Santa Isabel provavelmente nasceu em Bonn, na
Renânia, em 1129. Tinha apenas 12 anos quando os pais (dos quais se conhece
apenas o nome do pai, Hartwig), a entregaram às monjas da abadia beneditina de
Schönau, no Reno, próximo de Sankt Goarshausen, onde ela fez a profissão
religiosa em 1147.Santa Isabel de Schönau
Dez anos mais tarde foi eleita Superiora das
monjas, que não tinham abadessa, pois dependiam do abade, que era então Egberto,
irmão de Isabel. Este sempre exerceu grande influência sobre Isabel e foi seu
conselheiro espiritual e seu primeiro biógrafo. Isabel tinha ainda outro irmão,
Rogério, da Ordem de Premostratense, e um sobrinho, Simão, que também se tornou
abade de Schönau.
Recuperada de uma grave doença em 1152, Isabel
começou a ter visões e êxtases, durante os quais falava com Nosso Senhor, Nossa
Senhora e com os santos do dia. Às vezes seus êxtases duravam semanas, e aos
poucos debilitaram de tal forma o seu físico, que ela faleceu com apenas 35
anos em Schönau no dia 18 de junho de 1164 ou 1165.
Entre os livros que escreveu estão Visões (três
volumes), Liber viarum Dei e Revelações do martírio de
Santa Úrsula e suas companheiras.
Os três livros das visões tiveram larga difusão
durante a Idade Média. O Liber viarum Dei compilado à imitação
da Scivias de Santa Hildegarda, se concentra quase
inteiramente na necessidade da penitência e de uma reforma moral da Igreja. As
visões De resurrectione beatae Mariae Virginis tratam
da Assunção de Maria Santíssima, ou seja, a gloriosa trasladação da Mãe de Deus
em corpo e alma da terra ao céu. O Liber revelationum de sacro
exercitu virginum Coloniensium, escrito entre outubro de 1156 e outubro
de 1157, trata em termos legendários de Santa Úrsula e suas companheiras. O
primeiro livro é de uma linguagem simples que Isabel pode ter usado, mas os
outros empregam uma linguagem mais sofisticada que provavelmente são de
Egberto.
As opiniões divergem quanto às visões e
revelações de Isabel. A Igreja nunca se pronunciou a este respeito e nunca
mesmo as examinou. A própria Isabel estava convencida do caráter sobrenatural
destas, como ela o diz numa carta endereçada a Santa Hildegarda, da qual era
muito amiga e que a vinha visitar. Quinze cartas suas autênticas, das quais uma
a santa Hildegarda, chegaram até aos nossos dias. Ela aí fala dos êxtases com
que Deus a agraciava.
As suas obras eram, no seu tempo, mais
conhecidas do que as de Santa Hildegarda de Bingen, da qual apenas alguns
manuscritos chegaram até nós. Entretanto, numa leitura atenta das obras é
possível distinguir nelas a influência do irmão, Egberto.
As cartas de Isabel de Schönau, de conteúdos
variados, são dirigidas a bispos, abades, monjas, escritas de 1154 até o ano de
sua morte, nas quais ela usa uma linguagem dura para estigmatizar os vícios da
época, linguagem que contrasta com a simplicidade de seu caráter infantil,
mostrando-se menos original que sua grande amiga Santa Hildegarda de Bingen, a
"profetisa da Alemanha".
Objeto de veneração particular já em vida e
mais ainda depois da morte, em 1584, no tempo de Gregório XIII, o nome de
Isabel de Schönau foi canonizada. Santa Isabel de Schönau é invocada contra as
tentações.
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