quarta-feira, 26 de agosto de 2020

26 de agosto - Beata Verônica Antal

Beata Verônica Antal
"A nova Beata Veronica Antal, fascinada por Santa Maria Goretti, “ícone da pureza”, consagrou sua vida a Jesus e a Ele foi fiel até o martírio, ocorrido em um contexto trágico de grandes sofrimentos e de perseguições para os cristãos desta terra.

Naquele triste período, ortodoxos, católicos e protestantes eram presos não somente por se oporem ao regime, mas também porque estavam prontos para testemunhar a sua fé em Jesus, um aspecto que aos olhos dos perseguidores aparecia como a "culpa" maior a ser punida. A vida da comunidade católica foi particularmente colocada à dura prova pela doutrina comunista” com uma educação leninista-marxista, "danosa para toda a sociedade romena, pois excluía Deus e os valores cristãos do horizonte de vida das pessoas, em uma tentativa de destruir as almas".

Cardeal Angelo Becciu - Homilia da Missa de beatificação – 22 de setembro de 2018

Exemplo de diálogo ecumênico entre católicos e ortodoxos, a jovem Verônica dava ajuda aos necessitados sem fazer qualquer distinção entre os fiéis pertencentes à Igreja Católica e à Igreja Ortodoxa.

Deu assim um fervoroso testemunho de fraternidade e diálogo sincero, uma mensagem muito clara para nós.

Verônica estava lendo a biografia de Santa Maria Goretti, sem saber que dali a poucos dias, teria o mesmo fim: morta pelas mãos de um homem que queria se aproveitar dela. A nova Beata, Veronica Antal - cujo martírio em odium fidei foi oficialmente reconhecido - comentando aquela leitura, havia confidenciado a uma amiga que, se necessário, também ela teria se comportado assim,  tanto que em um pedaço de papel havia escrito: "Eu sou de Jesus e Jesus é meu".

De fato, para permanecer fiel a ele, preferiu a morte.

Nascida em uma família de agricultores Nisiporesti, Moldávia (norte da Romênia), significou muito para a infância Veronica a figura da avó, que lhe ensinou a rezar e a participar da Missa dominical, além de iniciá-la no uso da roda de fiar e na costura, aprendizados que lhe permitirão criar diferentes roupas típicas de seu país.

De resto, era uma menina alegre como todas as outras: nunca negligenciava a escola, mesmo tendo que contribuir com o trabalho no campo no qual toda sua família se dedicava, tanto que os pais começam a preparar seu dote, convencidos que a esperava um futuro com uma casa e uma família própria.

Aos 16 anos, no entanto, Verônica recebe seu chamado do Senhor. A oração do Rosário, a Eucaristia e a participação na Missa diária para a qual caminhava cerca de oito quilômetros a pé, tendo que se levantar antes do amanhecer, já não lhe são o suficiente: ela quer entrar para um convento.

Infelizmente, no entanto, o governo comunista havia suprimido todas as ordens religiosas na Romênia, tendo ela que se contentar em viver sua vida de clausura em casa, onde organiza um quarto onde pode se recolher em oração sempre que sentir necessidade.

Já franciscana terciária e aderindo à Milícia da Imaculada, profere de forma privada o voto de castidade e tornar-se a alma da paróquia, se ocupando dos pobres, do ensino do catecismo às crianças, da ajuda aos doentes solitários, às pessoas idosas, às mães em dificuldade. "Esta é a vontade de Deus: a sua santificação", é o seu lema que ela nunca esquece.

Foi precisamente em função dos preparativos para a Crisma que alguns jovens fariam no dia seguinte, que Veronica permaneceu na igreja, naquela noite de 23 de agosto de 1958. As outras jovens já tinham saído, mas em seguida contaram tê-la visto inquieta e pálida, como se pressentisse o que lhe aconteceria.

Nos oito quilômetros entre os campos que devia de atravessar, Veronica encontra Pavel, um jovem da cidade que começa a agredi-la com propostas indecorosas, e diante da sua rejeição, a mata com 42 facadas, deixando-a sangrar até a morte em um campo de milho. Ela será encontrada na manhã seguinte em uma poça de sangue, inviolável, com a coroa do Rosário ainda apertada entre os dedos.

“Viveu como uma santa e assim morreu", diziam todos na cidade e logo começaram a visitar o local de seu martírio como um santuário. Hoje, a nova Beata é venerada pelos católicos e ortodoxos da Diocese, que a ela confiam seus problemas, e assim ela pode ser inscrita com razão entre os assim chamados  Santos da Pureza, cujos exemplos mais conhecidos são os já mencionados Santa Maria Goretti e São Domingos Sávio, o qual dizia: "A morte, mas não o pecado".


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

São Bernardo de Claraval - vídeo

 


Lembrai- vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenham recorrido à vossa proteção, implorado o vosso socorro, fosse por vós desamparado.
Animado eu pois com igual confiança, a vós recorro como minha Mãe, ó Virgem entre todas singular, e de vós me valho. Gemendo sob o peso dos meus pecados me prostro a vossos pés. Não rejeiteis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus Humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia e de alcançar-me o que vos rogo. Amém.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Santa Dulce dos Pobres - Vídeo

 


"Se fosse preciso, começaria tudo outra vez do mesmo jeito, andando pelo mesmo caminho de dificuldades, pois a fé, que nunca me abandona, me daria forças para ir sempre em frente"

13 de agosto - Beato Mariano Mullerat I Soldevila

Beato Mariano Mullerat I Soldevila
Beato Mariano Mullerat I Soldevila
Mariano Mullerat I Soldevila nasceu em 24 de março de 1897 em Santa Coloma de Queralt (Tarragona), onde, graças a sua família e a um grande bispo, ele cresceu na fé e de onde partiu apenas para estudar medicina na Universidade de Barcelona, ​​no período de 1914 a 1921.

Mariano não tem dificuldade em encontrar na profissão médica a saída natural para o chamado de serviço que ele sente, muito forte, dentro de si. Acima de tudo, ele adora ajudar os pobres, que não podem pagar, e os doentes no fim da vida, que ele acompanha segurando a mão até o fim, preparando-os também para receber os sacramentos. 

"A Catalunha será cristã ou não será". Esse é o compromisso preciso de Mariano, que em algum momento de sua vida também é eleito prefeito de sua cidade, Arbeca. Todo mundo vota nele, crentes ou não, porque "as pessoas o amavam", como disse o Cardeal Becciu. Com seu exemplo e seu testemunho, ele propõe um tema que após alguns anos será tratado no Concílio Vaticano II e estará no centro da exortação apostólica pós-sinodal "Christifideles laici" de João Paulo II: o compromisso dos católicos leigos para "sujar as mãos" na administração da sociedade. Mariano faz isso com atividade política, porque "ele já havia entendido o que era então um ensinamento de Paulo VI: que a política é a mais alta forma de caridade", continua o Cardeal Becciu. 

Mariano também é o marido atencioso de Dolores, com quem ele forma uma família que é uma célula realmente saudável em uma sociedade em crise: também se torna um pai amoroso de cinco filhas. Algumas se tornarão religiosas, um sinal de que Mariano e Dolores interpretaram bem a ideia da família como uma Igreja doméstica, permitindo que as meninas respirem o ar perfumado da Palavra de Deus que torna todas as coisas novas, experimentem fidelidade à Missa e ao Adoração do Santíssimo Sacramento. 

Além disso, o novo Beato também está muito próximo da espiritualidade dominicana. Sua cunhada, na verdade, era monja da Anunciação e ele, como médico, cuida da saúde das religiosas e como prefeito cuida das escolas administradas pela Ordem. 

Após sua morte, será uma das freiras a quem ajudava que vai se lembrar dele assim: “No início da guerra civil, ele nos visitava frequentemente para nos encorajar e ter esperança; ele nos pediu para sermos fortes diante do perigo que nos ameaçava e nunca deixamos de pedir sua ajuda".   

De acordo com a filha dele, ele amava os pacientes e, quando a família do doente era pobre, o médico deixava dinheiro debaixo do travesseiro. 

Além disso, Mariano era muito religioso. Na casa dele, mandou construir um pequeno oratório com um crucifixo. 

“Nós, suas filhas, temos o prazer de venerar esta imagem. Toda noite, antes de irmos para a cama, sentimos como se um ímã nos aproximasse daquele Cristo. Rezamos, damos graças e refletimos sobre como foi o nosso dia”, revela uma das filhas do médico. 

E aqui a situação na Espanha precipita. Em 13 de agosto de 1936, Mariano é retirado de sua casa e preso. A motivação oficial gira em torno de uma questão de facções políticas, mas a verdade é que Mariano é um cristão, um indivíduo agora desconfortável. 

A filha ainda lembra que, em 13 de agosto de 1936, às seis horas da manhã, a avó dela disse que era para todos saírem de casa porque tinham ido buscar o pai. Cerca de 25 guardas estavam na rua e cinco entraram e reviraram toda a casa. “Meu pai quis beijar o crucifixo. Um guarda o seguiu e ficou impressionado com a imagem. Tanto que quando os outros quiseram entrar, ele não deixou. Foi assim que o crucifixo o salvou”, disse a mulher. 

Adela Mullerat ainda conta: “Nós nos reunimos na entrada da casa para dar adeus ao meu pai. No bolso dele, ele levava um crucifixo e alguns remédios. Um deles serviu para curar um de seus perseguidores, que ficou ferido ao disparar a arma de fogo”. 

Consciente do destino que o aguardava, Mariano Mullerat proferiu as seguintes palavras ao se despedir da sua esposa: "Dolores, perdoa-lhes como eu os perdoo".

Quando o levam embora em uma van, uma mulher pede aos guardas, chorando, para permitir que o dr. Mariano visite seu filho gravemente doente. Ele não terá permissão, mas Mariano escreve algo em um pedaço de papel e a olha nos olhos: “Não chore. Seu filho não vai morrer. Dê a ele este remédio e reze para que Deus o ajude”, ele a consola.

Chegando na forca, antes de ser morto, as testemunhas dizem que até o fim ele ora em voz alta e pede a todos que o façam, tanto que um de seus torturadores o acerta na boca para fazê-lo parar. Mas não adianta. 

É assim que devemos aprender a ser cristãos. O legado que o novo Beato nos deixa, como nos disse o Cardeal Becciu: "A coragem de testemunhar a Cristo até o fim, em todos os ambientes, diante de todas as dificuldades, sempre".

Mariano Mullerat I Soldevila foi beatificado no dia 23 de março de 2019, na Catedral de Tarragona na Espanha, em cerimônia presidida pelo Cardeal Angelo Becciu, que na sua homilia declarou:

“Trata-se de uma bela figura de leigo, realmente interessante e edificante. Como médico, distinguiu-se pela sua religiosidade que o inspirava a se dedicar aos outros, sobretudo aos mais necessitados de assistência médica gratuita. Mariano era um homem moderno: como médico amou os enfermos; como político, serviu o povo, com caridade. Era um verdadeiro cristão: era fiel às práticas de piedade, à adoração ao Santíssimo Sacramento e à Missa. Eis a explicação desta sua força espiritual, da sua energia e da sua disponibilidade e amor com os outros. Diante da morte, Mariano encorajava seus cinco companheiros ao patíbulo, a perdoar seus perseguidores e algozes e a dar testemunho da sua fé em Cristo”.

 


terça-feira, 11 de agosto de 2020

Santa Clara de Assis - Vídeo

 


"O amor de Deus nos torna felizes, a contemplação restaura, a benignidade preenche. A sua suavidade invade a alma toda, sua lembrança brilha suave na memória. Com seu perfume os mortos ressuscitam e sua gloriosa visão formará a felicidade dos cidadãos da Jerusalém celeste."  Santa Clara de Assis

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

07 de agosto - São Sisto II (Papa) e companheiros mártires


Papa de número 24 (257-258), é um dos mártires mais venerados da Igreja. De origem grega- nasceu em Atenas -  foi eleito papa para substituir o Papa Santo Estêvão I e governou a Igreja durante um ano.

Possuía caráter bondoso e solucionou as discórdias que haviam atormentado a Igreja durante o governo de Cornélio, Lúcio e Estêvão. Trouxe de volta à Igreja as pessoas de Antioquia e os africanos que se haviam separado devido à controvérsia sobre a validação do batismo ministrado por hereges (aqueles que renegavam a fé durante a perseguição).

A questão polêmica era a seguinte: se um herege quisesse retornar à Igreja, após ter renegado a fé, deveria ser batizado de novo ou seria suficiente o batismo que havia recebido a primeira vez? Isto dividia a Igreja. De um lado, a de Roma, que aceitava o retorno apenas com a confirmação através da crisma. Do outro, a do Oriente, em especial a da Antioquia e da Alexandria, que exigia um novo batismo. A discórdia aumentou, quando o papa Vitor I, impôs o procedimento romano a ser seguido por todos, sob pena de excomunhão.

