No Evangelho de hoje parece evidente a
divergência entre o desígnio de amor do Pai, que chega ao ponto de doar seu
Filho Unigênito à cruz para salvar a humanidade, e as expectativas, os projetos
e os desejos dos discípulos. Este contraste se repete também hoje: quando a
realização da própria vida se orienta somente ao sucesso social, ao bem-estar
físico e econômico, não se raciocina mais segundo Deus, mas segundo os homens.
Pensar segundo o mundo é colocar Deus à parte,
não aceitar o seu projeto de amor, quase impedir-lhe de cumprir o seu sábio
querer. O Senhor ensina que o caminho dos discípulos é seguir a Ele, o
crucificado. Em todos os três Evangelhos se explica este segui-lo a partir
da cruz… o caminho do perder a si mesmo, que é necessário para o homem e
sem o qual não é possível encontrar a si mesmo.
Como aos discípulos, assim também a nós o
Senhor faz um convite: “Se alguém quer me seguir, renuncie a sia mesmo, tome
a sua cruz e me siga”. O cristão segue o Senhor quando aceita com amor a
própria cruz, que aos olhos do mundo parece uma derrota e uma perda de vida,
mesmo sabendo que não a leva sozinho, mas com Jesus, dividindo o mesmo caminho
de doação dele.
O Papa Paulo VI, escreve: “Misteriosamente,
o próprio Cristo, para arrancar do coração do homem o pecado de presunção e
manifestar ao Pai uma obediência íntegra e filial, aceita morrer sobre a cruz.
Aceitando voluntariamente a morte, Jesus leva a cruz de todos os homens e se
torna fonte de salvação para toda a humanidade”. São Cirilo de Jerusalém
comenta: “A cruz vitoriosa iluminou quem se tornou cego pela ignorância,
libertou quem era prisioneiro do pecado, levou a redenção a toda a humanidade”.
Papa Bento XVI – 28 de
agosto de 2011
Hoje celebramos:
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