No trecho de Mateus, Jesus volta a ler as três obras de piedade previstas na lei mosaica: a esmola, a oração e o jejum. E distingue a situação exterior da interior, daquele chorar com o coração. Ao longo do tempo, estas prescrições foram corroídas pela ferrugem do formalismo exterior, ou até se transformaram num sinal de superioridade social.
Jesus põe
em evidência uma tentação comum nestas três obras, que se pode resumir
precisamente na hipocrisia: “Guardai-vos de fazer as vossas boas obras
diante dos homens, para serdes admirados por eles... Quando, pois, deres
esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas... Quando
orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé... para serem
vistos pelos homens... E quando jejuardes, não tenhais um ar triste, como os
hipócritas”. Irmãos, estai conscientes de que os hipócritas não sabem
chorar, já se esqueceram de como se chora, não pedem o dom das lágrimas.
Quando realizamos algo de bom, quase instintivamente nasce em nós o desejo de sermos estimados e até admirados por esta boa ação, para recebermos uma satisfação. Mas Jesus convida-nos a realizar as boas obras sem qualquer ostentação, confiando unicamente na recompensa do Pai, que vê o segredo.
Papa Francisco – 18 de fevereiro
de 2015
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