domingo, 31 de agosto de 2014

Devoção a São Raimundo Nonato no Nordeste

     No Brasil, os mercedários estão presentes desde o século XVII. Os portugueses da grande província do Maranhão encontravam-se sem sacerdotes nem assistência religiosa por causa do bloqueio ao qual lhes submeteram os holandeses, que dominavam grande parte do litoral do nordeste. Para remediar esta situação, organizaram uma expedição, comandada pelo capitão Pedro Teixeira, que remontando o rio Amazonas, chegou a Quito, Equador, à procura de sacerdotes. Pelo menos quatro mercedários voltaram com os expedicionários, descendo de novo pelo Amazonas, e chegando a Belém do Pará, a 12 de dezembro de 1639. 
Em Belém construíram a primeira igreja mercedária que, segundo alguns inscritos, “reuniu preciosos trabalhos de talha, telas de valor artístico e alfaias preciosas”. 
De Belém, passaram os mercedários a estabelecer-se em São Luís do Maranhão, onde foi fundado outro convento. A história das Mercês no Maranhão não é menos brilhante que a de Belém. 
     
A grande atividade dos mercedários naquele território do Pará e do Maranhão foram as “missões e núcleos doutrinais”, ao longo do rio Negro e Urubu. Este fervor missionário mergulhando Brasil adentro, ainda no período colonial, espalhou a devoção ao santos mercedários, principalmente a São Raimundo Nonato, que na região Norte e Nordeste, se tornou o nome mais popular e desejado no batizado de meninos e meninas.

Oração a São Raimundo Nonato para pedir a proteção no parto.

Gloriosos são Raimundo, 
ninguém melhor que vós 
saberá compadecer-se 
das dores e perigos dum parto difícil, 
pois, cedendo à violência dos sofrimentos, 
vossa própria mãe 
perdeu a vida 
e só por milagre fostes dela extraído. 

Eia pois, meu santo, 
já que me encontro 
neste estado delicado, 
a vós confiadamente recorro 
para que eu possa completar 
com felicidade o número dos meus dias 
e produzam minha entranhas, 
livre e sã, a prole que 
com a bênção divina concebi, 
a qual, regenerada pelo batismo, 
venha com o tempo 
aumentar o número 
dos que fielmente servem ao Senhor.

Não me desprezeis, 
glorioso santo, 
de vós ouvi dizer 
que a nenhuma deixastes 
sem amparo nestas circunstâncias 
compadecei-vos dos meus lamentos, 
pois embora me alcance a justa sentença 
que meu Senhor deu a Eva 
dar à luz os filhos 
com dores e trabalhos, 
espero, com a vossa poderosa intercessão, 
obter da benignidade de Deus,
pela Santíssima Paixão e morte de Jesus, 
moderação e lenitivo em minhas dores, 
e no momento oportuno, 
um parto feliz, 
para aumento da grei cristã 
e maior glória de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
a cuja vontade 
resigno totalmente a minha. Amém. 

(Pai nosso, Ave Maria, Glória ).




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Milhares de Raimundos e Raimundas

No Brasil, na lista dos nomes mais populares encontramos Raimundo, com mais de oitocentos mil registros e Raimunda, com mais de quatrocentos mil registros.
Nomes dados em homenagem a São Raimundo Nonato.

sábado, 30 de agosto de 2014

Algumas histórias do Beato Padre Eustáquio

Certo dia, numa choupana de Romaria, encontrou um menino cujo corpo era todo uma só chaga. Nem a mãe da criança tinha coragem de cuidar do pobrezinho. O Padre Eustáquio assumiu pessoalmente essa incumbência: dava-lhe banho todos os dias, lavava suas roupas, tirava com uma pinça os vermes que lhe corroíam a carne, da qual se exalava um insuportável mau cheiro, e aplicava as pomadas que ele próprio havia preparado. Em pouco mais de um mês, o menino estava curado.

Noutra ocasião, quando o pároco almoçava em companhia de seus auxiliares no modesto refeitório da casa paroquial, a campainha tocou, e um deles foi atender. Voltou pouco depois e sentou-se sem nada dizer.
- O que houve? - pergunta o Beato Eustáquio.
- Nada... nada de urgente. Estão querendo falar com o senhor... mandei esperar na sala de visitas.
- Não! Mandar esperar, nunca! O pároco é o escravo de seus paroquianos.
Dizendo isto, deixou na mesa a refeição inacabada e foi atender os visitantes.


Oração do Beato Padre Eustáquio

Várias vezes foi visto rezando a oração que ele mesmo costumava ensinar aos outros:


"Ó meu Jesus, eu Vos amo. Eu Vos amo com a vossa Cruz, com o vosso sofrimento, com o vosso amor imenso. Ó Jesus, pelo sangue que derramastes e pelas lágrimas de vossa Mãe Santíssima, dai vista aos cegos, andar aos paralíticos, saúde aos enfermos, paz a todos os que sofrem e padecem. Meu Jesus, vossos passos quero seguir, vossas palavras falar, vossos pensamentos pensar, vossa cruz carregar, vosso Corpo comer, vosso Sangue beber, o pecado detestar e o Céu alcançar."

