O trecho de hoje é
aquele de Marta e Maria. Quem são estas duas mulheres? Marta e Maria, irmãs de
Lázaro, são parentes e fiéis discípulas do Senhor, que moravam em Betânia. São
Lucas as descreve deste modo: Maria, aos pés de Jesus, “escutava a sua palavra”,
enquanto Marta estava ocupada em muitos trabalhos. Ambas oferecem acolhimento
ao Senhor que passava, mas o fazem de maneira diferente. Maria se coloca aos
pés de Jesus, em escuta, Marta ao invés se deixa absorver pelas coisas que
precisava preparar, e é assim ocupada em dirigir-se a Jesus dizendo: “Senhor,
não se importa nada que minha irmã me deixe sozinha no serviço? Diga a ela que
me ajude”. E Jesus a responde reprovando-a com doçura: “Marta, Marta, você se
preocupa e se agita por muitas coisas, mas uma coisa… só é necessária”.
O que Jesus quer
dizer? Qual é esta coisa só de que precisamos? Antes de tudo é importante
entender que não se trata da contraposição entre duas atitudes: a escuta da
palavra do Senhor, a contemplação, e o serviço concreto ao próximo. Não são
duas atitudes contrapostas, mas, ao contrário, são dois aspectos ambos
essenciais para nossa vida cristã; aspectos que não se separam jamais, mas
vividos em profunda harmonia. Mas então por que Marta recebe a reprovação,
apesar de feita com doçura? Porque considerou essencial só o que estava
fazendo, era isto é absorvida demais e preocupada pelas coisas a “fazer”. Em um
cristão, as obras de serviço e de caridade não são jamais separadas pela fonte
principal de cada nossa ação: isto é, a escuta da Palavra do Senhor, o estar –
como Maria – aos pés de Jesus, na atitude do discípulo. E por isto Marta é
reprovada.
Também em nossa
vida cristã, oração e ação sejam sempre profundamente unidas. Uma oração que
não leva à ação concreta em direção ao irmão pobre, enfermo, necessitado de
ajuda, o irmão em dificuldade, é uma oração estéril e incompleta. Mas, ao mesmo
modo, quando no serviço eclesial se está atento só ao fazer, se dá mais peso às
coisas, às funções, às estruturas, e se esquece da centralidade de Cristo, não
se reserva tempo para o diálogo com Ele na oração, se arrisca servir a si mesmo
e não Deus presente no irmão necessitado.
Papa Francisco – 21 de
julho de 2013
Hoje
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