"Glória ao
Pai, ao Filho e ao Espírito Santo". À luz
do mistério da Trindade adquire uma singular eloquência o testemunho evangélico
de São Bernardo de Corleone, elevado hoje às honras dos altares. Dele
todos se admiravam e perguntavam como um frade leigo podia discorrer tão
altamente acerca do mistério da Santíssima Trindade. Com efeito, toda a sua
vida foi orientada para Deus, através de um esforço constante de ascese, tecida
de oração e de penitência. Todos aqueles que o conheceram afirmam concordes que
"ele estava sempre em ato de oração", "nunca deixava de
rezar", "rezava continuamente". Deste diálogo ininterrupto com
Deus, que encontrava na Eucaristia o seu centro propulsor, hauria a linfa vital
para o seu corajoso apostolado, respondendo aos desafios sociais do tempo, com
tensões e perturbações.
Também hoje o mundo
precisa de santos como Frei Bernardo, imersos em Deus, e precisamente por
isso capazes de transmitir a verdade e o amor. O humilde exemplo deste
Capuchinho constitui um encorajamento a nunca nos cansarmos de rezar, sendo
precisamente a oração e a escuta de Deus a alma da santidade autêntica.
Papa
João Paulo II – Homilia de canonização – 10 de junho de 2001
Nasceu na cidade de
Corleone na Itália, no dia 06 de fevereiro de 1605. Foi batizado com o nome de
Filipe Latino e foi educado sob rígidos critérios cristãos e morais juntamente
com seus irmãos.
Desde cedo criou
gosto pelas armas e seu temperamento forte o levou a envolver-se por diversas
vezes em duelos. Após a morte de seu pai entrou para o exército e tornou-se
especialista em esgrima. Chegou a ser conhecido como a “lâmina mais fina da
Silícia”.
Certa vez, tomado
de ira, arrancou com a espada, o braço de um oponente. Foi tomado de profundo
arrependimento e temendo mais violência buscou ajuda com os Padres Capuchinhos.
Os frades, conhecedores da conduta de Filipe e diante de sua manifestação de
arrependimento, entraram em consenso e no dia 13 de dezembro de 1632 o jovem
ingressou no noviciado do convento de Caltanissetta em Palermo e adotou o nome
de Bernardo de Corleone.
Seu temperamento
forte e seus impulsos foram canalizados para a oração, penitência e trabalho.
Trabalhou como cozinheiro no mosteiro e mortificava-se com profundo rigor.
Dedicou-se com afinco ao cuidado e acolhimento dos pobres, e profundo era seu
amor pela Eucaristia e por Nossa Senhora.
Os sofrimentos
também ajudaram a forjar a santidade de Bernardo, pois certa vez em uma viajem
a Messina foi preso, espancado e vendido como escravo. Ao retornar para a
Itália, deparou-se com a peste que dizimava a cidade de Castelnuovo e
juntamente com outros companheiros foram em socorro do povo atingido.
Bernardo adoeceu e
veio a falecer no dia 12 de janeiro de 1667 na cidade de Palermo. Foi
beatificado pelo Papa Clemente XIII no ano de 1768 e canonizado pelo Papa João
Paulo II em 10 de junho de 2001.
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