Hoje mostramos a todos, no seu
esplendor pascal, o esplêndido testemunho da nova Beata Celestina Donati. A santidade é uma beleza que
reflete e expande o brilho da Páscoa, uma beleza com a qual Florença se
enriquece, embora já esteja visivelmente presente em sua comunidade eclesial,
porque, como dizia La Pira, é "cidade teológica, cidade de beleza
perfeita, pérola do mundo". E você, Igreja de Florença, lindas graças dos seus
santos, desde hoje você é ainda mais bela pela santidade da Beata Celestina
Donati. Devemos
aprender a admirar as obras-primas da graça, como fazemos com as outras
obras-primas que Florence tem, sem igual no mundo.
Maria Anna Donati,
como foi chamado no século, sob a sábia direção do sacerdote Piarist Celestine
Dini - mais tarde arcebispo de Siena - com quem se encontrou na igreja de São João
Batista, amadureceu sua vocação, conhecendo cada vez mais a espiritualidade
calazanciana. Ela
se consagrou completamente ao Senhor, dedicando-se ao serviço das garotas mais
pobres e com necessidade de cuidado, fundando para este fim a nova congregação
de freiras, hoje conhecida como Calazancianas.
Ela sabia unir a
contemplação e a ação: vivia com profunda intensidade a devoção a Jesus
crucificado e era uma ardente apóstola da eterna adoração da Eucaristia. Ainda hoje, aqui em Florença,
na igreja de San Julián, a adoração perpétua da Eucaristia que ela iniciou
continua. Com
efeito, ela queria que suas filhas "acampassem sob o Tabernáculo".
Dedicada
inteiramente ao serviço das meninas e das mulheres jovens, especialmente a
favor das mais pobres - como, por exemplo, as filhas dos detidos nas prisões -,
tornou-se uma mãe atenciosa e uma educadora experiente. Em seu trabalho pedagógico,
ela foi impulsionada por um amor intensamente maternal, impregnado de
humildade, delicadeza e ternura. Ela sempre contava a suas filhas: "Veneremos a
infância de Jesus nas meninas".
Cardeal José Saraiva
Martins – Homilia de Beatificação – 30 de março de 2008
Maria Ana Donati, última de
seis filhos, nasceu em 1848 em São Lourenço de Marradi, província de Florença,
onde seu pai era funcionário do grão-ducado. E como sua profissão de juiz o
obrigava a contínuos deslocamentos, a família o segue a Cortona e a Siena, até
firmar-se definitivamente em Florença no fim de sua carreira.
Maria Ana cresce
particularmente devota, extraordinariamente madura, precocemente inclinada a
vida religiosa. Uma tentativa junto as Irmãs Vallombrosianas não obteve êxito.
Isto reforçou no pai sua contrariedade do ingresso no convento daquela filha um
pouco especial, que reza tanto e que se interessa tanto pelas necessidades dos
outros.
A jovem esperou
pacientemente... Até os 41 anos, sempre fiel também aos seus deveres de filha,
docilmente obediente, mas determinada a seguir mais cedo ou mais tarde sua
vocação, foi sustentada nesse período por seu diretor espiritual, Pe. Celestino
Zini. Este sacerdote percebeu nela os germens de uma vocação autêntica e
transmitiu-lhe a espiritualidade de seu fundador, São José Calazans, que se
concretiza na educação da juventude.
As obras de Deus nascem de
episódios muitos simples. Assim foi com Maria Ana: um dia ela se viu
responsável por uma menina que a mãe queria subtrair às contínuas violências do
pai. As bases da Congregação foram lançadas: Maria Ana abriu uma escola
gratuita para as meninas pobres com quatro companheiras. Seguindo os
ideais educativos e a espiritualidade de São José Calazans, chamou a nova
congregação de mulheres que se reuniram ao redor dela de “Filhas Pobres de São José Calazans”.
Tudo era acompanhado pelo Pe.
Celestino Zini e com sua aprovação. Em homenagem a ele Maria Ana tomou o nome
religioso de Celestina. Madre Celestina consagrou-se totalmente ao Senhor,
dedicando-se ao serviço das meninas mais pobres e necessitadas de cuidados.
A sua atenção se concentra
logo nas filhas dos detentos, que além da pobreza material carregavam o peso da
miséria moral, ao mesmo tempo a falta da figura paterna. Mas a obra ainda
suscitava desconfiança e escândalo.
Madre Celestina empenhou-se
com paciência a atrair para sua obra a benevolência dos florentinos ricos, mas
os débitos foram seus fiéis companheiros até a morte... Para a filha de um juiz
com uma educação rígida que não admitia dívidas, era um sofrimento contínuo
este estado de coisas.
Ela ensinava às suas Irmãs:
“Veneremos nas meninas a infância de Jesus” e “as crianças são o templo da
Santíssima Trindade”.
Madre Celestina soube unir
contemplação e ação: viveu com profunda intensidade a devoção a Jesus
Crucificado e foi ardente apóstolo da adoração perpétua da Eucaristia, guiada
por um amor maravilhosamente materno, em sua obra pedagógica, feito de
humildade, delicadeza e ternura.
A Beata faleceu no dia 18 de
março de 1925; foi beatificada no domingo, 30 de março de 2008, em Florença.
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