sexta-feira, 2 de março de 2018

02 de março - Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. Pois bem, quando o dono da vinha voltar, que fará com esses vinhateiros?” Mt 21,39-40


O dono confiou aos vinhateiros a vinha que tinha plantado e depois deixou o país. Deste modo, é posta à prova a lealdade destes vinhateiros: a vinha foi confiada a eles, que devem cuidar dela, fazê-la frutificar e entregar ao dono a colheita. Quando chegou o tempo da colheita, o dono enviou os seus servos aos lavradores para recolher o produto da sua vinha. Mas os lavradores assumem uma atitude possessiva: não se consideram simples administradores, mas proprietários, e recusam-se a entregar a colheita. Maltratam os servos, a ponto de os matar. O dono mostrou-se paciente com eles: enviou outros servos em maior número que os primeiros, mas o resultado foi o mesmo. Enfim, com paciência, decide enviar o próprio filho; porém, aqueles lavradores, prisioneiros do próprio comportamento possessivo, matam também o filho pensando que assim receberiam a sua herança.

É uma história que nos pertence: fala-se da aliança que Deus quis estabelecer com a humanidade e na qual convidou também nós a participar. Contudo, esta história de aliança, como qualquer história de amor, tem os seus momentos positivos, mas está marcada também por traições e rejeições. Para fazer compreender como Deus Pai responde às rejeições que se opõem ao seu amor e à sua proposta de aliança, o trecho evangélico põe nos lábios do dono da vinha uma pergunta: “Pois bem, quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores?”  Esta interrogação sublinha que a desilusão de Deus pelo comportamento malvado dos homens não é a última palavra! Nisso consiste a grande novidade do Cristianismo: um Deus que, mesmo desiludido pelos nossos erros e pelos nossos pecados, não falta à sua palavra, não para e sobretudo não se vinga!

Irmãos e irmãs, Deus não se vinga! Deus ama, não se vinga, espera para nos perdoar, para nos abraçar. Através das “pedras de descarte” — e Cristo foi a primeira pedra que os construtores descartaram — mediante situações de debilidade e de pecado, Deus continua a pôr em circulação o “vinho novo” da sua vinha, ou seja, a misericórdia; este é o vinho novo da vinha do Senhor: a misericórdia. Há um único impedimento perante a vontade tenaz e terna de Deus: a nossa arrogância e a nossa presunção que, por vezes, se torna violência! Face a estas atitudes e onde não se produzem frutos, a Palavra de Deus conserva toda a sua força de reprovação e admoestação: "Ser-vos-á tirado o Reino de Deus, e será dado a um povo que produzirá os frutos dele".

Papa Francisco – 8 de outubro de 2017

Hoje celebramos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário