O Evangelho de Lucas faz-nos contemplar, mais
uma vez, um obstáculo à difusão da palavra viva e enérgica do Mestre: trata-se
do apego desmedido às tradições por parte dos fariseus, atitude que os impede
de apreender o alcance salvífico universal da presença e dos atos de Jesus.
Enquanto Jesus ensina as multidões, um fariseu
convida-O para jantar. Ser admitido à mesma mesa é um gesto que demonstra não
só acolhimento, mas também estima e aprovação. Entre dois comensais não pode
haver barreiras, mas apenas familiaridade e intimidade.
Jesus aceita o convite do fariseu, tal como
aceita o dos publicanos, e senta-Se à mesa; contudo, escandaliza aquele que O
convidou porque ignora a práxis das abluções que os fariseus costumavam fazer
antes das refeições. A relação de Jesus com os fariseus, na realidade,
revela-se sempre muito difícil.
As tradições, os usos e os costumes, quando são
impostos e observados de modo inflexível, afastam da sua finalidade secundária
e instrumental de educar para o bem e para o amor o coração débil e
influenciável do homem. Tornam-se, pelo contrário, verdadeiras barreiras de
separação e de contraposição. Só a recuperação da conversão ao diálogo amoroso
com Cristo, que não tem medo de superar barreiras, preceitos estéreis e
tradições vazias, pode gerar vida e novas relações de comunhão, no interior das
quais a própria lei e os preceitos podem ajudar a viver bem e de modo ordenado
a novidade da salvação.
Da exterioridade da preservação passa-se para a
interioridade do coração enamorado de Deus, unido a Cristo, que não tem medo de
arriscar nada, nem sequer a própria vida, para permanecer sempre em comunhão
com Ele, para convidar qualquer um para esse banquete de vida e de alegria.
Hoje celebramos:
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