Quando o Filho do
Homem vier para fazer justiça aos eleitos, encontrará porventura a fé sobre a
terra? Hoje podemos dizer que sim, com alívio e
determinação, ao contemplar figuras como a Madre Cândida Maria de Jesus
Cipitria y Barriola. Aquela moça de origem simples, com um coração no qual Deus
depositou o seu selo e que depressa a levaria, com a guia dos seus diretores
espirituais jesuítas, a tomar a firme decisão de viver “só para Deus”. Decisão que manteve fielmente, como ela mesma
recorda quando estava prestes a morrer. Viveu para Deus e para aquilo que Ele
mais deseja: alcançar a todos, levar a todos a esperança que não vacila, e de
maneira especial àqueles que mais têm necessidade.
Onde não existe
lugar para os pobres, também não há lugar para mim, dizia
a nova Santa que, dispondo de meios escassos, contagiou outras Irmãs a seguirem
Jesus e a dedicarem-se à educação e à promoção da mulher. Assim nasceram as Filhas de Jesus, que hoje encontram na
sua Fundadora um modelo de vida muito alto para imitar, e uma missão
apaixonante para continuar nos numerosos países aonde chegaram o espírito e os
anseios de apostolado de Madre Cândida.
Papa
Bento XVI – Homilia de Canonização – 17 de outubro de 2010
“Deus te quer bem”.
Esse era o lema de Madre Cândida Maria de Jesus. Ela era uma mulher simples,
destemida e que possuía um coração grande, por este motivo o mundo era pequeno
para os seus desejos. Mulher dotada de uma grande sensibilidade, voltada sempre
para o outro. Madre Cândida, que pôs sua confiança em Deus Pai, é a fundadora
da Congregação das Filhas de Jesus. Sua missão: buscar em tudo a glória de Deus
e o bem do próximo.
Esta religiosa
espanhola, da região de Andoáin, nasceu Joana Josefa Ciprita y Barriola, em
1845. Filha primogênita recebeu de seus pais uma educação cristã, conforme os
princípios que professavam. Gradativamente, foram se imprimindo em seu coração
as marcas de uma fé profunda, viva, que se irradiava entre as pessoas de seu
convívio.
Em Tolosa, para
onde se mudara com seus pais, que buscavam melhores condições de vida para a
família, frequentava a Igreja, onde recebeu o primeiro sinal de sua vocação. Queria
ser religiosa. Começou a viver uma situação de busca. Acontecimentos diversos
foram apontando para Joana a direção de sua missão. E em Valladolid, na Igreja
do Rosarillo, diante do altar da Sagrada Família, sentiu uma luz-mensagem
penetrante a perpassar-lhe todo o ser: deveria fundar uma Instituição dedicada
ao bem das pessoas, através da educação da infância e da juventude. Começava a
nascer a Congregação das Filhas de Jesus (congregação dedicada ao bem
espiritual das almas e à educação católica dos povos, por meio da oração e
outras obras de piedade e caridade, e particularmente da instrução da infância
e juventude).
Em Salamanca, a 8
de dezembro de 1871, dia da Imaculada, “sob seu visível amparo e particular
proteção”, nasceu o Instituto das Filhas de Jesus, em simplicidade e pobreza.
Madre Cândida tinha
uma grande caridade com o próximo, sensível a seu autêntico bem. Queria que
suas filhas buscassem o bem de seus próximos mais que seu próprio bem-estar ou
utilidade temporal.
Entre as virtudes
dessa grande mulher de Deus, um grande espírito de fé que a permite ver as
pessoas, os acontecimentos e todas as coisas sob a luz de Deus, e uma esperança
firme nas promessas divinas. “Fé, fé, fé viva, constante e eterna, e com
isso, trabalhar sem descanso, que tudo passa e só Deus basta…”
Uma relação
estreita e constante com Jesus que a faria buscar se parecer a Ele como um
filho se parece com seu pai. Dizia: “Em Jesus tudo temos”. Um amor
filial à Virgem, que ela chamava de a verdadeira fundadora do Instituto, e cuja
proteção buscava – quase todas as suas cartas começam com a frase “A
Puríssima Virgem nos cubra com seu manto”.
Em 3 de outubro de 1911 o primeiro grupo de
religiosas das Filhas de Jesus embarcou rumo ao Brasil, onde as religiosas
abriram novas casas. Este foi o primeiro passo da expansão internacional da
Congregação.
Depois de sua norte, em 9 de agosto de 1912,
as Filhas de Jesus pretendem seguir os caminhos evangélicos percorridos pela
Madre Cândida Maria de Jesus.
Madre Cândida foi
beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 12 de maio de 1996.
O Papa Bento XVI
canonizou a Santa Cândida no dia 17 de outubro de 2010, em Roma.
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