bologna). Era o início da
bela caminhada que terminaria em Segni.
A formação intelectual de
Bruno logo se fez conhecer pelas altas autoridades da Igreja e assim quatro
foram os Papas que o convocaram para secretariá-los. Manifestavam-se, então, os
sinais que o indicavam nascido para ser instrumento de Deus.
Em razão de sua notabilidade,
São Bruno foi convocado a participar do grande Concílio de Tours, onde se fez
marcante sua presença. É nesse Concílio que nasce a dispensa do Latim na
condução das celebrações, permitindo-se que tanto na França quanto na Alemanha,
se liberasse aos celebrantes o emprego da língua do país. E muito disto se deve
à ação de São Bruno.
Do respeito e da admiração
trocada entre ambos, nasce a grande amizade de São Bruno para com o Papa
Gregório VII, que também viria a se tornar um santo católico. É este o Papa que
torna Bruno Bispo de Segni, após ele modestamente recusar o Cardinalato.
Além do grande brilho
imprimido à condução de sua Diocese, São Bruno volta a se destacar na reforma
eclesiástica iniciada pelo Papa Gregório VII e concluída por Urbano II, o mesmo
a quem acompanhou no Concílio de Clermont, onde se reuniram sacerdotes e leigos
e de cujas resoluções, a mais importante e que viria a se inscrever na História
do Cristianismo, foi a instalação da Primeira Cruzada.
Muitas foram as lutas pela
preservação do comando pontifício na formação da ritualística Católica, já que
Reis e Imperadores de então se julgavam no direito de interferir na sua
formação.
Em 1102, a seu pedido,
retirou-se para a histórica Abadia de Montecasino, a mesma onde São Bento
escreveu sua famosa Regra. Ali, com o passar do tempo, enquanto compunha obras
que se tornariam ícones do Catolicismo, mesmo não tendo abdicado de sua Mitra,
por unânime reivindicação tornou-se seu abade.
Como resultado das inúmeras
contendas por ele assumidas e o natural desgaste delas oriundo, São Bruno
viu-se obrigado a reassumir sua Diocese em caráter exclusivo, abandonando,
assim, sua abadia.
Como Bispo de Segni, São
Bruno, o instrumento utilizado por Deus para manter una e santa a Igreja de Seu
Filho, veio a falecer. Era o ano de 1123, o mesmo em que ele comemorava seus 75
anos de idade.
Foi canonizado 60 anos depois
pelo papa Lúcio III.
18 de julho - Naquele tempo: Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. Mt 12,14
Enquanto o povo amava Jesus, estas
pessoas não o amavam, aliás, odiavam Jesus. E no entanto, eles eram os “puros”,
a ponto que conservavam todas as formalidades: da lei, da religião, da liturgia.
Eram considerados deveras um modelo de formalidade, mas faltava-lhes vida. Eram
— por assim dizer — “engomados”. Eram rígidos». E Jesus conhecia a sua alma.
Jesus qualifica essas pessoas
com uma palavra: “hipócrita”. “És um hipócrita”, porque externamente pareces
limpo, perfeito, mas a tua alma está ressequida, enrugada, suja, cheia de
podridão; aqui diz “de avidez”. Uma alma assim é até capaz de matar, como eles
fizeram com Jesus. E capaz de pagar para matar ou caluniar. Também hoje, fazem
isto: paga-se para dar más notícias, que sujam os outros. Assim eram aquelas
pessoas. E a advertência de Jesus não é dirigida só a eles, mas ressoa atual
inclusive para os cristãos do nosso tempo.
Papa Francisco – 16 de
outubro de 2018
Hoje celebramos:
Santo Arnolfo de Metz
São Simão de Lipnica
Santa Sinforosa e sete filhos
Beata Tarcísia (Olga) Mackiv
sexta-feira, 17 de julho de 2020
17 de julho - Santas Justa e Rufina
17 de julho - Se tivésseis compreendido o que significa: 'Quero a misericórdia e não o sacrifício'. Mt 12,7
A misericórdia de Deus
transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o
assim, por sua vez, capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a
misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós,
estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja
chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a
nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso
próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados:
alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo.