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Santo Agostinho e a Santíssima Trindade

Dentre os Padres da Igreja, Santo Agostinho foi um dos grandes pensadores que se dedicou à árdua tarefa de refletir sobre o mistério da Santíssima Trindade, tentando entendê-lo e explicá-lo. Dentre as suas principais obras teológicas, está o famoso De Trinitate (Sobre a Trindade). O desafio que esta tarefa significou está bem expresso na lenda medieval que se conta sobre o Bispo de Hipona em referência a esta reflexão. 
Conta-se que um dia Agostinho estava passeando pela praia de Hipona, mergulhado em suas reflexões a respeito do mistério da Trindade. Ele andava de um lado para o outro, encantado com o vai-e-vem das ondas, tentando solucionar o enigma com a força de sua razão, quando observou uma criança que brincava na praia. O menino tinha feito um buraco na areia e se afadigava em idas e vindas entre o mar e o pequeno buraco na areia, trazendo a água e derramando-a no buraco. Arrancado de sua meditação para o observar no tal exercício repetido, Agostinho aproximou-se do menino e perguntou: Olá, menino! O que você está fazendo? 
Ao que o menino prontamente respondeu: Quero transportar toda a água do mar para este buraquinho! Tocado pela inocência do pequenino, o Bispo de Hipona respondeu: Olha lá, menino! Você não vê que é impossível colocar toda a água do mar nesse buraquinho? O mar, como você está vendo, é imenso e este buraquinho é tão pequenino! No mesmo instante, revelando-se um enviado de Deus, o menino transformou-se num Anjo e, ato contínuo, respondeu: Pois eu te digo, Agostinho: é mais fácil para mim pôr toda a água do mar neste buraquinho do que tu esgotares, somente com os recursos da tua razão, as profundezas do mistério da Trindade! E desapareceu.
Esta historinha sobre Santo Agostinho representa bem a grandeza do mistério de Deus e a pequenez do ser humano. Quando tentamos reduzir Deus aos nossos esquemas mentais, racionais, tendemos a transformá-Lo num pequeno ídolo, feito à imagem e semelhança de nossos interesses pequenos e mesquinhos. É como querer colocar a imensidão do mar dentro de um buraquinho na areia da praia.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Santa Mônica não aceita o pecado de seu filho Agostinho

Santo Agostinho, relata em seu livro Confissões que quando ele entrou para uma seita, negando a fé cristã, sua mãe negou-se a recebe-lo em sua casa, só voltando a recebê-lo após um sonho no qual sentiu a presença de Deus a conduzi-la para a reconciliação:

 “Mas estendeste tua mão do alto, e arrancaste minha alma deste abismo de trevas, enquanto minha mãe, tua fiel serva, chorava-me diante de ti muito mais do que as outras mães costumam chorar sobre o cadáver dos filhos, pois via a morte de minha alma com a fé e o espírito que havia recebido de ti. E tu a escutaste, Senhor, tu a ouviste e não desprezaste suas lágrimas que, brotando copiosas, regavam o solo debaixo de seus olhos por onde fazia sua oração; sim, tu a escutaste, Senhor. Com efeito, donde podia vir aquele sonho, com que a consolaste, ao ponto de me admitir em sua companhia e mesa, fato que havia me negado porque aborrecia e detestava as blasfêmias do meu erro?
Nesse sonho viu-se de pé sobre uma régua de madeira; e um jovem resplandecente, alegre e risonho que vinha ao seu encontro, triste e amarga. Este lhe perguntou a causa de sua tristeza e lágrimas diárias, não por curiosidade, como sói acontecer, mas para instruí-la; e respondendo-lhe ela que chorava a minha perdição, mandou-lhe, para sua tranqüilidade, que prestasse atenção e visse por onde ela estava também estaria eu. Apenas olhou, viu-me junto de si, de pé sobre a mesma régua. De onde veio este sonho, senão dos ouvidos que tinhas atentos a seu coração, ó Deus bom e onipotente, que cuidas de cada um de nós como se não tivesses outro para cuidar, zelando de todos como de cada um!


E como explicar o que se segue? Contou-me minha mãe esta visão, e querendo-a eu persuadir de que significava o contrário, e que não devia desesperar de ser algum dia o que eu era, isto é, maniqueísta, ela, sem nenhuma hesitação, me respondeu: “Não; não me foi dito: onde ele está ali estarás tu, mas onde tu estás ali estará ele também”. Livro III, 19-20

Santa Mônica educa seus filhos na Fé Cristã

Santo Agostinho - seu filho - deixa para nós no seu Livro Confissões o testemunho de como desde a sua infância conheceu a Deus pelos ensinamentos de sua mãe.

“Ainda menino, ouvi falar da vida eterna, que nos está prometida pela humildade de Jesus, nosso Senhor, que desceu até nossa soberba; e fui marcado com o sinal da cruz, sendo-me dado saborear de seu sal logo que saí do ventre de minha mãe, que sempre esperou muito em ti.(...) 

Nesta época eu já tinha fé verdadeira, juntamente com minha mãe e com todos da casa, à exceção de meu pai, que, porém, não pôde vencer em mim a ascendência da piedade materna, para que deixasse de acreditar em Cristo, tal como ele não acreditava; minha mãe, solícita, cuidava de que tu, meu Deus, fosses mais pai para mim do que ele, e a ajudavas a triunfar do marido, a quem servia melhor, porque nele te servia a ti e a tuas ordens.” Livro I,11

“Educara os filhos, dando-os à luz tantas vezes quantas os via apartarem-se de ti.
E de nós, que nos chamamos teus servos por liberalidade tua, nós que vivemos em comum na graça de teu batismo, antes de adormecer em tua paz, ela cuidou de nós como se todos fôssemos seus filhos, e de tal modo nos serviu como se fosse filha de cada um de nós.” 
Livro IX, 22


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Beatos Luiz Beltrami Quattrocchi e Maria Corsini Beltrami Quattrocchi

Na história da Igreja foi um acontecimento inédito. Um casal do século XX declarado beato, os filhos presentes na cerimônia de beatificação dos pais, dois deles sacerdotes concelebravam com João Paulo II, tudo isso na mesma Igreja onde cem anos atrás os pais deram-se um ao outro em matrimônio. Estamos falando de Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi, declarados beatos por João Paulo II no dia 21 de outubro de 2001.

