sexta-feira, 13 de março de 2020

13 de março - Pois bem, quando o dono da vinha voltar, que fará com esses vinhateiros? Mt 21,39


A liturgia nos propõe a parábola dos vinhateiros, aos quais o dono confiou a vinha que tinha plantado e depois deixou o país. Deste modo, é posta à prova a lealdade destes vinhateiros: a vinha foi confiada a eles, que devem cuidar dela, fazê-la frutificar e entregar ao dono a colheita. Quando chegou o tempo da colheita, o dono enviou os seus servos aos lavradores para recolher o produto da sua vinha. Mas os lavradores assumem uma atitude possessiva: não se consideram simples administradores, mas proprietários, e recusam-se a entregar a colheita. Maltratam os servos, a ponto de os matar. O dono mostrou-se paciente com eles: enviou outros servos, mas o resultado foi o mesmo. Enfim, com paciência, decide enviar o próprio filho; porém, aqueles lavradores, matam também o filho pensando que assim receberiam a sua herança.

Esta é uma história que nos pertence: fala da aliança que Deus quis estabelecer com a humanidade e na qual convidou também nós a participar. Contudo, esta história de aliança, como qualquer história de amor, tem os seus momentos positivos, mas está marcada também por traições e rejeições. Para fazer compreender como Deus Pai responde às rejeições que se opõem ao seu amor e à sua proposta de aliança, o trecho evangélico põe nos lábios do dono da vinha uma pergunta: Pois bem, quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores? Esta interrogação sublinha que a desilusão de Deus pelo comportamento malvado dos homens não é a última palavra! Nisso consiste a grande novidade do Cristianismo: um Deus que, mesmo desiludido pelos nossos erros e pelos nossos pecados, não falta à sua palavra, não para e sobretudo não se vinga!

Irmãos e irmãs, Deus não se vinga! Deus ama, não se vinga, espera para nos perdoar, para nos abraçar. Mediante situações de debilidade e de pecado, Deus continua a pôr em circulação o vinho novo da sua vinha, ou seja, a misericórdia; este é o vinho novo da vinha do Senhor: a misericórdia. Há um único impedimento perante a vontade tenaz e terna de Deus: a nossa arrogância e a nossa presunção que, por vezes, se torna violência!

Papa Francisco – 08 de outubro de 2017

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