Papa Francisco – 04 de
outubro de 2015
Hoje celebramos:
Santo Aleixo
Beata Madalena Albrici (Agostiniana)
Beato Inácio Azevedo e 39 Companheiros
Beatos Mártires de La Rioja
quinta-feira, 16 de julho de 2020
16 de julho - Nossa Senhora do Carmo
No sinal do Escapulário
evidencia-se uma síntese eficaz de espiritualidade mariana, que alimenta a
devoção dos crentes, tornando-os sensíveis à presença amorosa da Virgem Mãe na
sua vida.
O Escapulário é essencialmente
um "hábito". Quem o recebe é agregado ou associado num grau mais ou
menos íntimo à Ordem do Carmelo, dedicado ao serviço de Nossa Senhora para o
bem de toda a Igreja. Por conseguinte, quem veste o Escapulário é introduzido
na terra do Carmelo, para que "coma os seus frutos e produtos"
(cf. Jer 2, 7), e experimente a presença doce e materna de Maria, no
empenho quotidiano de se revestir interiormente de Jesus Cristo e de o
manifestar vivo em si para o bem da Igreja e de toda a humanidade.
São, portanto, duas as
verdades recordadas no sinal do Escapulário:
- Por um lado, a proteção
contínua da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também
no momento da passagem para a plenitude da glória eterna;
- Por outro, a consciência de
que a devoção a Ela não se pode limitar a orações e obséquios em sua honra em
algumas circunstâncias, mas deve constituir um "hábito", isto é, um
ponto de referência permanente do seu comportamento cristão, tecido de oração e
de vida interior, mediante a prática frequente dos Sacramentos e o exercício
concreto das obras de misericórdia espiritual e corporal.
Desta forma o Escapulário
torna-se sinal de "aliança" e de comunhão recíproca entre Maria e os
fiéis: de fato, ele traduz de maneira concreta a entrega que Jesus, na
cruz, fez a João, e nele a todos nós, da sua Mãe, e o ato de confiar o seu
apóstolo predileto e a nós a Ela, constituída nossa Mãe espiritual.
Papa São João Paulo II – 25 de
março de 2001
16 de julho - Jesus perguntou àquele que tinha falado: 'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?' Mt 12,48
Ele quer desviar a atenção da
maternidade entendida só como um vínculo do sangue, para a orientar no sentido
daqueles vínculos misteriosos do espírito, que se formam com o prestar ouvidos
e com a observância da palavra de Deus.
Ter-se-á afastado, por causa
disto, daquela que foi sua mãe, a sua genetriz segundo a carne?
Desejará, porventura, deixá-la
na sombra do escondimento, que ela própria escolheu?
Embora assim possa parecer, se
nos ativermos só ao som material daquelas palavras, devemos observar, no
entanto, que a maternidade nova e diversa, de que Jesus fala aos seus
discípulos, refere-se precisamente a Maria e de modo especialíssimo.
Não é, acaso, Maria a
primeira dentre aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática?
E, portanto, não se referirão
sobretudo a ela aquelas palavras abençoantes pronunciadas por Jesus, em
resposta às palavras da mulher anônima?
Maria é digna, sem dúvida
alguma, de tais palavras de bênção, pelo fato de se ter tornado Mãe de Jesus
segundo a carne; mas é digna delas também e sobretudo porque, logo desde o
momento da Anunciação, acolheu a palavra de Deus e porque nela acreditou
e sempre foi obediente a Deus; ela, com efeito, “guardava” a palavra,
meditava-a “no seu coração” e cumpria-a com toda a sua vida.
