Verônica nasceu em
Binasco, cidade entre Pavia e Milão, em 1445. Foi batizada com o nome de Joana.
Pertencia a uma família de lavradores pobres, mais rica de virtudes do que de
bens tirados da terra. Devido à pobreza, seus pais precisaram colocá-la muito
cedo para trabalhar no campo. Em vez de dar ouvidos às conversas mundanas e às
canções populares, ela se entregava às orações e parecia alheia a tudo o que se
passava ao seu redor. Esta flor de virtude iria desabrochar na vida religiosa.
Movida pelo ardente
desejo de entrar para a família das Irmãs Agostinianas de Santa Marta, em
Milão, Verônica dedicou uma parte de suas noites a aprender a ler e a escrever,
condição necessária para ser admitida no convento.
Seus esforços foram
em vão e, desencorajada, ela se queixou à Virgem Santíssima, que lhe apareceu,
dizendo:
“Minha filha, não
se inquiete; você precisará aprender apenas as três lições que eu trago do Céu.
A primeira é a
pureza do coração, que nos leva a amar Deus acima de todas as coisas; você deve
ter apenas um amor, o de meu Filho.
A segunda é a de
não murmurar contra os defeitos do próximo, mas suportá-los com paciência,
orando por ele.
A terceira é
meditar todos os dias a Paixão de Jesus Cristo, que a aceita por Sua esposa”.
A partir desse
momento, Verônica não se preocupou mais com o alfabeto e os livros, mas
encontrou o caminho da “ciência dos santos”. Finalmente foi recebida
entre as irmãs convertidas de Santa Marta em 1466.
O seu leito
consistia em um saco de palha; usava o cilício e seus hábitos não eram adaptados
ao frio. O alimento era insípido e renunciou ao vinho. Mas Verônica
distinguiu-se não apenas pelas virtudes mais brilhantes, mas pelos dons os mais
extraordinários. Seus olhos eram infinitas fontes de lágrimas. Frequentemente
Nosso Senhor lhe aparecia.
Certa feita Ele
recitou o Ofício Divino com ela; outra vez, Ele Se mostrou a ela pregado na
Cruz, a cabeça coroada de espinhos, o rosto pálido e desfigurado, o corpo
coberto de chagas. Esta visão fez Verônica desmaiar.
Os demônios a
atormentavam de mil maneiras, procurando aniquilar uma virtude tão heroica, mas
seus ataques serviram apenas para aumentar os méritos da religiosa.
Sofreu intensas
dores por êxtases durantes anos. Ela teve um visão de Cristo em 1494 quando
recebeu uma mensagem para o Papa Alexandre VI. Fez a viagem para Roma para
entregar a mensagem que o papa recebeu com admiração pela sua notável exatidão
e coerência vindo de uma irmã sem profundos conhecimentos dos Evangelhos.
Todos os dias,
durante um ano, o santo venerado pela Igreja a cada dia lhe aparecia e
instruía. Os Anjos a serviam e, durante os três anos que precederam sua morte,
um destes espíritos celestes lhe trazia, às segundas, terças e quartas-feiras
de cada semana, um pão que a saciava, tirando-lhe o gosto por qualquer outra
comida. Sua vida, envolta em maravilhas, foi coroada por uma santa morte, cujo
dia e hora Verônica havia predito.
Depois de um doença
de 6 meses, faleceu em 13 de janeiro de 1497 em Milão. Beatificada pelo Papa
Leão X em 1517, em 1672 o Papa Clemente X estendeu sua devoção a toda a Ordem
Agostiniana.
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