A vida desse casal é um sinal vivo do que afirma o Concílio Vaticano II sobre a vocação de todos os fiéis leigos à santidade, especificando que os cônjuges devem procurar esse objetivo seguindo o seu próprio caminho. Para eles a fidelidade ao Evangelho e a heroicidade das virtudes foram relevadas a partir da sua existência como cônjuges e como pais.

Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi nasceram ambos na Itália, ele na Catânia, no dia 12 de janeiro de 1880, ela em Florença, no dia 24 de junho de 1884. Luigi era um brilhante advogado que culminou sua carreira sendo vice-advogado geral do Estado italiano; Maria Corsini, nascida numa família nobre de Florença era professora e escritora, apaixonada pela música. Trabalhou como enfermeira voluntária da Cruz Vermelha durante a guerra da Etiópia e a Segunda Guerra Mundial. Catequista, era também comprometida com várias associações de caridade, como a Ação Católica Feminina.
Os dois se conheceram em Roma e se casaram na Basílica de Santa Maria Maior no dia 25 de novembro de 1905. Receberam com docilidade a graça matrimonial que os levou a santificar-se apoiando-se um ao outro e acolhendo com alegria os frutos do seu amor: quatro filhos, a quem deram afeto, educação e, de forma especial, um testemunho de fidelidade e generosa caridade.
Não eram raras as vezes em que seus filhos os viram acolhendo em casa refugiados da guerra e organizando grupos de “scouts” com jovens dos bairros pobres de Roma durante o pós-guerra.

Dos quatro filhos que tiveram, três seguiram a vida religiosa, Stephania, sua primeira filha, tornou-se monja beneditina e recebeu o nome de Maria Cecília, ambos os filhos sentiram-se chamados ao sacerdócio, Filippo, hoje padre Tarcísio, é padre diocesano de Roma, e Cesare tornou-se monge trapista.
Quando Maria estava grávida de sua última filha viveu um tempo de grande prova. Tendo sido acometida por um problema grave de saúde e por uma gravidez complicadíssima, foi aconselhada pelos médicos a abortar para que ao menos sua vida fosse poupada. A possibilidade de sobrevivência com esse diagnóstico era de 5%, no entanto Maria e Luigi preferiram arriscar e colocaram toda a sua confiança no Senhor. Enrichetta nasceu com saúde e teve uma vida longa, estando inclusive presente na cerimônia de beatificação dos pais.

Em novembro de 1951, aos 71 anos, Luigi faleceu vítima de uma parada cardíaca. Quatorze anos mais tarde, aos 81 anos, Maria faleceu nos braços de Enrichetta, em sua casa nas montanhas. Em 1993, sua filha mais velha, irmã Maria Cecília, se uniu aos pais.

Ao lermos a homilia de João Paulo II no dia da beatificação compreendemos que o segredo da santidade na vida matrimonial consiste em viver a vida ordinária de forma extraordinária. Luigi e Maria, entre as alegrias e preocupações de uma família normal, que os casais conhecem tão bem, souberam realizar uma existência rica de espiritualidade. Viviam a Eucaristia de forma cotidiana, também a devoção à Virgem Maria quando a família, que era consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, unida, rezava todas as noites o rosário. Nunca faltavam os momentos de lazer e esporte, gostavam de passar as férias nas montanhas e no mar. Sua casa era sempre aberta aos amigos numerosos e àqueles que batiam em sua porta em busca de alimento.

Maria dizia sobre os filhos: “Educamo-os na fé, para que conhecessem e amassem a Deus”.
Os mesmos recordam que a vida familiar era marcada pelo sentido do sobrenatural. “Um aspecto que caracteriza nossa vida em família – recorda o filho mais velho – era o clima de normalidade que nossos pais haviam suscitado na busca diária pelos valores transcendentes”. “Nunca havia imaginado que os meus pais seriam proclamados santos pela Igreja, mas posso afirmar com sinceridade que sempre percebi a extraordinária espiritualidade deles. Em casa sempre se respirou um clima sobrenatural, sereno, alegre, não careta.”

São João Paulo II e os filhos do casal na cerimônia de beatificação
João Paulo II diz ainda que “Luigi e Maria viveram, à luz do Evangelho e com grande intensidade humana, o amor conjugal e o serviço à vida. Assumiram com responsabilidade total a tarefa de colaborar com Deus na procriação, dedicando-se generosamente aos filhos a fim de os educar, guiar e orientar na descoberta dos seus desígnios de amor. Deste terreno espiritual tão fértil surgiram vocações para o sacerdócio e para a vida consagrada, que demonstram como o matrimônio e a virgindade, a partir do comum enraizamento no amor esponsal do Senhor, estão intimamente relacionados e se iluminam reciprocamente. Foram cristãos convictos, coerentes e fiéis ao seu próprio batismo; foram pessoas cheias de esperança, que souberam dar o justo significado às realidades terrenas, tendo os olhos e o coração postos sempre na eternidade. Fizeram da sua família uma autêntica igreja doméstica, aberta à vida, à oração, ao testemunho do Evangelho, ao apostolado social, à solidariedade com os pobres, à amizade”.


O testemunho de vida de Luigi e Maria nos confirma que o caminho de santidade percorrido como casal é possível e belo, é caminho de felicidade, mesmo em meio às dores e provações do dia-a-dia.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Escolápios no Brasil


No Brasil, os Padres Escolápios chegaram em 1950 para dar continuidade aos passos de São José de Calasanz e estão presentes em:

MINAS GERAIS
Terras de riquezas e tradição. De belos horizontes e paisagens deslumbrantes. Caminhos que nos levam ao passado. Um lugar onde a história está ao seu alcance.
Neste Estado de verdes montanhas, onde o histórico e o moderno se misturam, os Escolápios mantêm as seguintes obras:

EM BELO HORIZONTE:
Paróquia São Marcos:
Atualmente é composta por 4 comunidades. Sua proposta, “evangelizar educando”, une “Fé e Vida – Fé e Cultura”.