Carta Encíclica
Redemptoris Mater – nº 20 – São João Paulo II
Hoje celebramos:
Nossa Senhora do Carmo
Santa Maria Madalena Postel
Beata Ermengarda de Chiemsee
16 de julho - São Bartolomeu Fernandes dos Mártires
São Bartolomeu Fernandes dos Mártires
"Você nunca me verá louco o
suficiente para gastar, com o supérfluo, o que eu posso gastar para fazer com
que muitas pessoas pobres vivam"
Bartolomeu Fernandes dos Mártires nasceu em Lisboa em 03 de maio de 1514. O nome dos Mártires lembra a igreja de Santa Maria dei Martiri, onde foi batizado e substituiu a do Vale adotado em memória de seu avô.
Ele recebeu o hábito dominicano em 11 de
novembro de 1528 e completou seu noviciado no convento de Lisboa, concluindo
seus estudos filosóficos e teológicos em 1538.
Mudou-se para lecionar nos conventos de Lisboa,
da Batalha e Évora (1538-1557); tornou-se, portanto, prior do convento do
Benfica em Lisboa (1557-1558).
A rainha de Portugal, Catarina, o apresenta
para suceder ao arcebispo de Braga, o Carmelita Baltesar Limpo; e a
nomeação é confirmada pelo papa Paulo IV com a bula Gratiae divinae
praemium, datada de 27 de janeiro de 1559. A ordenação episcopal é
conferida a ele em 3 de setembro em San Domenico, em Lisboa.
Ele aceitou essa dignidade por obediência ao
seu prior provincial, o famoso escritor Venerável Luigi di Granata, que,
inicialmente escolhido pela rainha, a aconselhou a apresentar seu irmão.
Em 4 de outubro de 1559, ele inaugurou sua
missão apostólica na vasta arquidiocese, que se tornou múltipla. Apontamos
os recursos mais sugestivos implantados por ele:
- Implementação de visitas pastorais,
comprometimento com a evangelização do povo, elaborando para esse efeito
uma doutrina católica cristã e práticas espirituais; preocupação com
a cultura e santificação do clero, levando ao estabelecimento de escolas de
teologia moral em muitos lugares da diocese; e a compor algumas obras
doutrinárias.
Na diocese de Braga, preocupado com a pouca
preparação do clero e a falta de conhecimento da doutrina católica por parte
dos fiéis, Dom Frei Bartolomeu dos Mártires escreveu um catecismo. Este foi
distribuído a todos os clérigos do Arcebispado de Braga. Estava dividido em
duas partes: na primeira uma exposição do Pai Nosso, da profissão de fé, dos
Dez Mandamentos, dos pecados capitais e dos sacramentos. A segunda parte
possuía práticas e sermões a serem lidos aos fiéis aos domingos e nos dias de
festa. Uma obra que se difundiu por todo o país.
Com este catecismo, Frei Bartolomeu conseguiu
atingir também as camadas mais simples da população, abordando a doutrina
cristã em modo acessível. Bartolomeu foi um dos defensores do princípio da
correção fraterna, adotando a correção dos hereges em segredo, ao invés de
enviá-los para o Santo Ofício, ou de julgá-los em tribunais episcopais; com
isso, tornava-se possível poupar o indivíduo de uma pena mais dura e da
exposição pública.
Sua produção literária possui 32 obras, dentre as quais o Stimulus Pastorum, oferecido aos Padres do Concílio Vaticano I e II, merece grande destaque.
O compromisso concreto com a reforma também é
comprovado pelos espaços estruturais a que deu vida.
Em 1560, ele confiou os estudos públicos aos
jesuítas que os transformaram no Colégio de São Paulo. De 1561 a 1563, ele
participou do Concílio de Trento, apresentando 268 petições, resumos de
interpelações para reforma na Igreja. Para implementar as disposições do
Conselho, ele organizou um Sínodo Diocesano em 1564, seguido em 1566 por um
Sínodo Provincial. Em 1571 ou 1572, a construção do Seminário Conciliar
começou em Campo Vinha.
