A liturgia nos propõe a parábola dos
vinhateiros, aos quais o dono confiou a vinha que tinha plantado e depois
deixou o país. Deste modo, é posta à prova a lealdade destes vinhateiros: a
vinha foi confiada a eles, que devem cuidar dela, fazê-la frutificar e entregar
ao dono a colheita. Quando chegou o tempo da colheita, o dono enviou os seus
servos aos lavradores para recolher o produto da sua vinha. Mas os lavradores
assumem uma atitude possessiva: não se consideram simples administradores, mas
proprietários, e recusam-se a entregar a colheita. Maltratam os servos, a ponto
de os matar. O dono mostrou-se paciente com eles: enviou outros servos, mas o
resultado foi o mesmo. Enfim, com paciência, decide enviar o próprio filho;
porém, aqueles lavradores, matam também o filho pensando que assim receberiam a
sua herança.
Esta é uma
história que nos pertence: fala da aliança que Deus quis estabelecer com a
humanidade e na qual convidou também nós a participar. Contudo, esta história
de aliança, como qualquer história de amor, tem os seus momentos positivos, mas
está marcada também por traições e rejeições. Para fazer compreender como Deus
Pai responde às rejeições que se opõem ao seu amor e à sua proposta de aliança,
o trecho evangélico põe nos lábios do dono da vinha uma pergunta: Pois bem,
quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores? Esta
interrogação sublinha que a desilusão de Deus pelo comportamento malvado dos
homens não é a última palavra! Nisso consiste a grande novidade do
Cristianismo: um Deus que, mesmo desiludido pelos nossos erros e pelos nossos
pecados, não falta à sua palavra, não para e sobretudo não se vinga!
Irmãos e
irmãs, Deus não se vinga! Deus ama, não se vinga, espera para nos perdoar, para
nos abraçar. Mediante situações de debilidade e de pecado, Deus continua a pôr
em circulação o vinho novo da sua vinha, ou seja, a misericórdia; este é o
vinho novo da vinha do Senhor: a misericórdia. Há um único impedimento perante
a vontade tenaz e terna de Deus: a nossa arrogância e a nossa presunção que,
por vezes, se torna violência!
Papa Francisco – 08 de outubro
de 2017
Hoje celebramos:
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