Hoje a Igreja põe à
nossa frente modelos como os novos Santos que, precisamente mediante as obras
de uma generosa dedicação a Deus e aos irmãos, serviram, cada um no seu âmbito,
o reino de Deus e dele se tornaram herdeiros. Cada um deles respondeu com
extraordinária criatividade ao mandamento do amor de Deus e do próximo.
Dedicaram-se incansavelmente ao serviço dos últimos, assistindo indigentes,
doentes, idosos e peregrinos. A sua predileção pelos pequeninos e pelos pobres
era o reflexo e a medida do amor incondicional a Deus. Com efeito, procuraram e
descobriram a caridade na relação forte e pessoal com Deus, da qual se liberta
o amor verdadeiro ao próximo. Por isso, no momento do juízo, ouviram este doce
convite: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25, 34).
Papa
Francisco – Homilia de canonização – 23 de novembro de 2014
Ciríaco nasceu no
dia 10 de fevereiro de 1805 em Kerala e foi batizado oito dias depois, conforme
costume da região. Era o segundo filho de uma família de seis irmãos; seus pais
eram católicos e, por esse motivo, no dia 8 de setembro, levaram o pequeno
Ciríaco até o santuário de Nossa Senhora de Vechour com a finalidade de
consagrá-lo a Nossa Senhora.
No início de sua
adolescência, aos 13 anos, foi para o seminário e se destacou no estudo das
línguas. No entanto, a morte prematura de seus pais e de seu irmão, o levaram a
deixar o seminário: ele teve que assumir a educação da filha de seu irmão
defunto, mas, uma vez que conseguiu endereçar a menina, ele voltou parta o
seminário a fim de concluir seus estudos e sua formação. Desse modo, no dia 29
de setembro de 1829, Ciríaco é ordenado presbítero, aos 24 anos.
Logo após sua
ordenação, foi-lhe, primeiramente, destinado o ministério pastoral. Entretanto,
assim que pôde, retornou ao seminário de origem para pregar e também assumiu as
funções de substituir o reitor Tomás Palackal, quando de sua ausência. Desta
forma, juntou-se a Tomás Palackal e Tomás Porukara, que estavam planejando a
formação de uma congregação religiosa.
Em 1830 recebeu a
missão de ir para Mannanam, a fim de construir a primeira casa da congregação,
cuja pedra fundamental foi lançada no dia 11 de maio de 1831. Com a morte de
ambos os idealizadores da congregação, Ciríaco assumiu com empenho resoluto a
liderança para o seu estabelecimento. No dia 8 de dezembro de 1855, festa da
Imaculada Conceição, fez a profissão religiosa junto com outros dez
companheiros. Estava assim, consolidada, a Ordem
Carmelita de Maria Imaculada.
Padre Ciríaco é o
primeiro e emitir seus votos na Ordem Terceira dos Carmelitas Descalços; nessa
ocasião ele muda do nome para “Ciríaco Elias da Sagrada Família”. Em 1861, a
Congregação mudava novamente o nome para “Terciários
Carmelitas Descalços” de rito siro-malabar.
Padre Ciríaco tinha
uma profunda espiritualidade e além de se dedicar à oração e à mortificação,
chegou a compor alguns textos de caráter espiritual e de devoção, fazendo uso
até mesmo da linguagem poética. Até onde se sabe, no Kerala, ele foi o primeiro
a instituir a devoção eucarística das 48 horas. Durante sua vida pastoral, deu
mostras de grande fidelidade à Sé de Roma, ao contestar um bispo não
reconhecido pela Santa Sé e ter se mantido firme em sua posição. O Papa Pio IX
chegou a elogiá-lo por essa atitude. Em sua espiritualidade, um aspecto muito
importante foi sua devoção pela Sagrada Família; essa devoção o sustentou nos
vários momentos de provação.
Faleceu no dia 3 de
janeiro de 1871, após uma breve doença. O Papa João Paulo II beatificou-o no
dia 8 de fevereiro de 1986, em Kottayan na Índia e no dia 23 de novembro de
2014 foi canonizado na Praça de São Pedro, no Vaticano pelo Papa Francisco.
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