Moderado e pacifista, Sisto II neutralizou a excomunhão. Dizendo que não estava em jogo a fé comum, nem a união com o sucessor de Pedro, cada Igreja ou grupo de Igrejas, devia resolver a questão com independência e de acordo com as circunstâncias dos fatos, resolvendo o antigo problema. Assim, trouxe de volta à Igreja os cristãos da Antioquia e os da Alexandria que haviam se distanciado, e a harmonia se estabeleceu. 

Foi durante seu pontificado que o Imperador Valeriano abandonou a política de tolerância para com os cristãos, ordenando-lhes que participassem de cerimônias religiosas patrocinadas pelo estado e proibindo-os de se reunir nas catacumbas. Em um segundo decreto estabeleceu que os bispos, sacerdotes e diáconos fossem decapitados no mesmo lugar onde fossem encontrados, sumariamente sem julgamento.

Sisto II fez o traslado das relíquias de São Pedro e São Paulo para um local seguro, após este decreto. Depois, foi surpreendido pelos soldados enquanto celebrava a Santa Missa, no cemitério.

Assim os soldados imperiais ao surpreenderem o Papa enquanto estava sentado na cátedra episcopal pregando à congregação, em um cemitério particular, agarraram o pontífice, com os quatro diáconos que estavam com ele Agapito, Estevão, Feliz, e Januário, e os decapitaram naquele local, no dia 6 de agosto de 258. Dois outros diáconos: Magno e Vicente, foram executados mais tarde, no mesmo dia, e São Lourenço, quatro dias depois.
A antiga tradição diz que, quando Lourenço viu que iam matar o Sumo Pontífice, este lhe disse:

“A nós, porque somos velhos, nos foi designado o percurso de um caminho mais fácil; a ti, porque és jovem, corresponde um triunfo mais glorioso sobre o tirano. Logo virá, deixe de chorar: dentro de três dias me seguirás. Entre um bispo e um levita, é conveniente que exista este intervalo”

Foi sepultado na Catacumba de São Calisto, na cripta dos papas e foi sucedido por São Dionísio (260-268). Escreveram sobre ele Eusébio de Cesaréia, em sua História Eclesiástica, e Cipriano de Cartago e o papa poeta São Dâmaso dedicou-lhe um conjunto de versos líricos.
A cátedra manchada de sangue onde estava sentado ao ser morto foi posta atrás do altar da capela da cripta.




quinta-feira, 6 de agosto de 2020

06 de agosto - Transfiguração de Jesus - Papa João Paulo II

A liturgia de hoje convida-nos a dirigir o olhar para o rosto do Filho de Deus que no alto do monte, como de maneira concorde atestam os Sinópticos,  se  transfigura  diante  de  Pedro, Tiago  e  João,  enquanto  da  nuvem  a voz do Pai proclama:  "Este é o Meu Filho amado. Escutai o que Ele diz" (Mc 9, 7). São Pedro, ao recordar com emoção o evento, afirmará:  "Fomos testemunhas  oculares  da  Sua  majestade" (2 Pd 1, 16).

Na época atual, penetrada pela chamada "civilização da imagem", torna-se mais incisivo o desejo de poder encher os próprios olhos com a figura do divino Mestre, mas é oportuno recordar as suas palavras:  "Felizes os que acreditam sem terem visto" (Jo 20, 29). Foi precisamente olhando com os olhos da fé o rosto admirável de Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, que viveu o venerado e inesquecível Paulo VI. Ao contemplá-lo com amor ardente e apaixonado, ele disse:  "Cristo é beleza:  beleza humana e divina, beleza da realidade, da verdade, da vida". E acrescentava:  "A figura de Cristo apresenta, sem alterar o encanto da sua misericordiosa doçura, também um aspecto grave e forte, formidável, se quiserdes, contra a vileza, as  hipocrisias,  as  injustiças,  as  crueldades,  mas  nunca  separado  de  uma soberana irradiação de amor".

