terça-feira, 31 de março de 2020

31 de março - Por isso, Jesus continuou: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. Jo 8,28


Que a palavra de Deus nos ensine hoje este caminho: olhar para o crucifixo. Sobretudo no momento em que, como o povo de Deus, nos cansamos da viagem da vida.
O povo protestava contra Deus e Moisés: Por que nos fizestes sair do Egito, para nos deixar morrer no deserto? Pois não há pão nem água e estamos enjoados desta comida tão ligeira! Parece até que queriam um cozinheiro que lhes preparasse algo saboroso. E esta, não é uma ilusão: isto acontece com todos nós, quando queremos seguir o Senhor mas nos cansamos.
Em tudo isto, o que é pior? Que o povo falou mal de Deus. Moisés julgava que falassem mal só dele, mas Deus disse-lhes claramente: “Não erres: não é contra ti, mas contra mim!”. E aqui é introduzida a figura das serpentes, porque falar mal de Deus é envenenar a própria alma: “Este Deus deixou-me só”; talvez não o digamos, mas sentimo-lo: “não me ajuda... tantas provações... este caminho árido, tudo está errado...”. Assim chegam a desilusão do Deus que nos prometeu tanto e a falta de perseverança no caminho: “Paro aqui” — “Mas que farás aqui?” — “Não sei, se eu puder volto, caso contrário, fico...”. O coração deprimido, envenenado. Com efeito, as serpentes são precisamente o símbolo do envenenamento, da falta de constância no seguimento do caminho do Senhor».
Eis, então, que Moisés intercede: “Senhor, que fazemos com este povo?”. E o Senhor diz-lhe: “Faz uma serpente...”.

Dado que esta serpente curava todos aqueles que tinham sido mordidos, atacados pelas serpentes, por ter falado mal de Deus, ele era profético: era a figura de Cristo na cruz. O próprio Jesus diz isto no Evangelho: Quando elevardes o Filho do Homem, sabereis quem sou. Portanto, o crucifixo erguido com a serpente. Eis a chave da nossa salvação, a chave da nossa paciência no caminho da vida, a chave para superar os nossos desertos: olhar para o crucifixo. Fitar Cristo crucificado.

Papa Francisco – 20 de março de 2018

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