quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

16 de janeiro - Beata Joana Maria Condesa Lluch


"Trabalha durante seis dias e faz todas as tuas tarefas. Porém, o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, teu Deus". A leitura do Êxodo, recorda-nos o dever de trabalhar, para colaborar com o nosso esforço na obra do Criador e, assim, construir um mundo melhor e mais humano. Contudo, no século XIX a inserção da mulher no trabalho assalariado, fora do lar, aumentou os perigos para a sua vida de fé e a sua dignidade humana.

Deu-se conta disto a Beata Joana Maria Condesa Lluch, impelida pela sua extraordinária sensibilidade religiosa. Ela teve uma juventude profundamente cristã: participava na missa todos os dias, na igreja do Patriarca, revigorando a sua fé com a oração assídua. Assim, preparava-se para se entregar totalmente ao amor de Deus, fundando a Congregação das Servas de Maria Imaculada que, fiel ao seu carisma, continua a comprometer-se na promoção da mulher trabalhadora.
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 23 de março de 2003

Nasceu em Valência (Espanha), no dia 30 de Março de 1862 e foi batizada no dia seguinte.
Recebeu uma esmerada formação humana e cristã, que contrastava com a mentalidade racionalista da sociedade local dessa época, caracterizada também por um aumento de descristianização.

Na juventude, reforçou a sua vida cristã com a devoção a Jesus sacramentado, à Imaculada Conceição, a São José e a Santa Teresa e, depressa descobriu o dom do amor de Deus que se derramava abundantemente no seu coração, manifestando o desejo de ser "morada do Espírito", conseguindo "viver a vida ordinária de modo extraordinário".

Com 18 anos de idade descobriu que a vontade de Deus para si era a entrega total à causa do Reino e, assim, começou a comprometer-se na tarefa de evangelização e de serviço às operárias, interessando-se pelas condições de vida e de trabalho das jovens. Depois de vários anos de dificuldade, em 1884 obteve do Arcebispo da sua terra natal a autorização para abrir uma casa onde dar acolhimento, formação e dignidade às operárias que, no crescente processo de industrialização, eram consideradas como meros instrumentos de trabalho.

Em seguida, inaugurou uma escola para as filhas das operárias e outras jovens começaram a unir-se ao seu projeto, compartilhando os seus mesmos ideais e criando um espaço que dava a possibilidade de despertar novas vocações. Assim, persuadida de que a sua obra era fruto do Espírito, queria organizar-se como Congregação religiosa para servir Cristo, dando a vida por Ele no serviço às operárias e levando uma vida de castidade, obediência e pobreza radicais, obtendo a aprovação diocesana do Instituto em 1892 e emitindo a profissão perpétua em 1911.

Seguindo o exemplo da Virgem Imaculada, levou uma vida de entrega incondicional à vontade de Deus, fazendo suas as palavras de Maria ao anjo:  "Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra", palavras estas que se transformaram na chave da sua espiritualidade, a ponto de se definir a si mesma como "serva da Serva do Senhor" na Congregação das Servas da Imaculada Conceição, cuja aprovação definitiva obteve a 27 de Janeiro de 1947.

Joana Maria Condesa Lluch faleceu no dia 16 de Janeiro de 1916, alcançando o seu anseio de santidade, manifestado inúmeras vezes às irmãs, com estas palavras:  "Ser santas no céu, sem levantar o pó na terra", expressão esta que denota uma existência vivida segundo o Espírito de Jesus Cristo, unindo as experiências mais sublimes e a intimidade com Deus ao compromisso em ordem a fazer com que as operárias fossem verdadeiramente imagem e semelhança do Criador.


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