quinta-feira, 9 de agosto de 2018

09 de agosto - Santa Cândida Maria de Jesus


Quando o Filho do Homem vier para fazer justiça aos eleitos, encontrará porventura a fé sobre a terra? Hoje podemos dizer que sim, com alívio e determinação, ao contemplar figuras como a Madre Cândida Maria de Jesus Cipitria y Barriola. Aquela moça de origem simples, com um coração no qual Deus depositou o seu selo e que depressa a levaria, com a guia dos seus diretores espirituais jesuítas, a tomar a firme decisão de viver “só para Deus”. Decisão que manteve fielmente, como ela mesma recorda quando estava prestes a morrer. Viveu para Deus e para aquilo que Ele mais deseja: alcançar a todos, levar a todos a esperança que não vacila, e de maneira especial àqueles que mais têm necessidade.
Onde não existe lugar para os pobres, também não há lugar para mim, dizia a nova Santa que, dispondo de meios escassos, contagiou outras Irmãs a seguirem Jesus e a dedicarem-se à educação e à promoção da mulher. Assim nasceram as Filhas de Jesus, que hoje encontram na sua Fundadora um modelo de vida muito alto para imitar, e uma missão apaixonante para continuar nos numerosos países aonde chegaram o espírito e os anseios de apostolado de Madre Cândida.

Papa Bento XVI – Homilia de Canonização – 17 de outubro de 2010

“Deus te quer bem”. Esse era o lema de Madre Cândida Maria de Jesus. Ela era uma mulher simples, destemida e que possuía um coração grande, por este motivo o mundo era pequeno para os seus desejos. Mulher dotada de uma grande sensibilidade, voltada sempre para o outro. Madre Cândida, que pôs sua confiança em Deus Pai, é a fundadora da Congregação das Filhas de Jesus. Sua missão: buscar em tudo a glória de Deus e o bem do próximo.

Esta religiosa espanhola, da região de Andoáin, nasceu Joana Josefa Ciprita y Barriola, em 1845. Filha primogênita recebeu de seus pais uma educação cristã, conforme os princípios que professavam. Gradativamente, foram se imprimindo em seu coração as marcas de uma fé profunda, viva, que se irradiava entre as pessoas de seu convívio.

Em Tolosa, para onde se mudara com seus pais, que buscavam melhores condições de vida para a família, frequentava a Igreja, onde recebeu o primeiro sinal de sua vocação. Queria ser religiosa. Começou a viver uma situação de busca. Acontecimentos diversos foram apontando para Joana a direção de sua missão. E em Valladolid, na Igreja do Rosarillo, diante do altar da Sagrada Família, sentiu uma luz-mensagem penetrante a perpassar-lhe todo o ser: deveria fundar uma Instituição dedicada ao bem das pessoas, através da educação da infância e da juventude. Começava a nascer a Congregação das Filhas de Jesus (congregação dedicada ao bem espiritual das almas e à educação católica dos povos, por meio da oração e outras obras de piedade e caridade, e particularmente da instrução da infância e juventude).

Em Salamanca, a 8 de dezembro de 1871, dia da Imaculada, “sob seu visível amparo e particular proteção”, nasceu o Instituto das Filhas de Jesus, em simplicidade e pobreza.

Madre Cândida tinha uma grande caridade com o próximo, sensível a seu autêntico bem. Queria que suas filhas buscassem o bem de seus próximos mais que seu próprio bem-estar ou utilidade temporal.

Entre as virtudes dessa grande mulher de Deus, um grande espírito de fé que a permite ver as pessoas, os acontecimentos e todas as coisas sob a luz de Deus, e uma esperança firme nas promessas divinas. “Fé, fé, fé viva, constante e eterna, e com isso, trabalhar sem descanso, que tudo passa e só Deus basta…”

Uma relação estreita e constante com Jesus que a faria buscar se parecer a Ele como um filho se parece com seu pai. Dizia: “Em Jesus tudo temos”. Um amor filial à Virgem, que ela chamava de a verdadeira fundadora do Instituto, e cuja proteção buscava – quase todas as suas cartas começam com a frase “A Puríssima Virgem nos cubra com seu manto”.

Em 3 de outubro de 1911 o primeiro grupo de religiosas das Filhas de Jesus embarcou rumo ao Brasil, onde as religiosas abriram novas casas. Este foi o primeiro passo da expansão internacional da Congregação.

Depois de sua norte, em 9 de agosto de 1912, as Filhas de Jesus pretendem seguir os caminhos evangélicos percorridos pela Madre Cândida Maria de Jesus.


Madre Cândida foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 12 de maio de 1996.
O Papa Bento XVI canonizou a Santa Cândida no dia 17 de outubro de 2010, em Roma.

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