“Desde o dia da minha eleição para Bispo
de Roma, a 16 de Outubro de 1978, ressoou no meu coração com particular
intensidade e urgência o mandamento de Jesus: "Ide pelo mundo
inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura" (Mc 16, 15).
Por conseguinte, senti o dever de imitar
o apóstolo Pedro "que andava por toda a parte" (At 9, 32),
para confirmar e consolidar a vitalidade da Igreja na fidelidade à Palavra e no
serviço à verdade; para dizer a todos que Deus os ama, que a Igreja os ama, que
o Papa os ama; e para receber deles, também, o encorajamento e o exemplo da sua
bondade, da sua fé".
Também através das viagens apostólicas,
se manifestou uma prática específica do ministério que é próprio do Sucessor de
Pedro, como "princípio e fundamento perpétuo e visível da fé e da comunhão”.
Em todas estas viagens me senti
peregrino em visita àquele particular santuário que é o povo de Deus. Nesse
santuário pude contemplar o rosto de Cristo cada vez mais desfigurado na cruz
ou resplandecente de luz como na manhã de Páscoa.
Pude partilhar com os Irmãos os seus
problemas e anseios pastorais. As diversas categorias de fiéis com os quais
sempre quis reunir-me permitiram-me conhecer mais de perto a vida das
comunidades cristãs nos vários continentes, as suas expectativas, dificuldades,
sofrimentos e alegrias. Nunca esqueci os jovens, "esperança da Igreja e do
Papa": nos seus rostos alegres e pensativos vi uma geração pronta a
colocar-se com generosidade no seguimento de Cristo e a construir a civilização
do amor.
As grandes assembleias multicolores do
povo de Deus, reunidas para a celebração da Eucaristia, permanecem impressas na
minha memória e no meu coração como a recordação mais nobre e comovedora das
minhas visitas. Em profunda sintonia com elas repeti a profissão de fé de
Pedro: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,
16).
Movido pela convicção de que "o
homem é o primeiro e fundamental caminho da Igreja", quis depois
encontrar-me com os irmãos das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, assim
como com os fiéis do Judaísmo, do Islã e das outras religiões, para reafirmar
com convicção tanto o compromisso concreto da Igreja Católica para a
reconstrução da unidade plena entre os cristãos, como a sua abertura ao diálogo
e à colaboração com todos para a edificação de um mundo melhor.
Vejo diante de mim, neste momento, os
numerosos encontros vividos e todos os participantes: desejaria abraçar
mais uma vez a todos, confirmar-lhes o amor e a oração do Papa, convidar a
todos de novo a "abrir de par em par as portas a Cristo"!"
Papa João Paulo II – 12
de junho de 2003
Desde a primeira viagem apostólica do
Pontificado, à América Latina, de 25 de janeiro a 1° de fevereiro de 1979, à
viagem mais longa, à Ásia e Oceania, em 1986, até a peregrinação jubilar à
Terra Santa de 2000 e à última viagem, aos pés de Nossa Senhora de Lourdes, em
agosto de 2004, o Papa João Paulo II foi o papa quem fez mais viagens, somando
129 países, contabilizando mais de 1,7 milhões de quilômetros viajados,
percorridos de avião, carro, navio e ferry boat. Ele consistentemente
atraía grandes multidões em suas viagens, algumas contando entre as maiores já
reunidas na história, como a do Jornada Mundial da Juventude de 1995,
em Manila, nas Filipinas, que reuniu cerca de 5 milhões de pessoas,
considerada uma das maiores reuniões de católicos já ocorrida. Estima-se que em
seu pontificado 400 milhões de pessoas o viram em Roma ou durante suas viagens.
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