Enquanto, com ânimo grato, nos aproximamos do altar orando pela alma bendita deste grande Pontífice, desejamos, como ele e como os discípulos, dirigir também nós o olhar para o rosto radiante do Filho de Deus, a fim de sermos por ele iluminados. Peçamos a Deus, por intercessão de Maria, Mestra de fé e de contemplação, a graça de podermos acolher em nós a luz que brilha no rosto de Cristo, de maneira a refletir a sua imagem sobre todos aqueles dos quais nos aproximamos.

Papa João Paulo II - 06/08/2000

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

05 de agosto - Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior

No dia 5 de agosto do ano 358, em pleno verão italiano, nevou no centro de Roma. Segundo a tradição, a Praça Santa Maria Maior foi palco da evocação deste milagre. A Virgem havia indicado aquele lugar, ao então pontífice Libério, para que fosse construído um templo em sua honra.  

Segundo uma antiga lenda, um casal romano rico pediu luzes à Virgem para saber como empregar a sua fortuna. Então, em sonhos, recebeu uma mensagem de que Maria queria que lhe fosse construída uma igreja, precisamente sobre o monte Esquilino, que, entre os dias 4 e 5 de agosto, em pleno verão europeu, estaria coberto de neve.  

Santa Maria Maior é a primeira Basílica do Ocidente dedicada à Virgem Maria e uma das mais belas e adornadas de Roma. Segundo a tradição, nela se encontra um relicário com um fragmento da manjedoura do Menino Jesus.

Neste Basílica se encontra também uma imagem mariana com o título de Virgem Maria, salvadora do povo romano, ou “Salus Populi Romani”, que em várias situações de grande necessidade foi levada em procissão. Em uma ocasião, acabou com uma praga em Roma.

Durante séculos, a Basílica de Santa Maria Maior foi embelezada e adornada. Os mosaicos da área próxima ao altar e as paredes da nave estão entre os mais refinados de Roma e representam cenas da vida da Virgem Maria. O teto é decorado com o primeiro ouro que Colombo levou da América.

São João Paulo II, desde o início de seu pontificado, quis que uma lâmpada estivesse acesa sob este ícone mariano como sinal de sua grande devoção.

O Papa Francisco, antes de embarcar em uma viagem internacional e ao retornar para a Itália, dirige-se à Basílica de Santa Maria Maior, deixa um buquê de flores aos pés da imagem de Marian e se detém em um momento de oração.

A Basílica de Santa Maria Maior é chamada também Basílica de Nossa Senhora das Neves.


terça-feira, 4 de agosto de 2020

04 de agosto - São João Maria Vianney

São João Maria Vianney
São João Maria Vianney, também conhecido como Cura d'Ars, viveu em meados do século XIX. É padroeiro dos párocos e exemplo de vida sacerdotal. Cumpriu sua missão de salvar almas, passando até 16 horas por dia no confessionário. Bento XVI dedicou-lhe um Ano Sacerdotal em 2009.

"Se soubéssemos bem o que é um padre na terra, morreríamos: não de medo, mas de amor". A vida de São João Maria Vianney pode ser resumida neste pensamento. E no dia em que a Igreja recorda a sua memória, o Papa Francisco tuitou a seguinte mensagem: "Apoiem seus sacerdotes com proximidade e afeição".

Também conhecido como "Cura d'Ars", João Maria Vianney nasceu em 8 de maio de 1786, em Dardilly, próximo de Lyon. Seus pais eram camponeses, e desde pequeno, o encaminham ao trabalho da lavoura, tanto que, aos 17 anos, João ainda era analfabeto.

No entanto, graças aos ensinamentos maternos, conseguiu memorizar muitas orações e viveu uma forte religiosidade.

Na época, sopravam ventos de Revolução na França. Por isso, João Maria Vianney frequentou o Sacramento da Confissão em casa, não na igreja, graças a um sacerdote "refratário", que não havia jurado fidelidade aos revolucionários. A mesma coisa aconteceu com a sua Primeira Comunhão, recebida em um celeiro, durante uma Missa "clandestina".

Aos 17 anos, João sentiu-se chamado ao sacerdócio. "Se eu fosse padre, queria conquistar muitas almas", disse ele. Mas, não era fácil atingir esta meta, por causa dos seus poucos conhecimentos culturais. Mas, graças à ajuda de sábio sacerdotes, entre os quais o Abbé Balley, pároco de Écully, recebeu a ordenação sacerdotal em 13 de agosto de 1815, aos 29 anos.

