No Evangelho de hoje, consagrado à vida da
comunidade eclesial, encontramos outro dito de Jesus dirigido aos discípulos: Em
verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu, e tudo o que
desligardes na terra será desligado no Céu.
E na narração da aparição de Cristo ressuscitado
aos Apóstolos na tarde da Páscoa, São João refere esta palavra do Senhor: Recebei
o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados;
àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.
À luz destes paralelismos, é claro que a
autoridade de desligar e ligar consiste no poder de perdoar os pecados.
E esta graça, que despoja da sua energia as forças do caos e do mal, está no
coração do mistério e do ministério da Igreja.
A Igreja não é uma comunidade de seres
perfeitos, mas de pecadores que se devem reconhecer necessitados do amor de
Deus, necessitados de ser purificados através da Cruz de Jesus Cristo.
Os ditos de Jesus sobre a autoridade de Pedro e
dos Apóstolos deixam transparecer precisamente que o poder de Deus é o amor: o
amor que irradia a sua luz a partir do Calvário. Assim podemos compreender
também por que motivo, na narração evangélica, à confissão de fé de Pedro se
segue imediatamente o primeiro anúncio da paixão: na verdade, foi com a sua
própria morte que Jesus venceu as forças do inferno; com o seu sangue, Ele
derramou sobre o mundo uma torrente imensa de misericórdia, que irriga, com as
suas águas salutares, a humanidade inteira.
Papa Bento XVI – 29 de junho
de 2012
Hoje celebramos:
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