Em 23 de fevereiro de 1582, ele renunciou ao
cargo de arcebispo e se retirou para o convento dominicano da Santa Cruz em
Viana do Castelo, construído por sua iniciativa para incentivar os estudos
eclesiásticos e a pregação.
Nesse convento, ele morreu em 16 de julho de
1590, reconhecido e aclamado pelo povo com o nome de Santo Arcebispo, pai
dos pobres e enfermos. Seu sepulcro é reverenciado na antiga igreja
dominicana de Viana do Castelo.
Declarado Venerável por Gregório XVI em 23 de
março de 1845. João Paulo II em 7 de julho de 2001 reconheceu o milagre
proposto para a beatificação: celebrada em 4 de novembro, no memorial litúrgico
de São Carlos Borromeo, com quem Bartolomeu dos Mártires se dedicou
diligentemente para tomar as decisões do Conselho de Trento.
Foi canonizado em 10 de novembro de 2019, em cerimônia presidida pelo Cardeal Angelo Becciu. Trecho de sua homilia:
Bartolomeu Fernandes dos Mártires parece
acima de tudo uma figura de primordial importância para a profundidade de sua
cultura e ensino teológico, como um mestre instruído e exemplar da Ordem dos
Pregadores. Não podemos esquecer o forte compromisso com a reforma da
Igreja e a renovação da vida cristã desse zeloso pastor de almas, que estava
entre os pais mais fervorosos e competentes do Concílio de Trento, o evento
eclesial mais importante do século XVI. Por fim, sentimos a grande
relevância de sua mensagem, especialmente nos campos doutrinário e pastoral,
como homem de oração, um grande evangelizador e um bispo totalmente dedicado às
pessoas que lhe foram confiadas.
O santo que celebramos hoje, na esteira
e por trás do exemplo dos doutores da Igreja e dos grandes teólogos, responde
de maneira eminente à figura do sacerdote e pastor, que une o amor pela ciência
com o amor pela piedade e solicitude para as necessidades espirituais do povo,
e, portanto, recorda o modelo oferecido pelo profeta Ezequiel, quando ele diz: “Conduzirei
[minhas ovelhas] em excelentes pastos e o pasto delas estará nas montanhas
altas ... irei à procura das ovelhas perdidas e voltarei ao o aprisco perdido,
eu amarrarei essa ferida e curarei o enfermo "(vv. 14.16). E
assim foi Bartolomeu que entre os contemporâneos, já gozava de uma reputação de
excelente santidade. A esse respeito, gosto de lembrar as palavras de um
de seus admiradores jesuítas, escritas imediatamente após sua morte em 16 de
julho de 1590: “Bartolomeu era um homem muito sábio”.
São Bartolomeu mostra a todos nós, e
especialmente aos pastores de almas, quão importante é uma sensibilidade
cultural saudável, fundada em um autêntico amor pela verdade, que se traduz no
compromisso generoso de comunicá-la aos irmãos. Um compromisso que confere
ao ministério dignidade especial e eficácia particular. Bartolomeu dos Mártires
era, de fato, filho humilde e pobre de São Domingos; profundo conhecedor
das Escrituras Sagradas e da teologia; ao mesmo tempo contemplativo e
missionário, testemunho perfeito da definição tradicional e bem conhecida do
frade de pregação de São Tomás de Aquino, segundo a qual o carisma dominicano é
o de contemplari et contemplata aliis tradere (contemplar e ensinar
aos outros).
quarta-feira, 15 de julho de 2020
15 de julho - São Boaventura
15 de julho - 'Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.' Mt 11,25
Deus revela-se aos pequeninos:
se quiseres compreender algo do mistério de Jesus, abaixa-te: torna-te
pequenino, reconhece o teu nada. Mas Deus não só escolhe e se revela aos
pequeninos; ele chama os pequeninos: “vinde a mim, vós, que estais cansados e
oprimidos, e eu vos aliviarei”. Dirige-se aos mais pequeninos devido a
sofrimentos, cansaço. Eis então que Deus escolhe os pequeninos, revela-se aos
pequeninos e chama os pequeninos.