Colégio São Miguel Arcanjo:
Com o lema “Educar é Libertar”, o Colégio atende a mais de 1.000 alunos. Sua proposta educativa é humanista e cristã, formada sobre os valores de solidariedade, justiça e paz.

Centro Educativo-Social Escolápio – Itaka Belo Horizonte:
O Centro atende anualmente mais de 1.000 crianças, jovens e adultos em situação de risco e vulnerabilidade, desenvolvendo e articulando programas e atividades que lhes deem apoio, oportunidades e garantam seu direito à cidadania.

EM GOVERNADOR VALADARES:
Paróquia Nossa Senhora das Graças:
Atualmente composta por 8 comunidades, a Paróquia tem uma proposta missionária e evangelizadora inspirada no carisma de São José de Calasanz.

Colégio Ibituruna:
Segundo o carisma de São José de Calasanz, o Colégio, que atende cerca de 1.700 alunos, tem como lema “Educar é cooperar com a verdade”, assumindo o desafio de oferecer uma educação integral de qualidade e evangelizadora.

Centro Educativo e Social São José de Calasanz - Itaka Governador Valadares:
Atendendo anualmente mais de 800 crianças, jovens e adultos, são realizados no Centro serviços e programas sociais voltados para educação, prática de esportes, inclusão produtiva e assistência social, objetivando a promoção humana dos menos favorecidos da sociedade.

ESPÍRITO SANTO
Um lugar onde as aventuras surpreendem, onde a beleza natural é infinita e as histórias encantadoras. Patrimônio que se orgulha de sua história e preserva suas tradições.
Os Escolápios se dedicam nas seguintes obras fundadas no Estado:

EM SERRA:
Paróquia São José de Calasanz:
Composta por 10 comunidades a Paróquia acompanha as iniciativas e propostas que buscam o serviço à vida, evangelizando e proclamando a Boa Nova de Jesus Cristo.

Centro Social São José de Calasanz - Itaka Escolápios Serra:
O Centro atende anualmente mais de 150 crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social e conta com a colaboração de inúmeros voluntários, funcionários e parceiros.

domingo, 24 de agosto de 2014

Oração a São Bartolomeu

Glorioso São Bartolomeu, modelo sublime de virtude e puro frasco das graças do Senhor! Proteja este seu servo que humidamente se ajoelha a seus pés e implora que tenha a bondade de pedir por mim junto ao trono do Senhor.
São Bartolomeu, use todos os recursos para me proteger dos perigos que diariamente me rodeiam! Lance seu escudo protetor em minha volta e me proteja do meu egoísmo e de minha indiferença a Deus e ao meu vizinho.
São Bartolomeu , me inspire em imita-lo em todas as minhas ações. Derrame em mim suas graças para que eu possa servir e ver a Cristo nos outros e trabalhar para a Vossa maior gloria.
Graciosamente obtenha de Deus os favores e as graças que eu muito necessito, nas minha misérias e aflições da vida. Eu aqui invoco sua poderosa intercessão, confiante na esperança que ouvirás minhas orações e que obtenha para mim esta especial graça e favor que eu reclamo de seu poder e bondade fraternal, e com toda a minha alma imploro que me conceda a graça ...(mencionar aqui a graça desejada ), e ainda a graça da salvação de minha alma e para que eu viva e morra como filho de Deus, alcançando a doçura do Vosso amor e a eterna felicidade. Amem

São Bartolomeu

São Bartolomeu ou Natanael foi um dos 12 primeiros apóstolos de Cristo.

Nascido em Caná, a 14 quilômetros de Nazaré, na Galileia, foi apresentado a Jesus pelo apóstolo e seu maior amigo Filipe, sob uma figueira. Filho de Tholmai é também conhecido como Natanael, assim como Tomé, era um viajante e atuou em áreas como Índia, Armênia, Irã, Síria e por algum tempo na Grécia, com Filipe, especialmente na Frígia. Além dos evangelhos de João, Mateus, Marcos e Lucas, os Atos referem-se a ele como um dos Doze. Porém de suas atividades apostólicas não há notícias certas.
 Seu melhor amigo era Filipe e ambos eram viajantes. Foi o apóstolo Filipe que o apresentou ao Messias.

Até esse seu primeiro encontro com Jesus, Bartolomeu era cético e, às vezes, irônico com relação às coisas de Deus. Porém, depois de convertido, tornou-se um dos apóstolos mais ativos e presentes na vida pública de Jesus. Mas a melhor descrição que temos de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: "Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento".

Ele teve o privilégio de estar ao lado de Jesus durante quase toda a missão do Mestre na terra. Compartilhou seu cotidiano, presenciou seus milagres, ouviu seus ensinamentos, viu Cristo ressuscitado nas margens do lago de Tiberíades e, finalmente, assistiu sua ascensão ao céu.


Uma antiga tradição armênia afirma que ele foi para a Índia e lá pregou àquele povo a verdade do Senhor Jesus segundo o Evangelho de São Mateus. Depois que naquela região converteu muitos a Cristo, superando extremas dificuldades, passou para a Armênia Maior, onde converteu o rei Polímio, sua esposa e muitos outros homens, em mais de doze cidades.
Essas conversões, no entanto, provocaram uma enorme inveja dos sacerdotes locais, que, por meio do irmão do rei Polímio, conseguiram a ordem de tirar a sua pele e depois decapitá-lo. Era o dia 24 de agosto de 51.

sábado, 23 de agosto de 2014

Palavras de Santa Rosa de Lima, retiradas de seus escritos:

“O Salvador fez ouvir a sua voz e disse com incomparável majestade:
«Saibam todos que à tribulação, se segue a graça; reconheçam que, sem o peso das aflições, não se pode chegar à plenitude da graça; compreendam que com o aumento dos trabalhos cresce simultaneamente a medida dos carismas. Não se deixem enganar: esta é a única escada verdadeira do paraíso, e sem a cruz não há caminho por onde se possa subir ao céu»

(…)Ó, se os mortais conhecessem o que é a graça divina, como é bela, nobre e preciosa, quantas riquezas encerra, quantos tesouros, quantas alegrias e delícias em si contêm!

