Ninguém, de fato, poderá fugir do juízo universal: todos seremos julgados. Nesta ótica, a Igreja faz refletir justamente sobre a atitude que temos com o próximo e com Deus.
Em relação ao próximo, nos convida a não
julgar, mas a perdoar. Cada um de nós pode pensar: ‘Mas nunca julgo, eu não
faço o juiz”, ao invés, a examinar as nossas atitudes: quantas vezes o
argumento das nossas conversas é julgar os outros! dizendo “isto não está
correto”. Mas quem o nomeou juiz? Julgar os outros é algo feio, porque o único
juiz é o Senhor que conhece a tendência do homem a julgar os outros.
Nas reuniões que nós temos, um almoço, o que
quer que seja, pensemos em duas horas de duração: dessas duas horas, quanto
minutos foram usados para julgar os outros? Este é o ‘não’. E qual é o ‘sim’?
Sejam misericordiosos. Sejam misericordiosos como o Pai é misericordioso. E
mais: sejam generosos. Dai e vos será dado. O que me será dado? Uma boa medida,
calcada, sacudida, transbordante. A abundância da generosidade do Senhor,
quando nós seremos plenos da abundância da nossa misericórdia em não julgar.
O convite, portanto, é ser misericordiosos com
os outros, porque do mesmo modo o Senhor será misericordioso conosco. A segunda
parte da mensagem da Igreja, hoje, é o convite a ter uma atitude de humildade
com Deus, reconhecendo-se pecadores.
E nós sabemos que a justiça de Deus é misericórdia.
Mas é preciso dizê-lo: A Ti convém a justiça; a nós, a vergonha. E quando se
encontra a justiça de Deus com a nossa vergonha, ali está o perdão. Eu creio
que pequei contra o Senhor? Eu acredito que o Senhor é justo? Eu acredito que é
misericordioso? Eu me vergonho diante de Deus, de ser pecador? Tão simples:
a Ti a justiça, a mim a vergonha. E pedir a graça da vergonha.
Papa Francisco – 26 de fevereiro
de 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário