O ensinamento de Jesus, no evangelho de hoje,
começa por uma notícia que Lhe é dada: o caso de vários galileus massacrados
por Pilatos, enquanto ofereciam um sacrifício no Templo.
A resposta de Jesus, leva-nos a pressupor um
juízo condescendente em relação às vítimas, como se estas merecessem morrer
dessa forma tão violenta, no momento sagrado da adoração a Deus; como se a
brutalidade dos romanos fosse um juízo de Deus contra aqueles que tinham sido
mortos.
Jesus tira uma lição daquele triste episódio: a
ninguém é permitido interpretar o sofrimento, a doença, os acidentes e as
tragédias dos outros como castigo divino pelos pecados cometidos, mas cada um
deve considerar os seus próprios pecados como a pior desgraça e tentar
converter-se com sincero arrependimento.
A ninguém foi dada autoridade para julgar e
dividir as pessoas, classificando-as como “boas” ou “más”. Só o Senhor conhece
toda a verdade dos nossos corações.
Mal a notícia Lhe é comunicada, Jesus rejeita
imediatamente a leitura segundo a qual haveria uma ligação causal entre a morte
violenta e a enormidade do pecado. Jesus quer sublinhar que os incidentes não
revelam necessariamente a gravidade de algum pecado escondido da pessoa que
deles é vítima, mas são como que advertências, recordando-nos que a morte pode
bater sempre à nossa porta, e sobretudo quando menos o esperamos.
Daí a tomada de consciência de que cada um deve
despertar para a necessidade e a urgência da conversão interior, que deve ser
aceite e posta em prática antes que seja tarde demais. É por isso que Jesus,
rejeitando a ideia de que os judeus massacrados por Pilatos e as dezoito
pessoas esmagadas pelo desmoronamento da torre de Siloé possam ser considerados
mais pecadores do que os outros, prossegue o seu discurso dando a entender que
se aqueles que O escutam não se converterem, poderão perecer do mesmo modo.
Converter-se, não porque o seu arrependimento
os protegeria da morte, mas porque a conversão dispõe bem a pessoa, tanto
espiritual como humanamente, para o encontro com o Senhor da vida, em total paz
e serenidade de coração. Se a conversão pode libertar da morte, é da morte
eterna, e não já do desaparecimento físico.
Hoje celebramos:
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