(…) Ninguém se queixaria da cruz nem dos sofrimentos que porventura lhe advêm, se conhecesse a balança em que são pesados para serem distribuídos pelos homens”

“Oh, que daria eu por anunciar o Evangelho! Atravessaria cidades pregando a penitência, com os pés descalços, o crucifixo na mão e o corpo envolvido num cilício espantoso. Caminharia durante a noite gritando: deixai as vossas iniquidades. Até quando sereis como rebanhos aturdidos diante dos demônios? Fugi dos castigos eternos; pensai que há só um instante entre a vida e o inferno”

No dia em que sua mãe a repreendeu por cuidar em sua casa dos pobres e doentes, Santa Rosa de Lima respondeu. "Quando servimos aos pobres e doentes, servimos Jesus, não devemos nos cansar de ajudar nossos semelhantes, porque neles servimos a Jesus”.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Porque celebramos hoje a Festa de Nossa Senhora Rainha

Até a reforma do calendário litúrgico a festividade deste dia (instituída em 1954 pelo Papa Pio XII) era celebrada em 31 de maio, como conclusão do mês mariano. No dia 22 de agosto celebrava-se a Coroação do Imaculado Coração de Maria. A escolha deste dia para celebrar a realeza de Maria – Oitavo dia da festa da Assunção – tem um particular significado: quis pôr em relevo a estreita ligação entre a Assunção e Glorificação de Nossa Senhora.

Na Bula Munificentissimus Deus, Pio XII, ao proclamar a Assunção da Santíssima Virgem, fala explicitamente da estreita relação que une o Filho e a Mãe; foi o amor filial de Jesus que quis glorificação corpórea da Mãe.

Por ser Mãe da Cabeça e dos membros do Corpo Místico, participa não somente da realeza de Jesus, mas também do fluxo vital e santificante do Redentor sobre a Igreja.

"O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus". Disse, então, Maria: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" Lc. 1,37-38.

Ainda Lucas, nos Atos dos apóstolos, coloca Maria no meio dos apóstolos, recolhida com eles em oração. Ela constitui o vínculo que mantém unidos ao Ressuscitado aqueles homens ainda não robustecidos pelos dons do Espírito Santo. Pois a sua extraordinária humildade e fé total na palavra do anjo, que fez descer sobre a Terra um Deus ainda mais humilde do que ela. E, através de suas virginais virtudes e pureza de coração, Maria ficou ainda mais próxima de seu Filho.

Maria é Rainha, porque é a Mãe de Jesus Cristo, o Rei. Ela é Rainha porque supera todas as criaturas em santidade. "Ela encerra em si toda a bondade das criaturas", diz Dante na Divina Comédia.

Nela veneramos os dons de graça extravasados do amor do Filho, dons que ela distribui régia e maternalmente à Igreja, aos filhos conquistados em virtude do seu amor.

Nossa Senhora Rainha

O Papa Pio XII, em 1954, publica encíclica dirigida aos membros do episcopado a respeito da Realeza de Maria, recorda que o povo cristão sempre se dirigiu à Rainha do céu nas circunstâncias felizes e sobretudo nos períodos  graves da história da Igreja.
                                                   
Antes de anunciar a sua decisão de instituir a festa litúrgica da “Santa Virgem Maria Rainha”, assinalou o Papa:  “Não queremos propor com isso ao povo cristão uma nova verdade e acreditar, porque o próprio título e os  argumentos que justificam a dignidade real de Maria já foram abundantemente formulados em todos os tempos e  encontram nos documentos antigos da Igreja e nos livros litúrgicos. Tencionamos apenas chamá-lo com esta encíclica a  renovar os louvores à nossa Mãe do céu, para reanimar em todos os espíritos uma devoção mais ardente e contribuir assim para o seu bem espiritual”
                                                   
Pio XII cita em seguida as palavras dos doutores e santos que desde a origem do Novo testamento até os nossos dias salientaram o caráter soberano, real, da Mãe de Deus, co-redentora: Santo Efrem, São Gregório de Naziano, Orígenes, Epifânio, Bispo de Constantinopla, São Germano, São João Damasceno, até Santo Afonso Maria de Ligório.
                                                   
Acentua o Santo Padre que o povo cristão através das idades, tanto no oriente quanto no ocidente, nas mais diversas liturgias, cantou os louvores de Maria, Rainha  dos Céus. 
                                                   
 “A iconografia, disse o Papa, para traduzir a dignidade real da bem-aventurada Virgem Maria, enriqueceu-se em todas as  épocas com obras de arte do maior valor. Ela chegou mesmo a  representar o divino Redentor cingindo a fronte de sua Mãe com uma coroa refulgente”.
                                                    
Na última parte do documento o Papa declara que tendo adquirido, após longas e maduras reflexões, a convicção de que decorrerão para a Igreja grandes vantagens dessa verdade solidamente demonstrada”, decreta e institui a  festa de Maria Rainha,  e ordena que nesse dia se renove a  consagração do gênero humano do Coração Imaculado na Bem-Aventurada Virgem Maria “porque nessa consagração repousa uma viva esperança de ver surgir uma era de felicidade que a paz cristã e  o triunfo da religião alegrarão”. 


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Frases de São Pio X

" Se os anjos pudessem ter inveja nos invejariam porque podemos comungar."

"Santa Teresinha do Menino Jesus - a maior santa de todos os tempos".

" Nos salmos há uma maravilhosa força para despertar nos corações o desejo de todas as virtudes."

