quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

03 de janeiro - São Ciríaco Elias Chavaro


Hoje a Igreja põe à nossa frente modelos como os novos Santos que, precisamente mediante as obras de uma generosa dedicação a Deus e aos irmãos, serviram, cada um no seu âmbito, o reino de Deus e dele se tornaram herdeiros. Cada um deles respondeu com extraordinária criatividade ao mandamento do amor de Deus e do próximo. Dedicaram-se incansavelmente ao serviço dos últimos, assistindo indigentes, doentes, idosos e peregrinos. A sua predileção pelos pequeninos e pelos pobres era o reflexo e a medida do amor incondicional a Deus. Com efeito, procuraram e descobriram a caridade na relação forte e pessoal com Deus, da qual se liberta o amor verdadeiro ao próximo. Por isso, no momento do juízo, ouviram este doce convite: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25, 34).

Papa Francisco – Homilia de canonização – 23 de novembro de 2014

Ciríaco nasceu no dia 10 de fevereiro de 1805 em Kerala e foi batizado oito dias depois, conforme costume da região. Era o segundo filho de uma família de seis irmãos; seus pais eram católicos e, por esse motivo, no dia 8 de setembro, levaram o pequeno Ciríaco até o santuário de Nossa Senhora de Vechour com a finalidade de consagrá-lo a Nossa Senhora. 

No início de sua adolescência, aos 13 anos, foi para o seminário e se destacou no estudo das línguas. No entanto, a morte prematura de seus pais e de seu irmão, o levaram a deixar o seminário: ele teve que assumir a educação da filha de seu irmão defunto, mas, uma vez que conseguiu endereçar a menina, ele voltou parta o seminário a fim de concluir seus estudos e sua formação. Desse modo, no dia 29 de setembro de 1829, Ciríaco é ordenado presbítero, aos 24 anos.

Logo após sua ordenação, foi-lhe, primeiramente, destinado o ministério pastoral. Entretanto, assim que pôde, retornou ao seminário de origem para pregar e também assumiu as funções de substituir o reitor Tomás Palackal, quando de sua ausência. Desta forma, juntou-se a Tomás Palackal e Tomás Porukara, que estavam planejando a formação de uma congregação religiosa.
Em 1830 recebeu a missão de ir para Mannanam, a fim de construir a primeira casa da congregação, cuja pedra fundamental foi lançada no dia 11 de maio de 1831. Com a morte de ambos os idealizadores da congregação, Ciríaco assumiu com empenho resoluto a liderança para o seu estabelecimento. No dia 8 de dezembro de 1855, festa da Imaculada Conceição, fez a profissão religiosa junto com outros dez companheiros. Estava assim, consolidada, a Ordem Carmelita de Maria Imaculada.

Padre Ciríaco é o primeiro e emitir seus votos na Ordem Terceira dos Carmelitas Descalços; nessa ocasião ele muda do nome para “Ciríaco Elias da Sagrada Família”. Em 1861, a Congregação mudava novamente o nome para “Terciários Carmelitas Descalços” de rito siro-malabar.

Padre Ciríaco tinha uma profunda espiritualidade e além de se dedicar à oração e à mortificação, chegou a compor alguns textos de caráter espiritual e de devoção, fazendo uso até mesmo da linguagem poética. Até onde se sabe, no Kerala, ele foi o primeiro a instituir a devoção eucarística das 48 horas. Durante sua vida pastoral, deu mostras de grande fidelidade à Sé de Roma, ao contestar um bispo não reconhecido pela Santa Sé e ter se mantido firme em sua posição. O Papa Pio IX chegou a elogiá-lo por essa atitude. Em sua espiritualidade, um aspecto muito importante foi sua devoção pela Sagrada Família; essa devoção o sustentou nos vários momentos de provação.

Faleceu no dia 3 de janeiro de 1871, após uma breve doença. O Papa João Paulo II beatificou-o no dia 8 de fevereiro de 1986, em Kottayan na Índia e no dia 23 de novembro de 2014 foi canonizado na Praça de São Pedro, no Vaticano pelo Papa Francisco.

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