A Eucaristia é também
o grande sacramento que significa e realiza a unidade da Igreja,
celebrando-se para que, de estranhos, dispersos e indiferentes uns aos outros,
nos tornemos unidos, iguais e amigos. Quem preside à Eucaristia deve ter a
peito a comunhão, que, longe de ser uma unidade empobrecida, acolhe a múltipla
riqueza de dons e carismas que o Espírito derrama na comunidade.
Ora a
Eucaristia, como fonte e cume, exige que se desenvolva esta riqueza multiforme.
São necessários sacerdotes, mas isto não exclui que ordinariamente os diáconos
permanentes – deveriam ser muitos mais na Amazônia –, as religiosas e os
próprios leigos assumam responsabilidades importantes em ordem ao crescimento
das comunidades e maturem no exercício de tais funções, graças a um adequado
acompanhamento.
Portanto não se trata
apenas de facilitar uma presença maior de ministros ordenados que possam
celebrar a Eucaristia. Isto seria um objetivo muito limitado, se não
procurássemos também suscitar uma nova vida nas comunidades. Precisamos de
promover o encontro com a Palavra e o amadurecimento na santidade por meio de
vários serviços laicais, que supõem um processo de maturação – bíblica,
doutrinal, espiritual e prática – e distintos percursos de formação permanente.
Uma Igreja de rostos
amazônicos requer a presença estável de responsáveis leigos, maduros e dotados
de autoridade, que conheçam as línguas, as culturas, a experiência espiritual e
o modo de viver em comunidade de cada lugar, ao mesmo tempo que deixem espaço à
multiplicidade dos dons que o Espírito Santo semeia em todos. Com efeito, onde
houver uma necessidade peculiar, Ele já infundiu carismas que permitam dar-lhe
resposta. Isto requer na Igreja capacidade para abrir estradas à audácia do
Espírito, confiar e concretamente permitir o desenvolvimento duma cultura
eclesial própria, marcadamente laical. Os desafios da Amazônia exigem da
Igreja um esforço especial para conseguir uma presença capilar que só é
possível com um incisivo protagonismo dos leigos.
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