Jesus disse que
João era a lâmpada. Mas, explicou, ele era a lâmpada mas não a luz, o facho que
indicava onde estava a luz, lâmpada que indica onde está a luz, dá testemunho
da luz. Do mesmo modo, João era a voz, a ponto que ele mesmo diz de si: “Eu sou
a voz que brada no deserto”. Mas não era a Palavra, de fato ele era a voz que
dá testemunho da Palavra, indica a Palavra, o Verbo de Deus. Era apenas voz.
João é o
provisório e Jesus é o definitivo. João é o provisório que indica o definitivo.
Mas a grandeza de João consiste precisamente neste ser provisório, neste seu
ser para. Um homem sempre com o dedo ali, a indicar outro. Com efeito, lê-se no
Evangelho que o povo se questionava se João era o Messias. E ele, claro: “Não
sou eu”.
É precisamente
esta a imagem mais eloquente que nos diz quem foi João Batista, o seu
testemunho provisório mas seguro, forte, o seu ser tocha que não se deixou
apagar pelo vento da vaidade e voz que não se deixou diminuir pela força do
orgulho.
Por isso João é
grande, porque se põe sempre de lado. Ele, explicou Francisco, é grande porque
é humilde e toma o caminho do abaixar-se, aniquilar-se, o mesmo que tomará
Jesus em seguida. E também nisto oferece um grande testemunho: abre aquele
caminho da aniquilação, do esvaziamento de si mesmo que foi o de Jesus.
É um dia bom
para se perguntar se a própria vida cristã sempre abriu o caminho a Jesus, se a
própria vida foi cheia daquele gesto: indicar Jesus. É preciso, agradecer todas
as vezes que isto foi feito, mas também recomeçar. Recomeçar sempre, e dar de
novo um passo em frente para continuar a ser testemunha de Jesus.
Papa
Francisco - 16 de dezembro de 2016
Hoje celebramos:
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