Jesus depois de ter prenunciado aos discípulos
a sua paixão, tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os em
particular, a um alto monte. Transfigurou-Se diante deles: o Seu rosto
resplandeceu como o Sol, e as Suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
Segundo os sentidos, a luz do sol é a mais intensa que se conhece na natureza,
mas segundo o espírito, os discípulos viram, por pouco tempo, um esplendor
ainda mais intenso, o da glória divina de Jesus, que ilumina toda a história da
salvação. São Máximo, o Confessor, afirma que as vestes que se tornaram
brancas tinham o símbolo das palavras da Sagrada Escritura, que se tornam
claras, transparentes e luminosas.
O Evangelho diz que, ao lado de Jesus
transfigurado, apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele; Moisés e Elias,
figuras da Lei e dos Profetas. Foi então que Pedro, extasiado, exclamou: Senhor,
é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para
Moisés e outra para Elias. Mas santo Agostinho comenta, dizendo que nós
dispomos de uma única morada: Cristo; Ele é a Palavra de Deus, Palavra de
Deus na Lei, Palavra de Deus nos Profetas. Com efeito, o próprio Pai
proclama: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus todo o meu enlevo;
escutai-O!
A Transfiguração não é uma transformação de
Jesus, mas sim a revelação da sua divindade, a íntima compenetração do seu ser
com Deus, que se torna pura luz. No seu ser um só com o Pai, o próprio Jesus é
Luz da Luz. Contemplando a divindade do
Senhor, Pedro, Tiago e João são preparados para enfrentar o escândalo da cruz,
como se entoa num antigo hino: Sobre o mundo, Te transfiguraste, e os Teus
discípulos, na medida que lhes era possível, contemplaram a Tua glória a fim de
que, vendo-Te crucificado, compreendessem que a Tua paixão era voluntária e
anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente o esplendor do Pai.
Caros amigos, também nós participamos desta
visão e desta dádiva sobrenatural, reservando espaço à oração e à escuta da
Palavra de Deus. Invoquemos a Virgem Maria, a fim de que nos ajude a ouvir e
seguir sempre o Senhor Jesus, até à paixão e à cruz, para participar também da
sua glória.
Papa Bento XVI – 20 de
março de 2011
Hoje celebramos:
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