Três anos depois da sua ordenação, em 1818, João foi enviado para Ars, uma pequena aldeia no sudeste da França, que contava 230 habitantes. Ali, dedicou todas as suas energias ao cuidado pastoral dos fiéis: fundou o Instituto da "Providência" para acolher órfãos; visitava os enfermos e as famílias mais necessitadas; restaurou a pequena igreja e organizou quermesses na festa do padroeiro.

Entretanto, o Santo Cura d’Ars destacou-se na sua missão de administrar o Sacramento da Confissão: sempre pronto a ouvir e oferecer o perdão aos fiéis, passava até 16 horas por dia no confessionário. Diariamente, uma multidão de penitentes de todas as partes da França ia confessar-se com ele, tanto que a cidadezinha de Ars ficou conhecida como o "grande hospital das almas". O próprio João Maria Vianney vigiava e jejuava para ajudar os fiéis a expiarem seus pecados.

Certo dia, disse a um confrade: "Vou dizer-lhe qual é a minha receita: dou aos pecadores uma pequena penitência e o resto faço eu no lugar deles".

Após ter-se dedicado totalmente a Deus e aos seus paroquianos, João Maria Vianney faleceu no dia 4 de agosto de 1859, aos 73 anos. Seus restos mortais descansam em Ars, no Santuário a ele consagrado, que recebe a visita de cerca de 450 mil peregrinos a cada ano.

João Maria Vianney foi beatificado em 1905 pelo Papa Pio X, e canonizado em 1925, pelo Papa Pio XI, que o proclamou, em 1929, "padroeiro dos párocos do mundo".

Em 1959, por ocasião do centenário da sua morte, São João XXIII dedicou-lhe a Encíclica “Sacerdotii Nostri Primordia”, apresentando-o como modelo para os sacerdotes.

Em 2009, no 150° aniversário de morte, Bento XVI convocou um "Ano Sacerdotal", para "favorecer e promover uma maior renovação interior de todos os sacerdotes e um testemunho evangélico mais forte e mais incisivo no mundo contemporâneo".


domingo, 2 de agosto de 2020

02 de agosto - São Pedro Julião Eymard

"Por que está Jesus Cristo na Eucaristia?

Tal pergunta, se pode ter muitas respostas, tem no entanto uma que a todas resume:

Jesus Cristo está na Eucaristia por que nos ama e quer que nós o amemos. O Amor, eis a razão de ser da instituição da Eucaristia.

Sem ela, o Amor de Jesus Cristo seria apenas um Amor de Morte, passado, esquecido dentro em breve - e isso sem culpa de nossa parte. Só a Eucaristia satisfaz plenamente as leis e exigências do amor. Jesus Cristo, dando-nos nela provas de Amor infinito, tem direito de nela ser amado.
Ah! Não nos tivesse Nosso Senhor deixado outro legado de seu Amor senão Belém e o Calvário e quão depressa o teríamos esquecido! Que indiferença! O amor quer ver, ouvir, conversar, apalpar.

Nada substitui o ente querido, nem lembrança, nem dons, nem retratos; nada disso tem vida. E quão bem sabia Nosso Senhor que nada poderia tomar seu lugar, pois carecemos dele mesmo. 

Não nos basta então sua palavra? Não, já não vibra, já não ouvimos as tocantes expressões dos lábios do Salvador. 
E seu Evangelho? É um testamento. 
E os Sacramentos, não dão eles Vida? Só o autor da Vida poderia entretê-la em nós. 
E a Cruz? Ah! Sem Jesus quão triste é! 
E a esperança? Sem Jesus é uma agonia
Ah! Sem Jesus, presente entre nós, seríamos por demais desgraçados.

Mas com a Eucaristia! Com Jesus em nosso meio, quantas vezes sob o mesmo teto, dia e noite, a todos acessível, a todos esperando na sua morada sempre aberta; admitindo as crianças, chamando-as com acentuada predileção, a vida torna-se menos amarga. É o pai amoroso, rodeado dos filhos. É a vida de sociedade com Jesus.
Convivência suave, simples, familiar e íntima, assim Ele quis."