São Pio X

Seu nome de batismo era José Melquior Sarto, oriundo de família humilde e numerosa, mas de vida no seguimento de Cristo. Nasceu numa pequena aldeia de Riese, na diocese de Treviso, no norte da Itália, no dia 2 de junho de 1835. Ele gostava de se definir como: "Um pobre pároco da roça."

Desde cedo, José demonstrava ser muito inteligente e, por causa disso, seus pais fizeram grande esforço para que ele estudasse. Todos os dias, durante quatro anos, o menino caminhava com os pés descalços por quilômetros a fio, tendo no bolso apenas um pedaço de pão para o almoço. E desde criança manifestou sua vontade de ser padre.

Quando seu pai faleceu, sua mãe, Margarida, uma camponesa corajosa e pia, não permitiu que ele abandonasse o caminho escolhido para auxiliar no sustento da casa. Ficou no seminário e, aos vinte e três anos, recebeu a ordenação sacerdotal com mérito nos estudos. Teve uma rápida ascensão dentro da Igreja. Primeiro, foi vice-vigário em uma pequena aldeia, depois vigário de uma importante paróquia, cônego da catedral de Treviso, bispo da diocese de Mântua, cardeal de Veneza e, após a morte do grande papa Leão XIII, foi eleito seu sucessor, com o nome de Pio X, em 1903.

No Vaticano, José Sarto continuou sua vida no rigor da simplicidade, modéstia e pobreza. Surpreendeu o mundo católico quando adotou como lema de seu pontificado "Restaurar as coisas em Cristo". 


Tal meta traduziu-se em vigilante atenção à vida interna da Igreja. Realizou algumas renovações dentro da Igreja, criando bibliotecas eclesiásticas e efetuando reformas nos seminários. Pelo grande amor que dispensava à música sagrada, renovou-a. Reformou, também, o breviário. 
Sua intensa devoção à eucaristia permitiu que os fiéis pudessem receber a comunhão diária, autorizando, também, que a primeira comunhão fosse ministrada às crianças a partir dos sete anos de idade. 
Instituiu o ensino do catecismo em todas as paróquias e para todas as idades, como caminho para recuperar a fé, e impôs-se fortemente contra o modernismo. 
Outra importante característica de sua personalidade era a bondade suave e radiante que todos notavam e sentiam na sua presença.

Pio X não foi apenas um teólogo. Foi um pastor dedicado e, sobretudo, extremamente devoto, que sentia satisfação em definir-se como "um simples pároco do campo". Ficou muito amargurado quando previu a Primeira Guerra Mundial e sentiu a impotência de nada poder fazer para que ela não acontecesse. Possuindo o dom da cura, ainda em vida intercedeu em vários milagres. Consta dos relatos que as pessoas doentes que tinham contato com ele se curavam. Discorrendo sobre tal fato, ele mesmo explicava como sendo "o poder das chaves de são Pedro". Quando alguém o chamava de "padre santo", ele corrigia sorrindo: "Não se diz santo, mas Sarto", numa alusão ao seu sobrenome de família.


"Nasci pobre, vivi pobre e desejo morrer pobre" : assim inicia o seu testamento.

No dia 20 de agosto de 1914, aos setenta e nove anos, Pio X morreu. O povo, de imediato, passou a venerá-lo como um santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente canonizado.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

São Bernardo atraía vocações

No ano de 1098 São Roberto fundara, num vale chamado Cister, um ramo reformado da famosa abadia de Cluny, já então em decadência. A severidade de sua regra foi afastando os candidatos, enquanto seus monges antigos iam morrendo. Santo Estevão Harding, sucessor de São Roberto, pensava em fechar definitivamente as portas da abadia, quando um dia trinta nobres cavaleiros apareceram, pedindo para entrar na Ordem.

Eram Bernardo com irmãos, um tio e amigos, que ele tinha convencido a acompanhá-lo. Mais tarde seriam seguidos pelo irmão mais novo e o próprio pai, enquanto a única irmã também se dedicaria a Deus, morrendo em odor de santidade.

Era tão intenso o dom de persuasão que possuía esse homem cheio do amor de Deus, que, ao pregar, as mulheres seguravam os maridos e as mães escondiam os filhos, por medo de que o seguissem.

O modo como Bernardo atraía vocações para Claraval era milagroso. Por exemplo, todo um grupo de nobres, que por curiosidade quiseram um dia conhecê-lo. Atuava como se fosse um poderoso ímã para atrair almas a Deus.

A atração mais estrondosa foi a de Henrique de França, irmão do Rei Luís VII. Esse príncipe foi a Claraval tratar de um importante assunto com São Bernardo. Quando ia sair, pediu para ver todos os monges, a fim de se recomendar às suas orações. Bernardo disse-lhe que logo experimentaria a eficácia dessas orações. No mesmo dia Henrique sentiu-se tão tocado pela graça que, esquecendo-se de que era então o sucessor da coroa, quis ficar em Claraval. Mais tarde foi Bispo de Beauvais, e depois Arcebispo de Reims.


Com isso Claraval cresceu tanto, que habitualmente seu número era de 600 a 700 monges.

Ave Maria! Ave Bernardo!


Nada mais suave para os ouvidos de Maria do que a voz de seus filhos, dirigindo-lhe a saudação angélica. Esta saudação faz estremecer-lhe o coração, como no dia da Anunciação.

O fato seguinte o prova com evidência, e se deu com São Bernardo, um dos mais ilustres servos de Maria.

No meio do século XII, existia nas florestas que separam as Flandres do Brabante uma ermida de religiosos beneditinos, célebre sob o nome de abadia de Afligem.

Bernardo, percorrendo a Alemanha para pregar a segunda Cruzada, foi descansar alguns dias no piedoso convento. Uma estátua de Maria estava no fundo do claustro, na grande galeria.

