segunda-feira, 15 de outubro de 2018

15 de outubro - Beato Narciso Basté Basté


Narciso Basté Basté nasceu em San Andrés de Palomar, Barcelona, Espanha, aos 16 de dezembro de 1866. Na paróquia do Sagrado Coração de Jesus, ingressou na Congregação Mariana da Imaculada Conceição e São Luiz Gonzaga. Nela, conhece a Espiritualidade Inaciana, que o deixou impressionado.

Foi aluno do curso de Direito da Universidade de Barcelona, onde se formou em 1890. Neste mesmo ano, com 24 anos, ingressa na Companhia de Jesus. Em 1899, é ordenado sacerdote e realiza sua profissão perpétua em 1901.

Foi destinado por seus superiores à Casa Professa de Valência, onde residiu de outubro de 1901 até a dissolução da Companhia na Espanha, em janeiro de 1932. Foi o diretor espiritual da Congregação Mariana de Nossa Senhora dos Anjos e São Luiz Gonzaga, do Patronato de Menores de Valência, a mais numerosa Congregação Mariana da cidade.

Com dedicação e afinco, desempenhou seu ministério e esteve à frente da Direção do Patronato da Juventude Operária, que fazia grande bem entre os garotos trabalhadores da capital. Foi o pioneiro da intervenção socioeducativa, e por iniciativa sua foram feitas as primeiras colônias escolares em Valência (1906) a Casa dos Operários (1908) e a fundação do time de futebol Ginástico Patronato (1909) além de Academias, autos de Natal, saraus literários, excursões, aulas ao ar livre, etc.

Escreveu quatro livros: “Patronato de jovens operários” (1924) “Vida e Milagres da Santíssima Virgem de Puig” (1929) “Catecismo de Apologética” (1935) e “A Verdadeira Religião” (1935).

O decreto de dissolução da Companhia de Jesus em 24 de janeiro de 1932 o tirou do Patronato e lhe forçou a se refugiar em casas de amigos, sobretudo durante a perseguição religiosas da Guerra Civil em Valença. Foi detido várias vezes, mas o salvaram seus amigos alunos do Patronato, pedindo por sua libertação. “Sou advogado e sacerdote jesuíta”, reclamava.

Finalmente, preso pela quinta vez, em poucas horas era fuzilado. Morreu em 15 de outubro de 1936, assassinado pelas milícias no Picadeiro de Paterna.

O Santo Padre, São João Paulo II, em sua homilia de beatificação dos mártires valencianos nos explica a transfiguração em Cristo:

"O Senhor Jesus Cristo... transformará o nosso corpo miserável, tornando-o conforme ao Seu corpo glorioso" (Fl 3, 21). Estas palavras de São Paulo que acabamos de escutar na segunda leitura da liturgia de hoje, recordam-nos que a nossa pátria verdadeira está no céu e que Jesus transfigurará o nosso corpo mortal num corpo glorioso como o Seu. (…) como são transfigurados os homens e as mulheres? A resposta é sublime: são os que seguem Cristo na sua vida e na sua morte, que se inspiram n'Ele e se deixam inundar pela graça que Ele nos dá; são aqueles, cujo alimento é cumprir a vontade do Pai; os que se deixam guiar pelo Espírito; os que nada antepõem ao Reino de Cristo; os que amam o próximo até derramar por ele o seu sangue; os que estão dispostos a oferecer tudo sem nada exigir em troca; os que em poucas palavras vivem amando e morrem perdoando. 

Assim viveram e morreram José Aparício Sanz e os seus duzentos e trinta e dois companheiros, assassinados durante a terrível perseguição religiosa que atormentou a Espanha nos anos trinta do século passado. Eram homens e mulheres de todas as idades e condições: sacerdotes diocesanos, religiosos, religiosas, pais e mães de família, e jovens leigos. Foram assassinados porque eram cristãos, devido à sua fé em Cristo, por serem membros ativos da Igreja. Todos eles, segundo o que consta dos processos canônicos para a sua declaração como mártires, antes de morrer perdoaram sinceramente os seus algozes.”

O beato Narciso Bastié foi um sacerdote jesuíta que foi bem conhecido por milhares de jovens que estiveram perto dele no Patronato da Juventude Operária antes da Guerra Civil Espanhola. Somente alguns idosos se lembravam dele até que São João Paulo II o elevou aos altares no processo de beatificação dos mártires valencianos do século XX, em 11 de março de 2001.

Como dizia o doutor Herrer, “o padre Bastié não necessitava do martírio para ser beatificado, pois já em vida tinha a fama de santidade”.

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