Nossa parábola se desenrola em torno de três
personagens: o pastor, a ovelha perdida e o resto do rebanho. Mas quem age é só
o pastor, não as ovelhas. O pastor, então, é o único protagonista e tudo
depende dele. Uma pergunta introduz a parábola: “Qual de vós, tendo cem
ovelhas e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca
da que se perdeu, até encontrá-la?” É um paradoxo que leva a duvidar da
ação do pastor: é aconselhável deixar noventa e nova por causa de uma ovelha? E
não seria no aprisco das ovelhas, mas no deserto.
Segundo a tradição bíblica, o deserto é um
lugar de morte, onde é difícil encontrar comida e água, sem abrigo e à mercê
das feras e ladrões. O que podem fazer noventa e nove ovelhas indefesas? O
paradoxo continua, no entanto, dizendo que o pastor, “quando encontra a
ovelha, coloca-a em seus ombros, vai para casa, convoca os amigos e vizinhos e
lhes diz: Alegrai-vos comigo”.
Parece, portanto, que o pastor não volta para o
deserto para recuperar todo o rebanho! Esforçando-se para encontrar aquela
ovelha parece esquecer as outras noventa e nove. Mas, na realidade não é assim.
O ensinamento que Jesus quer nos dar é que nenhuma ovelha pode ser perdida. O
Senhor não pode resignar-se ao fato de que mesmo uma pessoa possa se perder.
A ação de Deus é ir sempre em busca dos filhos
perdidos e, em seguida, fazer festa e se alegrar com eles por tê-los
encontrado. É um desejo ardente: nem mesmo noventa e nove ovelhas podem parar o
pastor e mantê-lo fechado no redil. Ele poderia raciocinar assim: Eu faço o
orçamento: noventa e nove, eu perdi uma, então não é uma grande perda. Mas ele
vai à procura daquela, porque cada uma é muito importante para ele e aquela é a
mais necessitada, a mais abandonada, a mais rejeitada; e ele vai procurá-la.
Papa Francisco – 04 de maio
de 2015
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