“Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo"
Quantas vezes repetimos esta profissão de fé,
outrora pronunciada por Simão, filho de Jonas, em Cesareia de Filipe! Quantas
vezes eu próprio encontrei nestas palavras um sustento interior para prosseguir
a missão que a Providência me confiou!
“És feliz, Simão, filho de Jonas, porque
não foram a carne nem o sangue quem te revelou, mas Meu Pai que está nos céus”.
Depois de dois mil anos a "rocha"
sobre a qual foi fundada a Igreja é sempre a mesma: é a fé de Pedro. "Sobre
esta pedra" Cristo edificou a sua Igreja, edifício espiritual que resistiu
ao desgaste dos séculos. Sem dúvida, sobre uma base simplesmente humana e
histórica não teria podido suportar o ataque de tantos inimigos!
Com o decorrer dos séculos, o Espírito Santo
iluminou homens e mulheres, de qualquer idade, vocação e condição social, para
fazer deles "pedras vivas" desta construção. São os santos, que
Deus suscita com uma fantasia que não se extingue, muito mais numerosos do que
a Igreja indica solenemente como exemplo para todos: Cristo, Redentor do homem.
"Feliz és tu, Simão, filho de
Jonas"!
A bem-aventurança de Simão é a mesma de Maria Santíssima, à qual Isabel
disse: "Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as
coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor".
É a bem-aventurança que se destina também à
comunidade dos crentes de hoje, à qual Jesus repete: Bem-aventurada és tu,
Igreja, que conservas intacto o Evangelho e o continuas a propor com
renovado entusiasmo aos homens do início do novo milênio!
Na fé, fruto do misterioso encontro entre a
graça divina e a humildade humana que a ela se confia, encontra-se o segredo
daquela paz interior e daquela alegria do coração que precedem, de alguma
forma, a bem-aventurança do Céu.
Rezemos para que a fé de Pedro e de Paulo
sustentem o nosso comum testemunho e nos torne disponíveis, se for necessário,
a chegar até ao martírio.
Foi precisamente o martírio o selo do
testemunho prestado a Cristo pelos dois grandes Apóstolos que hoje celebramos.
À distância de alguns anos um do outro, derramaram o seu sangue aqui em Roma,
consagrando-o de uma vez para sempre a Cristo.
Papa São João Paulo II –
29 de junho de 2001
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