A festa do Batismo
do Senhor encerra o tempo do Natal e convida-nos a pensar no nosso batismo.
Jesus quis receber o batismo pregado e administrado por João Batista no Jordão.
Tratava-se de um batismo de penitência: quantos se aproximavam dele
manifestavam o desejo de ser purificados dos pecados e, com a ajuda de Deus, comprometiam-se
a encetar uma nova vida.
Então compreendemos
a grande humildade de Jesus, Aquele que não tinha pecado, ao pôr-se em
fila com os penitentes, misturando-se entre eles para ser batizado nas águas do
rio. Quanta humildade tem Jesus!
E, agindo assim,
Ele manifestou aquilo que celebramos no Natal: a disponibilidade de Jesus a imergir-se no rio da humanidade, a assumir
sobre si as faltas e as debilidades dos homens, a compartilhar o seu desejo de
libertação e de superação de tudo o que afasta de Deus e nos torna alheios aos
irmãos. Assim como em Belém, também ao longo das margens do Jordão, Deus
mantém a promessa de assumir o destino do ser humano, e disto Jesus é o Sinal
tangível e definitivo.
Ele cuidou de todos
nós, cuida de todos nós durante a vida, ao longo dos dias.
O Evangelho de hoje
ressalta que Jesus, no momento em que saía da água... viu abrir-se os céus e
descer sobre Ele o Espírito em forma de pomba. O Espírito Santo, que tinha
agido desde o princípio da criação, guiando Moisés e o povo no deserto, agora
desce em plenitude sobre Jesus para lhe infundir a força para cumprir a sua
missão no mundo. O Espírito é o artífice do Batismo de Jesus, e também do nosso
batismo. Ele abre os olhos do nosso coração para a verdade, para toda a
verdade. Impele a nossa vida pela vereda da caridade. Ele é o dom que o Pai
ofereceu a cada um de nós no dia do nosso batismo. Ele, o Espírito,
transmite-nos a ternura do perdão divino. E é ainda Ele, o Espírito Santo, quem
faz ressoar a Palavra reveladora do Pai: “Tu és o meu Filho”.
A festa do Batismo
de Jesus convida cada cristão a fazer memória do próprio batismo. Eu não vos
posso perguntar, se vos recordais do dia do vosso batismo, porque a maioria de
vós éreis crianças, como eu; fomos batizados quando éramos crianças. Mas
faço-vos outra pergunta: sabeis a data
do vosso batismo? Sabeis em que dia
fostes batizados? Cada um pense nisto. E se não souberdes a data, ou se a
esquecestes, quando voltardes para casa, perguntai à mãe, à avó, ao tio, à tia,
ao avô, ao padrinho, à madrinha: que data? E
devemos conservar aquela data sempre na memória, porque se trata de uma data de
festa, é o dia da nossa santificação inicial, é a data em que o Pai nos
concedeu o Espírito Santo que nos impele a caminhar, é a data do grande perdão.
Não vos esqueçais: qual é a data do meu batismo?
Papa
Francisco – 07 de janeiro de 2018
Hoje celebramos:
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