domingo, 6 de janeiro de 2019

06 de janeiro - Beata Maria Repetto


Maria Repetto, com 22 anos entrou em Gênova na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Refúgio, no Monte Calvário. Nas numerosas e graves epidemias de cólera que infestam a cidade, ela corre intrépida para a cabeceira dos doentes. A fama da "religiosa santa" cresce de dia para dia e, quando toma o ofício de porteira, continua a dar os tesouros da sua alta espiritualidade a todos os que a ela recorrem para ajuda e conselho.

Maria Repetto desde a juventude aprendeu e viveu uma grande verdade, que nos transmitiu também a nós: Jesus deve ser contemplado, amado e servido nos pobres, em todos os momentos da nossa vida. Ela dá tudo o que tem: as economias, as coisas, a palavra, o tempo e o sorriso. "Servir os pobres de Jesus", era o programa do seu Instituto; programa que ela executou nos 50 anos de vida religiosa, servindo primeiramente a Jesus, crescendo na perfeição do amor, recordando a si mesma que "primeiro que tudo era religiosa", e servindo os pobres, pois Cristo vive nos pobres.

São Francisco de Caporosso, chamado pelos genoveses "o pai santo", mandava ter com ela, a "religiosa santa", pessoas de todas as proveniências sociais, necessitadas de auxílio e de conselhos. O humilde frade "buscador", canonizado em 1962, e a humilde Irmã porteira, que hoje sobe às honras dos altares, foram, no século passado, os dois polos da vida religiosa de Gênova. Maria Repetto estava sempre satisfeita e serena, e alegrava-se de ter o coração aberto, mais que a porta do convento, e de dar, dar sempre, dar tudo. E esta alegria da dádiva a Deus culminou na sua morte: com o sorriso nos lábios, a Beata pronunciou as últimas palavras, que são hino de júbilo à Mãe de Deus: "Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia!".

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 04 de outubro de 1981

Religiosa do Instituto das Irmãs de Nossa Senhora do Refúgio no Monte Calvário, Maria nasceu em Voltaggio, Itália, no seio de uma família da burguesia, em 31 de outubro de 1809. Era a filha mais velha do notário João Batista Repetto e de Teresa Gazzale, que tinham dez filhos. Ela foi batizada no mesmo dia com o nome da Santíssima Virgem. Como a mais velha, logo teve que ajudar sua mãe no cuidado dos irmãos e nas tarefas domésticas. Era uma família profundamente religiosa de modo que quatro irmãs e um irmão consagraram-se a Nosso Senhor.

O dia da Primeira Comunhão, que ela fez quando tinha dez anos, imprimiu em seu coração o desejo de viver o resto de sua vida em união com Jesus. Ingressou como religiosa das Irmãs de Nossa Senhora do Refúgio no Monte Calvário, em Gênova, em 1829. O dote que seu pai lhe deu foi suficiente para mantê-la por toda vida, além de uma soma que, com a permissão da superiora, ela poderia dar para instituições de caridade. Devido suas habilidades e sua instrução foi admitida como religiosa do coro e não como uma auxiliar. Ela pode viver a sua vocação na obscuridade total. No dia da Assunção do ano 1831 fez os votos privados de pobreza, castidade e obediência.

Trabalhou como costureira e bordadeira da comunidade durante muitos anos. Em 1835, uma epidemia de cólera eclodiu em Gênova: o desejo de servir a Cristo no doente que sofria fez Irmã Maria vencer sua própria reserva. Com outras Irmãs ela dedicou-se com abnegação e amor. Seu compromisso foi tão grande que começaram a chamá-la de "monja santa". E pensar que por sua pequena estatura e sua humildade era muito difícil ser notada. Cessada a emergência, voltou para a oficina.

Quando a visão começou a falhar, destinaram-na à portaria do convento onde desenvolveu um trabalho apostólico profundo e promoveu a devoção a São José. Teve o dom da cura, colocando a medalha de São José no lugar enfermo. Não atribuía nada para si mesma, mas ao Santo Patriarca.

Conta-se que um dia uma mulher chegou ao convento para pedir orações por seu marido cego. A Irmã Maria aconselhou-a a rezar a São José. Quando a mulher se foi, Irmã Maria virou-se em direção ao quadro do Santo que tinha na portaria e lhe disse: “São José, o senhor faz ideia como é triste uma pessoa viver na escuridão?” A mulher voltou ao convento e lhe disse que seu marido havia recuperado a visão repentinamente. A Beata girou o quadro de São José e viu um bilhete que dizia: “São José agradece-lhe por isso".

Maria viveu toda sua vida em uma pobreza tal, que ela preferia usar as roupas usadas das Irmãs, que acomodava à suas medidas diminutas. No entanto, muito dinheiro passou por suas mãos: recebia dos ricos e com alegria dava aos pobres.

Aos seus oitenta anos ela ingressou na enfermaria. Expirou serenamente no dia 5 de janeiro de 1890. 



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