São Pedro Julião Eymard - A Eucaristia, necessidade do nosso coração

Conheça a vida de São Pedro Julião Eymard
Amor por Jesus Eucarístico


sábado, 1 de agosto de 2020

01 de agosto - Santo Afonso Maria de Ligório

Santo Afonso Maria de Ligório
Santo Afonso Maria de Ligório
“Os filhotes das andorinhas só pensam em gritar para obter proteção e comida das mães. Assim, também nós devemos sempre clamar, pedindo a ajuda de Deus para evitar a morte do pecado e progredir em seu santo Amor”.

Quando alguém nasce em uma família nobre, como a dos Ligório, em uma cidade grande como Nápoles, em um século importante como o do Iluminismo e como o primeiro de oito filhos, é destinado, certamente, a algo superior. Assim, como bom augúrio, os pais batizam seu primogênito com o nome de Afonso, que significa valoroso e nobre. E ninguém, mais do que ele, fez jus ao seu nome.

Confiado aos melhores tutores em circulação, Afonso demonstrou, imediatamente, qualidades extraordinárias: aos 12 anos, superou, de modo exímio, os exames de vestibular, diante do filósofo Giambattista Vico, para entrar na Faculdade de Direito; aos 16 anos, já exercia a profissão de advogado, tornando-se rapidamente o melhor da cidade e com uma reputação merecida, por não perder nenhuma causa.
No entanto, o Senhor tinha outros planos para ele, avantajado por nascer em uma família particularmente agraciada. De fato, dos oito filhos, além dele, duas irmãs se tornaram monjas, um beneditino e outro sacerdote diocesano. Com efeito, não era naquele contexto nobiliário, do qual provinha, que Afonso era chamado a viver.

Durante a sua profissão de advocacia, Afonso exercia o que hoje chamamos "voluntariado", sobretudo em um hospital de Nápoles, onde visitava os enfermos. Aos poucos, esta vida o atraía, cada vez mais. Por isso, decidiu deixar as leis humanas para se dedicar ao Senhor.
Em 1726, ao ser ordenado sacerdote, dedicou todo o seu ministério ao serviço dos mais pobres, que, no século XVIII, são incontáveis. Suas atividades, como pregador e confessor, eram intensas, entretanto, cultivava seu sonho de partir em missão no Oriente.

Em 1730, durante um período de descanso forçado, entre as montanhas próximas de Amalfi, Afonso conheceu alguns pastores com os quais debateu sobre a gravidade do seu abandono humano, cultural e religioso. Aquela conversa o perturbou tanto, a ponto de chegar à decisão de deixar Nápoles para se retirar para o eremitério beneditino da Vila dos Escravos, perto de Caserta. Ali, fundou a Congregação do Santíssimo Salvador, que, depois, foi aprovada por Bento XIV, em 1749, com o atual nome de Congregação do Santíssimo Redentor. A sua missão consistia em uma pregação marcada pela simplicidade apostólica e na educação dos humildes.

Afonso partiu do modelo “Capelas noturnas”, grupos liderados pelos colaboradores do Santo, tanto leigos como seminaristas, dedicados à evangelização dos jovens que viviam nas ruas. Esta experiência teve um sucesso imediato em Nápoles, a ponto de atingir cerca de 30 mil inscritos para serem educados.
Mais tarde, os sacerdotes Redentoristas contaram também com a adesão das Irmãs Redentoristas, o ramo feminino da Congregação, fundado precisamente em Amalfi.

Afonso gostava muito da arte de ensinar e de fazer pregações, utilizando métodos inovadores, como a música, que ele havia estudado quando era criança. Uma das suas composições, por exemplo, é a famosa "Tu scendi dalle stelle” (“Tu desces das estrelas”), que nunca falta entre os cantos nas celebrações do Natal.

Afonso estava muito comprometido também com as questões morais. Entre as muitas obras que escreveu, a mais importante é, certamente, a "Teologia moral", em vários volumes, ainda hoje estudada, na qual enfrenta questões como a virgindade de Maria e a infalibilidade do Papa, muito antes de a Igreja considerá-las dogmas.

Em 1762, com a venerável idade de 66 anos, Afonso Maria de Liguori foi nomeado Bispo de Santa Águeda dos Godos, em Benevento, ao qual, após 15 anos, renunciou por problemas de saúde, que o levaram à morte em 1787.

Santo Afonso Maria de Ligório foi canonizado em 1839 e proclamado Doutor da Igreja, por Pio IX, em 1871. Em 1950, Pio XII o proclamou "Padroeiro celestial de todos os confessores e moralistas".