“Deus é como os piolhos: está em todas
as partes, mas prefere os pobres”.
José Gabriel do Rosário
Brochero nasceu no dia 16 de março de 1840, em Carreta Quemada, perto de Santa
Rosa de Primero Rio, na região norte de Córdoba (Argentina), era o quarto de
dez irmãos. Quatorze anos depois, entrou no Seminário de Nossa Senhora de Loreto e
em 1858 frequentou a Universidade
Nacional Maior de San Carlos, onde conheceu o futuro
presidente Miguel
Juárez Celman, com quem iniciou uma perdurável amizade. Em 4 de
novembro de 1866 foi ordenado sacerdote, e se caracterizou por pregar o
Evangelho com uma linguagem simples, para torná-lo compreensível.
Depois de
desempenhar seu ministério sacerdotal na catedral de Córdoba e servir como
prefeito de estudos do Colégio seminário Nossa Senhora de Loreto, em 19 de
novembro de 1869, foi eleito vigário do departamento San Alberto, local com
cerca de 10 mil habitantes. Desde então, permaneceu em Villa del Transito, a
localidade que desde 1916 leva seu nome.
Alguns anos depois,
o Pe. Brochero teve um papel ativo na epidemia de cólera que atingiu a cidade
de Córdoba. “Ajudava os doentes, oferecendo consolo. Este foi um dos períodos mais
exemplares, mais perigosos, mais fatigantes e heroicos de sua vida”,
assinalou seu amigo Ramón J. Cárcano.
“Morreu da mesma
forma na qual viveu, com muita humildade e simplicidade”,
afirmou o Pe. Guido Ricotti, atual pároco de Vila Cura Brochero. “O Senhor me deu a
saúde, ele me a retira. Devemos estar sempre de acordo com os desígnios
de Deus”,
afirmava ‘Brochero’,
que morreu leproso e cego, no dia 26 de janeiro de 1914.
O Padre Brochero
foi declarado venerável em fevereiro de 2004 por São João Paulo II. Em 20 de
dezembro de 2012, Bento XVI assinou o decreto que reconhecia o
milagre atribuído a sua intercessão.
A junta médica
validou a cura e recuperação sem explicação científica de Camila Brusotti, em
San Juan (Argentina). A menina tinha ficado à beira da morte depois de ser
espancada.
Foi beatificado no
dia 14 de setembro de 2013 na Vila Cura Brochero, na cidade de Córdoba
(Argentina), em uma Missa multitudinária presidida pelo Cardeal
Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Por ocasião deste
acontecimento, o Papa Francisco enviou uma carta aos argentinos, destacando que
“o
Padre Brochero tem a atualidade do Evangelho, é um pioneiro em sair às
periferias geográficas e existenciais para levar a todos o amor, a misericórdia
de Deus”.
“Não ficou no
âmbito paroquial, percorreu dezenas de quilômetros a cavalo e acabou adoecendo
de lepra, com o objetivo de procurar as pessoas, como um sacerdote guia de ruas
da fé”, ressaltou o Pontífice.
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