Poder-se-ia objetar: Mas por
que não chama os grandes? A resposta é clara: O seu amor é aberto, mas os
grandes não conseguem ouvir a voz porque estão cheios de si mesmos. Ao
contrário, para ouvir a voz do Senhor é preciso fazer-se pequenino.
Papa Francisco – 23 de
junho de 2017
Hoje celebramos:
São Boaventura
São Pompilio Maria Pirroti
Beata Ana Maria Javouhey
terça-feira, 14 de julho de 2020
14 de julho - “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Mt 11,21
Por detrás desta repreensão há um pranto, porque Jesus está entristecido
por ser rejeitado, por não ser recebido. O Senhor gosta deste povo, mas
sente-se consternado. Portanto por detrás da reprovação está o pranto de Jesus.
Com efeito, Jesus queria chegar a todos os corações, com uma mensagem que não
era ditatorial, mas de amor. E Jesus chorou, porque esta gente não foi capaz de
amar.
Em vez de Corazin, Betsaida e Cafarnaum, coloquemos nós, eu que recebi
tanto do Senhor. Cada um de nós. Cada um pense na própria vida. O que recebi do
Senhor. Nasci numa sociedade cristã, conheci Jesus Cristo, conheci a salvação,
fui educado, educada na fé. E com quanta facilidade me esqueço, e deixo passar
Jesus. Uma atitude que contrasta com aquela de outras pessoas que ouvem o
anúncio de Jesus, imediatamente se convertem e o seguem. Ao contrário, nós
estamos “habituados”. E este hábito faz-nos mal, porque reduzimos o Evangelho a
um fato social, sociológico, e não a uma relação pessoal com Jesus.
É por isso que Jesus chora por cada um de nós quando vivemos o
cristianismo formal e não realmente.
Cada um de nós pense: “Sou Corazin? Sou Betsaida? Sou Cafarnaum?” Se Jesus
chora, peçamos a graça de chorarmos também nós: “Mas, Senhor, tu deste-me tanto.
O meu coração está tão duro que não te deixa entrar. Senhor, pequei de
ingratidão, sou um ingrato, uma ingrata”. Seja esta a oração de hoje. E abramos
o coração, e peçamos ao Espírito Santo que nos escancare as portas do coração,
para que Jesus possa entrar, a fim de que não só ouçamos Jesus, mas ouçamos e
recebamos a sua mensagem de salvação e demos graças por tantas coisas boas que
fez por cada um de nós.
Papa Francisco – 05 de
outubro de 2018
Hoje celebramos:
São Camilo de Léllis
Beato Michel Ghebre
Beato Gaspar Bono
14 de julho - São Francisco Solano
Apóstolo da América, Francisco nasceu em Montilla
(Córdoba, Espanha) no dia 10 de março de 1549, terceiro filho
de Mateus Sánchez Solano e de Ana Jiménez, família abastada e de nobre
ascendência. Fez seus estudos em Córdoba, junto dos jesuítas onde mostrou
ser dotado de grande inteligência, dado à contemplação e à caridade.
Antes de concluir os estudos de medicina, que havia iniciado com brilhantismo,
pediu para ingressar na Ordem dos Frades Menores da Província de Granada.
Em 1569, vestiu o hábito franciscano e, no ano seguinte, emitiu a profissão
religiosa.São Francisco Solano
Sempre muito austero, paciente, humilde e perfeito
na observância da Regra, continuou os estudos de filosofia e teologia no
Convento de Santa Maria de Loreto, em Sevilha, morando em um minúsculo canto do
coro. Celebrou sua primeira missa em 4 de outubro de 1576.
Em 1581 foi nomeado mestre de noviços do convento de
Arruzafa (Córdoba), ofício que continuou a desempenhar no Convento de São
Francisco do Monte da Serra Morena para onde foi transferido em 1583 e
onde exerceu depois as funções de guardião e de pregador. Em todas as partes era
acompanhado pela fama de santidade e de taumaturgo devido aos milagres que
realizava. Quando houve um surto da peste bubônica na vizinha cidade de
Montoro, voluntariamente se ofereceu para cuidar dos empestados.