Com o divino filho nos braços, Maria parecia olhar com ternura para os religiosos que ali passavam. Bernardo dirigia-lhe a saudação angélica todas as vezes que passava diante dela:

— Ave, Maria! — dizia ele.

Um dia, ajoelhou-se aos pés da imagem, repetindo com efusão sua saudação favorita. No momento em que acabava de dizer “Ave, Maria!”, da imagem Maria respondeu:

— Ave, Bernardo! — Eu te saúdo, ó Bernardo!

É impossível descrever a impressão que estas palavras produziram nos circunstantes, e em particular na alma de Bernardo.

Estremeceu, como Santa Isabel no dia da Visitação, quando Maria a saudou: “E donde me vem esta felicidade — exclamou Isabel — que a mãe de meu Senhor se digne visitar-me?” (São Lucas, 1,43).

Lembrai-vos

Lembrai- vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenham recorrido à vossa proteção, implorado o vosso socorro, fosse por vós desamparado.
Animado eu pois com igual confiança, a vós recorro como minha Mãe, ó Virgem entre todas singular, e de vós me valho. Gemendo sob o peso dos meus pecados me prostro a vossos pés. Não rejeiteis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus Humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia e de alcançar-me o que vos rogo. Amém.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Frases de São João Eudes

“Quem vê Jesus vê Maria, quem ama Jesus, ama Maria!”

“O Sacerdote é Jesus Cristo Caminhando na terra.”

“Nada desejo pessoalmente,
mas se Deus me exigisse expressar meu querer,
escolheria seguir vivendo indefinidamente,
para ajudar a salvar as almas”.    

“Entregai-vos a Jesus para entrar na imensidade do seu grande Coração, que contém o coração de sua santa Mãe e de todos os santos, e para perder-vos nesse abismo de amor, de caridade, de misericórdia, de humildade, de pureza, de paciência, de submissão e de santidade”


“Três coisas se requerem para que haja misericórdia. A primeira é ter compaixão da miséria do outro, pois misericordioso é quem leva em seu coração as misérias dos miseráveis. A segunda consiste em ter uma vontade decidida de socorrê-los em suas misérias. A terceira é passar da vontade à ação”.  

São João Eudes

João Eudes nasceu, em 14 de novembro de 1601, na pequena vila de Ri, próxima de Argentan, no norte da França. Era o primogênito de Isaac e Marta, que tiveram sete filhos. Cresceu num clima familiar profundamente religioso. 
 
Inicialmente, estudou no Colégio Real de "Dumont", em Caen, dos padres jesuítas. Nos intervalos das aulas, costumava ir à capela rezar, deixando as brincadeiras para o segundo plano. Na adolescência, por sua grande devoção a Maria, secretamente consagrou-se a ela. Depois, sentindo sua vocação religiosa, foi aconselhado a terminar os estudos antes de ordenar-se sacerdote. 
 
Em 1623, com o consentimento dos pais, foi para Paris, onde ingressou na Congregação do Oratório, sendo recebido pelo próprio fundador, o cardeal Pedro de Bérulle. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo. Pleno do carisma dos oratorianos, centrados no amor a Cristo, e de sua especial devoção a Maria, passou ao ministério de pregação entre o povo. Visitou vilas e cidades de Ile de França, Bolonha, Bretanha e da sua própria região de origem, a Normandia. 
 
Nessa última, quando, em 1627, ocorreu a epidemia da peste, João percorreu quase todas, principalmente as vilas mais distantes e esquecidas. Como sensível pregador, levou a Palavra de Cristo, dando assistência aos doentes e suas famílias. Nunca temeu o contágio. Costumava dizer, em tom de brincadeira:
“Desta carcassa até a peste tinha medo”.

Mas temia pela integridade daqueles que viviam à sua volta, que, ao seu contato, poderiam ser contagiados. Por isso não entrava em casa e à noite dormia dentro de um velho barril abandonado ao lado do paiol.

Inconformado com o contexto social que evoluía perigosamente, no qual as elites dos intelectuais valorizavam a razão e desprezavam a fé, João Eudes, sabendo interpretar esses sinais dos tempos, fundou, em 1643, a Congregação de Jesus e Maria com um grupo de sacerdotes de Caen que se uniram a ele. A missão dos eudianos é a formação espiritual e doutrinal dos padres e seminaristas e a pregação evangélica inserida nas necessidades espirituais e materiais do povo. Além de difundir, por meio dessas missões, a devoção aos sagrados corações de Jesus e Maria. 
 
Seguindo esse pensamento, também fundou a Congregação Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, para atender às jovens que de desviavam pelos caminhos da vida e às crianças abandonadas. A Ordem deu origem, no século XIX, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como as Irmãs do Bom Pastor. 
 
Com os seus missionários, João dedicou-se à pregação de missões populares, num ritmo de trabalho simplesmente espantoso. As regiões atingidas pelo esforço dos seus missionários foram aquelas que mais resistiram ao vendaval anti-religioso da Revolução Francesa. 
 
Coube a João Eudes a glória de ter sido o precursor do culto da devoção dos sagrados corações de Jesus e de Maria. Para isso, ele próprio compôs missas e ofícios, festejando, pela primeira vez, com um culto litúrgico do Coração de Maria em 1648, e do Coração de Jesus em 1672. Hoje, essas venerações fazem parte do calendário da Igreja. 
 
