A Eucaristia é o coração palpitante da Igreja, é a única matéria nesta terra que tem verdadeiramente sabor de eternidade.
É o pão do futuro, que já agora nos faz
saborear um futuro infinitamente maior do que as mais risonhas expectativas. É
o pão que sacia os nossos maiores anseios e nutre os nossos mais belos sonhos.
Numa palavra, é o penhor da vida eterna, isto é, uma antecipação concreta
daquilo que nos será concedido. A Eucaristia é a marcação, a «reserva» do
paraíso.”
Na Hóstia consagrada, além do lugar, Jesus nos
prepara o alimento. Na vida, nos nutrimos não só com alimentos, mas também com
projetos e afetos, anseios e esperanças.
As tecnologias mais avançadas não bastam: temos
fome de ser amados. Na Eucaristia encontramos realmente Jesus, sentimos o seu
amor.
“Queridos irmãos e irmãs, escolhamos
este alimento de vida: ponhamos em primeiro lugar a Missa, voltemos a descobrir
a adoração nas nossas comunidades! Peçamos a graça de nos sentirmos esfomeados
de Deus, de nunca nos fartarmos de receber o que Ele prepara para nós.”
Para nos preparar para este lugar e alimento,
Jesus nos indica suas preferências: não locais exclusivos e excludentes, mas
desconfortáveis:
Há tantas pessoas privadas dum lugar decente
para viver e do alimento para comer! Mas todos conhecemos pessoas sozinhas,
atribuladas, necessitadas: são sacrários abandonados. Nós, que recebemos de
Jesus alimentação e morada, estamos aqui para preparar um lugar e o alimento
para estes irmãos mais frágeis.
Jesus pede que nos doemos aos outros, que
deixemos de viver para nós mesmos, mas vivamos um para o outro. É assim que se
vive eucaristicamente: derramando sobre o mundo o amor que recebemos da carne
do Senhor. A Eucaristia traduz-se, na vida, passando do eu ao tu.
Para isso, é preciso abater os muros da
indiferença e da conivência, remover as grades dos abusos e arrogâncias, abrir
os caminhos da justiça, da equidade e da legalidade.
A Eucaristia convida a deixar-nos levar pela onda de Jesus, não ficar arenados na praia à espera que chegue qualquer coisa, mas zarpar livres, corajosos, unidos.
Papa Francisco – Corpus
Christi 2018
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