Transferido em 1587 para o convento de São Luís da Zubia,
perto de Granada, foi eloquente e estimadíssimo pregador popular e
apóstolo entre os doentes e presidiários em todo o território
circunvizinho.
Abandonou a ideia de se dirigir aos países
muçulmanos para morrer mártir, e querendo fugir da veneração do povo, pediu
para fazer parte da expedição missionária destinada à América.
No dia 28 de fevereiro de 1589, partiu com outros
onze confrades conduzidos pelo padre Baltazar Navarro, custódio de
Tucuman, e chegou a Cartagena, na Colômbia, em maio do mesmo ano. Daí
continuou até Nome de Deus, no Panamá, que atravessou a pé até atingir as
margens do Pacífico.
Quando se dirigia ao Peru, o galeão em que viajava com o
grupo, afundou perto da ilha de Górgona em frente à Colômbia. Francisco se considerou
pastor desta comunidade de desesperados, entre as quais, muitos escravos.
Depois de dois meses de sofrimento foram recolhidos em outra embarcação e levados
até um porto ao norte do Peru. O santo frade continuou a viagem a pé até a
cidade de Lima. Foi, então, designado imediatamente missionário na longínqua
Tucuman, ao norte da Argentina. Para lá chegar deveria fazer a cansativa viagem
de três mil quilômetros através dos Andes a pé ou sobre o lombo de um animal.
Tendo chegado a Tucuman, em novembro de 1590, foi lhe
dada a incumbência da Custódia Franciscana de São Jorge, fundada em
1565, com a finalidade de ocupar-se das missões. Vencendo as dificuldades
de língua, fundou a missão ou redução de Socotonio e Madalena, das quais foi
pároco missionário, exercendo ministério junto a indígenas Diaguitas,
dos quais se tornou evangelizador, civilizador, pacificador e defensor, tendo
sido muitas vezes agraciado com dom das línguas.
Entre todas as suas grandezas conta-se a da pacificação
desta população rebelde na quinta-feira santa de 1591. São atribuídos a
Francisco duzentas mil conversões e batizados.
Em 1595 foi chamado pela obediência a dirigir-se ao Peru
onde foi nomeado guardião do convento de recoleção de Santa Maia dos
Anjos em Lima, cargo que renunciou considerando-se sem capacidade e
sem méritos para o exercício.
Em 1602 foi transferido para Trujillo, onde exerceu a
função de guardião. Pregador enérgico e inspirado, ficou célebre com o
fato de ter profetizado em 12 de novembro de 1603 a destruição da cidade, que
aconteceu em 14 de fevereiro de 1619.
Tendo voltado a Lima e nomeado guardião, no dia 20 de
dezembro de 1604 percorreu ruas e praças da cidade com um crucifixo nas mãos
provocando um tal estado de comoção que obrigou o vice-rei a intervir.
Mesmo sendo muito austero, mostrava-se alegre e costumava tocar violino para
alegrar-se a si mesmo e aos confrades e também como instrumento de pastoral
para aproximar-se dos índios.
Devido às suas penitências, nos últimos tempos de sua
vida, viveu no convento-enfermaria conhecido como Máximo de Jesus (hoje
São Francisco), em Lima.
Durante o terremoto de 1609, padre Francisco
levantando-se com dificuldade queria confortar a população com sua palavra de
fé. Não conseguiu mais recuperar a saúde. Morreu santamente em Lima
a 14 de julho de 1610, enquanto, a seu pedido, os frades cantavam o
Credo. Suas últimas palavras foram: “Glorificetur Deus”.
Foi sepultado na igreja do convento. Seu corpo foi
carregado pelo arcebispo de Lima, pelo vice-rei e por outros personagens
ilustres. Foi canonizado por Bento XIII a 27 de dezembro de 1726.