Ladislau Findysz nasceu
em Kroscienko Nizne, na Polônia no dia 13 de dezembro de 1907. Filho de
Estanislao Findysz e Apolonia Rachwal, camponeses de antiga tradição católica, foi
batizado no dia seguinte ao seu nascimento na Paróquia da Santíssima Trindade
em Krosno.
Em 1919
termina o Primário, feito na Escola das Irmãs Felicianas (CSSF) e inicia o
Fundamental no Liceu do Estad, onde ingressou na Congregação Mariana.
No outono de
1927 ingressou no Seminário maior de Przemysl, onde começa os estudos de
Filosofia e Teologia. Foi ordenado em 19 de junho de 1932 na Catedral da cidade.
Após um mês de
férias, em 1 de agosto de 1932 assume como Segundo Vigário Paroquial em
Borysław, atualmente localizada na Ucrânia. Em 17 de setembro de 1935 foi
nomeado Vigário paroquial de Drohobycz, também atualmente na Ucrânia. Em 1 de
agosto de 1937 é transferido como Vigário para a Paróquia de Strzyżow, sendo
nomeado administrador dela em 22 de setembro de 1939.
Em 1 de
setembro de 1939, as Forças Armadas alemãs deram início a invasão à Polônia: era
o início da Segunda Guerra Mundial.
Em 10 de
outubro de 1940 foi nomeado vigário de Jasło e em 8 de julho de 1941, administrador
da paróquia dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo em Żmigród Nowy, sendo seu
pároco em 13 de agosto de 1942.
Em Żmigród
Nowy, pe. Ladislau passou três anos de trabalho pastoral árduo e sofrendo dos
horrores da Segunda Guerra Mundial. Era o resultado da ocupação da Polônia pela
Alemanha Nazista. Em 3 de outubro de 1944 os alemães expulsam todos da cidade.
Poucos meses antes do fim do conflito, retornou para reorganizar a paróquia em
23 de janeiro de 1945.
Mas pior que
sob o domínio alemão revelou ser o domínio soviético. A Polônia tornara-se
parte do Socialismo e foram tempos difíceis para padre Ladislau. Continuando
com o trabalho de renovação moral e religiosa de sua paróquia, se esforça para
proteger os fiéis, especialmente os jovens, do processo de doutrinação ateia
desencadeado pelo Comunismo. Ajudava a cada um dos habitantes da paróquia,
inclusive materialmente, fosse qual fosse sua nacionalidade ou religião. Nessa
iniciativa, salvou várias famílias de greco-católicos de Lemki que foram
duramente perseguidos pelas autoridades comunistas para tirá-los de suas casas.
Evidentemente
o trabalho pastoral do padre Ladislau tornou-se um incômodo para os comunistas
e até o ano de 1946 era vigiado pela KGB. Em 1952 as autoridades do Ensino
Público o suspendem do ensino de Catequese nas escolas. Além disso, as
autoridades do distrito tiraram sua permissão de trabalho em todo o território
paroquial por duas vezes (1952 e 1954).
Mas as
autoridades eclesiásticas o consideram um pároco de grande zelo apostólico.
Recebeu as honras do Expositorio Canonicali (1946) e o Roquete e o
Mantel em 1957. Neste ano foi nomeado Vice-arcipreste do Arciprestado de Nowy
Żmigród, sendo Arcipreste em 1962.
Para
manutenção espiritual do Concílio Vaticano II, inicia em 1963 as Obras
Conciliares da Bondade. Envia cartas aos afiliados em situação religiosa
irregular animando-os a porem novamente suas vidas de acordo com o Evangelho.
Não tarda a haver reação das autoridades comunistas, acusando-o de “obrigar as
pessoas a práticas e ritos religiosos”.
Em 25 de
novembro de 1963 foi interrogado em Rzeszów, sendo preso e confinado no
Castelo. Durante os dias 16 e 17 de dezembro de 1963 o processo se desdobra,
sendo então condenado a trinta meses de reclusão. O motivo da acusação era
estar contra o Decreto de Tutela da Liberdade de Consciência e de Confissão,
datado de 15 de agosto de 1949. Usado pelos comunistas, era um instrumento de
cerceamento e eliminação da Fé Católica na vida pública da Polônia. A imprensa
publicou textos apócrifos desacreditando, caluniando e condenando o padre
Ladislau e seu trabalho. No Castelo de Rzeszów foi submetido a maus tratos e
humilhações físicas, espirituais e psicológicas. Em 25 de janeiro de 1964 foi
transferido para a Prisão Central na rua Montelupich, em Cracovia.
Sua saúde havia
piorado muito, pois havia feito no Hospital de Gorlice uma perigosa operação
para retirada da tireoide em setembro de 1963, antes de sua prisão. Sua saúde
desde então tinha ficado frágil. Ficou à espera de uma segunda cirurgia marcada
para dois meses após para retirada de um carcinoma no esôfago. O processo
penal, e os maus tratos na prisão, fizeram piorar seu quadro. A falta de
profissionais capacitados, e a ausência da futura cirurgia só fizeram aumentar
sua doença. Os médicos da prisão diagnosticam um abcesso na garganta,
provavelmente originário do carcinoma no esôfago.
Essa era a
base de defesa do advogado da Cúria de Episcopal de Przemyśl, que desde o
início de sua prisão recorreu para suspender a condenação que poderia ameaçar a
vida do Padre Ladislau. Depois de inúmeras recusas, as petições foram enfim
aceitas em fins de fevereiro de 1964 pelo Supremo Tribunal de Varsóvia.
Foi no dia 29
que saiu do cárcere em direção a sua casa. Com paciência e resignação à vontade
de Deus, permaneceu na casa paroquial suportando os sofrimentos e esgotamento
vindos da sua enfermidade. Mas em abril é internado no Hospital de Wrocław,
onde foi constatado o carcinoma entre o esôfago e o estômago. O quadro não
sugere intervenção cirúrgica. Por um enfisema pulmonar, cai em forte anemia que
lhe indicaria a óbito. É quando o padre Ldislau retorna para casa.
No verão, no
Seminário Maior de Przemyśl, participa de um retiro espiritual para sacerdotes.
Foi o seu último. Na manhã de 21 de agosto de 1964, após receber os
Sacramentos, vem a falecer na casa paroquial de Nowy Żmigród, sendo sepultado
no cemitério paroquial no dia 24.
A Igreja
reconhece que o padre Ladislau foi preso e condenado pelas autoridades do
regime comunista polonês apenas por anunciar o Evangelho. Sua prisão em 1964 na
cidade de Nowy Żmigród, Polônia, bem como suas torturas físicas e psicológicas
foram as causas de sua morte. Isso permitiu ver nele um Mártir da Fé. Ou seja,
todo o seu sofrimento foi oriundo de apenas ser cristão. "É um
sacerdote herói. Como menino e depois como jovem, pessoalmente pude ver isso”,
afirmou D. Edwars Nowak, secretário da Congregação para a Causa dos Santos.
Foi
beatificado em 19 de junho de 2005 em Varsóvia, durante o Congresso
Eucarístico da Polônia. 25 mil pessoas assistiram à Missa de beatificação,
presidida Arcebispo de Varsovia, Cardeal Jòzef Glemp, em representação do Papa
Bento XVI. Sua festa é comemorada em 23 de agosto.
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