segunda-feira, 16 de março de 2020

16 de março - Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. Lc 4,24


Jesus, no Evangelho de hoje nos fala que nenhum profeta é bem aceito pelo seu povo, que o viu crescer. Com efeito, depois de Jesus, com quase trinta anos, ter deixado Nazaré e já há algum tempo pregava e fazia curas noutras partes, regressou uma vez à sua terra e pôs-se a ensinar na sinagoga. Os seus concidadãos ficaram admirados pela sua sabedoria e, conhecendo-o como o filho de Maria, o carpinteiro que viveu no meio deles, em vez de o receber com fé ficaram escandalizados com Ele. Este fato é compreensível, porque a familiaridade a nível humano torna difícil ir além e abrir-se à dimensão divina. Eles têm dificuldade de acreditar que este Filho de um carpinteiro seja Filho de Deus.

O próprio Jesus dá como exemplo a experiência dos profetas de Israel, que precisamente na sua pátria tinham sido objeto de desprezo, e identifica-se com eles. Devido a este fechamento espiritual, Jesus não pôde realizar em Nazaré milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. Com efeito, os milagres de Cristo não são uma exibição de poder, mas sinais de amor de Deus, que se realiza onde encontra a fé do homem na reciprocidade. Escreve Orígenes: Do mesmo modo que para os corpos existe uma atração natural da parte de uns para com os outros, como o ferro atrai o imã... também tal fé exerce uma atração sobre o poder divino.

Papa Bento XVI – 08 de julho de 2012

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