Morreu em Caen, norte da França, no dia 19 de agosto de 1680, deixando uma obra escrita de grande valor teológico pela clareza e profundidade.

domingo, 17 de agosto de 2014

Clara tem Jesus Crucificado dentro do coração

Clara teve também a visão de Jesus vestido como um peregrino pobre. Seu rosto arrasado pelo peso da cruz e seu corpo mostrando os sinais de um caminho duro carregando a cruz. Clara estava de joelhos tratando de evitar que Ele continuasse caminhando, e lhe perguntando "Senhor, aonde vai?"; Jesus lhe respondeu: " procurei no mundo inteiro por um lugar forte onde plantar firmemente esta Cruz, e não encontrei nenhum". Clara o olha e toca a cruz, mostrando ao Senhor o desejo de tantos anos de compartilhar sua cruz. O rosto de Jesus já não estava exausto, mas brilhando de amor e de gozo. Sua viagem tinha terminado. Ele lhe diz: "Sim Clara, aqui encontrei um lugar para minha cruz; ao fim encontro alguém a quem posso confiar minha cruz", e a implantou em seu coração. A intensa dor que sentiu em todo seu corpo, ao receber a Cruz de Jesus em seu coração, permaneceu com ela. Desde esse primeiro momento, sempre esteve consciente da cruz, que não somente sentia mas sim a sentia com cada fibra de seu ser. Era parte dela, seu Amor Jesus e ela era um em sua Cruz.

Após a sua morte, as freiras imediatamente prepararam o corpo de Clara para que todos pudessem vê-la. Primeiro lhe tiraram o coração e o puseram em um caixa florida de madeira. A Missa funeral foi celebrada em 18 de Agosto. Nessa noite, as irmãs abriram o coração de Clara para prepará-lo e pô-lo em um relicário, para seu assombro, as palavras de Clara se fizeram vida;
"Porque me fazem o sinal da Cruz?. Eu tenho Jesus crucificado em meu coração". 

Diante delas estavam as marcas da Paixão de Jesus.
Dentro do coração estava a forma perfeita de Jesus Crucificado, ainda a coroa de espinhos na cabeça e a ferida da lança no lado. Além disso, feitos de ligamentos ou tendões, os flagelos usados na flagelação, com as pontas mostrando as bolas de metal com os ossos para rasgar a carne e os ossos do Senhor. 

A notícia deste milagre se propagou imediatamente.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Solenidade da Assunção da Virgem Maria

A Assunção de Nossa Senhora foi transmitida pela tradição escrita e oral da Igreja. Ela não
se encontra explicitamente na Sagrada Escritura, mas está implícita.   

Analisemos o fato, segundo é contato pelos primeiros cristãos e transmitido pelos séculos, mas sem comprovação histórica.

Na ocasião de Pentecostes, Maria Santíssima tinha mais ou menos 47 anos de idade. Depois desse fato, permaneceu Ela ainda 25 anos na terra, para educar e formar, por assim dizer, a Igreja nascente, como outrora ela educara, protegera, e dirigira a infância do Filho de Deus. 
Ela terminou sua "carreira mortal" na idade de 72 anos, conforme a opinião mais comum. 

A morte de Nossa Senhora foi suave, chamada de "dormição". 

Quis Nosso Senhor dar esta suprema consolação à sua Mãe Santíssima e aos seus apóstolos e discípulos que assistiram a "dormição" de Nossa Senhora, entre os quais se sobressai S. Dionísio Aeropagita, discípulo de s. Paulo e primeiro Bispo de Paris, o qual nos conservou a narração desse fato. 

Diversos Santos Padres da Igreja contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados para Jerusalém na noite que precedera o desenlace da Bem-aventurada Virgem Maria. 

S. João Damasceno, um dos mais ilustres doutores da Igreja Oriental, refere que os fiéis de Jerusalém, ao terem notícia do falecimento de sua Mãe querida, como a chamavam, vieram em multidão prestar-lhe as últimas homenagens e que logo se multiplicaram os milagres em redor da relíquia sagrada de seu corpo. 

Três dias depois chegou o Apóstolo S. Tomé, que a Providência divina parecia ter afastado, para melhor manifestar a glória de Nossa Senhora, como dele já se servira para manifestar o fato da ressurreição de Nosso Senhor. 

S. Tomé pediu para ver o corpo de Nossa Senhora. 
Quando retiraram a pedra, o corpo já não mais se encontrava. 
Do túmulo se exalava um perfume de suavidade celestial! 

Como o seu Filho e pela virtude de seu Filho, a Virgem Santa ressuscitara ao terceiro dia. Os anjos retiraram o seu corpo imaculado e o transportaram ao céu, onde ele goza de uma glória inefável. 

Estas são as antigas tradições da Igreja sobre o mistério da Assunção da Mãe de Deus, encontradas nos escritos dos Santos Padres e Doutores da Igreja, dos primeiros séculos, e relatadas no Concílio geral de Calcedônia, em 451. 

Como Nossa Senhora era isenta do 'pecado original', ela estava imune à sentença de morte (conseqüência da expulsão do paraíso terrestre). Todavia, por não ter acesso à "árvore da vida" (que ficava no paraíso terrestre), Maria Santíssima teria que passar por uma "morte suave" ou uma "dormição". 

Por um privilégio especial de Deus, acredita-se que Nossa Senhora não precisaria morrer se assim o desejasse, ainda que não tivesse acesso à "árvore da vida". 

Tudo isso, é claro, ainda poderá ser melhor explicado com o tempo, quando a Igreja for explicitando certos mistérios relativos à Santíssima Virgem Maria que até hoje permanecem. 

Muito pouco ainda descobrimos sobre a grandeza de Nossa Senhora, como bem disse S. Luiz Maria G. de Montfort em seu livro "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem". 

O DOGMA
A verdade desta glorificação única e completa da Santíssima Virgem foi definida solenemente como dogma de Fé pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, com estas belas palavras:
"Depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a luz do Espírito de verdade, para a glória de Deus onipotente que à Virgem Maria concedeu sua especial benevolência, para a honra de seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória de sua augusta Mãe e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Bem-aventurados Apóstolos São Pedro e São Paulo e com a Nossa, pronunciamos, declaramos e definimos que: A Imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial".