Entre os símbolos
cristãos da esperança existe um do qual eu gosto muito: a âncora. Ela
exprime que a nossa esperança não é vaga; não deve ser confundida com o
sentimento mutável de quem deseja aperfeiçoar as situações deste mundo de
maneira irrealista, apostando unicamente na própria força de vontade.
Com efeito, a
esperança cristã encontra a sua raiz não na atração do futuro, mas na segurança
daquilo que Deus nos prometeu e realizou em Jesus Cristo. Se Ele nos garantiu
que nunca nos abandonará, se o princípio de cada vocação é um Segue-me!
com o qual Ele nos assegura que permanecerá sempre à nossa frente, então por
que devemos recear?
Com esta promessa,
os cristãos podem ir por toda a parte. Inclusive atravessando as regiões de um
mundo ferido, onde a situação não é boa, nós estamos entre aqueles que até ali
continuam a esperar. O salmo reza: Ainda que eu atravesse um vale escuro, nada
temerei, pois estais comigo.
Exatamente onde se
propaga a obscuridade é necessário manter acesa uma luz. Voltemos à âncora. A
nossa fé é a âncora no céu. Mantemos a nossa vida ancorada no céu? Que devemos
fazer? Segurar a corda: ela está sempre ali. E vamos em frente, porque estamos
certos de que a nossa vida tem a sua âncora no céu, naquela margem onde
chegaremos.
Sem dúvida, se
confiássemos apenas nas nossas forças, teríamos razão de nos sentirmos
desiludidos e derrotados, porque o mundo se demonstra muitas vezes refratário
às leis do amor. Prefere frequentemente as leis do egoísmo. Mas se em nós
sobreviver a certeza de que Deus não nos abandona, que Deus ama com ternura
tanto a nós como a este mundo, então a perspectiva muda imediatamente.
Ao longo do
caminho, a promessa de Jesus Eu estou convosco leva-nos a estar
de pé, erguidos, com esperança, convictos de que o bom Deus já age para
realizar aquilo que humanamente parece impossível, porque a âncora está na
praia do céu.
Papa
Francisco – 26 de abril de 2017
Hoje celebramos
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